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História À Beira Mar (Chanlix) - A novela mexicana - História escrita por Suoflya - Spirit Fanfics e Histórias
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História À Beira Mar (Chanlix) - A novela mexicana


Escrita por: Suoflya

Notas do Autor


Confesso que essa fic sairia mais cedo, mas como o de regra geral, me distraí escrevendo outra.
Ah, também domingo e segunda-feira não foram dias tão bons assim. Saber que o local onde mora (RJ), embora eu tentei me enganar bastante q n, desaprova vc e a sua existência me machucou bastante kkkk. Sabe, eu sou preta, pobre e pcd, o combo do vai se f* na vida, mas para evitar ficar triste, vim escrever comédia de cunho duvido.

Então, meio que eu ia comemorar aqui nas notas falando que vai fazer um ano que voltei a escrever e postar, sério, eu saí de nem 10 histórias, para 42, é... Mas enfim.

O de sempre, relevem os meu equívocos, eles são vintage e de alguém que não revisou.
Até o próx cap! ^-^

Capítulo 5 - A novela mexicana


Capítulo cinco: A novela mexicana.

Intrigante que, através da fofoca, Felix não queria transformar a vida do amigo em uma novela mexicana — aquelas dramáticas, dramáticas. Sendo que, pffs, coitado, mal imaginava que a sua estava propiciando um enredo fortíssimo para uma (só faltavam os produtores...). Pois a sua presença havia provocado uma “calamidade”.

Essa quarta-feira, antes mesmo do meio-dia — embora atualmente já fosse — tinha acontecido tanta coisa, porém tanta coisa que, estava atordoado. Reclamou do Seungmin (esse um ato rotineiro), surfou (gostou) e beijou alguém (ainda se mantinha chocado perante tal fato) em um curto período, absurdo, não? Bom, para uma pessoa bastante pacata: sim, era.

Demais...

Ah, como um bônus para todo esse problema, sequer tinha compreendido o porquê Seungmin arrastara o Hwang daquela maneira. Mas se tratando dele, isto é, seu fada-madrinha-algoz, qualquer colocação absurda faria sentido. Portanto, não imaginou nada mirabolante, depois que se esbarrassem — algo óbvio de rolar — perguntaria.

Cansado desse ambiente, sentiu toda a sensação anterior esvair-se e a energia faltar: precisava descansar. Assim, iria retornar a casa qual dividia com o Kim, tomar um banho demorado, aqueles lavadores de alma, retirar a areia e água salgada; relaxar o corpo e clarear a mente. No meio do caminho, contudo, subitamente teve a sua rota desviada ao de longe presenciar uma silhueta conhecida e baixa deixando um local mais afastado, reconheceu ser Changbin e, a que permaneceu ali sentada, Christopher, se encontrava descalço com os joelhos altos servindo de apoio para os cotovelos, a palma de sua canhota segurava o seu rosto.

Curioso e preocupado — Felix gostava de esconder, mas era um cara cuidadoso — notando que seu professor parecia mal, com os chinelos em sua destra e passos rápidos, aproximou-se. Pensava o seguinte: como ele já tinha o ajudado, teria de ser coerente e tentar ao menos fazer-se útil. Entretanto, pena que, nem sabia ser um dos motivos...

— Changbin, eu já ‘tô indo, okay? — ouvindo uma movimentação atrás, sem mexer-se, o surfista falou; presumiu ser o seu melhor amigo. Mas o contrariando, quem agachou ao seu lado fora outra pessoa, uma que não imaginava ver tão cedo.

— Não é o Changbin! — revelou o óbvio e receoso, o Bang olhava para ele e abriu a boca emitindo “Ah...”. — Você está bem? — sabe, estava explícito, escancarado e todas as palavras possíveis que expressassem “obviedade” que, bom, não estava nada bem. O ali sentado em estado contemplativo queria gritar isso, porém se o fizesse, mudaria algo?

Porventura, não.

Sentia-se contraditado, frustrado e uma gama de sentimentos ruins o consumia. Sua mente, essa convicta em castigá-lo, sequer lhe deixava em paz e figurativo ou não, seu coração doía. Isto tudo porque jamais notaria antes que, Lee Felix, em hipótese alguma poderia ser visto como um simples aluno, nem fazia sentido. Sabe, se era só amizade ou algo a mais, não se possuía essa certeza, mas vê-lo beijando Hyunjin, um cara que namorou, amou durante anos e por muito acreditou ser aquele quem dividiria o futuro, o magoara profundamente.

Não os odiava e nunca alimentaria tal rancor. Dessa forma, talvez somente estivesse sendo emocionado, exagerado ou o que fosse! Ainda assim, tendo-se ou não essa certeza — quiçá trabalhosa de se encontrar — como um ser humano, estava machucado e merecia sim demonstrar a tristeza, mesmo que durasse curtos minutos: tinha o direito de vivenciar a frustração.

Pois, sabe, a sociedade normalmente vende um discurso que as adversidades devem ser superadas depressa: “não há tempo para sofrer”. O certo é pisar nos próprios sentimentos, engoli-los e externalizar uma imagem falsa de força; que é melhor e satisfatório “enxergar o lado bom de tudo”. Ah, não que o otimismo seja ruim, na realidade, se é necessário, mas torna-se completamente insensível exigir uma postura parecida de alguém magoado.

O racional, nesse caso, vira irracional.

— Ótimo... — mentiu, nem fazia sentido falar a verdade..., porém, por não passar tanta convicção assim, tudo o que ganhou foi um olhar desconfiado.

— Por que está mentindo? — indagou, o Lee decidiu ser verdadeiro e direto.

— Porque eu encontrei um motivo... — aqui referiu-se a uma fala antiga do rapaz de sardas, quem franziu o cenho ao ouvi-la.

— Pelo visto além de vidente, tem boa memória! — afirmou e com as pernas cansadas, essa posição o “matava”, acabou juntando-se ao surfista e sentou na areia. — Não irei perguntar o porquê, acho que não temos proximidade para isso, mas achei estranho o ver sozinho aqui, então quis saber se estava bem. — soou sincero.

— Você parecia bem entretido antes... — tentou muito, mas não deu, falou sobre o beijo.

— Oh, você também viu? — o seu rosto corou em constrangimento e odiava quando isso acontecia, sentia-se um “otário”.

— Qualquer pessoa com dois olhos que enxergam, veria! — pontou e pouquíssimas vezes soava sarcástico, entretanto, acabou saindo. Só agia de forma ácida com o Seo, mas ambos estavam acostumados a isso. Ah, Felix mostrava-se confuso, poxa, horas atrás os dois conversavam “de boas”, agora, como uma pedra de gelo, Christopher exalava frieza.

— Desculpe, não queria que tivesse acontecido durante a aula. — sabendo que a levava a sério, achou justo se retratar e sequer uma mentira, ele fora pego de surpresa. Só retribuiu...

— Não deveria se desculpar por isso... — iniciou e em seguida deu uma pausa curta, balançava a latinha de coca vazia rente a perna. — Uma vez que nem sente muito... — disse o que pensava e depois se arrependeu, pois, qual a serventia, hm?

— O que deu em você? — indagou e o tom de voz aumentou um bocado, Felix não era paciente, apenas tentava ser. — Não acho que nos conhecemos tempo o suficiente ‘pra contar coisas importantes, mas o que eu posso fazer ‘pra te ajudar? Cara, se não fosse você, teria sido roubado naquela noite, isso pensando positivamente... — a última parte soou mais baixa.

— Ah... ainda pensa naquela noite... — porventura estivesse raciocinando mal ou vendo coisas as quais não existem, mas acreditava que o Lee só o tratava bem devido a isso.

— Como não pensar? Cara, você me salvou! — disse e opondo o pensamento do Bang, decerto que para o Felix a postura tomada pelo surfista fora crucial sim, mas também se sentia mal por ter gritado com ele sem necessidade, descontando seu estresse e problemas em uma pessoa até então desconhecida. — Te devo uma, não?

— Deve? — soou descrente e o restante assentiu com a cabeça.

— Sim, pode me pedir qualquer coisa dentro do possível, constituição e orçamento que eu faço! — informou.

— Ah... — demorou um pouco, pensava no que deveria fazer. — Me paga uma bebida, então? — sequer sabia ou possuía uma explicação coerente sobre o que deu nele, estava “rancoroso”, enciumado encaixa-se melhor..., mas não pretendia permitir que fosse embora.

— Tão fácil assim? — desconfiou e seu semblante exprimia bem isso. No entanto, passando “confiança” ou querendo passar, o Bang confirmou.

— Sim! Seria um absurdo da minha parte pedir mais, hm? — contornou a situação estranha com êxito.

— Quando e onde?

— Hoje à noite, pode ser? — sugeriu e o outro não tinha objeções. — Onde preferir, mas não sendo por aqui, é melhor! — assim evitou que esbarrasse com Hyunjin e fomentar qualquer teoria mirabolante que, “empatava a vida dele”.

— Vou deixar você escolher o lugar então! — presumiu que dessa forma seria melhor e vendo que não havia mais o que fazer ali, levantou, espreguiçou-se e agora de pé, colocou a mão no ombro dele e deu tapinhas. — A gente se vê mais tarde! — despediu-se e seguiu o próprio caminho, voltaria para casa.

À vista disso, Chan ainda ficou ali sozinho. — Porra, eu devo ser um idiota! — reclamou de si mesmo. Tinha apoiado a latinha de refrigerante por uns instantes na areia e levou ambas as mãos a cabeça, terminando de bagunçar os cabelos úmidos. — Que seja, já fiz, tá feito! — encolheu os ombros e, portanto, levantou, recolheu o seu lixo para enfim seguir até a próxima turma, não podia prejudicar seu desempenho e “bolso” por causa disso.

 

À Beira Mar

 

Era mais tarde: umas sete da noite.

No quarto debaixo, Felix se arrumava e como um enxerido, ele afirmava “ser necessário ali”, deitado na cama de bruços, o Kim o encarava. Estalou a língua no céu da boca, não só queria como o fez, perguntou: — ‘Tá indo aonde, hein? — pela entonação, presumia algum tipo de “date” e o compreendendo, o Lee suspirou, seu peito subia e descia, precisava manter-se “sussa”. Visto que, não tinha contado a ele sobre o dia que passou mal e nem pretendia, pois imaginava na base da impulsividade e desespero, o levaria ao hospital sem necessidade.

Sabe, o problema do Felix era emocional, ansiedade e estresse, essas potencializadas por um sistema que não conseguia fugir, apenas aguentar e procurar sobreviver. — Passear... — omitiu todo o restante, evitaria um assunto “desnecessário” e desconcertante. Ouvindo essa resposta, curioso, o mais alto passou a apoiar os cotovelos no colchão e com as suas mãos segurando o rosto, balançava as pernas de modo sistemático.

— Sozinho? — uma interrogação já esperada e o Lee, bom, não estava a fim de mentir.

— Não, Christopher me chamou para uma bebida. — explicou e viu o semblante do fada-madrinha-algoz iluminar-se. — Mas não pensa merda, ‘tá? — complementou, embora soubesse que essa sua fala entraria por um ouvido e sairia pelo outro. — Toma como uma ajuda minha! — aqui sinalizou ajudá-lo com toda aquela ladainha de “distraí-lo”.

— Para? — fez-se de sonso, continuava movimentando as pernas.

— Não queria o caminho livre? Pelo menos hoje, acho que dá... — revirou os olhos, ver-se nessa situação era estranha. — E por favor, se resolver que será aqui, termina antes de eu chegar e limpa tudo, hm?

— Okay, okay! — exclamou animado, tanto que se levantou e ainda descalço, correu para abraçar o amigo. Apertou-o forte e iria beijar a sua bochecha da forma mais melosa e grudenta possível, todavia, só levou um empurrão.

— Sai cara! — o afastou e esboçava uma fisionomia enojada. — Guarda a energia ‘pro teu surfista e não desperdiça comigo, porque ‘tá dando efeito reverso.

— Por que me odeia tanto? — indagou ao fingir um falso descontentamento. — Homofobia em plena quarta-feira... — uma característica de sua personalidade era ser dramático, à vista disso, levou a destra ao lado do coração e focalizou em um ponto fixo na parede. Acredita que conseguiu chorar? É... — Pobre eu, aquele que só queria demonstrar carinho a um amigo, esse não dá valor e não gosta de “viado”!

— Já parou com o drama? — evitou dar corda, pois se o fizesse... — Aliás, já parou ‘pra pensar que detesto ficar grudado?

— Ah..., mas o Hyunjin pode, né! — argumentou e dado isto, ganhou um olhar feio como retorno.

—  Desde quando ele fica me agarrando e beijando do completo nada? — contra-argumentou de um modo falho, pois sim, o fizera...

Encarando-o com uma clara expressão debochada, ao voltar para cama, Seungmin disse: — Hoje cedo foi o quê, hm? — sem ter como retrucar, o mais baixo iria arremessar um objeto aleatório, um pente nele, mas recuou.

Hahaha, ficou sem palavras, ganhei! — soou infantil, nada de novo. Agora deitava de barriga para cima e com a nuca rente a ponta da cama: olhava o amigo de baixo para cima. — Você tem uma bunda bonita, posso apertar? — sim, essa fora a sua pergunta... E, após escutar essa fala, Felix não pensou muito e jogou o pente: errou. Todavia, dissera ele que fora proposital, será?

— Que foi? Te elogiei poxa! Eu hein, todo grosseiro! — reclamou e nesse momento tinha abertos os braços. — Amigo que é amigo, elogia as qualidades um do outro! — fundamentou a sua tese e, convenha-se que nem errou aí. — Que mal há em te chamar de gostoso? Tu é! — continuou e esse seu modo sincerão constrangia o menor.

— Realmente, um sem noção! — comentou. — Seungmin, você é assim na frente do teu pai? — interrogou e o jovem rico riu alto, a ponto de gargalhar.

— Que isso! — exclamou e por ter a personalidade inquieta, agora já se encontrava sentado. Bateu no próprio peito e disse: — ‘Pra ele eu sou o varão perfeito de toda moça decente! Rexxpeita — carregou na pronúncia da última palavra.

Sendo assim, o Lee não aguentou e riu. — Sua mãe ao menos sabe? — aqui queria descobrir se alguém da sua família conhecia a sua sexualidade.

— Ela? Madrasta! — corrigiu. — Ah, descobriu na adolescência, meio que... — essa sua hesitação presumia história suja, Felix entendeu isso.

— ‘Tá! — impediu que ele prosseguisse.

— Ela só mandou eu ser discreto. — contou ao encolher os ombros. — Falou para eu esperar o velho morrer e aí eu podia fazer o que eu quiser. — soou tão natural e, dado isto, o menor externou uma fisionomia horrorizada. — Ihhh, nem vem me olhar assim! Quem casou com uma mulher vinte anos mais jovem não fui eu, foi ele!  Se queria amor, tsc, foi trouxa!

— Cara...

— Cara nada, eu gosto dela! Gente boníssima e me deu um irmãozinho. — o Kim pela primeira vez falava sobre a sua família, antes o Lee não dava essa abertura, ou seja, não demonstrava interesse por ele. — ‘Pô, ele é um cara que beira aos sessenta anos casado com uma mulher de trinta e poucos, jurou muito.

— Não guarda rancor? Sabe, a sua mãe biológica... — outro dado de ombros da parte do mais alto.

— Têm anos que ela voltou ‘pra Coreia. — revelou. — Queria que eu fosse e tudo, mas optei por ficar. Aí, eu esqueci o coreano também... — falou. — Mas entendi a sua pergunta e não acho que o divórcio dos meus pais seja um evento que me deixa rancoroso, o pior, ‘pra mim e ambos, seria eles juntos. Era sempre uma gritaria infernal, um jogado as coisas não literalmente, na cara um do outro. Foi o melhor assim! E no meu aniversário, ganho dois presentes! — mandou um beijinho.

— Agora a mãe do meu irmão, bom, ela não discute em nada e faz tudo o que ele quer sorrindo. Abriu o próprio negócio com a grana dele e todo mundo sai ganhando. Assim tenho paz e um irmão, ele é tão fofinho... que ver foto? — mudava totalmente ao falar de seu mais novo, era instantâneo.

— Como pode dizer coisas assim tão naturalmente?

— Ué, melhor do que chorar por elas. Não está no meu alcance, vou me estressar por quê? Fui eu que casei? Divorciei e afins? Não! Logo, não pretendo gastar uma única gota de energia com isso. — soou verdadeiro. — Nem me chame de insensível, você sabe bem que eu ‘tô certo! Aliás, quer ver o meu irmão? — mudou de assunto, procurou e achou o celular, abriu a galeria de fotos. — Na festa a fantasia da escola, ele quis ir de “pequena sereia”, mas o pai encrencou.

— Ele conseguiu? — perguntou com certo receio.

— Claro! Olha como ficou a Ariel mais linda! — mostrou a imagem de um garotinho de oito anos, um sorriso banguela e fazendo coração com os dedos. — Eu nem sei como, mas a mãe dele deu um jeito e o velho deitou ‘pra ela. — olhava para as próprias unhas.

Felix deu um sorriso amarelo, pois se havia algo que não invejava o Kim, era a sua família. Sabe, seus pais podiam ser tudo — religiosos ferrenhos, consumidores de fake News do WhatsApp e etc... — mas, ao menos o levava a esse nível de estresse. Uma vez que, nem lembravam da sua existência...

Vendo-se pronto, disse: — Acho que já vou indo... — usava uma blusa verde musgo e calça jeans preta. Os cabelos estavam penteados e divididos de uma forma não tão exata, uma informação irrelevante.

— Pera aí! — Seungmin o gritou e ele o esperou, quem levantou e se aproximou. — Sem que não é encontro nem nada, mas não pode ir tão simples assim! — então, tirou um brinco solitário de uma das orelhas e colocou no amigo. — Agora vai lá, vê se sorri e aproveita para distrair o bonitão evitando que ligue, hm?

— Você é o que, minha mãe? — indagou, porque parecia aqueles momentos do maternal. — E sabe bem que não tenho como impedir isso... — aqui referia-se a “evitar que ele ligue”.

— Tem sim! Nem que seja jogar o celular dele no copo de cerveja, você tem! — exclamou e o jovem de sardas suspirou, Kim Seungmin, fada-carrapato-algoz para os íntimos, era uma pessoa impossível. — Vê senão machuca o Hyunjin com isso! — pontuou e o restante não entendendo, esboçou uma fisionomia confusa.

— Machucar o Hyunjin, por quê?

— Vixi, olha a hora, vai se atrasar, viu! — saiu empurrando o menor para fora do quarto, rapidamente o guiou até a sala e a porta da saída. — Tchauzinho! — havia falado excessivamente e conhecendo o Lee, com certeza não deixaria essa passar. Porém, não era ele a pessoa a revelar isso, sim o Hwang.

Sendo assim, ignorou a quase besteira que fizera, uma proporcionalmente gigante, e aproveitou a saída do amigo para responder o story do Seo — era uma foto sem camisa.

Hoje 19:20

[Seungmin]: *emoji de foguinho*

Com essa sua ação muito bem pensada, resolveu bancar o sonso.

[Changbin]:

*emoji de dois olhos*

[Seungmin]:

Ops, esbarrei sem querer! *emoji envergonhado*

[Changbin]:

Isso foi alarme falso?

Isso não se faz Kim Seungmin!

Seo entrou no jogo dele.

[Seungmin]:

O que eu fiz?

E como assim “alarme falso”?

[Changbin]:

...

Se fazer de sonso não combina com você!

Você e eu sabemos bem disso

Aqui falava da vez que ficaram juntos, mas por culpa de Chan e a sua insistência naquela noite, não foi além.

[Seungmin]:

Está livre?

[Changbin]:

Pra você sempre!

O Kim sorriu ao ler essa mensagem.

[Seungmin]:

Bom saber...

Não quer dar uma passadinha pra conhecer a piscina da minha casa?

Li em uma corrente do wpp que nadar a noite faz bem!

Sabe como elas são super verdadeiras, hm?

[Changbin]:

Sendo assim, acreditarei em você!

Terminando de ler esse retorno, Seungmin mandou o endereço. Ele disse que chegaria em trinta minutos e com isso, quem convidou bloqueou o celular. Animado — em português popular, ganharia o nome de fogo no... — até fizera uma dancinha grotesca da felicidade e rapidamente correu para tomar banho, abusar do shampoo de bebê, do sabonete de leite e mel, pois sua mente sinalizava o seguinte: tinha que estar lindo e cheiroso para provar por completo o “pedaço de mau caminho” que seria o outro.

Já pronto — arrumou-se pensando em quando ficaria pelado — sem ter precisado esperar muito, a mensagem de “cheguei” do Seo informou a sua presença. Não enrolando, o Kim tratou de atendê-lo e ao abrir a porta, nossa! Ele conseguira se superar, a t-shirt justinha que usava, essa sendo proposital ou não, tirou o anfitrião de seu eixo. Só pensava em peitos...

Deu espaço para o mais baixo entrar. — Vai querer beber algo? — perguntou, pretendia beijá-lo bastante, mas antes deveria recepcioná-lo. Changbin aceitou e Seungmin caminhou em direção a cozinha, em poucos minutos retornou com suas garrafas de cerveja em mãos e entregou uma. — Vem, a área da piscina é mais ‘pra cá! — informou, normalmente não usavam esse lugar, pois Felix preferia a praia e o Kim não curtia a ideia de ficar ali sozinho.

A noite estava fresca.

Ventava um bocado, mas nada que incomodasse a promiscuidade alheia. Encontrava-se dentro d’água, essa em temperatura ambiente e com os braços apoiados na borda.

A cerveja já estava pela metade e, sabe, Seungmin falava muito: um tagarela. Aquela pessoa que se deixasse, contaria a vida todinha e aspiração para o futuro — esse seu lado agitado que encantou o outro. Em contrapartida, Changbin era mais contido, mas também contou sobre ele.

Agora, perdido no movimento da fala do Kim, focava em sua boca: — Ei, você está me ouvindo? — quem sentiu-se falando sozinho, estalou os dedos e perguntou. Voltando para a realidade, o menor agarrou a cintura alheia e puxou o seu corpo para mais perto. — Achei que nunca tomaria a iniciativa. — comentou.

Sabe, o Seo sequer disse uma única palavra — evitou desperdiçar tempo — passou o polegar destro sobre os lábios úmidos graças a bebida, essa mesma mão segurou o queixo e assim, o beijou. Um iniciar calmo e contido, o qual não se sustentou dessa forma, ambos queriam isso demais, tanto que ao finalmente perceber, o maior situava-se completamente encurralado.

Ambos estavam molhados, sem camisa e as peles contatavam. Para Changbin, além do Kim ter uma tatuagem interessante, os piercings prendiam a sua atenção. Ele beijava bem; muito bem. As línguas se encontravam, enlaçavam e sentiam o gosto um do outro; o amargo de uma cerveja puro malte. Ignoravam tudo, apenas se concentravam na atração e o querer mútuo.

De hoje, não passaria.

 

Saindo do momento “romântico”, aguardando no local combinado por mensagens trocadas mais cedo — tinham salvado os números — assistindo ao caminhar de Christopher em sua direção, o Lee agradecia a temperatura amena, essa a qual o permitia vestir-se sem a vontade de retirar uma peça de roupa ou a necessidade de colocar outra. Ah, como era cabeça dura, acrescentar também o “detestar ficar com as coisas de terceiros”, com uma sacola de papel qualquer, devolveria a blusa emprestada.

Ele chegou e assim com Felix, usava roupas casuais. — Sei que não é mesquinho, mas acho justo que ela volte ao seu verdadeiro dono! — entregou e o surfista, quem nem lembrava ou se importava com isso, aceitou. — Lavei, ‘tá! — parecia muito à vontade quando conversava com o Bang, um diferencial a ser comparar com dias atrás.

— Ah... sim... — deu uma resposta curta, ver o rosto bonito do rapaz de sardas, esse tão tranquilo, o angustiava sem uma explicação concreta. Por quê? Aliás, por que diabos estava ali e havia perdido tempo pensando em sua aparência, será que não possuía orgulho próprio?

Ou...

— Nós podemos ir em um bar aqui perto! — quem conhecia melhor a área, Christopher, sugeriu e aquele que o acompanhava, seguiu. O trajeto deu-se em um silêncio esquisito, visto que o surfista era um cara falante e “alto-astral”, daqueles sempre possuintes de um assunto, esse sendo interessante ou não.

Então, dominado pelo “achismo” — nomeou assim, pois não se conheciam o bastante — Felix sentiu que ele estava diferente, como se estivesse incomodado com algo. Porém, sequer houve um momento para ponderar, adentraram o estabelecimento e a televisão pendurada na parede, roubou a sua atenção: passava uma partida de futebol, para a sorte do Lix, seu time do peito entrava em campo. Vestia o vermelho e preto que amava, quando jogava de shorts preto, nossa, exxquece! Perfeição o nome.

Ah, isso na opinião dele, é claro!

Christopher pediu uma cerveja, a qual seria paga como o prometido, mas, talvez esse mostrando-se um exemplo de vergonha na cara, não permitiu. — Esquece! — desistiu e o outro nada entendeu, todavia, não questionou. À vista disso, ambos se voltaram para o jogo, esse no comecinho do primeiro tempo. — Por favor, ganhe e me dê uma falsa sensação de felicidade! — murmurou para si mesmo.

— Cara, que porra aconteceu ‘pra teu humor mudar tanto assim? — Chan bebericou a sua cerveja, mentiu:

— Nada, apenas cansaço! — escolheu uma resposta padrão. Até porque, usar a fadiga para culpar a “má vontade”, comumente funciona. Sabe, Felix não comprou a desculpa, entretanto, mudaria algo?

Portanto, ambos se contentaram a fazer companhia um para o outro e assistir à partida, desse modo, correram-se vinte minutos e o placar permanecia zerado. E eles, já na segunda lata da bebida, com o restante do bar, encontravam-se indignados falando — xingando... — com a televisão, pois haviam se perdido tantas possibilidades que, estavam com raiva.

“38’ Arrascaeta chega na grande área, cruzamento vindo pela esquerda e a zaga do xxxx coloca pra escanteio”

— Porra! — Felix ralhou, já tinha perdido as contas da oportunidade que o time perdeu. Ah, o ver tão alterado assim, de certo modo, divertiu o Bang, quem riu com a cena. Pensava também que, “a vida é um bagulho complicado”, uma vez que minutos mais cedo estava deprimido, embora negasse usar essa palavra. Agora se enxergava em um bar junto de seu aluno, esse o qual pela manhã beijara o seu ex-namorado, e assistindo ao jogo de seu time. — ‘Tá me olhando assim, por quê? — notou e questionou.

— Por que, não pode?

— Não, não pode! E esse seu sorrisinho aí é suspeito. — afirmou.

— Por que seria? — interrogou e antes que fosse respondido, a voz do comentarista gritando do fundo da alma “Goooooooooooooool”, roubou a cena.

— Gol porra! — Felix e os restantes gritaram animados, até abraçou um desconhecido. — Toma seus filhos da puta, aqui é Flamengo porra! — em seguida a se exceder bastante, foi ficando um pouco mais calmo e recobrou a postura. — Onde estávamos?

— Você suspeitava de mim, agora o porquê...

Hahaha, esquece! Aliás, me parece mais animado agora. — de fato estava, meio que, a contragosto, já tinha aceitado tudo o que rolou. O golzinho no final do primeiro turno do Flamengo também o animou. — O cansaço passou? — provocou e contrariado, Chan o empurrou de leve.

— Quer apostar o placar? — o homem que ao sorrir, aparecia as covinhas sugeriu. Felix se apoiou no balcão, segurava uma latinha pela metade e olhava para ele.

— O quê?

— Que foi, ‘tá com medo que seja furada?

Hahaha, antes fosse! Só não pretendo colocar o meu nome no que não posso fazer. E aí, qual é a aposta?

— Se eu vencer, eu tenho direito a um pedido, qualquer um e você não pode negar. Caso eu perder, você que tem o direito de pedir algo, o que acha?

Encarando-o, o Lee levou a bebida aos lábios. — Hmm, não sei... o que eu iria querer de você? Ou melhor, Christopher, o que quer de mim? — quando o jovem de sardas bebia, seu nível de sinceridade extrapolava, ou seja, falava o que pensava.

Tsc, covarde! — mexeu com o ego alheio.

— Quem ‘cê tá chamando de covarde, hein o surfista de quinta? Só porque tem o peitoral definido acha que pode fazer o que quer?

— Oi? — achou graça do comentário. — Felix, você já bebeu quantas?

— Poucas! — respondeu.

— ‘Tô vendo... — disse ao olhar as horas através do relógio que usava no pulso. — Melhor a gente voltar, hoje eu vou ‘pra casa e é bem longe daqui. — informou.

— Mas o jogo ainda não acabou, dá azar sair em meio de jogo, sabia?

Tsc, quem disse isso?

— Eu ‘tô dizendo! — deu batidinhas no próprio peito. — Então, vai sentar aí e vai ficar até acabar. E assim foi, terminaram de assistir a partida e o time de ambos venceu, o que rendeu o Lee tomar a terceira “saideira” da noite.

Às dez, exatamente agora, os dois andavam uma rua de pouco fluxo de pessoas: nada além de muitos veículos. Na calçada, porventura um descuido, Felix era quem se mantinha na ponta e graças a isso — um caso de lugar e hora errados idem — um carro em alta velocidade se aproximava e devido aos reflexos rápidos de Christopher, que nem entendeu bem o como fora tão ágil, o puxou pelo braço para perto e impediu que fosse atingido.

Bastante próximos, aquele que não tinha noção da gravidade do que havia acabado de acontecer, falou: — Não sei o motivo, mas eu gosto de olhar ‘pra você, principalmente quando sorri. — comentou e o outro, esse quem se encontrava atordoado, externava um estado piorado.

— Hã? O que está querendo dizer com isso? Aliás, que péssimo bebedor você é! — reclamou da baixa tolerância alheia.

Ihhh, qual o problema de ficar bêbado em plena quarta-feira?

— Nenhum se estivesse dentro de casa! — aí ele tinha um ótimo ponto.

— Esquece, não posso voltar...

— Por que não pode? — curioso, perguntou e o Lee pensava em como sairia dessa. Não podia trair Seungmin, pois se o fizesse, iria ouvir suas reclamações, com razão, durante toda a eternidade.

— Eu briguei com o Seungmin! — mentiu, saiu a primeira coisa que passou pela sua cabeça. — E não quero falar sobre isso. — complementou.

— Por isso que bebeu a mais?

— Engraçado... você não me contou os seus problemas, mas eu tenho que me abrir contigo... — pontuou e sentiu-se um gênio, porque assim, ele não questionaria mais. Bom, era o que pensava...

— Mas...

— Mas...? — aquele de sardas repetiu.

Tsc, por que eu ainda continuo aqui? — vendo-se contrariado, Bang indagou.

— Não sei... talvez a forma que segura a minha mão deve ser a resposta. — só aí Christopher se tocou, a sua destra que antes o segurava pelo braço desceu e timidamente encontrou a oposta de Lix, agarrou-a. Uma ação tão inconsciente que, sequer seria apto a explicá-la.

— O QUÊ? — sua voz saiu mais alta que o usual, ele estava surpreso. Dessa maneira, ambos pararam de andar.

— Christopher, qual o problema com você? — interrogou e o interrogado desviou o olhar, constrangimento ou não, nem ele sabia qual diabos seria o seu problema. Dentre esses últimos quatro dias a sua forma de pensar alterou-se por inteiro, ansiava pelas primeiras aulas e ver certa turma, certa pessoa...

Ah, obviamente que estava confuso. Não! Para exprimir melhor o estado de caos: confusíssimo!

— Não sei! — uma resposta que o Lee não pretendia ou queria ouvir. Contudo, como muitas vezes as palavras falham, naquela rua deserta, quem se entendia como “confuso”, levou a sua mão dominante a nuca de Felix, esse quem pacientemente o fitava, e juntou seus lábios nos dele: o beijou.

E daí? Se era para agir como “um sem orgulho”, o faria agora.

 


Notas Finais


Espero que tenha servido como uma distração para alguém, agora estarei a espera do jogo do Fla amanhã e do comeback do Skz na sexta para me dar uma falsa sensação de felicidade. Isso que o jogo pode dar efeito reverso ainda... Já o Skz, eu sei que vai ser incrível.

Até o próx cap, eu iria dizer que não demoro, mas acho que vou hein...


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