Após os acontecimentos de algumas semanas atrás, Sakura não era a maior adepta de hospitais. Não conseguia disfarçar o nervosismo que se apoderava do físico. Sempre que adentrava aquele edifício, se relembrava que quase perdeu a vida… quase que perdeu os gémeos.
Os gémeos.
O amor que sentia pelos filhos era, de momento, o seu maior suporte emocional, para além do Uzumaki. E sua mente ainda estava ligeiramente confusa com o desenlace final. Hinata tivera descoberto a verdade, desde a traição até a gravidez da rosada. Naruto e Sakura tentaram entrar em contacto com a mesma, procurando tentar explicar todos os acontecimentos. Sabiam que nada iria diminuir a humilhação e dor que infligiram sobre a antiga Uzumaki, mas necessitavam de o fazer.
Esse era o pensamento durante os primeiros dias após o acidente. Mas a morena tivera desaparecido, por completo. Os pais da Haruno tentaram recolher informações sobre o paradeiro da mesma, mas os Hyuga se recusaram a partilhar algo. Depois de várias tentativas, pediram que os Haruno deixassem de os contactar. Sakura não ficara surpresa com a atitude da família.
Não podia negar que a culpa que sentia estava lhe consumindo e, infelizmente, estava a afetar o relacionamento com o loiro. A ansiedade estava sempre presente no quotidiano da mesma, não conseguia se concentrar durante muito tempo… era desgastante. E para piorar toda a situação, estava experienciando dores intensas, consequentes da gravidez.
- Sakura? – A voz do namorado quebrou seus pensamentos. Terminou de preencher o registo médico e sorriu suavemente quando a rececionista lhe entregou a data da próxima consulta. Entrelaçou as mãos com o loiro e saíram, em direção ao veículo.
Quando finalmente chegaram ao apartamento do Uzumaki, a rosada deixou o peso do corpo cair sobre o sofá. Naruto estava começando a desesperar. Doía ver a namorada se culpando de tudo o que estava acontecendo. Sabia que as últimas imagens que tinha da Hyuga ainda assombravam a mente dela. Tentou recorrer a várias pessoas, mas era como se Hinata tivesse desaparecido de Nova Iorque. O loiro até tivera tentado procurar por algum sinal na antiga mansão, mas fora confrontado com a venda da mesma.
Estava preocupado com Sakura e o impacto que toda aquela confusão estava tendo na gravidez dos gémeos. Apesar de ter acabado de completar 12 semanas, sua estrutura corporal se mantinha inalterada. Ninguém diria que a rosada estava carregando dois bebés dentro de si. Regressou da cozinha com uma caixa de morangos, na esperança de animar a mulher.
- Os meus pais deixaram esses para você. – Acariciou o rosto feminino. – Amor… fala comigo. – Suplicou enquanto massajava a mão delicada. Beijou o anel da mesma.
- E-Eu… - As orbes verdes ficaram inundadas rapidamente. Segundos depois, as lágrimas escorriam pelo rosto rosado. – Não é justo… eu não mereço nada. Você, os gémeos, nada… Hinata tinha razão, sou uma pessoa horrível.
- Sakura… para. Sei que não é fácil lidar com tudo isso, acredite. Mas com o tempo, vamos conseguir reconstruir nossas vidas… apenas preciso que você não desista de nós. Eu não aguento te ver assim, está me destruindo por completo. E você ouviu o médico, os gémeos estão mais pequenos do que é suposto… por favor, eu não aguento vos perder. Eu te amo demais.
- Eu te amo, você sabe isso. – Soluçou alto. – Mas é demasiado. Apenas me dá um tempo. – Murmurou enquanto colou suas testas.
- Eu vou estar sempre aqui. - Beijou os lábios da rosada. As lágrimas salgavam o gosto da mesma. O roçar entre as línguas aumentava o desejo deles dois. Não saciam seus prazeres desde o acidente e a saudade que sentia de Sakura estava lhe fazendo perder o controle, especialmente quando as mãos da namorada massajavam seus cabelos. Quebrou a conexão entre ambos, delicadamente.
- Por favor. – As orbes verdes lhe fitavam intensamente. – Preciso de você.
- Tem a certeza? – O loiro falou e a Haruno assentiu. Puxou o rosto da amada com as mãos, juntando seus lábios novamente. O beijo era violento, intenso e necessitado. A última vez que ficaram tanto tempo longe do amor do parceiro fora quando Sakura terminou o relacionamento deles. Dessa vez, era consequência de um processo de recuperação, requerido por ambos.
Atrapalhadamente, o loiro ergueu Sakura pela cintura da mesma, a carregando até o quarto dele. Assim que colocou a mulher no chão, retirou sua camiseta preta. A rosada abriu o zíper da saia curta, revelando a calcinha preta. Caminharam até a cama. Seus olhos se encontraram e Sakura fora invadida por todos os sentimentos que nutria pelo loiro. Não podia negar que estava sofrendo, mas Naruto estava a seu lado, lhe dando toda a privacidade e tempo que necessitava.
Sorriu, acariciando o rosto masculino.
Colou seus lábios novamente.
Continuaram retirando as restantes peças de vestuário enquanto suas línguas guerreavam por dominância. Naruto colocou o corpo feminino sobre os lençóis, lentamente. Queria fazer aquele momento durar, tivera esperado demasiado tempo para apressar todo o processo. Queria fazer amor com Sakura, lhe relembrar que ela era o amor da sua vida e que estaria a seu lado, até o fim dos seus dias.
Assim que a roupa íntima da mulher voou para qualquer canto do quarto, mergulhou o rosto entre os seios medianos da mesma, lambendo e abocanhando pedaços de pele alheios. Os gemidos da rosada preenchiam o quarto e Naruto se apercebeu o quão necessitado estava por aqueles pequenos sons. A cada dia que decorria, era impossível não se apaixonar mais. Lentamente desceu seus lábios pela pele alva, fitando as orbes verdes. O prazer estampado nas feições femininas fez um arrepio percorrer todo o seu corpo.
Depositou um beijo suave sobre o ventre, o local onde seus filhos estavam crescendo. Por vezes, ainda não acreditava que Sakura estava grávida. Era uma pequena bênção no centro de uma tempestade violenta. Mas Naruto não se arrependia, não conseguia. O amor que enchia seu peito era avassalador demais.
Sua língua começou percorrendo a intimidade feminina, que pulsava com o toque dele. Em movimentos lentos, penetrava o sexo da rosada, enquanto sua mão auxiliava o prazer que queria que Sakura sentisse. Era lento, dolorosamente intenso, mas era assim que ele queria. Eles tinham o resto de suas vidas para sexo rápido e intenso.
Os gemidos da Haruno eram cada vez mais altos. Sentia seu coração batendo demasiado rápido, enquanto a respiração teimava em falhar. Enquanto uma das mãos apertava os lençóis com toda a sua força, procurando controlar sua sanidade, a outra traía qualquer tentativa de o fazer, forçando o rosto do amado contra sua intimidade. Não sabia o quão carente estava. O calor em seu ventre estava intenso demais. No segundo seguinte, soltou um gemido longo e profundo, atingindo seu auge.
Enquanto juntava seus lábios novamente, o loiro guiou as pernas torneadas para o lado, se posicionou e penetrou a intimidade dolorida. Os gemidos da rosada eram abafados pelo beijo faminto. Naruto entrelaçou uma das mãos com a da mulher, aumentando a velocidade das estocadas. Quebrou a conexão entre os lábios inchados e mordeu suavemente o mamilo da Haruno. A mulher gritou, arqueando suas costas.
Tudo entre eles era intenso, cru, indecente. Era paixão pura, acompanhada pelo amor que nutriam pelo parceiro, era a necessidade de expressar o que as palavras não podiam explicar. Era assim que eles funcionavam. Sempre seria assim. E, para eles, era o suficiente. Eles se amavam, como nunca amaram ninguém.
Naruto estocou mais uma vez. Despejou o líquido quente dentro das paredes húmidas. Enquanto a rosada tentava recuperar a respiração, ainda vítima dos espasmos que percorriam o corpo, o loiro trocou suas posição, deixando as costas delicadas viradas para si. Entre beijos e carícias, voltou a penetrar a amada.
A cada estocada, o homem se deliciava com os gemidos que escapavam os lábios rosados. Marcava a pele alva com seus dentes e mãos. Murmurava o seu amor no ouvido de Sakura. Continuaram assim até atingirem o clímax, mais uma vez. O Uzumaki deixou o peso do corpo cair ao lado da rosada, com receio de que aquela posição pudesse magoar os gémeos, de qualquer forma. Sorriu quando encontrou as orbes verdes.
Sakura gatinhou até o colo de homem, se sentando sobre ele. Juntou seus lábios, novamente, enquanto conduzia o sexo dele para sua intimidade. Surpreso com a atitude da rosada, Naruto começou auxiliando os movimentos da mulher, que cavalgava fortemente. Sakura gritava, procurando expressar todo o prazer que o Uzumaki lhe proporcionava.
- Eu te amo! – Falou entre estocadas. Pousou o rosto no pescoço do homem, se embriagando no cheiro do mesmo. As mãos puxavam os fios loiros enquanto as palavras repletas de indecência eram expressas contra a pele bronzeada. A rosada soltou um suspiro longo enquanto seu corpo mergulhava, mais uma vez, no oceano de sensações que apenas Naruto lhe fazia sentir. Sem quebrarem a conexão entre as intimidades, o loiro ergueu o rosto ruborizado.
Verde encontrou azul.
A mão masculina tateou os lábios rosados, antes de depositar um beijo suave.
- Casa comigo. – As palavras saíram antes que o Uzumaki conseguisse interromper o discurso. Não ficou surpreso. A Haruno era capaz de destruir toda a sua sanidade, esgotar a racionalidade dele, até a última gota. – Eu te amo… e não quero esperar mais. Esperamos tempo demais. Eu quero uma vida a seu lado, quero formar uma família com você, quero estar aqui, te amando, até o fim dos meus dias… casa comigo, Sakura.
A rosada sentiu seu coração falhar uma batida. Não esperava que Naruto lhe pedisse em casamento, muito menos naquele exato momento. Não conseguiu esconder o sorriso com a imprevisibilidade do loiro. Era um dos seus traços favoritos. As lágrimas escorriam pelo rosto, enquanto a respiração travava. De seguida, o homem retirou uma caixa de veludo, escondida na almofada. Era uma aliança simples, com um diamante retangular no topo.
- Sim… sim, eu quero casar com você, meu amor. – Selou seus lábios. Com as mãos trémulas, o loiro deslizou o anel pelo dedo anelar da mesma. Beijou a mão, delicadamente.
E depois de se amarem intensamente, mais uma vez, enquanto Sakura massajava o peito pelado do noivo, concluiu algo importante. Não podia apagar todos os erros que tivera cometido ao longo da sua vida, estava ciente que a culpa que sentia iria estar presente até o dia em que soltar o último suspiro.
Mas também não podia deixar de viver seu presente e criar seu futuro.
Adormeceu, entrelaçada nos braços de Naruto.
***
Sakura apertou o casaco jean do namorado contra o corpo, procurando se abrigar um pouco. Sorriu quando sentiu o noivo colocar um braço sobre seus ombros, a puxando para um beijo suave. A mão livre do Uzumaki acariciou o ventre inchado, onde um dos gémeos correspondeu ao toque o progenitor.
- Sentiu? – A rosada não conseguia conter sua alegria. O loiro assentiu e beijou a mulher, mais uma vez. – Foi o Shinachiku. – O homem ergueu uma sobrancelha. – A Hanami chuta com mais força.
- Eu te amo. – Quando estavam quase se beijando novamente, a voz do moreno interrompeu o momento.
- Pensei que vinham me acompanhar, não ter um encontro romântico no aeroporto. – Julian sorriu, fitando o casal. Estava voltando para França, por uns meses. Regressaria perto da data marcada para o nascimento dos gémeos. Com o tempo, o moreno e o loiro conseguiram regressar à relação que tiveram estabelecido no país francês. Para além do mais, o Uzumaki estava eternamente grato. Sabia que se Julian não tivesse colaborado, ele e Sakura… não gostava de ponderar esse futuro.
Apesar de continuar comandando seu império, Naruto raramente trabalhava na empresa, fisicamente. Apenas reuniões de extrema importância ou algum momento marcante é que lhe obrigavam a sair do lado de Sakura, que tivera regressado a trabalhar para a empresa, mas a partir de casa. Apesar de sua ausência, continuava controlando Sasuke e suas fantasias. Ainda se lembrava da reação do Uchiha quando contou tudo o que tivera acontecido. Os insultos dele estavam bastantes presentes na sua memória, especialmente por ter ocultado algo tão importante.
Mas o tempo cura tudo.
E Sasuke estava feliz por ser tio.
Mesmo que a mamãe fosse sua paixão platónica.
- J-Julian! – Sakura sentiu seu rosto queimar. O moreno soltou uma risada suave.
- Cuida dela. – A troca de olhares entre os homens era firme. O loiro assentiu, colando o corpo feminino contra o seu. – Ou vou socar seu rosto até você deixar de ser idiota.
Após alguns segundos de silêncio, a rosada se pronunciou. – Naruto, pode nos deixar sozinhos, por favor? – Apesar de confuso, o Uzumaki depositou um beijo na testa da noiva e se retirou. A rosada pegou a mão do francês, sorrindo. – Obrigada… por tudo! Não sei o que seria de mim sem você.
Infelizmente o coração do moreno batia mais rápido do que devia. Ainda estava apaixonado por Sakura, não podia negar. Sorriu, melancolicamente. – Você é única, Sakura.
A mulher abraçou o moreno enquanto algumas lágrimas escapavam pelas orbes verdes. Quando se separaram, o homem colocou uma mexa do cabelo rosado na orelha da Haruno e beijou a testa da mesma. Sakura seguiu seu coração. – Seja o padrinho dos gémeos.
O moreno quase se engasgou, surpreso com o pedido da amada. – E-Eu? – A mulher assentiu, sorridente.
- Você me protegeu, cuidou de mim… você me salvou Julian. Como é que eu não iria querer alguém como você ao lado dos meus filhos?
O moreno coçou a nuca, envergonhado com as palavras da futura Uzumaki. – O Naruto concorda com isso?
A rosada soltou uma risada leve. – Ele só tem de aceitar. Não haverá discussão sobre o assunto. – Sorriu, travessa.
- Será um prazer. – Abraçou a mulher mais uma vez, se despedindo pelos meses seguintes. Sakura limpou as lágrimas que escorriam pelo rosto enquanto observava Julian partir. Ela amava aquele homem, como um irmão.
E estava eternamente grata.
Horas depois, o casal se encontrava na casa de ambos. As risadas ecoavam pelo jardim, ao lado da piscina. Sentada sobre o colo do noivo, Sakura murmurava palavras carinhosas contra o ouvido do mesmo. Apesar de se encontrarem entre família, Naruto e Sakura não conseguiam evitar se perder na conexão entre eles.
Era egoísta.
Mas o amor é uma droga, os deixando constantemente desejosos de mais e mais.
Dependentes.
E estavam felizes, apesar de todos os tormentos que lhes assombravam quando fechavam os olhos.
Sakura sorriu. Seus pais conversavam alegremente com os futuros sogros, que, após xingarem o filho pelo comportamento inadequado, reconheceram a felicidade dele. E gostavam demasiado da Haruno. A mãe da rosada fora a mais fácil de convencer. A filha estava feliz, era apenas isso que ela queria, apesar de não concordar com as decisões tomadas. O pai… esse fora o mais complicado de convencer. Mas com o decorrer dos meses e após uma longa conversa privada com o noivo, da qual Sakura não sabia nenhum detalhe, finalmente aprovou a relação.
No outro lado da mesa, Ino e Sai conversavam com Sasuke. A rosada ficou chocada quando finalmente escutou a loira elogiando o moreno. Infelizmente, sentia-se vazia. Julian fazia falta, ele pertencia ali, junto deles.
- Já falei que quero que eles tenham seus olhos? – A rosada acariciou o rosto do Uzumaki.
- Ouvi rumores… - Roçou seus narizes, enquanto sorria, calorosamente. – Espero que eles tenham os seus.
- Porque?
- Para me apaixonar ainda mais por você. – Depositou um beijo cálido nos lábios rosados. Sakura sorriu durante o beijo. – Eu te amo.
- Eu também. Para sempre.
- Para sempre.
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