Samantha Narrando
Os gritos desesperados de Chaz era o único barulho que podia escutar por toda a casa.Quando o medico disse que teria que fazer uma pequena cirurgia caseira para remover a bala todos entraram em desespero,aqui não tinha os materiais necessários para fazer uma cirurgia,então todos estavam com medo de algo dar errado. Devia ser aproximadamente 5:00 da manhã e todos estavam cansados por causa da hipótese que o tiro poderia ter pegado em outro lugar. Justin por outro lado esta furioso,ele esta enfurnado naquele escritório desde a hora que o medico chegou e não saiu nem para comer alguma coisa. Nesse exato momento os gritos cessaram e o medico desceu as escadas com um sorriso pequenos nos lábios e fez sinal positivo com a cabeça fazendo todos suspirarem aliviados.
— A cirurgia foi bastante cansativa e trabalhosa,mas graças a Deus ocorreu tudo bem. –ele disse e todos aplaudiram e se abraçaram . — O senhor Somers precisa descansar por um bom tempo por causa dos pontos. –todos assentiram e ele foi embora.
Todos levantaram e subiram correndo para o quarto onde Chaz estava e entraram. Quando eu estava prestes a entrar no quarto eu olhei para a porta do escritório do Justin e imaginei que ele iria querer saber que Chaz esta bem,já que ele passou a manhã toda no escritório. Bati duas vezes na porta do escritório e entrei. O cheiro de maconha estava impregnado em todo escritório,tinha um garrafa de vodca pela metade em cima da mesa e a grande cadeira de couro estava na direção da janela. Justin girou sua cadeira de couro marrom na minha direção e soltou a fumaça do cigarro para cima me fazendo tossir 2 vezes seguida. Seus olhos estavam bastante vermelhos e seu olhar sobre mim me causou diversos arrepios. Justin sabe ser bastante assustador quando quer.
— O que você esta fazendo aqui ? –Justin disse atropelando algumas palavras e eu tive que fazer bastante esforço para conseguir entender o que ele tinha me dito.
— Eu vim avisar que o Chaz já esta bem melhor. –minha voz saiu baixa.
— Tudo bem. –eu assenti e me virei para ir embora quando Justin me chama . — Se arrume porque a gente vai fazer uma visita para o seu pai para ver se ele tem algumas respostas. –assenti.
Sai do escritório um pouco atordoada por causa que ainda hoje visitaria o meu pai. Como será que ele esta? Será que ele está bem ? Varias perguntas rondavam em minha cabeça e só de imaginar que talvez hoje eu receba a resposta de algumas,eu fico completamente desesperada. Estava completamente imersa nos meus pensamentos quando senti meu corpo se colidir com outro brutalmente. Antes que eu pudesse cair no chão uma mão forte segurou na minha cintura e eu arfei.
— Cuidado por onde anda Sam. Quase que você se arrebenta toda. –Dylan disse brincalhão. Dei um riso fraco,revirei os olhos e me endireitei,mas mesmo assim ele não largava a minha cintura.
— Eu estou bem Dylan,muito obrigado. –dei um sorriso nervoso. — Pode me soltar agora. –disse envergonhada
— Mais está tão bom Sam. –ele me apertou mais o meu corpo e eu estava completamente perdida.
— Atrapalho alguma coisa ? –Justin diz visivelmente irritado.
— Talvez sim,talvez não. –Dylan disse irônico. — Como você nos atrapalhou nunca iremos saber a verdadeira resposta.
— Eu acho melhor eu começar a me arrumar... –antes que eu pudesse terminar de falar eu sai correndo para o quarto e tranquei a porta do mesmo. Aquilo que Dylan fez foi bastante inapropriado . Como éramos melhores amigos no internato eu o contava tudo sobre mim,até mesmo os meus pontos fracos quando querem me conquistar.
Entrei dentro do banheiro,me despi e entrei debaixo do chuveiro. A água estava bastante refrescante e se eu não tivesse tão atordoada,talvez eu poderia aproveitar mais. Sai do banheiro enrolada na toalha e entrei dentro do meu closet vestindo uma calça jeans preta,uma regata azul,uma jaqueta de couro e tênis. Me sentei de frente para penteadeira e passei um pouco de base no rosto,só para esconder um pouco as minhas olheiras. Depois de pronta,eu me levantei e desci as escadas chamando a atenção de Justin que estava sentado com uma cara nada boa na sala.
— Vamos logo com isso. –ele disse e eu assenti.
Nos saímos de dentro da casa e fomos direto para garagem entrando dentro da sua Mercedes e saindo em direção a casa do meu pai. Minhas mãos estavam suando e minha garganta estava seca só de imaginar que finalmente poderia matar a saudade mesmo que seja por míseros segundos. Paramos em frente ao grande portão da casa e Justin buzinou duas vezes,atraindo os olhares de alguns seguranças que logo em seguida abriram os portões. Justin entrou um pouco relutante,pegou a arma que estava em cima do painel do carro e saiu do carro sendo seguido por mim.
Assim que entramos na sala eu fiquei completamente assustada com a situação,tinha garrafas de bebidas pela metade e algumas vazia por todos os lados. Depois de uns minutos escutamos o som da porta de algum quarto batendo e o meu pai desceu as escadas que nem um desesperado. Ele correu na minha direção,meu deu um abraço apertado e eu retribui da mesma forma. Ele fazia um carinho no meu cabelo enquanto fungava de cinco em cinco minutos.
— Senti sua falta pai. –murmurei e ele me abraçou mais forte.
— Eu também senti filha,senti muito mesmo. Eu estava ficando louco aqui sem você.
— Desculpe interromper o momento família de vocês. –Justin disse irônico e meu pai partiu o abraço. — Eu vim aqui em busca de respostas e é melhor você não esconder nada de mim se souber alguma coisa.
— Tudo bem... vamos nos sentar. –ele disse e andamos em direção ao sofá nos sentamos logo em seguida . — Pode falar agora.
— Já faz uns dias que eu venho recebendo diversas ameaças de algum desgraçado que me acusou de ter matado Victor. –meu pai arregalou os olhos e Justin continuou. — Eu fui na casa de Victor e acabei achando provas que se caíssem nas mãos dos tiras todos nós estaríamos atrás das grades.
— Eu sabia que isso ia acontecer. –meu pai disse afobado.
— Você sabe quem esta fazendo isso ? -ele assentiu. –Então me diga porra !
— Quem esta fazendo isso tem muito poder Justin,eles tem pessoas que trabalham para eles em todos os cantos. O verdadeiro objetivo deles é fazer nós mesmo acabarmos um com ou outro e qual é o modo mais fácil de fazer isso ?
— Nos deixar sem saída e inseguros. –ele assentiu.
— Um tempo atrás eu comecei a receber diversas ameaças e confesso que fiquei morrendo de medo,mas não por mim,sim pela a minha esposa e filha. Eu estava pouco me importando se iria morrer ou não,porque quando você entra para essa vida você tem que esta preparado para tudo. Victor e eu passamos a investigar e acabamos descobrindo que os políticos estão fazendo isso. –arregalei os olhos.
— Mais porque ? –Justin disse
— As pessoas começaram a se perguntar e julgar os políticos Justin,elas queriam que as matanças acabassem e que cada bandido estivesse atrás da grades. Então eles cansados de vários protestos e brigas criaram uma instituição secreta.
— Tipo o FBI pai ? –perguntei e ele negou.
— Pior filha.
Justin Narrando
Samantha estava estática olhando para o pai enquanto ele a olhava com um semblante preocupado. Como eu não tinha pensado nisso antes ? Eu que sempre fiquei atento sobre os passos de alguns políticos nunca imaginei que ele fossem fazer isso. Eles nunca ligaram para a população porque recebiam uma grana preta de alguns traficantes e ainda tinha o que eles roubavam da cidade.
— Então eles só fizeram isso para não levantar suspeitas ? –Ian assentiu
— Se de repente você soubesse que estão roubando o seu dinheiro e de outros para o próprio bem. O que você faria ?
— Ficaria louco de raiva e ia querer matar todo mundo. –dei de ombros e Samantha riu pelo nariz.
— Eles acreditam que se eliminar todos nós,finalmente a população vai parar de criar suspeitas sobre eles então eles irão poder aproveitar e ganhar muito mais dinheiro.
— Só você e Victor que sabiam disso ? –ele assentiu
— O resto dos traficantes estavam com tanto medo que não confiavam em ninguém e nem paravam para pensar no obvio.
Agora as coisas estavam realmente se encaixando e agora eu sei com quem realmente estamos lidando. Vai ser difícil tentar derrubar um deles mas não é impossível.
—Vamos embora Samantha. –ela assentiu e abraçou o seu pai arrancando um soluço alto do mesmo.
Ela estava terminando de se despedir quando vários tiros foram em nossa direção e todos os vidros da sala foram quebrados e nesse exato momento estávamos abaixados.
— JUSTIN! MEU PAI LEVOU UM TIRO. –Sam disse desesperada
— Vamos embora logo. –disse firme
— Eu não vou embora sem ele,ou você me ajuda,ou eu fico.
— MERDA! –corri em direção a Sam e peguei seu pai no colo. O caminho até o carro foi bastante complicado até porque Ian era bastante pesado.Sam destravou o carro com as mãos trêmulas e eu coloquei seu pai no banco traseiro enquanto a mesma colocava a cabeça dele em seu colo.Ocupei meu lugar no banco do motorista e liguei o carro saindo dali em alta velocidade,peguei meu celular do bolso e liguei para Ryan enquanto manuseava o volante com uma mão.
— Fala dude !
— Ryan,chame o nosso medico de novo e me esperem.
— Esta tudo bem com vocês ? –ele disse visivelmente preocupado
— Sim,nós estamos.Agora liguei para o medico . –desliguei o telefone sem dar uma chance de ele responder e voltei a prestar atenção na estrada. Olhei pelo retrovisor e vi Sam segurando a mão de Ian enquanto chorava silenciosamente.
— Pai por favor não me deixe. –ela disse
—Não chore filha,uma moça bonita como você não merece ficar chorando. –ele disse e ela sorriu fraco. Ele colocou uma mecha dos seus cabelos loiros atrás da orelha e sorriu. — Você é muito parecida com a sua mãe,tão bonita quanto ela.
—Agüente mais um pouco pai,já estamos chegando na casa do Justin e eu irei cuidar de você. –ela disse e ele acariciou o seu rosto.
—Eu te amo Sam,nunca duvide disso.
—Eu também te amo pai .
A verdade é que por um momento eu senti inveja dela,eu queria ter uma relação assim com o meu pai mas a única coisa que eu ganhei em troca foi mal tratos.Ele nunca lembrava dos meus aniversários e também nunca dizia que amava, então talvez um terço de eu ser assim hoje em dia seja culpa dele. A semente quando plantada e cuidada se torna um arvore saudável e cheia de vida,mas quando ela sofre mal tratos,ela apodrece e traz frutos ruins.Esse é o tipo de lema que eu levo na minha vida,eu sou a semente que não foi cuidada,foi tratada como lixo e acabou trazendo frutos ruins.
Olhei para o retrovisor na mesma hora que Sam me olhou. Ela tinha um pequeno sorriso nos lábios quando avistou o grande portão da minha mansão.
— Obrigada. –ela disse sem emitir som nenhum.
Não estava nos meus planos salvar o meu inimigo,na verdade,meu plano sempre foi matá-lo. Ainda estou tentando entender o motivo de eu ter sido tão fraco a ponto de cometer tamanha burrice,se eu deixasse ele apodrecer naquela casa minha vingança estaria concluída.Dei um sorriso para ela,mas não um sorriso irônico,foi o sorriso mais verdadeiro que já dei.
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