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História 4 Weeks of Pleasure - Sou Eleanor Baxter. - História escrita por jpreponschilling - Spirit Fanfics e Histórias
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História 4 Weeks of Pleasure - Sou Eleanor Baxter.


Escrita por: jpreponschilling

Capítulo 20 - Sou Eleanor Baxter.


Por Piper

– Acho que a gente precisa conversar sobre algumas coisas. – Vause encheu meu copo de suco e ajustou a gola da camisa branca de botões enquanto se sentava.

– O que foi? – Coloquei o copo na boca. A brisa fresca da manhã entrava pela janela e depois de um feriado maravilhoso, eu estava bastante disposta. O problema agora seria me manter ocupada, já que a casa estava arrumada e eu não consigo ficar muito tempo sem fazer nada.

– Não sei se você notou – seu sorriso era um misto de constrangimento e graça –, mas a gente não tem sido muito cuidadosa.

Eu sabia exatamente o que ela queria dizer.

– Como assim?

– Quis dizer… em relação à proteção.

– Quer que eu ligue para alguma empresa de segurança colocar um alarme na casa?

Esse comentário foi um pouco demais e Vause abriu a boca desconfiada de que eu já tinha entendido a sua intenção.

– Piper. Você sabe do que eu estou falando. – Seu sorriso de canto não enganava que estava segurando uma risada.

– A gente já transou zilhares de vezes e só agora você lembra que não ter usado camisinha pode ter sido um problema?

– Eu culpo você – sorriu, safada, se escondendo atrás da xícara de café. – O corpo, os gemidos, a provocação… Eu esqueço de tudo.

– Esquece com frequência?

Alex largou a xícara e aproximou seu rosto do meu fingindo seriedade.

– Nunca transei com ninguém sem camisinha. Nunca. Mas com você, eu só… Me distraí. – Fechou os olhos como se estivesse revivendo uma memória deliciosa, e eu dei um tapa em seu braço.

– Vai se atrasar boba.

– Eu só estava brincando com você! – Eu sei. Vause passou a língua nos lábios como se quisesse desistir da audiência e me foder ali, em cima da mesa. – Mas não se preocupe. Então, pode ficar tranquila. Sou eu quem tenho que me preocupar com suas doenças – ri.

– Eu sou limpinha. Você que é safada. – Deu um beijo no topo da minha cabeça quando se levantou.

– Isso é meio delicado. Principalmente porque a gente pulou de cabeça nisso, mas é uma coisa séria, Vause. – Mudei o tom – Tem algo com que eu precise me preocupar?

– Não. Nenhuma doença. – Piscou um olho para mim. – Tomo muito cuidado com minha saúde.

– Ótimo. Eu também não tenho nada. – falei antes que ela perguntasse. – Tenho um cuidado obsessivo com essas coisas. Faço exames anuais. De tudo.

– Tudo bem – ela sorriu, pegando meus braços quando eu levantei com meu prato. – A gente pode continuar, então? Sem camisinhas? - riu. Sem preocupações?

– Acho que é meio tarde para dizer não. – O beijo que eu dei em seus lábios era para ter sido rápido, mas ela me segurou pelos cabelos e não me soltou.

– Adoro ter você aqui – confessou com um sussurro quando nossas línguas se soltaram.

– Na sua casa? – Nossos narizes se tocavam e a proximidade com Vause estava tirando o oxigênio do ambiente inteiro mais uma vez. Agora era eu quem queria que ela desistisse da audiência e me fodesse em cima daquela mesa.

– Não – riu. – Aqui – explicou, sugestiva, apertando os braços ao meu redor.

– Bem… Eu não vou a lugar algum. Pelo menos, não pelas próximas semanas.

Seu sorriso largo ficou tímido e retraído.

– Você disse “Conversar sobre algumas coisas” – lembrei.

– Sim! – Bateu a mão na testa. – Como você está?

– Muito bem, obrigada. – Não entendi.

– Piper – revirou os olhos –, seu pé e seu braço? Não temos sido exatamente cuidadosas com eles e você foi para a festa de salto… 

– Não se preocupe – ri. – Eu sou tipo o Wolverine. Preciso de pouco tempo para me recuperar.

Ela riu da minha referência e perguntou se eu tinha certeza. Tive que levantar a camisa para mostrar que os hematomas tinham sumido. Ela tocou minha pele, gananciosa, e me beijou mais três vezes antes de sair.

(...)

Estava regando as plantas enquanto Max dormia na sombra quando vi Red e Nicky caminhando pela calçada.

– Bom dia, vizinha – Nicky cumprimentou.

– Oi, Nicky. Bom dia, Red.

– Olá, olá – respondeu sorridente. Andava se apoiando no braço de Nicky.

– Exercício matinal? – perguntei.

– Estou me preparando para uma meia maratona. Uns seis meses disso e eu conseguirei correr.

Tive que rir. Seu bom humor diante de sua situação era invejável. Queria saber como sua saúde andava, mas eu me recusava terminantemente a trazer a conversa para assuntos tristes.

– Parece que ela está se apoiando em mim. – Nicky mostrou o braço. – Mas é o contrário.

Eu conseguia ver algo de Vause naquela garota. Era sua gentileza inesgotável.

– Vocês duas não trabalham, não? – Eu estava me repetindo nesse assunto, apenas porque aquilo me incomodava profundamente. Todas as pessoas daquela vizinhança pareciam viver de luz.

– Aposentada– Red afirmou apontando para si mesma. – Não sirvo mais para nada a não ser fazer biscoitos.

– Mas são biscoitos muito bons – elogiei.

– Eu trabalho em casa. – Nicky ainda estava rindo do comentário dos biscoitos. – Trabalho com desenvolvimento de softwares.

– Isso parece muito complicado.

– Escuto isso com frequência. Mas não é… Sabe aqueles programas que você tem no celular ou no tablet? Jogos e aplicativos? – perguntou. Confirmei com um gesto – Pronto. Eu desenvolvo aquelas coisas e coloco para vender on-line. Tenho uma pequena empresa, mas como tudo é feito pela internet, todo mundo trabalha em casa e a gente se reúne de vez em quando se tiver alguma decisão mais específica que não possa ser tomada por conferência virtual.

– Algum aplicativo que eu conheça?

– Não sei – riu. – A gente trabalha com alguns aplicativos para profissionais. Temos um compêndio com todas as leis de vários países, talvez esse você conheça. Tem ferramentas de busca, de marcação, permite que você faça anotações.

– Eu tenho um desses no meu celular! E foi bem barato.

– Olha aí. Talvez seja o meu.

– Que incrível, Nicky! Nunca conheci alguém que fizesse isso. Achei que esses aplicativos eram feitos por… Duendes escravizados, por meio de magia ou algo assim.

Ela riu.

– Eu tenho outros mais bobos. Mas esses profissionais são o carro-chefe da empresa. É o que dá dinheiro. Mas faço algumas outras coisas para brincar.

– Tipo o quê? – Desliguei a mangueira quando notei que já estava afogando as plantas.

– Uns jogos, um sensor de movimento que pode ser vinculado a outros aplicativos e um gravador com comando de voz. São meus atuais projetos à parte da empresa. O gravador é o único que realmente está dando dor de cabeça.

– Por quê?

– Fazer a gravação ser ativada por um comando de voz é fácil. É só dizer a palavra e ele começa a gravar. O problema é parar. Porque quando você quer fazer gravações longas e com muitas interrupções, como em uma entrevista, por exemplo, a gravação sempre fica cheia de comandos para parar, sabe? Queria conseguir fazer com que ele ignorasse a palavra de comando. Não gravasse a palavra final. Mas se você escolhe uma palavra, ela seria ignorada sempre. Isso seria um problema se ela fosse dita no meio do diálogo. E ainda tem o problema do aprimoramento do reconhecimento de voz… Enfim… 

Não tinha entendido completamente, mas algo me dizia que quanto mais ela tentasse me explicar, menos eu iria entender. Achei melhor deixar para lá.

– Se precisar de alguém para ajudar quando tiver uma versão experimental, é só avisar.

– Ah, obrigada.

– E você, Piper? – Red quis saber. – Nenhum trabalho hoje?

– Não. Estou de férias. Mas estou seriamente considerando voltar ao trabalho mais cedo. Essa coisa de descanso não funciona muito bem comigo.

– Seu namorada é advogada também?

Não corrigi. Nós estávamos transando. Eu estava apaixonada por ela e tinha dito isso. Ela estava apaixonada por mim e tinha dito isso. Não importava se a palavra ainda me incomodasse: para todos os efeitos, eu e Alex estávamos namorando.

– É.

– Tem que se controlar para não avançar no trabalho dela, então, hein? – Nicky brincou.

– Nem me fale. Metade do tempo eu acho que ela não está fazendo as coisas do jeito que… A audiência!

A audiência de hoje era a do caso que a testemunha estava mentindo!

Eu sabia que ela estava mentindo e podia provar. Mas será que Vause tinha descoberto o que era?

– Piper? Está tudo bem?

– Está. Quer dizer, não! Acabei de lembrar de uma coisa e preciso ir.

Dei um tchau apressado para os dois e puxei Max para dentro de casa.

(...)

– Sinto muito, senhora. Mas não posso dar esse tipo de informação.

Eu queria matar aquela secretária a machadadas.

– É um caso de vida ou morte – exclamei para o celular.

– Não tenho autorização para isso, senhora – continuou, do outro lado da linha. – Se preferir falar com… 

– Você pode garantir que não vai me deixar esperando na linha por quinze minutos como da última vez?

– Os advogados podem estar ocupados, senhora. Não posso prometer que eles vão atender imediatamente. A não ser que seja urgente.

– Mas é urgente, minha filha! Que parte de é urgente você está tendo dificuldades para entender?

– Se a senhora não mantiver a educação, eu não sou obrigada a escutar.

Malditas secretárias de escritório jurídico que sentem cheiro de processo plausível. Não podia gritar com ela.

– Tudo bem. Mas é urgente.

– Certo. Se a senhora me disser qual é a urgência eu repasso a informação para… – Devon Hill! Transfira a ligação para Devon Hill, ou para Leah… – Eu tinha ouvido o sobrenome dela? – Leah… Leah Alguma Coisa.

– Eles não estão no escritório no momento. Mas a senhora pode deixar um recado, se quiser.

Esfreguei os dedos nos olhos. Se Vause perdesse essa causa imperdível por minha culpa, eu nunca iria me perdoar.

Quem mais eu conhecia naquele inferno de escritório?

– Soraia! – Lembrei com um estalo – Você tem uma estagiária chamada Soraia trabalhando aí, não tem?

– Temos… 

– Pronto! Quero falar com ela.

Alguns segundos depois, uma voz feminina e cansada atendeu ao telefone com um alô murcho e irritado. Ela devia estar soterrada por milhões de afazeres, e atender uma ligação devia estar lá embaixo na sua lista de prioridades.

– Soraia! Você não se lembra de mim. Meu nome é Piper Chapman, Piper e eu salvei sua vida e a dos outros dois estagiários no assunto da companhia elétrica.

Ouvi sua respiração do outro lado da linha.

– A amiga da dra. Vause?

– Exatamente! Liguei porque preciso que você retribua o favor. Vause esqueceu uma coisa muito importante que pode fazer com que ela perca uma causa. Preciso que você verifique para mim. O cliente se chama Amberg, a audiência é hoje. Preciso que você me diga qual é a vara e qual o horário. E rápido!

(...)

Abri a porta de casa e Shelbi quase caiu por cima de mim.

– Shelbi! Oi! Olha, eu estou muito atrasada.

A empurrei com o corpo e tranquei a porta da frente. Tinha exatamente meia hora para chegar ao centro da cidade. Só o trajeto, sem trânsito, ia levar mais tempo do que isso.

– Você estava certa. – Tinha algo na sua voz que me fez virar e observá-la com mais atenção. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, algumas lágrimas ainda escapavam pelo canto dos olhos enquanto ela falava.

– Shelbi! O que houve?

– Eric… Eric, Piper… Vocês estavam certas.

Ai, não. Agora não.

– Olha, eu preciso sair agora. Mas eu volto mais tarde e a gente conversa, está bem?

– Eu vou jogar as coisas dele fora! – disse chorando. – Vou jogar tudo pela janela e mudar a fechadura! Quero ele longe de mim! – Faltava convicção em sua voz, e eu podia sentir que ela estava louca para perdoá-lo. Mas, se ela tinha vindo até mim para que eu a convencesse a fazer as pazes com ele, tinha escolhido a confidente errada. Mas tinha que ser feito direito.

– Não! Você não vai fazer isso agora.

– Vou sim! – Ela inflou o peito. Aparentemente, ter alguém para impedi-la lhe deu mais convicção.

Achou que poderia xingá-lo até tirar tudo de seu peito magoado e que eu a convenceria a perdoá-lo e a ficar casada. E quando finalmente terminasse de gritar, estaria pronta para morrer ao lado de seu marido traidor. Só que não era isso que eu pretendia dizer.

– Vai fazer mesmo. Só não vai fazer agora. Não antes de eu dar uma boa olhada no contrato de casamento de vocês, me ouviu?

Seus olhos se arregalaram brilhando. Ela queria jogar as coisas dele pela janela e humilhá-lo. Mas ele pediria desculpas e ela o perdoaria. Seu plano ia até aí. A mera indicação de que um divórcio se seguiria fez suas pernas tremerem perceptivelmente.

Ela ia fazer besteira.

Se eu a deixasse ali, sozinha, ia fazer alguma besteira enorme e irreparável.

– Vem cá. – Puxei-a pelo braço através do gramado de Lorna e toquei a campainha compulsivamente.

– Piper! – Ela usava um avental todo sujo de tinta por cima das conhecidas roupas escuras. O cabelo estava amarrado em um cuidadoso nó e eu percebi imediatamente que ela deveria estar dedicando um tratamento de verdade ao cabelo novo.

– Preciso que você olhe a Shelbi e preciso pegar seu carro emprestado.

– Você precisa de muitas coisas. – Reclamou – E eu estou ocupada.

– Ah, é? – puxei Shelbi chorosa para o seu campo de visão.

– O que foi que houve?

– Alguma epifania maluca. Ela quer se livrar do Eric.

– Oh, Shelbi! – Lorna a abraçou.

– Não é hora de abraços. – Eu as separei e depois segurei Lorna pelos ombros. – Ela não pode fazer nenhuma besteira antes de eu dar uma olhada no contrato de casamento, você entende?

– Entendo.

– Precisa ficar de olho nela até eu voltar.

– Tudo bem, sem problemas.

– E preciso do seu carro. É urgente. É sobre uma causa de Vause. A audiência é agora e eu preciso chegar lá.

– Você é nova na cidade. Vai ser mais rápido se eu te levar.

Estava certa.

Shelbi estava fungando ao meu lado como se fizesse parte de uma realidade alternativa e eu suspirei.

– Posso levá-la para o Clube dos Biscoitos! – Lorna sugeriu animada. Ah merda, aquilo tinha virado um nome? – Nicky e Red ficam de olho nela até eu voltar. Ou você precisa que eu fique te esperando lá?

– Não! Eu volto de táxi, de ônibus, de mula, qualquer coisa… Só preciso chegar lá!

– Então, vamos!

(...)

Por Alex

Desejei bom dia para as pessoas na sala e sentei na cadeira ao lado de Leah.

– Bom dia, Alex.

– Bom dia – sorri educada. – Sra. Amberg – cumprimentei. Ela estava sentada em uma cadeira de rodas. Ia ficar ali pelo resto da vida. Seu filho mais velho estava sentado em um banco logo atrás, esperando. A expressão dos dois era de uma derrota ainda não completamente assumida. – Primeiro, o juiz vai ouvir as testemunhas – expliquei ao seu ouvido. – Ele vai fazer algumas perguntas. Depois será a vez dos advogados dele e depois somos nós.

– Ele está mentindo, dra. Vause. Não aconteceu daquele jeito.

– Vamos tentar deixar isso claro, está bem?

Ela concordou com um gesto exausto.

Eu devia ter perguntado a Piper.

Mas eu sabia a resposta: ela tinha inventado aquilo para me provocar. Toda aquela história de ter visto algo no processo que provava a mentira de Harris… Não havia nada ali. O processo foi esmiuçado por uma equipe inteira. E depois de novo. Nem eu, nem ninguém mais tinha conseguido encontrar nada ali. A história do homem fazia perfeito sentido e eu não precisava ouvir Piper dizer que tinha mentido para mim. Não quando estávamos indo tão bem.

– Senhores? Vamos começar, então? – O juiz folheou o processo.

Sybill Amberg era uma funcionária da construtora Hammil. Seu cargo era secretária. Ela deveria passar o dia em uma pequena sala cuidando de papéis. Mas, por algum motivo, tinha sofrido um acidente em campo, regulando um aparelho sem as instruções necessárias.

A construtora alegava que o técnico estava com ela, a defesa, que o técnico estava operando a máquina e que Sybill se machucou por culpa própria.

O que Sybill alegava, e nós sabíamos ser verdade, era que, após uma longa onda de demissões, a Hammil estava usando os funcionários de todos os modos errados, e Sybill tinha sido instruída a regular equipamentos, mesmo sem conhecimento, e obedeceu por medo de ser demitida.

Foi a imprudência da construtora que fez com que a jovem sra. Amberg se envolvesse no terrível acidente. Ela ficou caída por horas, sozinha, até o técnico finalmente chegar e ouvir seus gritos fracos e roucos.

Mas não era isso que a testemunha dizia.

– O Sr. estava presente no momento do acidente? – o juiz quis saber.

– Estava.

– Mas se ausentou. Por quê?

– Precisei ir buscar ajuda. Mas era no meio da semana e não há nada perto da construção a não ser uma livraria. Corri até lá. Precisava de uma toalha ou de um pano para ajudar a estancar o sangramento. E de um telefone.

– Estava sem celular?

– Não tinha sinal.

– Não havia telefone no local da construção?

– Não. As obras ainda não começaram. Eram só testes preliminares. Coisa que qualquer pessoa pode fazer. A senhora Amberg me acompanhou para anotar os resultados, ela estava tirando algumas fotos quando se distraiu e andou para o lugar errado.

– Mentiroso! – Amberg falou sofrivelmente.

– Sra. Amberg, por favor – instruí. – Não vai acontecer de novo, excelência.

A nossa argumentação girava em torno da negligência da empresa. Estávamos alegando que eles poderiam tomar medidas de segurança maiores, que deveriam ter mais pessoas presentes no local se os testes tinham algum risco em potencial. Mas a diferença entre a falta de cuidado para proteger a sra. Amberg e eles terem de fato colocado a funcionária sem as qualificações necessárias em um ambiente perigoso era de alguns milhões na indenização. Em vez dos poucos milhares que ela acabaria recebendo.

Os advogados da construtora solidificaram ainda mais o fato de que a empresa tinha feito o possível para proteger os funcionários e que a culpa tinha sido exclusiva da vítima.

– Vamos passar a palavra agora para os advogados da sra. Amberg – o juiz indicou.

Leah organizou a listagem de perguntas e me passou.

– Bom dia, sra. Vause.

– Bom dia.

– Primeiro, queremos tirar algumas dúvidas sobre o padrão de segurança da… A porta se abriu atrás de nós e todos os olhos da sala se levantaram para Piper.

Piper?

Mas o que diabos… 

– Peço desculpas pelo atraso.

Ela usava uma saia cinza justa que ia até os joelhos e uma blusa branca de seda com mangas compridas. Os primeiros três botões estavam abertos e o decote exibia o alto dos seus seios. O cabelo estava preso em um elegante rabo de cavalo. A maquiagem era discreta e usava um delicado par de brilhantes nas orelhas. O conjunto como um todo era o que fazia as mulheres do escritório chamá-la de vadia e se morderem de inveja.

Tê-la de short curto na minha casa era espetacular o suficiente. Mas essa imagem da Piper no auge do poder, a advogada cruel que tinha me irritado todos os dias pelos últimos anos da minha vida, me deu vontade de pedir que ela me esperasse em casa vestida exatamente daquele jeito. Para eu arrancar aquela saia com os dentes.

– E quem é você? – o juiz perguntou com pouca severidade na voz. Não pude deixar de imaginar que uma parte dele também estava babando por aquela deliciosa mulher que tinha acabado de entrar.

Leah tinha o queixo no chão e encarava Piper como se quisesse matá-la com o olhar.

– Sou uma das advogadas da Sra. Amberg. Sou a encarregada da sua causa. Pedi para que uns colegas a acompanhassem porque poderia me atrasar.

Eu foquei meus olhos nos seus, em desespero. Piper, o que você está fazendo?

Mas havia uma segurança no seu andar que empurrava minhas dúvidas para bem longe. Deixe ela fazer o que sabe, Alex.

– Obrigada, meu bem, mas já cheguei. – Ela puxou a cadeira de Leah e indicou que ela se levantasse. Leah olhou para mim como se esperasse que eu fizesse alguma coisa. Mas fazer o quê?

– Não gosto que as pessoas se atrasem para minhas audiências, doutora… 

– Chapman. – Ela observou o juiz com um sorriso. – E eu me atrasei porque estava preparando algumas provas que o senhor vai achar muito interessantes. Quando eu terminar de falar, garanto que vai ter valido a pena esperar.

– Ainda assim. Vou deixar os outros advogados… 

– E você não precisa me agradecer agora. – Ela estava mandando o juiz calar a boca? Ai meu deus… Enfiei a testa na mão e rezei para acordar e descobrir que aquilo era algum tipo de pesadelo insano. – Pode me agradecer depois.

Acho que ela deu um beliscão no ombro de Leah, porque minha nova colega se levantou e foi se sentar ao lado do filho de Sybill.

Por favor, Piper, me diz que você sabe o que está fazendo.

– Sr. Harris. – Ela empurrou os papéis de Leah para longe – Esse é o seu nome?

– Ahmm… Sim, sou.

O babaca estava encarando o decote de Piper. Eu fiquei me perguntando se seria uma de suas estratégias para distrair as testemunhas.

– Sou Piper Chapman. A construtora já encerrou suas perguntas?

– Já. – O juiz suspirou e jogou as costas contra a larga cadeira. Tinha desistido de discutir com ela. É… Eu conhecia bem aquela sensação.

– Ótimo. Tenho algumas perguntas, então, sr. Harris. Se não se incomoda.

– Claro – ele sorriu um pouco demais. Calma aí, idiota.

– O senhor trabalha para a construtora Hammil como técnico de testes, estou certa?

– Sim.

– E foi conduzir os testes que levaram ao acidente de Sybill Amberg no dia 25 de maio deste ano?

– Fui.

– Pessoalmente?

– Pessoalmente.

– O senhor estava lá, fisicamente presente, no momento em que o teste foi realizado. Viu a senhora Amberg sofrer o acidente no exato segundo em que ele aconteceu e depois saiu para buscar ajuda?

– Exatamente.

– E demorou algumas horas para voltar?

– Já expliquei antes de a senhora chegar – começou, sorrindo.

– Explique de novo. – Tinha algo feroz em sua voz que fez a testemunha engolir a seco. Nem mesmo o juiz ousou questioná-la.

– O local da construção ainda não estava preparado. A estrutura não estava pronta. O celular não tinha sinal. E a única coisa que havia por perto era uma livraria. Tive que correr pelo estacionamento e procurar um telefone.

– E isso levou duas horas?

– Tentei procurar um pano ou uma toalha antes. Sei que foi estúpido, mas ela estava sangrando e eu nunca tinha presenciado algo daquele jeito. Não conseguia parar de pensar em estancar o sangramento e não notei o tempo passando.

– E por que não pedir ajuda? – A livraria estava vazia como se fosse o dia depois do apocalipse. Fica longe da cidade e era um dia de semana… Não havia muitos funcionários ou clientes.

– E a toalha? O senhor achou?

– Não. Liguei para a emergência e voltei. Foi só aí que me ocorreu tirar minha camisa. Como eu disse: estava muito nervoso. Não consegui pensar rápido o suficiente. Piper estava sorrindo. Algo no seu sorriso me tranquilizou. Era lindo vê-la em ação. Ela dominava o ambiente inteiro como se pudesse prever o futuro e soubesse que era só uma questão de tempo até tudo se concretizar exatamente do jeito que tinha previsto.

– A livraria que fica ao lado da construção é uma Hillbrooke, não é?

– Sim.

– E não é uma Hillbrooke qualquer. É uma das maiores da cidade. Estou certa?

– Acho que sim.

– Excelência, pela ordem – pediu Marden, o advogado da construtora –, qual a relevância disso?

– Vou dizer agora mesmo – Piper respondeu pelo juiz e eu imaginei que, se fosse biologicamente possível, Marden estaria soltando fumaça pelo nariz. – Os eventos se passaram no dia 25 de maio.

Ela respondeu com simplicidade e eu vi o seu lindo corpo se recostar elegantemente contra a cadeira como se tudo estivesse resolvido.

– Desculpe, mas… – O advogado estava rindo – O que tem isso?

– Ah, o senhor não sabe? – Ela passou a língua nos lábios, já estava saboreando uma vitória que só ela sabia ter conquistado. – O dia 25 de maio é o Dia do Orgulho Nerd. Há eventos em vários lugares, principalmente em livrarias, para comemorar o dia do lançamento de um dos filmes de Guerra nas estrelas e para homenagear o escritor Douglas Adams no aniversário da sua morte. A livraria Hillbrooke teve um evento nesse dia. No horário do acidente, do outro lado do estacionamento, havia uma livraria apinhada de gente. Então, o senhor vê, não haveria como não encontrar alguém para ajudar. Minha nossa… – Mas eu demorei para chegar lá. Estava procurando uma toalha… Levantando-se, Piper passou algumas fotos impressas para o juiz e para a outra parte.

– São fotos do evento. Havia pessoas por todo o estacionamento. E vê o que quase todas as pessoas têm nas mãos?

– São toalhas? – o juiz perguntou.

Piper estava rindo.

– Douglas Adams escreveu uma série de livros chamada O guia do mochileiro das galáxias. É uma comédia com uma suave crítica social. Mas o fato é que ele narra o que uma pessoa precisa para viajar pelas galáxias, e a toalha é o item mais importante. Em uma referência ao livro, algumas pessoas saem de casa com toalhas nesse dia, em homenagem ao escritor. Por isso 25 de Maio, o Dia do Orgulho Nerd, também é conhecido como O Dia da Toalha. Agora, sr. Harris, sei que o senhor já explicou isso antes da minha chegada e mais uma vez logo depois, mas será que o senhor poderia explicar mais uma vez como estava presente no momento do acidente, se ausentou para procurar uma toalha e uma pessoa para ajudar e voltou, algumas horas depois, sem nenhum dos dois, mesmo estando do lado de um evento cheio de pessoas e toalhas?

O homem ia precisar ser entubado para voltar a respirar.

– Isso é algum tipo de piada? – O juiz se virou para o advogado da construtora com fúria nos olhos – Você acha que o tribunal é um circo e que você pode trazer macacos treinados para mentir na minha frente?

– Excelência, claramente há alguma engano… Não é uma piada, eu… – Não, não é piada. – A diversão sumiu da voz de Piper e agora ela estava séria como o diabo. – É perjúrio. E nós vamos passar a acusação pelos meios devidos. A lei não é uma brincadeira que você pode manipular, caro advogado. Deveria ter pensado melhor antes de tentar nos fazer de palhaços.

– Essa audiência está encerrada – o juiz decidiu. – Vocês serão todos comunicados da minha sentença.

Ele se levantou para sair.

– Excelência, por favor… Marden se levantou com ele e eu notei que Harris estava branco como uma folha de papel.

– O que isso significa? – Amberg se virou para Piper. Não para mim ou para Leah… Para Piper.

– Vamos ter que esperar a sentença, mas acho que vai ser uma vitória de alguns milhões.

Sybill a puxou em um abraço estranho e eu a vi sorrir. Aquele sorriso lindo que fazia meu mundo inteiro derreter.

– Vause. Acho que podemos renegociar os termos do acordo como vocês sugeriram inicialmente. 

- Exatamente nos termos de vocês e resolvemos isso de uma vez – Marden agora dizia para mim.

– Meu bem – Piper se enfiou entre nós e, com seus saltos altos, ficava maior do que o miúdo Marden –, acho que você não está entendendo a gravidade da situação. – Cruzou os braços na frente do corpo de um jeito que fez seus seios saltarem. – Vamos fazer uma denúncia sobre o seu comportamento para o Conselho da Ordem. Eu vou querer os milhões da sua empresa, cada centavo, conforme o pedido da sra. Amberg e vou querer sua licença profissional. Enquanto eu viver, vai ser minha missão de vida fazer com que um traste mentiroso como você nunca mais exerça advocacia na vida. Não haverá qualquer acordo. Não para esse processo. Se fosse você, começaria a pensar em qual acordo o seu cliente vai querer fazer quando abrirmos mais um processo contra ele. Dessa vez por danos morais.

Eu queria jogar ela em cima da mesa da sala de audiência, rasgar a blusa e chupar aqueles peitos perfeitos.

Estava sentindo um tesão louco vendo ela ali, a centímetros de distância do meu corpo, sendo a Piper megera. Era muito delicioso de assistir. Principalmente quando ela estava no meu time e quando eu sabia que podia levantar aquela saia cinza e fodê-la quando chegasse em casa.

Marden engoliu a seco e saiu. Leah estava atrás de nós, escolhendo as próximas palavras com cuidado. Sybill e seu filho se abraçavam em comemoração e tive certeza de que Chapman era a pessoa mais incrível do universo.

(...)

Andrew Conaughy ofereceu umas doze propostas de emprego diferentes para Piper. Ela recusou cada uma com educada discrição, mas sem deixar clara uma certeza absoluta. Isso me fez sorrir como uma boba. Ela não queria fechar aquela porta definitivamente porque estava pensando em se mudar para lá. Tinha que ser. Era o único motivo.

Depois que champanhes foram estourados e Sybill abraçou Piper pela milésima vez, ela me acompanhou até meu escritório e ficamos sozinhas.

– Dia do Orgulho Nerd, hein? – provoquei.

– Vai se foder, Vause.

– Vou. Mas antes você me conta como sabia disso.

– Conhecimentos gerais são importantes, sabia?

– Se não soubesse, teria aprendido agora.

– Assim que eu vi que o caso ocorreu no dia 25 de maio e que o cara se defendeu dizendo que tinha saído para buscar uma toalha e não a encontrou, soube que tinha alguma coisa estranha.

– Você foi espetacular.

– Eu geralmente sou – sorriu debochada, e eu quis vê-la de joelhos com a cabeça na minha virilha.

– Estava com saudade de te ver assim.

– Com saudade, é?

– Estava quase esquecendo desse seu jeito autoritário.

– Acho que vou ter que te lembrar dele com mais frequência então. – Ela deu dois passos e trancou a porta da minha sala. Precisei apenas ouvir o clique da trava para sentir minha vagina dentro da calça.

– O que você está aprontando?

– Cala a boca. Eu disse que você podia falar?

Ah, sim. Por favor. Faz isso. Minha boceta gostou da brincadeira mais do que eu e já estava toda molhada contra o tecido.

Sua boca tomou conta da minha em um beijo louco, apenas para me soltar muito rápido. Eu queria mais. Queria aquela saliva deliciosa na minha língua.

Piper me puxou pela blusa e me jogou contra a cadeira. Caí sentada e a assisti passar as mãos pelas próprias coxas. Inclinei meu corpo para frente para tocá-la.

– Também não disse que podia me tocar. – Ela se afastou e eu me recostei na poltrona, vendo suas mãos passeando delicadas e fogosas pelo meio de suas pernas. Ela encontrou algum ponto sensível e estava se acariciando. Enfiou os dedos lá dentro e eu quis que ela parasse com a brincadeira para poder colocar os meus próprios lá dentro também. Tirou os dois dedos úmidos e os colocou sobre os meus lábios. Abri a boca e suguei sentindo seu gosto. Ela tirou os dedos da minha boca e levou para sua. Lambeu com um cuidado sensual e minha vagina latejou como um tambor.

Suas mãos abriram os botões e baixaram o zíper da minha calça e minha vagina estava gritando por ela. A ajudei a descer a calça enquanto se ajoelhava. Piper me lambeu e sugou levemente o meu clitóris. Eu ia começar a gemer quando ela se levantou, tirando a calcinha. Era a porra de uma calcinha de renda preta que eu peguei e esfreguei contra o nariz, sentindo seu cheiro. Tudo daquela mulher me excitava.

Tudo.

Piper levantou a saia cinza e abriu as pernas em cima de mim. Coloquei uma mão na sua cintura e a outra na sua intimidade enquanto ela descia seu corpo nos meus dedos. Ela se moveu de maneira devagar e suculenta, mordendo os dedos enfiados na boca para sufocar um gemido. Meus dedos escorregavam dentro dela sentindo sua maciez e seu calor.

Apoiou as mãos nos meus ombros e aumentou a velocidade.

– Merda, Al... – ela sussurrava com tesão. – Eu não aguento mais passar um dia sem esses teus dedos.

O desejo que saía da sua boca conseguia me deixar com ainda mais vontade de entrar nela. Se é que isso era possível.

– E eu não consigo mais olhar para você sem pensar em sexo. – Minhas palavras saíam ofegantes e mornas de desejo. – Na hora em que você entrou naquela sala de audiência eu só pensava em arrancar tua roupa e te comer ali mesmo, na frente do juiz.

Ela começou a rebolar e eu fui ao paraíso. Ela enfiou sua mão entre a gente e colocou sobre meu clitóris rígido. Mantive a mão no seu quadril, sentindo seu movimento fluído, e joguei a cabeça para trás na poltrona. Meus pés estavam grudados no chão e eu me impulsionava devagar seguindo o ritmo dela, enfiando mais e mais fundo.

– Quase… Quase… – ela começou a ofegar. Seus mamilos endurecidos estavam marcando a camisa de seda e eu notei que ela não estava usando sutiã. Coloquei a boca por cima da sua blusa e mordi o discreto ponto rígido. Seu movimento ficou mais intenso e eu podia ouvir os pés da cadeira se arrastando pelo chão da sala. Um transeunte atento ouviria os barulhos óbvios e eu seria demitida.

Mas não importava. Não tinha nada no mundo que me fizesse sair de Piper naquele instante.

Segurei seu pescoço na minha mão e toquei seus cabelos. As mãos de Piper estavam segurando meus seios.

– Me morde – ela mandou e eu obedeci. Mordi seu queixo, seu pescoço, sua boca. – Isso… Isso… Al… Sua blusa de seda começava a sair de dentro da saia e minha mão encontrou um espaço livre para se enfiar lá. Encontrei seu seio nu e o mamilo excitado. Ela continuou com aquele rebolado impossível de resistir ao meu redor e eu não aguentava mais esperar. Precisava dela nua, agora.

Arranquei sua blusa e acho que vi alguns botões voando. Passei a mão entre seus seios e joguei meu quadril contra seus dedos com violência.

– Não para! Vause! Não para! – Não precisa nem pedir, meu bem, não pretendia parar. Não pretendia parar nunca.

O orgasmo iminente fez com que ela mordesse o lábio com tanta força que o fez ficar branco ao redor dos dentes. Só mais um pouco e eu poderia gozar junto com ela. Mas tinha mais uma coisa que eu queria fazer.

Piper estava com o corpo todo apoiado sobre meus ombros quando eu a segurei e olhei em seus olhos.

– Piper, eu quero te foder em cima da minha mesa.

– Vai. Faz o que você quiser. Eu sou toda tua.

Eu enfiei minhas mãos por baixo dos seus joelhos e a levantei no ar. Três passos e a coloquei em cima da minha mesa por cima dos papéis e do teclado. Nem me incomodei em jogar nada no chão. Apoiei sua bunda na borda e fiquei de pé. Voltando a estocar meus dedos com vontade.

Ela ainda estava mole, se recuperando do orgasmo, mas logo voltou com a mão para minha intimidade a gemer e a se contorcer. A visão de Piper quase nua em cima da minha mesa era uma que eu nunca mais ia conseguir esquecer. Droga… Trabalhar ali ia ser difícil.

– Eu queria ter te comido todos os dias, assim. Pelos últimos anos. Toda vez que você fizesse um comentário safado. Te jogava na minha mesa e te rasgava com meus dedos até você aprender.

– Acho que se fizesse isso eu não ia calar a boca nunca – ela respondeu. Meti com mais força.

Mais uma vez. Outra. Ouvir que ela me desejava, sobre o tesão que sentia por mim, me deixava ainda mais louca. 

– Ia te provocar de propósito só para você ter que me dar uma lição. – Seu sorriso era sacana com uma boa dose de deboche.

– Cala a boca ou eu coloco minha boceta aí para você manter essa boca ocupada.

– Achei que quem estava mandando fosse eu – riu.

– Achou errado.

Metia meus dedos com força e violência e, quanto mais ela indicava que estava gostando, mais fundo eu me enfiava.

Segurei sua cintura com força e a virei de barriga para baixo na quina da mesa.

– Vem cá que eu quero te foder de quatro. – Ela chiou alguma coisa incompreensível, mas eu estoquei de novo e ela calou a boca, a não ser pelos familiares rosnados de tesão. – Pipes, se você não empinar essa porra dessa bunda, vai apanhar.

Vi sua bunda descendo propositalmente e entendi o recado. O tapa estalou alto e ela gemeu gostoso.

– Vai, minha linda, levanta essa bunda para mim.

Ela se empurrou contra os meus dedos com força, mas não se empinou, e eu joguei minha mão aberta contra sua bunda mais uma vez.

– Fala comigo, Vause – pediu se esfregando. – Me diga o que você quer.

– Quero que você empine essa porra e implore.

Piper levantou a bunda e eu a segurei, apertando em êxtase. Seus cotovelos estavam apoiados na ponta da mesa e suas mãos deixavam marcas de suor na madeira escura. Me curvei sobre ela encostando minha intimidade no seu bumbum, beijando sua coluna, e me afastei de novo para admirar seu corpo suado, de quatro, empinado só pra mim.

Coloquei minha mão sobre sua boca para abafar seu grito quando ela gozou pela segunda vez e mordi seu ombro para que meus gemidos também não fossem tão evidentes.

(...)

Por Piper

Alex jogou minha blusa de volta depois de fechar o zíper da calça. Eu abaixei minha saia e resgatei minha calcinha.

– Estragou alguns botões… – notei assim que vesti a camisa.

– Vou estragar mais alguns quando chegar em casa – ela sussurrou com o nariz enfiado no meu cabelo.

Puxei a seda para frente tentando evitar que os buracos causados pela ausência de botões ficassem muito evidentes.

– Vou precisar de um táxi.

– Não… Eu te deixo em casa.

– Tem certeza?

– Tenho. Ia sair para almoçar de todo jeito. Quer vir comigo?

– Restaurante italiano? – ri.

– Com certeza! – ela exclamou exagerada e meu sorriso aumentou.

Era tão confortável ficar com Vause. Parecia que estávamos fazendo aquilo há anos e eu me sentia absolutamente à vontade ao seu lado.

– Obrigada pela ajuda hoje. – Sua boca tocou a minha com carinho. Gostava de como o toque de seus lábios quentes faziam meu coração derreter dentro do peito. Era… felicidade.

– Disponha.

– Tenho que confessar, achei que você estava inventando.

– Ha! Inventando? Toma vergonha, Alex.

Ela me abraçou pela cintura. Nossa… Eu amava quando ela fazia isso. Eu me sentia dela. E era uma sensação indescritivelmente boa: ficar ali, com minhas mãos apoiadas em seus ombros, seu sorriso a centímetros do meu.

– Verdade. Não devia ter duvidado.

– Não devia. – Dei um peteleco em seu nariz e recebi um beijo na bochecha.

– Mas você chegou bem a tempo de me salvar.

– Graças à Nicky!

– E quem é Nicky? – Me espremeu de um jeito ciumento.

– Mora na esquina da sua rua.

Sua boca tremeu de um jeito peculiar e eu entendi qual era seu problema.

– Não, Vause! Nicky não tem nada a ver com… nada. Nicky é uma garota.

– Ah – ela sorriu e me apertou ainda mais forte – Então eu gosto da Nicky.

– Estava regando as plantas quando ela passou caminhando e começou a falar sobre seu trabalho… – sorri, arrumando sua blusa. – Ela desenvolve aplicativos e entende dessas coisas de computador. Aí uma coisa levou a outra e ela começou a me chamar de workaholic e a dizer que eu iria avançar no seu trabalho depois de tanto tempo de férias. Só então que eu me lembrei que você tinha mencionado que a audiência era hoje.

– Bem, então devo um “obrigada” à Nicky também.

– Vou dizer a ela que você agradeceu. – Dei um selinho nela. Não havia nada no mundo mais gostoso que sua boca.

(...)

– Tchau, querida.

Respondi com um sorriso e tentei esconder o excesso de alegria que eu sentia. Já estava com um pé fora do Porsche quando ela me puxou pelo braço para mais um beijo.

– Juro que não canso disso – murmurou nos meus lábios. – Quero te beijar para sempre.

Passei os nós dos dedos pelo seu rosto apreciando o contato de cada centímetro de sua pele.

– Não faça promessas que não pode cumprir, Vause – sussurrei de volta, beijei seu rosto e desci.

– Ei! – ela baixou o vidro da janela quando passou por mim. – Pretendo cumprir. – Piscou um olho para mim antes de acelerar pela rua de volta ao trabalho.

Andei até a casa de Red. Queria resolver essa coisa toda com Shelbi de uma vez, voltar para casa, tomar um banho e colocar a lingerie mais sensual que eu tivesse.

Voltar para casa.

Eu estava realmente ficando cada vez mais à vontade.

A sala de Red estava cheia: ele, Nicky, Lorna, Shelbi e Madeleine. Até Madeleine… Toda a vizinhança desocupada reunida. Legal.

– A gente foi com ela até lá buscar o contrato de casamento que você disse que queria ver. Ela demorou um bocado para achar – Lorna reclamou, cruzando os braços na frente do corpo.

– Certo. Deixa eu dar uma olhada. – Cumprimentei o grupo rapidamente e me afastei com Lorna. – Você conseguiu conversar com ela e descobrir o que aconteceu?

– Ela só chora – deu de ombros. – Só se acalmou agora há pouco. Mas pelo que eu entendi, ela voltou do dia do salão toda pronta para seduzi-lo e ele nem notou a diferença. A Shelbi passou a noite triste e, ontem, no feriado, ele disse que tinha que trabalhar. Ela o seguiu. E aí viu… Bem… Acho que você pode imaginar.

Baixei os olhos para o contrato e o li rapidamente.

– Ela tirou fotos dele traindo ela?

– Até onde eu sei, não. Acho que a gente vai precisar perguntar.

– Shelbi? – Me aproximei com cuidado e sentei ao seu lado. Madeleine pulou para a ponta do sofá deixando que eu passasse. – Lorna me contou sobre o que você viu ontem.

Percebi que todo o Clube dos Biscoitos deveria estar tentando animá-la pelas últimas horas e provavelmente estavam conseguindo, porque quando mencionei o nome dele, seu olhar congelou e lágrimas começaram a se formar. Todos ao meu redor me encararam com ares de reprovação.

– Só preciso saber se você tem alguma prova do que viu. Tirou alguma foto?

– Não – comentou chorosa. – Só consegui correr de lá.

– A gente vai precisar de provas de que ele te traiu. Assim, quando você se divorciar, ele não terá direito a nada seu.

– Piper… Não sei se é isso que eu quero. E se tiver sido só uma vez?

– Não foi, Shelbi! Eu e Piper já falamos com você sobre isso – Lorna respondeu por mim.

– Mas o que foi que vocês viram?

Ela precisava saber de uma vez. Se fosse me dar um tapa na cara, que desse logo e acabasse com isso.

– Eu conheci o Eric sem saber que ele era seu marido, Shelbi. Ele não mencionou nenhuma vez. Eu ainda não estava com a Vause. Eric deu em cima de mim e nós transamos.

Ela abriu a boca na minha direção e não foi a única.

– Sabia que essa daí não valia nada – Madeleine achou importante mencionar.

– Cala a boca, velha chata! – Lorna correu a minha defesa, mas eu conseguia me defender sozinha.

– Não sabia que ele era casado. Mas ele não presta, Shelbi. É um fato comprovado. Se você quiser gritar comigo ou me dar um tapa… Tudo bem. Mas eu realmente não sabia.

– E chamou ele de pau pequeno quando descobriu. Bateu a porta na cara dele e disse para que sumisse. Eu estava lá e vi com meus próprios olhos! – Lorna levantou o dedo do meio para uma Madeleine que pareceu ultrajada.

Shelbi engoliu a seco e se abraçou. Estava chorando quando disse:

– Vocês têm certeza de que era ele?

– Shelbi! Pare de se enganar. Por favor – respondi.

– Piper… Não sei se quero me divorciar dele. – Ela não parecia estar com raiva de mim quando disse isso. Só havia uma emoção reconhecível em sua voz.

– Sabe, sim. Você só está com medo.

– Não precisa ficar com medo, Shel… – Lorna segurou seu braço e tentou reconfortá-la.

– É, a gente vai te dar todo o apoio. Você não vai ficar sozinha hora nenhuma – Nicky acrescentou.

– Estamos todas com você, garota. – Red deu um beijo gentil em sua testa.

– É, todos nós. – Madeleine se aproximou e eu tive que ficar impressionada.

– O que me diz, Shelbi?

– Eu não saberia nem por onde começar… – Havia um brilho diferente nos seus olhos. Ela devia ter passado o dia ouvindo discursos de incentivo dos vizinhos e agora se sentia protegida o suficiente para tentar fazer aquilo.

– Primeiro a gente precisa se certificar de que ele não vai levar nada que seja seu no divórcio.

– Como assim não levar nada dela? – Lorna quis saber.

– Acho que ela quer dizer que a Shelbi deve garantir que, quando o divórcio acabar, vai levar pelo menos metade de tudo que o Eric tem – Madeleine, a especialista em casamentos, acrescentou.

– Não, não é isso. O dinheiro da família é todo da Shelbi. Eric usa o seu dinheiro, não é?

Todos os olhos da sala se voltaram para ela, impressionados.

– Quer dizer que você nem precisa dele para sobreviver? – Lorna parecia indignada. – Então, por que diabos se submeteu a ele por tanto tempo?

– Lorna. Não seja assim – Red aconselhou.

– Estou só dizendo que… 

– Não é importante, Lorna! – Agora era Nicky quem se manifestava.

Ela tinha o dom de saber quando um assunto não precisava ser discutido.

– Calem-se todos! – ordenei. – Temos que conseguir provas de que Eric quebrou uma das cláusulas contratuais e traiu Shelbi.

– Dei dinheiro para ele começar os investimentos… – Precisava de sua atenção, mas ela estava bem longe, relembrando o começo de sua vida. – Foi por causa dos meus investimentos que ele conseguiu o trabalho que tem hoje… – Safado – resmunguei, e Shelbi me observou com olhos de reprovação. – Diga você também, chame ele de safado!

Ela abriu um sorriso discreto.

– Crápula arrogante – Madeleine sugeriu.

– Descarado desonesto – Red e Nicky entraram no clima e logo a sala inteira estava proferindo ofensas contra Eric.

– Safado – Shelbi conseguiu sussurrar finalmente. – Descarado, traidor, sem vergonha. – A cada palavra ela tomava mais força e era bonito de assistir.

Logo ela estava chorando e xingando ele de todos os nomes horríveis que conseguia pensar em alto e bom som.

– O que eu faço, Piper? – Ela se virou para mim, com o coração satisfeito e aliviado.

– A gente pega ele te traindo.

– Então, você vai ficar com ele de novo? – Lorna quis saber.

– Garota, desencana dessa ideia. Não vai acontecer.

– Mas como a gente vai pegar ele então?

– Poderíamos nos revezar – Nicky sugeriu. – Cada um segue ele por um tempo. O cara não consegue se controlar, não é? Quando ele fizer de novo… Será flagrado.

– Não gosto de depender do acaso. – Toquei minha boca com o indicador e formulei um plano rápido. – Shelbi, você teria algum problema se armássemos para cima dele?

– Não. – Senti convicção em sua voz.

– Madeleine. Você ficaria com um homem casado com a benção da esposa? – Ela me olhou descrente – Estou falando sério.

– Eric não vai dar em cima da velha.

– Greenpeace, silêncio. Sou eu quem está dando as ordens. Ficaria, Madeleine?

Ela olhou de um lado para o outro e encontrou apenas olhares de apoio e aprovação.

– Ficaria, mas como… 

– Eu me preocupo com essa parte. Eric vai aparecer te procurando em breve. Nicky!

– Sim?

– Vamos precisar preparar a casa de Madeleine. Câmeras por todos os lados. Pode organizar isso?

– Com certeza.

– Teste tudo pra ter certeza de que vai funcionar e mostre a Madeleine onde precisamos que ela fique. Não precisa ir até o fim com ele, ouviu? Só algumas fotos e vídeos de beijos e ou dele dando em cima de você e pronto. Nicky! Outra coisa… 

– O quê?

– Shelbi! – Virei para ela – Acha que consegue pegar o celular dele sem que ele perceba?

– Acho… Acho que sim… 

– Pronto. Faça isso. Nicky, você consegue burlar a senha e acessar mensagens de texto, e-mails e tudo o mais?

– Sem problemas – sorriu.

– Vamos precisar disso tudo.

– E eu? Faço o quê? – Lorna perguntou.

– Shelbi vai dizer para Eric que vai passar um tempo aqui te ajudando com um projeto de arte. Para que ela não precise voltar para casa se não quiser. Você cuida dela.

– Quando a gente começa?

– Acho que consigo fazer Eric te procurar esse fim de semana, Madeleine.

– O que você vai dizer para ele?

– Não se preocupem. Eu sou criativa.

(...)

Atravessei a rua de volta para casa me sentindo dez anos mais jovem e doze vezes mais cansada.

Era uma exaustão boa: tinha sido um dia feliz e produtivo. Essa coisa de ajudar os outros acabava sendo bem recompensadora.

A tarde já estava chegando ao fim, e a luz quebrada do crepúsculo entrava discreta pela janela.

Ouvi um barulho na sala e meu coração pulou duas batidas. Não podia ser Alex. Max estava preso no quintal de trás. Tirei meus saltos com cuidado e os soltei no canto do chão sem fazer barulho.

Coloquei um pé atrás do outro até cruzar o portal do hall para a sala. Vi a sombra de um homem alto cruzar meu caminho e joguei minhas mãos no seu braço e pescoço. Um toque contra sua jugular e ele perdeu o ar. Usei meu ombro para jogá-lo no chão e acendi a luz.

– Ai! Calma! – ele exclamou do chão, com a mão para cima.

Tinha uns quarenta anos, era negro, forte e muito alto. Senti a adrenalina latejando em minhas veias.

– Quem é você? O que diabos está fazendo aqui? – Já tinha colocado a mão no telefone da sala e meus dedos estavam prontos para ligar para a polícia quando ouvi a voz feminina:

– Ele é meu motorista.

Virei assustada.

Tinha os cabelos grisalhos presos em um coque perfeito. A saia preta escura e a alinhada blusa branca gritavam “Carolina Herrera”. Usava um colar de pérolas que deveria estar na casa das centenas de milhares. Seu perfume era discreto e seu olhar, duro.

– Sou Eleanor Baxter. E nós duas precisamos conversar.

 


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