O casal Mark e Jackson estava estourado. O relacionamento estava em uma situação de calamidade, suas contas pessoais atrasadas, e também estavam prestes a ser banidos da associação de mestres e amigos — associação que juntava os membros que trabalhavam na área de livros para conversarem sobre as novas histórias postadas pelas marcas famosas na Coreia do Sul —, porque não haviam pagado a mensalidade do aluguel onde eram as reuniões.
A vida deles virou um turbilhão depois que a empresa onde trabalhavam atrasou os pagamentos por conta de uma má gestão. Em Seul, ter um nome sujo significa não ser digno de nada. Tuan e Wang quase foram expulsos de suas casas por causa disso, mas como o dono gostava deles, entendeu o caso de vida ou morte e deixou os meninos pagarem no próximo mês.
Foi muito difícil conseguir ajustar os pagamentos do casal para que pudessem limpar seus nomes, entretanto, depois que conseguiram negociar com todos as pessoas a quem deviam, puderam tomar um descanso. A verdade era que a vida urbana trazia muitas dores de cabeça e problemas. Porém, tudo que Jackson e Mark precisavam era de paz, nem que essa paz fosse no campo, onde nem sequer havia sinal de celular.
— Jackson, não podemos simplesmente largar tudo e viajar — Tuan bateu as pernas indo contra a ideia, ele de certo modo tinha razão, ambos tinham responsabilidades lá.
— O nosso chefe já deixou que fôssemos. Ele contestou no início, mas lembrou que conseguiu ferrar todo mundo da empresa, então repensou e deixou irmos, como um pedido de desculpas por esse erro — era um belo pedidos de desculpas, até porque os funcionários da livraria haviam conseguido aumentar os pedidos de livros em números que ninguém havia conseguido chegar. E atrasar os salários foi como ofender aos trabalhadores, e o CEO estava arrependido por isso.
— Tem certeza?
— Tenho, viajamos ainda hoje. Prepare as malas, esse mês os celulares não são permitidos, somente os livros.
[...]
Calmaria, verde, cheiro de paz. Era o significado literal do lugar em que estavam: ilha de Ulleungd. Um lugar de difícil acesso e que só se podia ir de barco. Por mais que tenham demorado e que não tinha levado nenhum eletrônico, ainda iam ficar felizes de poderem relaxar a mente. Até o ar dessa ilha era mais leve que o daquela cidade populosa onde viviam.
— Eu deveria ter trazido meu celular, olha que vista linda. — O verdinho da plantas grandes deixava Tuan cada vez mais ansioso para fotografar ali. Ele ficaria lindo com aquele tom de paz — por sua culpa eu não trouxe nada para registrar nossos momentos aqui.
— Amor, estávamos tão grudados nas redes sociais naquele momento, que não reparamos quando nosso acabou esfriando tanto. Sabe há quanto tempo não dormimos juntos ou fazemos amor?
— Isso não significa nada, eu ainda sinto meu coração palpitar por você. — respondeu voltando a olhar enormes mudas de cerejeira, sua árvore preferida.
— Não me ama como antes, e é esse lugar que vai fazer o nosso calor voltar, seremos aquele mesmo casal amoroso do passado. — Jackson depositava suas palavras de forma singela. — eu espero.
[...]
Já estavam na pousada em que se hospedaram e o recepcionista era uma pessoa esbelta, com traços grossos e um olhar penetrante. Nenhum dos meninos podia negar o efeito que aquele cara tinha deixado nos dois, não iam falar como se sentiram fracos em pensar nele, mas no fundo sabiam dos desejos obscuros.
— Olá, eu sou o Jinyoung o novo tutor e dono da pousada — Então esse era o nome do causador de problemas no casal Mark e Jackson — gostariam de alguma ajuda na ida para seus quartos?
— Nós adoraríamos — responderam em uníssono. Eles não queriam deixar óbvio o que estavam sentindo em suas falas porque talvez, só talvez, suas ações estivessem os entregando.
— Fico feliz de terem escolhido nossa pousada e nos dado essa preferência — Sorriu singelo, tirando devagar os fios que estavam em sua testa.
— Eu que agradeço — “não sabia que o dono era tão gostoso” quase completou Tuan, com seu jeito sincero de ser.
Foram guiados até seu quarto, que possuía uma cama de casal e flores vermelhas, vermelho cor quente, cor do sexo. Todos que estavam presentes sabiam que o clima estava se formando.
— Aqui o meu número se precisar de alguma ajuda — A voz agora estava carregada de desejo, somente pelo jeito grosso de dizer coisas tão simples.
— Pode ter certeza que iremos chamar. — Despediram-se levantando a mão um pouco acima do peito.
A partir daquele momento Jackson Wang e Mark Tuan haviam declarado que a ajuda de Park Jinyoung seria essencial, mesmo que fosse para um sexo casual, ou um toque de beijos. Eles só necessitavam que aquele dono da pousada estivesse predestinado em suas vidas, para todo e todo o sempre.
[...]
Havia se passado sete dias após o encontro anterior, muita coisa já tinha acontecido. Jackson chamou Jinyoung tantas vezes para pedir coisas simples, que se tornou um hábito ele vir até o quarto de Tuan e Wang.
A paz havia sido instalada desde que entraram naquela ilha. Não porque estavam longe da sociedade, mas porque encontraram a calmaria nos toques e jeitos de Jin, ele havia trazido aquele fogo, aquele clima do casal de volta. E ambos não queriam que aquilo acabasse, nunca.
— Amor, já pensou em chamar o Jinyoung para passar a noite com a gente hoje? Eu queria que ele ficasse aqui conosco, e aposto que ele também iria querer. — O jeito singelo que Jackson falava parecia que se conheciam a muito tempo, e que haviam formado aquele trisal há muito anos. — Ele traz nossa paz, e a nossa calmaria.
— Ele é perfeito, né? Ele era a pessoa que precisávamos para voltarmos a ser quem nós éramos desde o início. — Mark completou pegando o número do ficante fixo deles — nos fez seres apaixonados de novo.
E era verdade. Jinyoung havia sido como um cupido do amor, entrando de cabeça no romance e conhecendo novas experiências, novos ares. Ele havia sido a melhor coisa na vida do casal Mark e Jackson, que agora era Mark Tuan, Jackson Wang, Park Jinyoung. O melhor trisal que qualquer um poderia conhecer.
Porque juntos eles eram calmaria, e separados eram como tornados.
[...]
Mais um dia havia se passou na vida do casal, e eles decidiram ir no parque para se conhecer melhor, porque havia uma sensação de paz e de calmaria em lugares onde as pessoas vão com as famílias se divertir. Claro que eles já sabiam as coisas básicos uns sobre os outros, mas um relacionamento vem de se entregar de corpo e alma e ainda faltava isso para que estivessem completos. Eles só conseguiriam se tornar um trisal quando deixassem que fossem mais fundos.
— Jinyoung, vamos a um lugar legal — Jackson segurou a mão grossa do rapaz enquanto a alisava. Um verdadeiro rei em seu ponto de vista — e queremos que vá conosco. Você sabe como ninguém como se tornou importante para nós, e queremos que seja de corpo e alma nosso.
— O que isso significa?
— Significa que estamos dispostos a fazer tudo para que fique com a gente como um casal — Mark terminou de completar o que Wang queria dizer. O que o casal não faria pela calmaria deles, que tinha nome e sobrenome, Park Jinyoung?
— Eu aceito ir. Mas com uma condição, tirem as roupas antes. Só saímos hoje, quando eu tiver vocês pele na pele.
Porque para Jackson e Mark, as coisas se resolveriam apenas conversando e para Jinyoung, tinha que ser cara na cara, pele na pele, para que no final eles fossem um do outro.
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