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História A Faculdade - O Parque - História escrita por trishakarin - Spirit Fanfics e Histórias
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História A Faculdade - O Parque


Escrita por: trishakarin

Capítulo 6 - O Parque


Atravessei a enorme porta de madeira do prédio, do outro lado, próximo ao lado, policiais começavam a passar uma fita de isolamento enquanto outros pareciam procurar por algo entre as árvores. Eu ainda estava desacreditada como não havia ouvido nada, fiquei tanto tempo por ali e em momento algum ouvi sequer um quebrar de galhos ou movimento estranho. 

Segui em direção ao prédio de música. As pessoas continuavam vivendo normal naquele sábado. Avistei alguns carros de familiares parando próximo aos dormitórios e muitos estudantes passarem correndo com mochilas nas costas. Nos finais de semana muitos voltavam para suas casas, mas ainda assim, a grande maioria parecia não se ausentar naquele final de semana. Eu já sabia que não voltaria, pois precisava me adaptar ao local. E eu estava bem surpresa em como tanta coisa já havia mudado. 

Senti um arrepio quando lembrei o que já havia feito, com Sam. Me faltou ar, podia vê-la em cima de mim, com os lábios entreabertos e os olhos se fechando, enquanto seu corpo recebia espasmos. Nunca havia sequer beijado uma garota, sequer imaginado tal cena, mas nunca havia me sentido tão completa, nunca havia sentido meu corpo reagir de forma tão intensa aos desejos que me tomaram por Sam.

- ASH.

Uma voz conhecida fez meu corpo inteiro enrijecer. Olhei para trás e Alan atravessava a rua, vindo em minha direção correndo. A expressão nervosa, as sobrancelhas em sinal de irritação.

- Precisamos conversar - ele disse ofegante.

- O que você está fazendo aqui?

Ele me pegou pelo braço e me puxou em direção ao seu carro com certa violência. Eu tentei me soltar dele, me debati até em desespero. Foi quando percebi um dos policiais que estavam tomando conta da área isolada vir correndo em minha direção, já sacando a arma e apontando para Alan.

- SOLTE A GAROTA - ele gritou do outro lado, próximo ao carro de Alan - VAMOS! SOLTE A GAROTA, AGORA!

Alan me olho surpreso, esperando alguma reação, algum sinal para que o policial acreditasse que tudo estava bem. Mas não estava. Mesmo assim, ergui a mão, avisando que estava tudo bem. O policial baixou a arma, me encarando como se quisesse receber qualquer sinal. 

- Tem certeza, senhorita?

Confirmei e Alan soltou o meu braço. Caminhou até o carro esperando que eu o acompanhasse e não sei o que me fez acompanhá-lo. Entrei pelo lado do passageiro e assim que fechei a porta, Alan pisou no acelerador seguindo sabe-se lá para onde. Fiquei em silêncio durante todo o percurso. Ele estacionou em um restaurante próximo ao Campus.

- Está com fome?

Balancei a cabeça negativamente. Ele suspirou decepcionado e olhou para a frente, pensando no que dizer. Me mantive quieta.

- Não pense que eu sou louco, Ash - ele disse chateado - Eu só queria que nós dois ainda continuássemos juntos. Quando soube que viria pra cá, não me importei tanto, porque é perto, poderia até diariamente vir para cá. Mas quando você veio, eu fiquei inseguro. Isso é uma vida nova, um recomeço. Fiquei com medo que conhecesse alguém...

- Alan... vamos tomar alguma coisa e conversar, que eu não vou desperdiçar a sua vinda para cá. 

Saí do carro e ele me acompanhou, dessa vez mais quieto e mais respeitoso. Toda aquela agressividade, autoridade, não faziam parte de sua personalidade. Entramos no restaurante, que nem estava tão cheio assim. Sentamos em uma mesa próximo a janela e não demorou muito para o garçom nos atender. Pedimos e ele olhou para mim de forma penetrante.

- Vai parecer idiotice, mas em tão pouco você está diferente.

- O que? Como assim?

- Eu não sei - ele baixou os olhos - Mais segura de si, mais firme. E não me olha nem mesmo como me olhava antes - ele disse voltando a me encarar - Aconteceu alguma coisa?

- Alan, nós terminamos. Eu falei sério quando disse isso. 

- Nós nem conversamos. Um dia separados e você decide terminar? 

- Alan... - respirei fundo antes de continuar, sabia que ia ser difícil - um dia separados e você simplesmente surtou com a distância. Olha onde você está hoje - ele me encarou nervoso - Você veio até aqui, fez a maior cena para me enfiar dentro do seu carro, que até o policial desconfiou de agressão e agora está me dizendo que minha decisão foi precipitada? 

- Ashley...

- Eu vou passar pelo menos quatro anos aqui. Se em um dia você surtou daquele jeito, como estará daqui um mês? Um ano? Ou quatro anos? Se eu disser que tem uma festa... ou que quero ir ao cinema com amigos. Talvez estudar em grupo - ele torceu o rosto, visivelmente incomodado - Viu? Olha a sua cara, Alan. Sinceramente, nós terminamos e eu espero continuarmos assim.

- Ashley, não é assim.

- Eu sou sua amiga, você é meu melhor amigo e eu espero poder sempre te ter ao meu lado como tal. Eu te amo, Alan. Mas desse jeito eu não quero mais. Podemos ser amigos?

- Ashley, vamos tentar, me dê uma chance.

- Não dá, Alan.

- Por favor - ele estendeu as mãos e pegou as minhas com vontade.

Eu me levantei da mesa. Mesmo se eu quisesse voltar e ficar com ele, nos dar uma chance. Eu jamais sentiria nem um terço do que senti na cama com Sam. E não significava que eu queria estar com ela, namorar com ela. Foi uma aventura, uma explosão de desejo mediado a bebida e a novidade. Mas que marcaram e me mostraram uma sensação que nunca tive, mas amei. Sei que poderia ter com outras pessoas, mas eu precisava me descobrir, entender meu corpo que nunca parei para entender. E eu não poderia mentir para ele, não poderia fazer algo que nunca fiz.

- Alan... Eu tenho que ir.

- Espere, nem comemos nada. Pelo menos come algo comigo, Ashley. 

Eu tive que respirar fundo. Mas o fiz, sentei-me e ele jurou não falar de mais nada sobre aquele assunto. E não o fez, falou sobre seus pais que estavam se separando, sobre minha mãe que ligava diariamente querendo saber de mim, sobre as cartas de negação que recebia para universidade. Ele nunca foi muito esperto, apesar de muito inteligente, nunca o pôs em prática. Nunca levou a escola a sério, era mais interessado em outras coisas. 

Haviam se passado quase duas horas, já havíamos comido e estávamos tomando um suco juntos. Ele percebeu que o tempo estava passando e já seria melhor viajar de volta para casa. Ele baixou os olhos um pouco decepcionado, em nenhum momento havia sitado querer voltar com ele e acredito que ele esperava por isso.

Saímos do restaurante e ele dirigiu de volta ao Campus. Tudo parecia ir bem, até que ao me despedir ele segurou  meu rosto com força, sem me deixar me afastar. Invadiu meus lábios e mesmo já o tendo beijado por anos, tive nojo daquela atitude. Pois eu me debati, demonstrando que não queria. Mas ele ignorou e continuou colando sua boca a minha. Empurrei ele o mais forte que pude, mas ele não cessou. Ele era mais forte que eu. 

- Eu te quero, Ashley. Eu não sei mais ser só seu amigo.

Empurrei com mais força ainda, aproveitando essa pausa para a fala. Ele segurou meu braço, impedindo que eu saísse do automóvel. Aquilo foi me deixando preocupada.

- Alan, eu não quero mais. Por favor, pare.

- Eu sei que me ama, amor. Por favor, nos dê uma chance.

- Eu não quero! - insisti - Eu... não... quero - falei pausadamente.

- Você quer. Só está cega. O que houve? Deu pra algum outro cara!

- Nã... não.

- Diga a verdade, Ashley. Transou com outra pessoa?

- Me solte.

Tentei inutilmente me soltar dele. Quando ele tentou novamente me puxar para si, a porta do motorista se abriu em um estrondo e ele foi puxado para fora do carro com força. Cai no banco dele, pois quando foi retirado do carro ele me puxou junto, mas acabou me soltando antes de cair no chão. Olhei para a frente e Sam estava ali com Luciano. Ela deu a volta e abriu a porta do passageiro, me ajudando a sair. Eu tremia muito, estava nervosa, preocupada com ele.

- Quem você pensa que é? - Luciano gritava com Alan.

- Que palhaçada é essa? - Alan se levantou e ficou de frente para o garoto - Quem é você pra se meter na conversa de duas pessoas assim?

- O que diabos você estava fazendo com a Ash? Ficou louco? 

- Você está bem? - Sam me perguntou envolvendo seu braço em meus ombros, enquanto eu enlaçava sua cintura, afundando meu rosto em seu pescoço.

Eu não queria mais ver Alan. Eu não queria mais ouvir sua voz e me doía tanto o coração saber que minha vinda ao Campus havia acabado com a pessoa carinhosa e amável que ele era. Saber que provavelmente eu não o conhecia amargava minha alma de tal forma que senti uma angústia aflorar em meu peito.

Ouvi o som oco de batida, olhei para trás as pressas e vi Alan socar o rosto de Luciano. Antes que eu pensasse em apartar a briga, o amigo lançou um chute afastando Alan, que caiu no chão e mirou um soco em seu rosto. Corri dando a volta pelo carro, sob os protestos de Sam, que me seguiu.

- Parem, por favor - pedi, mas eles não pararam.

Alan se levantou rapidamente e voltaram a se socar. A violência dos dois era absurda, mas até que eu mesma me enfiei entre os dois, tomando um soco no rosto partido de Alan. Empurrei ele sob a lateral do carro e apontei o dedo em seu rosto, fazendo-o olhar para mim. Ele parou, ofegante, com o lábio inferior cortado no cando direito e seu olho visivelmente inchado.

- Chega, está bem? Você foi grosseiro, foi repugnante. Tudo o que odeio em alguém. Não te interessa mais nada da minha vida e eu não te quero mais fazendo parte dela. Acredito que nem amigos seremos capazes de ser. 

Quando o soltei, dei as costas, foi o tempo suficiente para ele avançar desesperado em cima de Luciano socando-lhe o rosto sem piedade.

- É VOCÊ SEU FILHO DA PUTA, QUE TÁ COMENDO A MINHA MINA? 

Sam e eu pulamos em cima de Alan e o conseguimos tirar de perto de Luciano, que tinha o nariz sangrando agora. No mesmo instante, talvez por ter chamado a atenção demais, dois policiais vieram correndo e seguraram o rapaz, jogando-o na lateral do carro e puxando seus braços para trás.

Eu não impedi. Não poderia, ele errou demais, ele fez algo que eu não esperava que fizesse. Ele era outra pessoa e eu não sabia até onde ele iria com aquilo. Me afastei dele, enquanto Sam olhava o rosto de Luciano.

- Eu vou te quebrar, seu vagabundo. Eu vou te quebrar!

- Tudo o que você está dizendo será levado em consideração, garoto. Muito cuidado com as palavras!

Algemaram ele e levaram para a viatura que estava mais próxima. Nunca mais haveria conversa, volta. Todo o meu passado parecia ter evaporado ali. Não era só o fato de não me conhecer bem. Eu simplesmente não conhecia nada e nem ninguém. Eu não conhecia bem nem mesmo o garoto que por tanto tempo namorei. O garoto com quem cresci lado a lado. O vazio que se formou dentro de mim, me pegou com tanta força, que eu comecei a caminha lado contrário, ignorando os chamados de Luciano e Sam.


Notas Finais


Daqui a pouco outro capítulo, e esse promete! Ontem não tive como postar, tinha tanto trabalho para fazer que ficou quase impossível!


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