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História 1095 dias sem você - Coleção de saudades - História escrita por Analuaautora - Spirit Fanfics e Histórias
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História 1095 dias sem você - Coleção de saudades


Escrita por: Analuaautora

Capítulo 4 - Coleção de saudades


Fanfic / Fanfiction 1095 dias sem você - Coleção de saudades

— Apenas fiz meu trabalho, obrigado. E se fosse assim, teria de convidar todos os outros também. — acenei em respeito e pedi licença, antes de sair o mais rápido que pude do quarto.

 

Eu não estava acostumado a flertar, e claramente Jeon Jeongguk estava flertando comigo. Na verdade não foram essas palavras indiferentes que planejei dizer, entretanto no calor do momento e do meu nervosismo vieram a calhar, rapidamente fui até a cantina em busca de água, neste momento meu coração batia freneticamente contra as costelas e creio que se não estivesse segurando minha prancheta o Jeon teria percebido o quanto eu estava nervoso. 

 

Eu não era bobo. Percebia todos os seus olhares, seu modo de puxar assunto comigo, seus sorrisos, ou talvez fossem só devaneios da minha cabeça, talvez ele só estivesse sendo gentil e eu desconfiado demais. 

 

— Você viu? Fiquei sabendo que ele vai ter alta amanhã, ele é tão lindo! Com certeza vou me casar com ele e dar muito… 

 

— Ei, ei, ei! O que ia dizendo no nosso ambiente de trabalho Minho-ssi? 

 

— Que vou dar a ele muitos filhos, seu bobinho!

 

Meus colegas de trabalho falavam abertamente sobre Jeongguk assim que cheguei na cantina, pelo jeito todos haviam caído em seus encantos, certamente eu era apenas outro tolo. Ambos riram escandalosamente e se davam tapinhas nos braços, afobados. Mas de repente se voltaram para mim e a água que eu bebia ficou travada em minha garganta me fazendo tossir… 

 

— E você Taehyungie, o que acha do nosso soldadinho? 

 

Nosso? 

 

Apenas forcei a respiração e tentei me acalmar, sentindo meus olhos lacrimejarem pela tosse intensa. 

 

— Acha que Minho aqui tem chances? A sem graça da Sue da ala 2 também está interessada… até mesmo travou uma batalha contra nosso amigo, aish! Mas com certeza ele é melhor… 

 

O rapaz parecia sério sobre o assunto, e Minho estava apenas envergonhado pelos elogios. Quando recobrei a postura apenas olhei para os dois rapazes que esperavam por uma resposta. 

 

— Eu acho que… tem muitos pacientes esperando por cuidados, sejamos mais profissionais.  

 

Dito isso eu apenas virei as costas e segui para o quarto dos próximos pacientes que atenderia. 

 

Eu não atendi Jeongguk outra vez, e logo ele teve alta, quase todas e todos os enfermeiros disponíveis no período o acompanharam até a frente do hospital em sua despedida, seus outros amigos soldados também vieram buscá-lo então fora um alvoroço maior, apenas observei de longe, e quando todos foram embora eu agradeci pela paz em meu local de trabalho ter sido restaurada novamente. 

 

O inverno era minha época do ano preferido, pois todos os dias após o trabalho eu poderia tomar uma xícara de café quentinha e pensar nos meus planos para o futuro enquanto observava os flocos de neve caírem lentamente do lado de fora. As ruas não estavam muito movimentadas devido a neve, nem a cafeteria, mas o sininho da porta tocou algumas vezes depois que eu entrei, eu estava entretido brincando de assoprar a espuma de leite que sempre fica no topo do café que quando meus olhos se voltaram para cima provavelmente se arregalaram, Jeon Jeongguk estava ali.

 

Eu nunca acreditei em destino, mas naquele momento me perguntei se o mundo realmente era assim tão pequeno para nos esbarramos tanto, mesmo após dois meses. 

 

Eu até tentei desviar meu olhar e fingir que não havia o visto mas ele já caminhava em minha direção, era tarde demais. 

 

— Posso me sentar aqui? Gostaria de ver os flocos de neve. 

 

E minha alternativa fora parecer o menos estranho possível. 

 

— Claro. 

 

Então concordei e acabei queimando minha língua com o café na pressa de me ocupar com algo que não fosse observar de relance o rosto de Jeongguk, céus, o que se faziam com esses homens no exército? Ele estava ainda mais bonito e aquele sobretudo caía muito bem em si, o fim de transcorreu assim, comigo vez ou outra observando seu rosto sereno e seus singelos sorrisos, provavelmente por perceber meus olhares e meu rosto vez ou outra aquecendo ao perceber os olhares nada discretos do Jeon para comigo. 

 

E quando o café acabou em minha xícara eu apenas me levantei, e tratei de amarrar melhor o cachecol no pescoço. Novamente estava nervoso, tanto que senti uma gotícula de suor escorrer pelas minhas costas no inverno. 

 

A cadeira a minha frente se arrastou e tive vontade de fechar os olhos e praguejar baixinho, mas não o fiz. 

 

— Por favor, deixe-me acompanhá-lo. 

 

Ele pediu, e eu pensei mais uma vez: talvez ele esteja apenas sendo gentil, então concordei. 

 

Nós caminhamos em silêncio por algum tempo, eu não sabia como agir, mas quando ele passou a perguntar sobre meu trabalho fora bem fácil de responder, logo após vieram as perguntas sobre mim e acabei falando demais, quando dei por mim já havíamos chegado em frente a minha casa e estavam parados frente a frente, quase a mesma altura.

 

— Voltarei em breve, mas gostaria de vê-lo antes. — ele disse, parecendo acanhado, prendi minha respiração. 

 

De ver? A mim? Céus! 

 

— Gostaria de jantar comigo amanhã? 

 

Então a pergunta veio e as famigeradas borboletas no meu estômago também, soltei o ar dos pulmões em um longo suspiro que me fez envergonhar. 

 

Acabei mordendo meus lábios em total nervosismo e fitando novamente aquele breu que eram seus olhos, desde que avançassemos esse sinal não poderíamos mais voltar. 

 

— Adoraria. 

 

Então eu concordei, porque também era o que eu desejava. Eu sequer consegui dormir naquela noite e durante o trabalho me senti nas nuvens, mesmo dentro do berçário com vários bebezinhos chorando ao meu lado e quando a noite chegou meu dilema começou, eu não sabia o que vestir, logo eu que sempre fui desleixado queria estar muito bem apresentável nesse jantar, me sentia quase como um adolescente outra vez, demorei horas para me arrumar e quando cheguei ao restaurante combinado Jeongguk já estava lá sentado enquanto tomava um gole de vinho, meu coração sobressaltou no peito, e rapidamente me curvei quando fiquei a sua frente. 

 

— Desculpe, estou atrasado. — eu pedi, puxando uma cadeira para sentar. 

 

Seus olhos negros passearam por mim completamente, me senti nú. 

 

— Tudo bem, você está lindo então... valeu a espera. 

 

Seu comentário fez minhas bochechas esquentaram. 

 

Ele também estava lindo. 

 

Nós fizemos nossos pedidos e em meio ao jantar Jeongguk me contou sobre sua família, e sobre seus amigos, especialmente os amigos e todos os apuros que passaram juntos, ele era um rapaz sério e também engraçado, me fez rir em alguns momentos e em outros apenas admirá-lo enquanto falava e quanto mais eu o conhecia mais queria saber sobre tudo… estava curioso. Ele me acompanhou até em casa outra vez, mas essa fora diferente porque nessa noite ele me deu um beijo, na bochecha, um beijo inocente, mas um beijo que fez minhas pernas estremecem. 

 

Certamente ele não estava apenas sendo gentil. 

 

Ele me passou seu endereço e pediu para mantermos contato, eu concordei, e quando ele foi embora e entrei em casa senti como se pudesse andar sobre as nuvens. 

 

Fora difícil para mim escrever uma carta a Jeongguk, era a primeira vez que eu mandava cartas para alguém, então várias folhas de papel ficaram jogadas pelo meu quarto até que eu conseguisse escrever algo bom o bastante e quase morrer de ansiedade esperando pela resposta. 

 

Foi a primeira de muitas outras, estreitamos nossos laços assim, e quando menos esperamos já éramos o porto seguro um do outro, Jeongguk era a primeira pessoa em quem eu pensava ao ter um problema ou a simplesmente contar uma novidade ou algo bobo do dia a dia, ele se tornou a primeira pessoa a estar em meus pensamentos e a última também, eu só desejava que para ele também fosse recíproco. 

 

Nós ficávamos meses sem nos ver, mas quando víamos aproveitavamos para passear ou apenas estar juntos, pouco a pouco nos tornamos amigos, acho que muito mais. 

 

E fora em uma dessas noites em que ele me acompanhava inocentemente até em casa que trocamos nosso primeiro beijo. Ele me deu um singelo beijo no canto dos lábios como quem pedisse permissão, essa que eu dei ao colar nossos corpos e nossas bocas, eu queria senti-lo, e me senti tão pequeno em seus braços e perante seus carinhos, sem dúvidas, eu havia me apaixonado. 

 

Foi a apenas o primeiro beijo de tantos outros, e em pouco tempo Jeongguk tornou-se meu vício, eu sempre fui um bobo romântico então quando tivemos nossa primeira vez não resisti em me declarar, por mais que meu coração quase rasgasse meu peito. A vergonha era tanta que deixei minhas mãos sobre seu peitoral e escondi meu rosto entre seu pescoço, aproveitando para esconder meu rosto quente e também sentir o aroma bom de sua pele, e foi em meio há alguns selares quase castos em sua pele que eu revelei. 

 

— Eu te amo. — saiu quase como um sussurro. 

 

Me descolei um pouco de seu corpo para observar seu rosto, a surpresa nítida em sua expressão, mas também havia mais, felicidade… talvez? Meu peito subia e descia rapidamente e eu forçava o ar para os pulmões, ele também parecia agitado. 

 

— O que disse? — ele questionou, ainda surpreso. 

 

Tive vontade de sorrir de sua cara fofa, mas pelo contrário, apenas busquei por uma de suas mãos na cama e segurei entre as minhas, encarando suas belíssimas íris negras. 

 

— Eu te amo, Jeon Jeongguk. — falei com mais convicção. 

 

— Não mais do que eu.

 

Ele falou antes de esboçar o mais belo dos sorrisos, e me beijar. A felicidade completa fora quando ele me pediu em casamento, eu não poderia me sentir mais feliz, entretanto, essa felicidade durou pouco pois logo após recebemos a notícia de que ele teria de viajar em uma missão longa que atrapalharia todos nossos planos de casamento, 

 

E para me acalmar ele apenas juntou nossas testas e olhou em meus olhos. 

 

— Se acalme, ainda vamos poder nos casar na primavera. 

 

— Você tem mesmo que ir? Semana que vem é minha formatura. 

 

Eu só queria que ele pudesse ficar, que pudéssemos estar juntos, mas eu entendia suas obrigações com o país, então após conversarmos eu apenas o abençoei e o abracei como se fosse a última vez, sem ter a real consciência de que aquela realmente era a última vez. 



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