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História 1933 - Dor - História escrita por JaeBolinha - Spirit Fanfics e Histórias
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História 1933 - Dor


Escrita por: JaeBolinha

Notas do Autor


Ooooooooooi
Volteeeeei com mais um capítulo ^^
Eu agradeço a todos os favoritos e comentários, espero que estejam gostando <3
Enfim, mais um capítulo fresquinho ^^

Capítulo 4 - Dor


Fanfic / Fanfiction 1933 - Dor

CAPÍTULO 3 - DOR

ALEMANHA – 1933 – ORFANATO FEMININO DE BERLIM – JARDIM MORTO

- Quem é você? – Perguntei e aticei a atenção do outro que agora impedia o sol de irritar minha visão, assim pude observa-lo, mesmo estando no alto, sua aparência me parecia jovem, embora um tanto peculiar e diferente.

- O que disse? – Sua voz soou quase como uma porta batendo com força, era grave, realmente muito grave. Percebi ele se movimentar no galho e imaginei que iria descer.

- Eu perguntei quem é você?! – Me permiti falar mais alto, não obtive resposta e apenas o observei descer da arvore velha, era ágil ao julgar pela rapidez que fez isso.

Quando o homem finalmente estava no solo, pude observa-lo com mais paciência. Sua aparência era um tanto peculiar, os olhos eram puxados e pareciam menores, embora os lábios fossem grossos e grandes. A pele parecia certamente mais bronzeada que a minha e eu chutava que poderia ter mais de vinte anos.

- O que disse? – Além de ser um homem totalmente diferente nesse local, invasor, ainda é surdo? Suspirei e voltei a perguntar.

- Eu perguntei quem é você? – Minha voz parecia mais firme e o fitei se aproximar um pouco mais, era alto em comparação a outro homem que já tenha visto.

- Sou Bang Yongguk. – ‘’Bang do que’’? Pelo nome peculiar, provavelmente não era da Alemanha, principalmente ao se julgar por seus olhos, puxados como os dos jovens Chineses que moravam ao lado da casa de meu avô.

- Bang... O que? – Estava ficando frustrada, aquele homem que nem sequer é da Alemanha, aparece invadindo o jardim do orfanato, é surdo e ainda tem um nome mais feio do que a Madame Berg.

- Yongguk! – Ele exclamou, seus lábios se moviam de forma assustadora, suas gengivas eram escuras e parecia ter um sorriso bem largo, mas o que de certa forma me fascinou, era como o seu Alemão soava bem. – Sou coreano. – Completou e aquela voz poderia deixar qualquer um em pânico.

- O que faz aqui... amm... Bang? – O outro nome era difícil o suficiente para pronunciar, optei pelo primeiro e evitava olhar em seus olhos, observava seus trajes. Vestia uma calça marrom escura e sapatos pretos, um casaco bege e o cabelo era negro como a madeira da árvore.

- Yongguk! É difícil pronunciar? – Pareceu revirar os olhos e eu já me sentia irritada. – Nada, vim comer um pouco, não posso? Afinal, o muro estava aberto! – Exclamou.

- Mas isso não o da o direito de entrar em uma propriedade que não é sua. – Revidei e já me via inconformada o suficiente.

- E você mora aqui por acaso? Que eu saiba você também pulou o muro quebrado e pode muito bem ser uma invasora também. – Um sorriso maroto brotou em seus lábios, estreitei os olhos e suspirei, se bem que ele poderia estar certo nessa lógica.

- Moro! Esse é o orfanato feminino de Berlim, não deveria estar aqui. – Já me preparava para voltar o meu caminho. – É bom que não esteja aqui amanhã, Madame Berg não irá gostar de vê-lo aos arredores do jardim. – Completei antes de seguir até a porta do casarão, segurando o saco de maçãs que havia ganhado.

O homem estranho deve ter ficado lá, ainda saboreando suas frutas. Andei até o quarto e guardei as maçãs para Melitta e Naomi, não havia nenhuma garota nos corredores ou nos quartos, provavelmente estariam no refeitório, já que a hora do almoço está sendo agora, espero que eu não levante suspeita a respeito do meu atraso. Andei pelos compridos corredores até avistar as garotas, entrei na fila e peguei meu almoço, não podia negar que tínhamos uma boa alimentação, vez ou outra ganhávamos pequenos bombons como sobremesa, mas eram um tanto duros, está ai o motivo para roubarmos chocolates.

- O que ficou fazendo todo esse tempo? – Naomi me perguntou assim que sentamos para comer. Melitta se sentou a nossa frente e pelo jeito parecia com fome. Eu observava aquele refeitório vez ou outra, não era diferente da sala de aula, as mesas compridas com suas devidas cadeiras e um pouco de tinta aqui e acolá se descascando.

- Fiquei andando, e consegui maçãs. – Respondi em tom baixo, sorriram com minha conquista e se colocaram a comer. – E soube mais sobre o homem do poder. – Minha voz saiu em tom mais baixo e ainda e chamei a atenção delas.

- Quem é ele? – Melitta perguntou com a boca cheia, não pude deixar de rir com sua expressão. – É alguém importante? – Continuou me indagando, apenas assenti com a cabeça e me pronunciei.

- Ele é importante ao julgar pelas suas vestes no jornal, dizem que o partido dele tem desavenças, algo realmente relacionado à política. – Me lembrei das palavras de Senhora Hepp. Degustava minha comida de forma rápida e continuava explicando. – Ouvi dizer que o regime dele é severo, não sei bem o que isso pode significar. – Completei.

- Mais alguma coisa? – Naomi perguntou novamente. Minha mente foi até o final da viagem, onde eu vi Bang, isso interessava?

- Não. – Respondi bebericando minha água.

A noite caiu e, com ela, o meu sono. Minha roupa de dormir foi colocada e Madame Berg nos deu ‘’Boa noite’’ como sempre. Revirei-me e observei a lua que aos poucos parecia se desaparecer, mas um beliscão em minhas pernas me fez ficar afoita.

- O que está fazendo? – Naomi subia na minha cama rindo e eu a indagava, só então percebi que não havíamos comido as maçãs, Melitta também estava acordada e, novamente, estávamos as três dividindo o espaço de meu leito. Degustávamos da fruta vermelha tentando não fazer barulho, para não chamar a atenção das outras meninas ou de uma das senhoras.

- Será que um dia ainda seremos adotadas? – Naomi, sendo a mais nova, ainda tinha essas esperanças de um dia ter uma família, seus pais a abandonaram na porta do orfanato com uma carta, dizendo quem ela era e quando tinha nascido, mas nada referente a eles.

- Eu acredito que não, não eu pelo menos. – Melitta a respondeu enquanto saboreava o último pedaço de sua maçã. – Somos quase adultas e logo iremos sair daqui, que família iria adotar alguém para se desfazer depois pela própria vida? 

- Tem razão, mas não se preocupe, quando sairmos daqui, iremos ser felizes e moraremos juntas em uma casa enorme, tão grande quanto o orfanato. – Respondi para as duas que sorriram e seguraram minhas mãos, ainda conversamos durante um breve tempo até que o sono fosse mais forte.

Acordei no meio da noite, o que me era estranho, mas ficou mais claro quando senti a garganta seca. Me levantei devagar, sem fazer barulho, a procura de água, andei pelo imenso corredor de camas até a porta, onde havia uma jarra e um copo, mas por ironia do destino, a jarra estava vazia e eu não conseguiria dormir com sede. Cautelosamente, abri a porta e olhei o corredor extenso, não havia nenhum movimento, apenas o relógio no final dele fazendo ‘tic tac’. A passos cegos eu comecei andar indo em direção a cozinha, mas uma luz de um dos quartos me deixou curiosa, quem estaria acordado a essa hora da madrugada?

Ouvi as vozes conhecidas e presumi que o quarto seria de Madame Berg e que uma das senhoras estava presente, me aproximei da porta, não poderia passar enquanto não a fechasse, caso contrário seria pega. Então ali eu fiquei, mas a conversa alheia despertou meus sentidos.

- Ele é contra tudo que deve ser ruim para ele, ou pensa assim... – De quem falavam? Eu ouvia a voz da outra senhora se dirigindo a Madame Berg. - ... Antiparlamentarismo, o racismo e até... – Houve uma breve pausa e eu imaginei se elas não haviam notado minha presença. – O antissemitismo. – Do que elas falavam? O que isso queria dizer?

- Hitler é um bom pensador embora no inicio, o meu voto tenha sido para Paul Von. – Ouvi a voz de Madame, seguida de alguns passos pelo quarto, do que elas realmente falavam? Tinha relação com o homem do novo poder? O tal do Adolf Hitler.

Um silencio se fez no local e, só então, eu percebi a minha sombra sendo clara no chão de madeira, tive reflexo de correr mas os passos pareciam virem em minha direção, a voz aguda ecoou pelo corredor e só então eu precisaria pensar.

- O que faz aqui, mocinha? – Senhora Mode, braço direito de Madame Berg e uma das mais assustadoras do orfanato, diga-se de passagem, pela sua voz um tanto amedrontadora. – O que faz ouvindo a conversa dos outros e não estando na cama? – Madame Berg parecia não se dar nem o trabalho de ir até o corredor.

- E-eu estava... – Tentei formular uma resposta, mas não foi muito útil quando o aperto foi claro e altamente dolorido em meu braço.

Senhora Mode me arrastava pelo corredor e a porta do quarto feminino ficava mais longe, sentia o medo me percorrer a espinha e imaginava qual seria o meu castigo. A mulher me levou até uma sala vazia e pegou uma das cintas, agora talvez possam entender o meu pensamento de querer ser feliz. Naquele momento, naquela sala, as marcas foram evidentes em minhas costas, meu rosto sangrava pouco e eu pensava o quanto estava feio, as lágrimas escorriam e a dor era inevitável.

- Isso é para aprender a não andar pelos corredores depois da hora de dormir. E para não bisbilhotar a conversa alheia, agora já para o seu quarto! – O berro que ela deu ecoou em meus ouvidos, devagar eu me levantei, ainda com a dor e comecei a caminhar.

Talvez até a sede tivesse passado, talvez até o sono, mas aquelas marcas ficariam em meu psicológico e talvez em meu corpo. Engoli o choro e me deitei em meu leito, o colchão parecia amenizar a dor de meu corpo e agora eu observava a lua enquanto as lágrimas molhavam o travesseiro. Eu me perguntava se meus avós estavam em um lugar bom agora, se meus pais ainda se lembravam de mim e, se eu seria feliz.


Notas Finais


BANGÃÃO DEBUTOOOOOOOOOOOOOOOOOU \O/
É isso, sim, ela apanhou T~T
Espero que estejam gostando e por favor, não se esqueçam de comentar ^^


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