Ao chegarmos na lanchonete, uma garçonete extremamente gostosa se aproximou de nós, olhou pra mim com olhar safado e claro que eu retribui, ouço uma tosse forçada e percebo que é Annie.
- Eu quero um cappuccino e um capcake de baunilha. - disse.
- E você, oque vai querer? - perguntou a garçonete pra mim.
- Hum...- sorrio. - Eu quero uma coisa bem gostosa, saborosa... - fui interrompido
- Torta de morango, ele quer uma torta de morango. Agora tchau.
- Qual a sua? - pergunto.
- Qual a minha?! VOCÊ parecia que queria conversar comigo. - retrucou.
A garçonete nos olhou, e se retirou.
- Nunca mais ouse agir assim comigo de novo. - olhei sério.
Ela simplesmente revira os olhos olhando para a rua.
Suspiro.
- Eu preciso conversar... apenas isso. - digo. Ela olha nos meus olhos por uns minutos e apenas concorda.
(...)
Ao chegarmos na mansão, sento largado no sofá enquanto ela fica em pé séria.
- Tá...- me levanto. Passo as mãos no cabelo. - Você Annie, me deixa louco sabia?! - seguro seu rosto e olho nos seus olhos. Ela afrouxa a marra.
- Oque isso quer dizer? - olha confusa. - Justin...
- Não, só me ouça. - ela concorda. Continuo.- Eu tentei, tentei muito mentir pra mim mesmo, talvez porque eu saiba que aceitar, dar uma chance, simplesmente vai tornar tudo mais difícil e tóxico pra nós dois. Eu tenho raiva de você. - Ela ri. - Eu tenho raiva, porque tudo oque você faz é para o bem, é por um motivo melhor. Eu a invejo. Eu já fiz tanta merda na vida, e sinceramente já faz parte da minha vida tudo isso, mas contigo eu sei que não deveria ser assim, você deveria estar na faculdade, com um garoto bonzinho cheio de mimimi feito o Jackson, pensando sobre como seria suas férias em algum lugar com os amigos... E eu sei que não vai adiantar, mas eu quero que você fique comigo, porque mesmo eu sendo um filho da puta, quero mostrar que você consegue despertar algo bom que vive escondido em mim, que não sinto a muitos anos...- rio. - meu Deus sendo um filho da puta clichê.
POV - Annie
- Justin, eu... - tentei processar algo pra falar, e então disse tudo oque passava por minha cabeça. - eu tenho tentado mentir pra mim todos esses últimos dias o quanto estou gostando de você, eu sinto que estou traindo todos aqueles que se sacrificaram por mim pra me manter longe. Eu me sinto mal por pensar que eu perdi a minha mãe por ter simplesmente um dia te conhecido. Você me magoa muito, me ofende, me chama e me trata como se eu fosse um lixo, e não é isso que eu quero pra mim, não foi pra isso que me sacrifiquei a vida toda. Eu não vejo um futuro pra nós, somos tóxicos, sempre vai ter algo que acabe nos magoando e afastando. Mas como disse, eu vejo um lado bom nas pessoas, e eu consigo sentir isso em você. Mas seu jeito de ser, com suas grosserias e autoridade não dá, eu quero viver do meu jeito para que eu volte a me sentir como eu mesma.
- Espera aí, você está pedindo demais. Está exigindo demais.
- Então, se você no fundo realmente gosta de mim, se importa com meu bem, eu quero que você me deixe ir.
- Deixar ir? Que porra você está falando? Não existe esse negócio de "deixar ir".- olhou irritado.
- Eu quero um tempo. É isso. Um tempo sem crimes, seguranças, drogas, um tempo sem você e sua vida. Eu preciso disso Justin! - começo a chorar.
- E acha que simplesmente se afastando tudo vai mudar? Essa é minha vida garota, esse é o meu mundo. Não tem volta. Quando você voltar, vai ser do meu jeito, como eu vivo.
- Então isso significa um adeus. - seguro as lágrimas.
- Nem fudendo! - ri. - Você esta usando drogas, na moral. - olha sério pra mim por um tempo e depois volta a falar - Sabe de uma coisa, que seja.
- Como assim? - fico séria.
- Pode ter esse tempo aí. - disse travando o maxilar.
O abraço e roubo-lhe um beijo, ele retribuiu, e nesse beijo eu sentia saudade, raiva e o início de um amor surgindo.
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