POV Lauren
Depois de deixar as meninas na escola precisei voltar pra delegacia. Sai do carro vendo uma grande movimentação na entrada do departamento
— Ei, o que está havendo? — pergunto pra um policial que estava no canto sem fazer absolutamente nada
— Eu não sei, uma mulher chegou ai e começou a juntar gente — ele responde com a voz trêmula
— Novo por aqui, certo? — ele assenti fraco, respiro fundo não querendo saber qual o idiota que treina esse cara — Levanta daí
— Mas-
— Eu estou ordenando!
Aumento o tom de voz e ele levanta com medo
— Fique atrás de mim, tenho certeza que você não sabe atirar
Giro meus calcanhares ainda vendo aquela bagunça, pessoas queriam ver algo e policiais tentavam afastar elas. Pego minha arma que fica na cintura e começo a chegar perto de todas, eles me vêem e me dão espaço, permitindo entrar dentro da delegacia
— Delegada, fique parada, o atirador está com uma refém! — John, disse ficando na minha frente, não entendi e tentei passar, mas ele me impediu. Isso só poderia ser uma brincadeira!
— Me deixe passar
— Não posso, aquele cara estar prestes a atirar em qualquer um que chegue perto
Um atirador em uma delegacia, esse cara é louco ou se faz? Como pode ser tão burro a esse ponto?
— E onde esse cara tá? — ele ficou quieto elevando mais minha raiva — Diga-me!
— Na sala 1 — ele abaixou a cabeça saindo da minha frente
Caminhei até a janela de vidro e de fora mesmo já deu pra ver um cara de capuz preto, segurando uma mulher que estava aos prantos, os mesmo estavam de lado não dando pra ver seus rostos. Dois policiais muito bem treinados estabam tentando acalmar a situação, mas aquilo parecia não estar funcionando
— Eu levo ela e vocês ficam quietos — o cara falou como se aquilo fosse uma visita rápida e secreta
— Abaixe a arma e conversaremos — digo assim que entrei na sala, assim que meus olhos se encomtraram com os da refém, não acredite em quem estava na minha frente
Depois de mais de 18 anos, me encontrei com a mulher que acabou com a minha vida, tirou minha filha dos meus braços, já foi obcecada por mim, armou planos e quase matou minha família toda. Keana, estava diferente em parte, sua pele continuava a mesma, parece até que não têm 40 anos, mas seus olhos mostram que a mesma esta cansada e sofrendo, isso está nítido. Mas... quem é esse homem e o que ele veio fazer aqui com Keana? Armar mais uma vez pra mim? Ah, se for isso, ela está mexendo com a pessoa errada mais uma vez
— Não sou bobo, primeiro: vocês que vão colocar todas suas armas no chão — o mesmo nos olhava com fúria, suspirei fundo olhando pros policiais apenas afirmando pros mesmo largarem suas armas. Coloco a minha no chão e chuto pro cara que a parou com os pés
— Vamos entrar em um acordo, se você largar ela, não acontecerá nada com você — digo tentando passar confiança nas palavras — Passa ela pra cá que não acontecerá nada
Ele me olhou como se quisesse enxergar verdade, o homem estava quase desmaiando, o mesmo parecia nervoso com o momento. Mas, quem não ficaria?. O desconhecido empurrou a mulher que se segurou em mim para não cair, de forma rápida peguei minha arma que ficava na bota e desparei de raspão no braço do cara que caiu gemendo de dor
— Você está preso — falei pegando as algemas e colocando no homem que me olhava como se quisesse me matar, segurei seu braço forte e o levantei do chão — Levem esse senhor, teremos uma conversa bastante agradável mais tarde
Meus policiais pegaram ele e o levaram pra longe. Suspirei pesado voltando meu olhar pra mulher que ainda chorava de medo, seu pescoço estava vermelho, mas seus olhos piores. Suas roupas não pareciam ser novas, e muito menos limpas, mangas compridas e cabelo amarrado em um coque
— Vai ficar tudo bem, mas eu preciso que você me esclareça algumas coisas — digo indo buscar água, volto e sento em uma cadeira, indicando pra ela sentar também, lhe entrego a garrafinha e ela bebe se tremendo — Quem era aquele homem?
Vou direto ao ponto que eu queria, seu olhar já havia se perdido do meu parando em algum lugar da sala
— Se você não responder vai ser pior pros dois lados — digo calma
— E-ele é meu… — deu uma pausa. As palavras quase não saiam de sua boca — Ex-marido
Ela diz voltando a chorar
— Por que você veio na delegacia? Ele te agrediu? Abusou sexualmente? Ameaçou?
— De tudo ele fez — sua voz saiu em um susurro agoniante, a mulher parecia envergonhada e nervosa
— Tudo bem, ele não vai mais fazer isso, mas pra ele ser preso, precisamos de provas. Vou pedir para te levarem pra uma consulta, ok? — ela assentiu freneticamente e eu levantei indo até a porta — Não se preocupe com mais nada
Naquele momento eu não queria saber se ela havia quase acabado com minha vida toda, eu ajudaria porque esse é o meu dever como delegada. Suas palavras não soaram como mentira. Tudo que aconteceu me assustou, assustou todos da delegacia e principalmente ela
Saímos da sala indo pra entrada da delegacia, o mesmo homem estava lá, sentado como se nada fosse acontecer. Por mim, Lauren Jauregui, eu mataria ele agora mesmo, mas o meu trabalho é punir pessoas e ajudar outras. Passamos por ele que levantou tentando chegar perto, mas meus homens foram mais rápidos
…
— Vai acreditar no que ela falou? Mesmo depois de tudo?
Dinah pergunta como se eu tivesse fazendo algo de errado. Ao meu ver eu apenas estou ajudando uma pessoa que grita por socorro, mas que acha que nunca será ouvida. Bom, eu ouvi…
— Sim, Dinah
A respondo levando o copo de vidro até meus lábios, bebo o líquido o sentindo descer, meu olhar se encontrava perdido pela sala da mulher ao meu lado. Só de pensar que Camila, pode me colocar pra dormir no sofá pelo fato de estar ajudando a mulher que aprontou pra gente, minhas costas começam a doer. Eu não quero deixar de ajudar Keana, mas também não quero ser expulsa da cama
— Ela não parece mais ser a Keana de antigamente, aquela mulher sumiu e se transformou em uma que ninguém é capaz de reconhecer. 18 anos Dinah, 18! — fecho os olhos e suspiro fortemente, os mesmos estavam pesados de tanto cansaço, o dia foi mais longo do que imaginei — Se ela mudou ou não o problema não é meu, mas a delegada Jauregui não vai deixar isso barato! O que aconteceu na minha delegacia, nunca mais vai se repetir — aperto o copo em minha mão tentando não pensar no que aconteceu nessa manhã
— Eu só peço que você tome cuidado, ok? Eu me preocupo com você, Camila e meus sobrinhos
A loira me abraçou e eu retribui o gesto. Dinah, sempre foi assim. Uma mãe urso que protege seus filhotes de tudo e todos. Bom, eu e as meninas somos os filhotes
— Epa, que agarramento é esse? — ouço a voz doce de minha esposa fazendo me afastar de Dj
Olho pra ela e a latina está deslumbrante como sempre. Camila, com seus 41 anos continua a mesma, nós duas nos cuidamos, mas não é algo exagerado. Queremos ficar velhinhas juntas. Minha esposa está vestindo um macacão preto e longo, dando curva a sua cintura, seu cheiro já tinha tomado conta de toda cozinha. Ah esse cheiro…
Vi Normani, entrando na cozinha e indo direto pra esposa, as duas começaram a se beijar como se fosse o último beijo, o amor dessas ai só aumenta, não é diferente do meu. A cada dia que passa eu me apaixono mais, parece clichê, mas eu sempre amei Camila e isso eu não vou negar
— Não mereço um também? — pergunto me referindo ao beijo de Norminah, elas não respiram não?
A latina se aproximou de mim dando pra sentir seu cheiro mais forte, meus olhos acompanhavam seus movimentos únicos. Ela se inclinou selando nossos lábios de forma suave, suas mãos ligeiramente foram parar em minha nuca. No começo foi apenas um tocar de lábios que se transformou em um beijo intenso. Uma de minhas mãos adentraram seu cabelo castanho e sedoso. Nossas línguas travavam uma guerra gostosa e que eu não queria acabar. Mas, o ar já estava em falta, finalizamos o beijo com selinhos
— Já acabou o evento? — pergunto a Camila que se virou encostando seu corpo em mim, ela parecia cansada pois ouvi seu suspiro fraco
— Não, eu e Mani não estávamos com tanta animação, por isso viemos longo embora
Ela disse roucamente
— Posso falar o que aconteceu? — Dj pergunta me fazenso arregalar os olhos
— Que as garotas do colégio das nossas filhas, ficaram gamadas em mim? — tento mudar de assunto, mas ela rir
— Não sua trouxa — ela me xingou deixando minha esposa e a dela mais confusas
— O que você aprontou, Michelle?
Camila, perguntou cruzando seus braços e com uma sobrancelha arqueada. Engoli em seco passando a mão em minha nuca
— Promete não ficar com raiva? — pergunto receosa
— Para de ser medrosa porra!
Dj diz, me seguro pra não ir até ela e arrancar os cabelos da minha amiga
— Anda, Lauren! — a latina me apressou
— Eu vou ajudar a Keana — falei baixinho, tipo muito mesmo
— Fala um pouco mais alto — a morena pediu e eu respirei fundo contando até 3
— Eu vou ajudar a Keana
Falei alto e vi minha esposa quase soltar fogo pelos olhos. Tô ferrada!
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