Lucy
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– Ah, que se foda... – ele disse e tomou meus lábios nos seus.
Ele não cansava de me surpreender.
Pude ouvir o barulho do prato sendo arrastado para o outro lado da mesa e em seguida ele me levantou e me sentou naquele lugar ficando entre minhas pernas, sem interromper o beijo que se tornou intenso. Suas mãos hábeis percorriam minha cintura e vez por outra a segurava com certa possessão. Interrompi o contato de nossos lábios por falta de ar.
– Natsu, o que você está fazendo? – perguntei corada, o que não era lá muito necessário considerando que eu sabia muito bem para onde aquilo estava indo.
– O que você acha? – disse ele se afastando um pouco para olhar em meus olhos. Suas mãos estavam apoiadas na mesa, seus olhos se encontravam levemente semicerrados, o que lhe deixava extremamente sexy. Como não respondi de imediato, ele colocou o polegar em meu lábio inferior o puxando levemente pra baixo, depois deu uma mordidinha no local e completou – não vai me responder?
– Finja que eu não perguntei nada – falei lançando um sorriso que tendia ao malicioso, mesmo que ainda não houvesse perdido a cor das bochechas.
– Como você desejar.
E após aquela simples frase, voltamos ao que estávamos fazendo. Seus beijos extremamente intensos e viciantes me faziam perder o controle e focar apenas nas sensações que eles traziam, me tornando incapaz de interromper aquilo. Se alguém me perguntasse quanto era 1+1 naquele momento eu não saberia dizer.
Ele começou a tirar minha blusa e interrompemos o beijo para que ela fosse para o chão. Eu que lhe arranhava suavemente as costas até então parei e também subi sua blusa. Pude contemplar aquele abdômen escultural, o que não ajudou em nada meu autocontrole. As batidas do meu coração estavam descompassadas. O encontro de nossas peles resultou no que parecia um pequeno choque.
Ele passou a mão por debaixo de minhas coxas e eu entendi o recado, iríamos levar aquilo para o quarto, então o abracei e permiti que ele me conduzisse. Ele me deitou na cama e passou a distribuir beijos por meu pescoço e pequenos chupões que provavelmente ficariam marcados amanhã. Quando me dei conta, ele já estava apenas de cueca e eu já estava apenas com minha calcinha, molhada diga-se de passagem. Seus lábios chegaram aos meus seios e se demoraram ali, enquanto ele fazia movimentos circulares com a língua em um deles e maltratava o outro com uma das mãos. Eu deixava escapar alguns gemidos, era impressionante como apenas alguns toques dele podiam me deixar em chamas.
Enquanto dava ao outro seio o mesmo tratamento com a boca, ele passou a massagear minha intimidade por cima do tecido fino da calcinha, me deixando ainda mais molhada se é que isso era possível. Em seguida, ele se sentou na cama e pegou em minha panturrilha, passou então a traçar uma trilha de beijos na parte interna de minha perna indo até o final da minha coxa. Removeu minha última peça.
– Por que tão molhada, Luce? – provocou Dragneel jogando minha roupa íntima no chão. Não tive a oportunidade de responder, porque senti sua língua quente no lugar onde antes estavam suas mãos, fazendo com que minhas costas se arqueassem. O contato de sua boca com minha intimidade gerava ondas de prazer por todo meu corpo. Eu mordi o lábio inferior, enquanto me agarrava aos lençóis numa tentativa de conter um gemido, por uma questão de orgulho. Fui me sentindo mais apertada à medida que ele intensificava os movimentos com a língua e vi que ia atingindo meu limite. Finalmente senti o orgasmo percorrer meu corpo em um prazer indescritível.
– Adoro ver essa sua expressão.
– Não estrague o momento com palavras – respondi de forma entrecortada. Achei que era melhor retribuí-lo na mesma moeda, então inverti as posições, me sentando por cima dele.
– Minha vez de brincar, Dragneel – provoquei sussurrando em seu ouvido, ainda sentindo as pernas bambas. De onde tinha vindo essa minha atitude toda eu não saberia dizer.
– Se continuar usando meu sobrenome assim, eu posso fazer um estrago muito grande em você – e por mais que eu odiasse admitir aquela frase fez com que um arrepio percorresse meu corpo e com que meu coração pulasse uma batida.
Mordi seu lóbulo, sabia que aquele era seu ponto fraco. Aspirei o perfume que ele exalava, maravilhoso em minha opinião. Pude ver que ele se arrepiou, desci uma trilha de beijos por seu pescoço e com as mãos até sua última peça. Podia ver o volume sobre a cueca boxer branca. Comecei a massageá-lo naquele local enquanto lhe tomava os lábios nos meus e podia sentir seu membro rijo e pulsando sobre minhas mãos. Com sua ajuda, o despi daquela roupa desnecessária.
Comecei a fazer movimentos de vai e vem com as mãos e ele pareceu ficar ainda mais rijo, ainda me impressionava o quão bem dotado ele era. Respirei fundo e desci a boca até ali, meus lábios roçando em toda a extensão de seu tórax. Abocanhei seu membro e passei a fazer o que estava fazendo com as mãos com a boca, e pude ouvir que sua respiração ficou descompassada. Sua mão apoiou a base de minha cabeça, seus dedos entrelaçaram-se em meu cabelo quando eu aumentei o ritmo.
– Lucy, eu vou... – ele falou de forma entrecortada por um gemido rouco após um tempo. E foi a vez dele de ter um orgasmo. Ele se permitia esboçar expressões de prazer e aquilo também me afetava de certa forma. Senti a necessidade de aumentar o contato entre nós, até que não sobrassem partes a serem preenchidas. Todo aquele contato ainda era pouco. Aparentemente Dragneel se sentia da mesma forma, porque mal se recuperou do momento de prazer extremo e já me colocou sentada em seu colo, seu membro ainda ereto roçava em minha barriga.
– Deixe-me possuí-la por completo – ele pediu, seu tom de voz ainda levemente rouco. A esse pedido eu respondi com um beijo demorado em seus lábios. Ele levantou meu quadril para que me penetrasse de forma calma e minha boca se entreabriu em um gemido mudo. Senti um pequeno desconforto inicial, mas que desapareceu quando comecei a me movimentar sobre ele. Nossos olhos se encontravam fixos um no outro, suas mãos passeavam habilmente por meu corpo com volúpia. Espasmos prazerosos passavam por mim. Sentia-me, de certo modo, completa naquele momento.
Ele inverteu nossas posições, ficando por cima de mim. Sua boca se abriu como se quisesse expressar alguma coisa, porém logo se calou. O contato de nossos corpos suados tinham eletricidade e um sentimento de certo, como se aquele toque fosse exatamente o que faltava. Ambos os corações batendo frenéticos. Os movimentos ganharam nova velocidade e força, me fazendo arquear as costas em contentamento. Após alguns minutos pude experimentar a chegada de mais um orgasmo. Natsu também parecia ter chegado a seu limite e se despejou dentro de mim. Selou aquele momento com um beijo em minha testa.
– Bem, eu estou morrendo de fome – falei após certo tempo deitada ao seu lado, abraçada a seu corpo suado. Eu estava da mesma forma.
– Então somos dois. Te comer só de me deixa com mais fome – falou com um sorriso malicioso que eu vi porque virei meu rosto em sua direção. O que ele tinha dito tinha um duplo sentido. Fiquei pensando. Então toda vez que ele me tinha ele queria mais? Bom, eu definitivamente poderia conviver com isso. Porque me sentia da mesma forma. Claro que talvez aquilo fosse apenas relacionado ao sexo, mas parte de mim queria acreditar que havia algo mais – não precisa fazer essa cara. Eu só não pude perder a oportunidade de dizer.
– Eu vou tomar um banho - anunciei me sentando na cama – peça algo para a gente comer, se pretender ficar por aqui.
– Eu não estava pensando em ir embora.
Levantei satisfeita com sua resposta e me enrolei no lençol, selecionei algumas roupas para vestir de forma rápida e me direcionei ao banheiro – Luce, não usamos nada hoje – completou após um tempo e sua voz tinha um tom preocupado.
– Usam... Ah tá, não se preocupe. Eu estou tomando anticoncepcional agora. Achei que tivesse visto a caixinha na mesa e por isso tinha começado, bem... Todo o processo – respondi já dentro do banheiro.
– Eu não tinha visto – se limitou a responder, o tom já bem mais tranquilo. Aposto que se eu estivesse no mesmo cômodo poderia ouvir seu suspiro de alívio. Tentei evitar todos os pensamentos estranhos e que para variar não levavam a lugar algum de minha mente, deixando a água quente lavar não só meu corpo, mas minha alma de preocupações com o futuro. Estava tirando o shampoo quando uma voz familiar me chamou a atenção.
– Tem lugar para mais um? – questionou Dragneel.
– Sai daqui – exclamei ainda de olhos fechados e tomada por uma súbita vergonha.
– Por quê?
– Porque eu realmente só quero tomar um banho.
– Eu também.
– Aham. Olha, da próxima você entra, tudo bem? – respondi sem pensar.
– Então faremos isso de novo? – indagou de forma maliciosa.
– Sai daquiiii, Natsu! – gritei. Nossa, como ele podia ser tão irritante? – se quiser tanto assim um banho pode usar o banheiro principal. Tem tudo que você precisa lá.
**
Terminei meu banho sem mais interrupções e sequei meus cabelos ainda usando apenas uma toalha e quando saí, encontrei uma cena, digamos, forte. Dragneel trajando apenas uma toalha amarrada na cintura, os cabelos ainda molhados e bagunçados. Sexy. Algumas gotas escorriam por seu corpo definido e eu fiquei paralisada por alguns segundos tentando processar.
– Minha cara é aqui em cima, loirinha.
– Baka! Quem disse que eu estava olhando para você? – ele apenas riu. Era bem óbvio que eu estava, mas o importante era não admitir. Nos vestimos, eu coloquei um vestidinho rosa decotado e soltinho depois da cintura e que ia até as coxas, ele voltou a pôr a bermuda que usava antes. O relógio já marcava oito horas da noite e o que quer que fosse que Natsu havia pedido tinha chegado, já que a campainha tocou.
– A comida chegou – comemorei, acho até algumas lágrimas me vieram aos olhos.
– Acho melhor eu buscar. Estou com medo de que não sobre nada pra mim se você for.
Me limitei a revirar os olhos e dizer que estaria esperando na cozinha. Natsu tinha pedido hambúrgueres daquela lanchonete que fomos há algumas semanas atrás. Mas o que me surpreendeu foi ele se lembrar do meu preferido.
– Você pediu x-bacon sem milho e sem alface pra mim – exclamei quando desembrulhei o lanche.
– É o seu preferido, não é?
– Exatamente – concordei e lhe dei um beijo na bochecha – obrigada por se lembrar.
– E-então come Luce – respondeu meio sem jeito e talvez, muito levemente corado? Natsu Dragneel corando? Acho que estou tendo delírios de fome. E dei uma mordida no sanduíche. Senti-me no céu pela terceira vez naquele dia.
– Nee, Natsu. Você pode chamar o Gray para ver X-Men: Apocalipse na quinta, sessão das nove?
– Poder eu posso, mas porque eu iria ver um filme com ele nesse dia?
– E quem disse que você vai?
– Não entendi.
– Seguinte, eu estou criando um plano para juntar a Juvia e o Gray. Ela supostamente vai ao cinema comigo na quinta, mas eu não vou. E quem ela vai encontrar lá? Gray! Que coincidentemente também vai ter levado um bolo seu, que marcou na quinta e não apareceu. E pode parecer suspeito, mas eles eventualmente chegarão à conclusão de que nós estamos juntos, em um encontro secreto, alguma coisa. O que remove todas as suspeitas de Juvia de que foi um plano de Gray. E Gray vai levar um tempo para juntar os verdadeiros pontos e vai agir com naturalidade até então – concluí.
– Me lembre de nunca te deixar com raiva. Estou com medo desse seu cérebro maligno.
– Você me deixa irritada desde que a gente se conheceu. Não é como se eu fizesse planos para te matar secretamente só por isso.
– Estranha – ele afirmou com um sorriso lindo.
– Vai me ajudar ou não?
– O que eu não faço por você, não é?
– Você é o melhor – soltei animada por conta do meu plano. Se aquele romance desse certo eu iria ser a madrinha, sem discussão.
– Sou? – provocou Dragneel.
– Não me faça me arrepender desse elogio, ok? E talvez eu tenha exagerado um pouco e eu estava falando isso por conta do plano e... Só não fala nada... – retruquei me perdendo dentro de minhas ideias quando seu sorriso se tornou mais largo, sentia minha face quente de vergonha. Terminamos nossa refeição e eu me dirigi ao armário para pegar algumas balas Fini que havia comprado há alguns dias atrás.
– Meu Kami, você come mais que eu!
– Eu sei que você quer também – falei jogando um saquinho nele e indo para sala, ligando a TV em seguida. Estava passando Amizade Colorida, e sim, eu assistiria mais uma vez. Era meu segundo filme preferido, oras. Faltavam dedos para contar as vezes que eu já havia visto.
– Você vai ficar mais? – questionei o rosado surpresa. Realmente eu não achei que ele continuaria em minha casa depois de todo aquele tempo, estávamos parecendo um casal. Congelei assim que concluí aquele pensamento. POR KAMI, ESTÁVAMOS MESMO AGINDO COMO UM CASAL.
– O que você está assistindo? E por que está corando? Está tendo pensamentos pervertidos comigo? – ele questionou se sentando ao meu lado no sofá.
– Eu não estou corando e nem tendo pensamentos pervertidos com você. Amizade Colorida – ele realmente sabia como ser um desgraçado irritante.
– Comédia romântica? Ah, Luce, vamos ver outra coisa.
– Mimimi, comédia romântica, mimimi. Garanto que você vai gostar – que audácia, como ele podia falar isso do meu segundo filme preferido?
– Quer apostar?
– O que você quiser, você vai perder mesmo.
Continuamos a assistir ao filme e eu não sei exatamente em que ponto eu dormi. Dormi com a cabeça apoiada em seu peito.
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Natsu
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Estava completamente distraído com o filme que havia acabado de terminar, tinha gostado, porém não iria admitir. Meu braço já estava dormente, mas eu não queria me mexer para não acordar Luce. Ela dormia serenamente apoiada em meu peito, ficava linda daquela maneira. Não só daquela, claro! Delicadamente removi meu braço e depois a peguei no colo a fim de levá-la para o quarto. Ela se aconchegou e soltou um pequeno suspiro.
– Tão quentinho – sussurrou e eu senti meu coração dar uma leve acelerada. Esse tipo de coisa só me fazia questionar porque ela tinha que me deixar assim com uma simples frase.
Deitei-a com cuidado em sua cama de casal e fui à busca de um edredom, já que a noite estava um pouco fria. Se eu pretendia me deitar ali depois? Obviamente que sim. Passei pela escrivaninha que ficava em um canto do quarto e pude ver um caderno aberto com uma página escrita pela metade. Eu sei que ler as coisas dos outros sem permissão não era certo, mas que mal uma espiadinha poderia fazer? Passei alguns minutos olhando aquele caderno, infelizmente não consegui apenas dar uma olhada rápida. O que eu encontrei escrito me fez sentir como se eu houvesse ganhado na Mega-Sena. A Lucy que me aguarde amanhã cedo pensei malicioso me deitando ao seu lado na cama após estender o edredom que achei no meio das coisas dela.
A cama toda possuía o mesmo cheiro do perfume dela, que era doce sem ser enjoativo. Delicado, era essa a palavra. Nem preciso dizer que peguei no sono refletindo sobre isso, dentre outras coisas. Porém o tema era o mesmo: ela. Dava até certa vontade bater em minha própria cara quando penso que gastei meu tempo tendo em mente essa loirinha estranha, engraçada, linda, gostosa, tímida... E lá vamos nós de novo.
Acordei com a mistura do meu despertador com algum outro som e uma loirinha abraçada ao meu corpo. Ela achava que eu era um urso de pelúcia ou algo do gênero, por acaso? Logo percebi que o outro som era do celular dela despertando em conjunto ao meu. Pelo visto acordávamos no mesmo horário também.
– Bom dia, Dragneel! – ela falou baixinho ainda sem abrir os olhos.
– Bom dia, loirinha.
– Eu não quero ir para a escola hoje – choramingou revirando na cama.
– Luce, eu tenho uma pergunta muito séria para te fazer – comecei. Estava quase me esquecendo do que planejei ontem.
– Fale – parecia nervosa e completamente desperta agora.
– Nada não, só queria que você acordasse mesmo – falei e dei um sorriso idiota, em minha opinião, quando ela fez uma cara de brava. Quando eu ficava perto dela vivia deixando esse tipo de sorriso escapar. Decidi maltratá-la com minha descoberta mais tarde.
– Eu vou matar você – exclamou se levantando rapidamente. Nos aprontamos rapidamente para a escola e saímos de sua casa. Eu queria muito falar sobre o que li ontem, mas aquilo exigia o momento certo.
– Luce, eu vou só trocar de roupa em casa antes. Você vem comigo?
– Acho que tudo bem – concordou ela e me seguiu em direção a minha casa. Era o momento.
– Nee Lucy – comecei após alguns segundos e ela virou o rosto em minha direção – então quer dizer que o Jace é, na verdade, minha pessoa?
– Jace?
– Sim, Jace.
E então ela compreendeu o que eu queria dizer. E sua cara indicava que alguém iria morrer.
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Continua...
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