“Gente, que festa linda.” Marcelina estava maravilhada, observando tudo ao redor. “Majo, você fez um trabalho maravilhoso!”
“Essa princesinha merece, muito.” Sorriu a estilista, que estava segurando a aniversariante. “Afinal, um aninho só se faz uma vez, né?”
“Isso foi retórico, Maria Joaquina.” Riu Alicia, admirando o local. “Realmente, está uma graça.”
“Já estou imaginando o primeiro aninho da Anne!”
“Nem começa com isso, pelo amor de Deus.” Implorou a grávida. “O primeiro aninho da Isis já foi tão cheio de frufru que eu peidei glitter por uma semana.”
“E de peidar ela entende, porque a Anne está deixando ela com mais gases que uma fábrica de metano.” Paulo se aproximou, recebendo um soco. “Mas te amo com peido fedido e tudo.”
“O aniversário do Lucas está chegando, né?” Perguntou Valéria.
“Sim, mas antes tem o do Jack, não é?”
“É, o dele é dia 6 de janeiro. O do Lucas é algumas semanas depois, não?” Questionou Marga, observando as crianças brincando.
“Já reservamos a casa de festas e tudo o mais.” Sorriu Jorge, orgulhoso. “Vai ser o primeiro aniversário dele que nós vamos estar todos juntos, então vai ser uma grande festa.”
“E o último como filho único, hã?” Brincou Carmen. “Sua abusada, nem para contar para as amigas que estava grávida de novo!”
“Hey, foi tudo meio atropelado, ok?” Se desculpou a morena. “Nós somos meio que nem o Paulo e a Alicia: não sabemos planejar, as coisas vão acontecendo de repente.”
“Olha, a gente também não programou a Olívia.” Contou Mário, aos risos. “O plano mesmo era esperar até uns dois anos de casamento.”
“Mesma coisa do Leo. Veio no susto, logo depois da lua de mel.” Concordou Daniel.
“Então, ironicamente, a única criança que foi planejada foi a Sara?” Riu Davi, enquanto os amigos confirmavam. “Ninguém prestou atenção nas aulas sobre métodos anticoncepcionais?”
“Cara, naquela época a única que a gente pensava é que queria fazer aquilo, não no que precisava para fazer.” Lembrou Paulo.
“E conseguimos sair todos virgens do ensino médio. Que orgulho da gente.” Cirilo bateu palmas, fazendo todos rirem.
“Nossa, tia Majo, sua casa está tão linda.” Antônia apareceu correndo, maravilha. “Parece um jardim encantado de verdade!”
“Realmente, todos nós fizemos um ótimo trabalho, não é?” A mulher sorriu para ela, que tinha os olhos brilhando sem parar.
“Sim! É tudo igual na TV, sabe? Eu sempre imaginei como seria uma festinha de aniversário.” Comentou, pegando os adultos de surpresa.
“Você nunca viu uma festa de aniversário, Antônia?” Perguntou Marcelina, penalizada.
“Ah, nós não tínhamos muitos amigos em casa, porque não íamos para a escola. E nós nunca estivemos na ONG em um dia de festinha, né tio Dan?” Ela virou para o homem, que assentiu chateado. “Eu só via nos desenhos da televisão.”
“É, realmente são bonitas as festas, não é?” Paulo comentou, vendo a esposa ficar emocionada.
“São maravilhosas! Que sorte da Oli de você e o tio Mário gostarem tanto dela para fazer algo assim, tia Marce!” A menina comentou, saindo correndo logo depois.
“Eu quero chorar. Maria, dá a minha filha.” Marcelina puxou Olívia, emocionada.
“Parece coisa de outro mundo que uma menina de quase dez anos nunca tenha tido uma festa.” Comentou Jorge, abraçando a esposa, que estava emocionada. “Marga, você vai chorar?”
“Xi, cara, se acostuma. Gravidez tem dessas.” Paulo indicou Alicia.
“Ai, amiga, em abraça.” Gritaram juntas, se abraçando e chorando.
“Ah, não to grávida mas quero chorar também.” Resmungou Carmen, enquanto ela, Marce, Valéria e Majo se juntavam ao abraço.
“Eu nunca vou entender as mulheres, não importa quantos anos nós tenhamos.” Garantiu Davi, abismado.
“E você tem uma filha, meu caro. Te desejo boa sorte nessa empreitada.” Riu Daniel, observando as lágrimas rolando.
~*~
A festa, claro, foi um sucesso. A maioria dos convidados eram familiares e amigos dos pais da aniversariante, mas a quantidade de filhos que os mesmos tinham já valia por duas classes cheias.
Os adultos adoraram a cama elástica tamanho GG, e até Alicia e Margarida subiram, mesmo que Paulo e Jorge tenham gritado e brigado até dizer chega.
Cantaram parabéns no final da tarde, com as crianças já exaustas, e no começo da noite quase todos os convidados já tinham ido, restando apenas o grupo de amigos com seus filhos.
“Desmaiaram completamente.” Riu Daniel, vindo do interior da casa. “A sala parece uma festa do pijama, de tantas crianças espalhadas e dormindo.”
“Ai, Adriano, as fotos ficaram tão lindas.” Suspirou Marcelina, vendo as imagens que ele mostrava no computador. “Você realmente leva jeito para isso, hein?”
“O Dri faz fotos lindas demais!” Comentou Laura, trocando um olhar carinhoso com ele.
“Eu ainda não acredito que o último casal da turma, finalmente, desencantou. Só demorou vinte anos para isso!” Koki ergueu as mãos aos céus. “Só não esperem tudo isso para casar e ter filhos, pelo amor de Deus.”
“Kokimoto, controle-se.” Bibi ralhou.
“Eu sempre imaginei que nossos filhos iam estudar todos na mesma sala, que nem a gente.” Contou Carmen, escorada no peito do marido. “Mas acabou que todos eles têm idades diferentes.”
“Ah, realmente, nenhum deles ficaria na mesma sala.” Concordou Margarida. “Talvez a Anne e o bebezinho aqui, mas do resto...”
“Talvez a Paula e a Isis fiquem na mesma turma. Ou a Paula fique na mesma que o Jack.” Lembrou Maria Joaquina.
“Falando nisso, Majo... Quando é o aniversário da Antônia?” Perguntou Jaime. “Os meninos contaram para a gente o que ela disse, e eu quase chorei.”
“Realmente, é bem triste.” Concordou Duda.
“Ah, ela faz aniversário dia 10 de janeiro, pouco depois do Jack e antes do Lucas.” Contou Cirilo.
“Ótimo, teremos três festas de aniversário seguidas.” Comentou Davi, animado. “Nós vamos ajudar vocês a fazer uma festinha inesquecível para a Antônia, ok?”
“Eu ia contratar um buffet, mas acho que ela gostaria mais de algo que todos fizéssemos juntos.” Concordou Majo, animada.
“Com licença, meninos... Chegou um convidado meio atrasado.” Clara apareceu com Bernardo, provocando um sorriso em Valéria.
“Oi, amor.”
“Oi, linda.” Ele se aproximou, dando um selinho nela.
“Hum, então estamos assumidos? Que amor.” Zombou Paulo, recebendo um beliscão.
“Só conseguiu sair agora do trabalho, Bernardo?” Perguntou Marcelina enquanto ele a cumprimentava.
“O Palmeiras e o Corinthians estavam brigando por aquele menino novo, que acabou de sair do sub17 do São Paulo. Por fim quem conseguiu manter o passe do moleque foi o tricolor mesmo, mas eu estava de prontidão para a notícia sair em primeira mão.” Ele explicou, cumprimentando os demais presentes. “O Rafa se comportou, Val?”
“Como um anjinho, não deu trabalho nenhum.” Garantiu a mulher, sentando e o puxando para ficar ao seu lado. “Ele tentou te esperar, mas brincou tanto que acabou capotando.”
“Desconfio que ganhamos mais um sobrinho.” Daniel disse baixinho.
“Já perdi a conta de quantos temos, cara. Natal vai ser prejuízo.” Brincou Mário, fazendo o outro rir.
“Na verdade eu queria falar com vocês sobre uma ideia que eu tive!” Avisou Bernardo, atraindo a atenção dos presentes. “Bom, o prazo para conseguir o dinheiro está quase acabando, temos pouco mais de duas semanas, não é?”
“Cara, não pilha a gente, por favor.” Pediu Davi, ansioso.
“Não é pilhar, é dar uma ideia.” O jornalista explicou, sorrindo. “Quando vocês cantaram a música do Carrossel, aqui na casa dos pais da Majo, eu fiquei pensando na época em que vocês tinham a banda. Eu vi os clipes de vocês quando era mais novo, minha mulher adorava vocês. E ainda tem muita gente que gosta de vocês e queria ver mais uma apresentação.”
“E como você sabe disso?” Indagou Margarida.
“Entrei no Youtube e fui ver os vídeos de vocês, não só os oficiais como os repostados. E tem muito ibope ainda, sério. Muitos comentários recentes. Então eu pedi para um amigo blogueiro jogar na página dele, e deu muita audiência!” Bernardo estava animado. “Podemos preparar um show para daqui duas semanas, mais ou menos como foi o desfile. Eu acho que já tem quase todo o dinheiro que precisava, e isso vai ser o bastante para cobrir o restante a tempo.”
“Pior é que é uma boa ideia.” Comentou Jaime, espantado. “E cantar não é exatamente um esforço, sabe?”
“Sua ideia é sensacional, Benny, de verdade.” Maria Joaquina pulava no lugar.
“Gente, cantar as mesmas músicas depois de vinte anos?” Riu Alicia.
“Não as mesmas, Ali. Claro, acho importante usar as músicas chaves, tipo a do Pana Pana ou a Zero a Dez. Mas vocês podem fazer alguns duetos também, né? Todo mundo shippa vocês, a Valéria estava falando outro dia. Suspeito que pirariam ao ver você e o Paulo cantando juntos.” Explicou o homem.
“Daqui a duas semanas eu já vou estar inchada que nem um balão, vou rolar pelo palco.” Resmungou a mulher.
“O que ela quer dizer é que nós dois topamos o lance, se todo mundo topar também.” Explicou Paulo, aos risos.
Não é nem preciso dizer que a concordância foi unânime, e que o resto da noite se estendeu em decidir a playlist. Aquele seria um show inesquecível.
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