Elijah
Papai ainda estava no chão, ajoelhado, e meus tios estavam ali, consolando-o.
- Ela não pode... Eu não posso... – ele murmurou diversas e diversas vezes, chorando e soluçando.
- Rhys, ela vai ficar bem. – tio Cassian disse. – Feyre é forte, você sabe disso. Ela vai ficar bem.
Tia Mor, ainda com meu novo irmão nos braços, começou a balançar calmamente de um lado para o outro, ninando a criança.
Tia Nestha se aproximou, olhando para o bebê com atenção.
- Ele é uma mistura perfeita – disse ela.
- Tão lindo e tão pequeno... – tia Elain disse ao olhar por cima do ombro de sua irmã.
- Feyre... Feyre... Ela precisa ficar bem, ela precisa, eu... – papai ciciou, as lágrimas ainda escorrendo freneticamente.
Abracei minha irmã com mais força e enterrei meu rosto no ombro dela, me permitindo chorar novamente.
Alice
As lágrimas de meu pai continuaram a escorrer, mas seus soluços logo se tornaram risos. Ele se levantou num pulo e desapareceu.
Um sorriso esperançoso se formou em meus lábios. Olhei para Madja procurando por qualquer informação, mas não recebi nenhuma confirmação da curandeira. Elijah ainda estava chorando com o rosto enterrado em meu ombro, mas eu o chacoalhei e fiz com que olhasse para mim.
- A mamãe está bem.
Rhysand
Mal acreditei no que vi na mente de Madja. O desespero, o sangue que não parava de jorrar, e minha Grã-Senhora cada vez mais pálida. Depois disso tudo, um alívio arrebatador quando o sangue parou. Mas ainda não tinha terminado. Com toda aquela perda de sangue, a curandeira acreditava que Feyre ficaria apagada por dias e que seu corpo não se curaria devido a todo o esforço que precisou para não desfalecer completamente durante a gestação, fazendo com que ela morresse lentamente.
Quando eu simplesmente não fazia mais ideia do que estava fazendo, falando, se estava chorando, gritando, murmurando... Eu senti o laço da parceria tremeluzir, senti Feyre ali. E atravessei direto para o quarto.
Assim que entrei, encontrei minha parceira recostada na cama, apoiada em alguns travesseiros, e com uma expressão de cansaço.
Ela se virou para mim e eu tentei sorrir daquele jeito convencido e cheio de confiança, mas tudo o que consegui foi abrir um sorriso triste, meio choroso. Mesmo assim, falei:
- Olá, Feyre querida.
Feyre sorriu e fracamente estendeu uma mão. Eu me aproximei, pegando a mão dela e beijando-lhe o dorso.
- Você me assustou demais – confessei.
- E você não quebrou o acordo.
- Claro que não quebrei, eu sabia que você conseguiria.
Ela riu como se pudesse ver claramente todas as lágrimas derramadas, como se ouvisse os murmúrios e os soluços abafados.
- Achei que iria te perder – sussurrei.
- Não seria tão fácil assim.
Foi a minha vez de rir. Mas lembrei do que Madja tinha dito, que o trabalho de parto havia começado no início do dia.
- Feyre, por que não me contou que estava em trabalho de parto? E como conseguiu esconder todas as contrações?
Ela segurou minhas mãos entre as dela e me olhou.
- Eu comecei a sentir as contrações logo depois do café – confessou – mas, à princípio, achei que eram apenas dores comuns. Percebi que eram contrações quando elas começaram a ser regulares. Eu fechei os escudos todas as vezes que senti a dor chegando e achei um jeito de sempre estar sozinha. Foi ficando mais difícil conforme as horas passaram, conforme as contrações ficavam mais próximas e mais intensas, mas eu não queria atrapalhar. Você estava ajudando as crianças com os preparativos, Mor estava na Cidade Escavada e Cass e Az tinham ido para o Acampamento.
- Devia ter me avisado.
- E perder a oportunidade de passar tempo com nossos filhos? Com você? Eu jamais faria isso.
- Madja disse que você talvez ficasse apagada por dias... – suspirei, me preparando para as palavras que viriam a seguir – Então quando eu senti você...
Eu a abracei, sentindo o cheio dela, sentindo sua pele macia e ouvindo seu coração bater. Nada jamais se compararia àquela sensação.
Até que Feyre inclinou a cabeça, olhando para mim com preocupação.
- O bebê...
- Ele está bem – falei.
- É um menino?
- É, sim.
- E como vamos chama-lo? – ela perguntou, sua mão acariciando a minha.
- Como você quer chama-lo?
- Eu quero vê-lo.
Beijei a mão dela, não querendo deixá-la, mas me afastei relutantemente e saí do quarto.
Na sala, Elijah e Alice estavam abraçados, sorrindo, e Mor estava segurando meu filho recém-nascido.
Fui até minha prima e peguei o bebê, sorrindo ao vê-lo de olhos abertos e observando as coisas ao seu redor.
- Olá, pequeno – sussurrei. – Está na hora de conhecer a sua mamãe.
- Ela está bem? – Alice perguntou.
- Cansada e bastante fraca, mas ela vai ficar bem – respondi, sorrindo. – Ela vai ficar bem.
Com o pequeno nos braços, subi de volta para o quarto. Feyre estava com uma das mãos sobre a barriga ainda inchada enquanto e outra estava sobre a cama. Seus olhos dispararam para mim assim que eu entrei no quarto, analisando o embrulhinho em meus braços.
Me aproximei e entreguei o bebê para ela, que segurou nosso filho com cuidado.
- Meu pequeno, meu amor... – ela murmurou, sorrindo.
Feyre ninou o bebê em seus braços tranquilamente. Seus olhos se enchiam de luz e felicidade a cada minuto.
- Aiden – ela disse.
Deitei ao lado dela na cama, sentindo sua força aumentar ainda mais.
- Aiden – repeti. – É perfeito.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.