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História A Flor de Hades - Quando o deus dos céus visita o Mundo Inferior - História escrita por plutoniana - Spirit Fanfics e Histórias
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História A Flor de Hades - Quando o deus dos céus visita o Mundo Inferior


Escrita por: plutoniana

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 7 - Quando o deus dos céus visita o Mundo Inferior


Sasuke passou a dormir com ela todas as noites. E ao mesmo tempo em que era uma coisa maravilhosa, também fazia os miolos de Sakura fritarem, ainda mais porque aquelas mãos poderosas dele faziam questão de apertá-la nos melhores lugares só pra no final… eles nunca fazerem nada. 

Sasuke estava lhe enlouquecendo de propósito, ela sabia. E exatamente por isso que fazia questão de retribuir o favor. 

Sempre que estavam se beijando e rolando entre os lençóis dela, Sasuke ficava lhe apertando justamente nos lugares que mais a desarmavam, como na nuca, no pescoço, nas coxas e na bunda, o que a deixava totalmente sem fôlego e com as pernas trêmulas. 

Nessas horas, ela notava que ele ficava sorrindo de forma quase maligna durante o beijo enquanto estava em cima dela, o que a incentivava a começar a arranhar a nuca e as costas dele, causando o mesmo efeito nele.

Era uma luta que os dois podiam travar igualmente, no fim das contas. 

No entanto, Sasuke nunca avançava mais do que isso, o que era frustrante por um lado, mas por outro, Sakura ficava um pouco agradecida.

Porque sabia que se voltasse pra casa depois de ter transado com um deus como ele, sua mãe ia passar os próximos 500 anos lhe acorrentando no porão de casa. Sem brincadeira.

— Não vai mais me pedir em casamento? — ela brincou certa manhã, quando os dois estavam na cozinha e Sasuke estava fazendo café da manhã pra ela. Ela o abraçou por trás enquanto ele estava na frente do balcão, cortando frutas em pedacinhos milimetricamente iguais para ela. 

— Pra quê? — ele retrucou num tom leve, mas ao mesmo tempo, carregado de ironia e um pouco de irritação. — Pra você cuspir outro “não” na minha cara? Não, valeu. Tô de boas.

Isso fez Sakura parar de sorrir ao perceber que apesar dele parecer estar brincando, tinha um fundinho de verdade ali naquela raiva contida. 

— Aqui. — ele se virou para lhe entregar sua tigela com frutas picadas, das que Karin trouxera recentemente de fora do Mundo Inferior. — Vejo você mais tarde. — ele depositou um beijo na testa dela antes de sair para o trabalho. 

Sakura mordeu os lábios e ficou olhando apreensiva para a tigela em suas mãos.

Ok, talvez ela tivesse sido um pouco insensível, considerando que ele ainda estava meio chateado com o fato dela não estar aceitando passar o resto de sua vida ligada a ele. Mas qual é? Casamento entre deuses não era brincadeira. 

Tsunade nunca contou muitos detalhes sobre como isso acontecia, mas Sakura sabia que era uma ligação muito forte entre suas almas divinas. Não era como o casamento dos humanos, era algo muito real… e até meio físico. Era como se acorrentar pra sempre, no sentido mais literal da expressão. 

E Sakura estava com medo de se acorrentar pra sempre com Sasuke e se arrepender depois. Porque sabia que não teria mais volta. 

As coisas pareciam ser muito boas agora, mas e daqui uns séculos? E se ele mudasse? E se parasse de gostar dela ou coisa assim? O que os dois se tornariam?

Ela não conhecia as esposas de Naruto e Shikamaru, mas sabia com certeza absoluta que não queria ficar igual a elas.

Não queria ser uma rainha se significasse ter um marido daquele tipo desprezível.

Ainda assim, era difícil tomar uma decisão realmente racional e cautelosa quando estava com uma tigela daquelas nas mãos. Das frutas que ele mandava buscar no andar de cima especialmente para ela, respeitando suas vontades e limites, e ainda cortando a comida com as próprias mãos de maneira tão gentil e cuidadosa.

Isso a fazia pensar muito. E lhe deixava meio deprimida também. 

Afinal, em que momento da vida o amor esfria tanto ao ponto de um marido parar de mimar e amar sua esposa? Quando ele deixa de fazer café da manhã pra ela? Ou ainda é antes disso?

#

Naruto sabia que estava muito ferrado, como jamais estivera em toda a sua vida. Nem mesmo quando foi encarar seu pai para matá-lo, ele se sentiu tão amedrontado daquela forma como estava no momento. 

Isso porque sabia que Tsunade ia dar um jeito de matá-lo se ele não achasse logo a filha dela… e eles não estavam achando de jeito nenhum. 

Ele tinha posto todo mundo para procurá-la. Todo mundo mesmo. Desde os 12 olimpianos até os deuses menores. Ninfas, sátiros, harpias, górgonas, sereias, ciclopes. Todos os tipos de monstros, criaturas e espíritos estavam procurando por Sakura há semanas. Ele tinha posto todos para procurá-la, e nenhum sinal em lugar nenhum. 

Já tinha revirado toda a Terra, os oceanos, os céus… e nada. 

Até Shikamaru já estava começando a morrer de medo. 

— Cara, ela vai matar a gente. — ele chiava preocupado. — Ela vai matar todo mundo!

E pra completar, também não estavam achando o titã que trouxera a neve de volta, o que era muito preocupante, considerando o caos que isso estava tomando. 

Os humanos não viam neve há muitos séculos assim, então não estavam nada prontos para esse inverno tão rigoroso que estava assolando a Terra no momento. Muitos estavam morrendo de fome e frio, já que as plantações todas estavam morrendo e suas casas não estavam mais prontas para suportar um frio daquele porte.

A maioria deles estavam indo em massa aos templos, pedir por piedade aos deuses do Olimpo. Porém Naruto simplesmente não sabia o que fazer, e muito menos os outros.

A situação estava muito crítica. Ele precisava de ajuda, mas não tinha mais ninguém a quem pedir. Todo mundo já estava envolvido, exceto Sasuke, o único que eles não chamaram para ajudar.

— Nós precisamos dele, você sabe. — Shikamaru continuava insistindo todo dia para chamarem a ajuda do irmão. — Talvez ele possa nos dizer se pelo menos ela está morta ou não. Ele sabe quando todo mundo morre, não?

— Você sabe que Sasuke jamais iria nos ajudar. — Naruto retrucou. — Ainda mais depois da briga que tivemos na última reunião. Ele deve é estar rindo da nossa cara lá embaixo. E convenhamos, você e eu sabemos que a essa altura, Sakura provavelmente já deve estar morta mesmo, seja lá por qual titã foi o responsável por isso.

Shikamaru mordeu os lábios de forma nervosa. 

— É, deve ser isso mesmo. Porque não tem mais onde procurar. — ele murmurou, dando de ombros. — Já reviramos todos os lugares possíveis e nada. Ela deve estar morta mesmo. 

Estavam numa das salas de estar do palácio do Monte Olimpo, que tinha uma enorme lareira acesa no momento, para tentarem se aquecer, já que o inverno estava castigando toda a Terra mesmo, até a morada dos deuses.

Naruto estava com as mãos apoiadas na parede acima da lareira enquanto olhava pro quadro enorme ostentando uma pintura dele e dos irmãos. Os três bem sérios e imponentes, Naruto sentado no trono do Olimpo, e Shikamaru e Sasuke de pé, um de cada lado. Uma pintura representando os Três Grandes.

O deus dos céus. O deus dos mares. E o deus do Mundo Inferior.

De repente, olhando para aquela pintura, Naruto sofreu um estalo. 

— Ah, droga. — ele fechou os olhos e fez uma careta. 

— Que foi? — questionou Shikamaru. 

— Tem um lugar em que ainda não procuramos a Sakura. — Naruto disse enquanto olhava pro irmão. — E é o mesmo lugar de onde os titãs poderiam ter saído. 

Shikamaru entendeu de imediato do que ele estava falando. 

— Droga. — Naruto xingou de novo enquanto se encaminhava para sair da sala. 

— Tá indo aonde?

— Visitar nosso querido irmão. — o rei dos deuses respondeu com escárnio. — Fique aí na torcida para que ele não solte aqueles cachorros pra cima de mim. 

#

O Mundo Inferior não era um lugar tão horrível quanto Sakura sempre ouviu falar. Óbvio que ela não se atreveu a ir visitar o Tártaro, mas Karin já tinha lhe levado para conhecer todos os lugares daquele reino. 

O que ela mais gostava ainda eram os Campos Elíseos, não só por ser a parte mais bonita e florida, mas também por causa das companhias. Tinha muita gente legal lá, além, é claro, de sua querida “sogra”. 

— E você e Sasuke? Como estão? — ela sempre perguntava quando Sakura ia lhe visitar. Naquele dia, as duas estavam sentadas na varanda tomando chá e comendo biscoitos, como no dia que se conheceram.

— Ah, acho que dei uma mancada hoje. — Sakura disse com um suspiro. — Fiz uma brincadeira sobre esse lance dele me pedir em casamento, mas acho que ele ainda não está pronto para fazer piada do assunto. 

— Não mesmo. — Mikoto comentou com uma careta de deboche, pensando sobre o ataque que ele dera com ela um tempinho antes, no dia seguinte ao que Sakura fora lá lhe conhecer. 

— Mamãe, a senhora não pode ficar me expondo assim! — ele tinha choramingado falando de maneira irritada. — Eu queria morrer de vergonha depois que descobri que a senhora andou falando pra Sakura do que eu falo por aqui. Onde vai parar minha dignidade?

— Dignidade? — ela tinha replicado com escárnio. — Se quiser casar com uma mulher como Sakura, enfie essa sua “dignidade de rei” no rabo e comece a rastejar, garoto. Só assim pra ela aceitar casar com você.

Só porque Mikoto era uma titã “do bem”, não significava que ela era um doce de pessoa. Às vezes ela ainda fazia os filhos chorarem no banho com as verdades que jogava na cara deles.

Sakura suspirou de novo, chamando a atenção dela de volta pro presente. 

— Eu sinceramente não sei o que faço. Estou com medo. — a moça confessou de forma nervosa. — Quanto mais eu penso no que quero para minha vida, mais tenho certeza de que quero o Sasuke, mas…

— Ainda está com medo da sua mãe? 

— Não. Quer dizer, sim. Um pouco. Mas bem menos do que eu tinha antes. Acho que a distância realmente está me fazendo muito bem. Só que o problema é que… — ela mordeu o lábio inferior, olhando pra sua xícara de chá. — Acho que eu tenho mais medo do Sasuke, na verdade. 

— Do Sasuke? — Mikoto ficou surpresa em saber. — Mas por quê? Pensei que você…

— Não, não é medo do Sasuke me machucar fisicamente nem nada do gênero, porque tenho certeza de que ele jamais faria isso. — Sakura se apressou em responder. — É medo do que a gente pode se tornar depois do casamento, sabe?

— Como assim? — Mikoto não estava entendendo onde ela queria chegar. 

— Os seus outros filhos. O casamento deles. — ela explicou. — Eu tenho medo de nós ficarmos iguais depois do casamento. 

A titã finalmente compreendeu qual era o ponto. 

— O que acontece depois que casarmos? — Sakura se perguntava. — Quanto tempo vai demorar pra ele começar a me trair e nós ficarmos totalmente indiferentes um para o outro igual Naruto e Hinata, e Shikamaru e a esposa dele? Eu não quero isso de jeito nenhum. Não quero acordar um dia, olhar pra ele, e perceber que tudo não passou de um simples momento de paixão que não voltará mais. Porque vai ser pra sempre.

Mikoto assentiu com a cabeça, ficando tão reflexiva quanto ela. 

— Eu não quero me tornar uma rainha se significar que vou passar o mesmo que as outras rainhas. — Sakura explicou com aflição. — Se for para ser assim, prefiro me casar com outro deus pequeno que ao menos me trate com o mínimo de respeito. Eu nem quero loucuras de amor, só quero alguém que me ame de verdade. Que esteja disposto a passar o resto da vida comigo. Que queira mesmo estar comigo. 

— Acredite, querida. Sasuke quer muito isso. — Mikoto disse com convicção. 

— Mas ainda vai querer depois que nós casarmos? Ou depois que ele conseguir o que quer, vai virar um nojento igual os irmãos?

— Isso nenhuma de nós vai saber até que aconteça. — a mais velha suspirou também. — Mas se quer minha opinião sincera, acho que não vai acontecer. Pelo menos, não da forma que você está pensando. 

Sakura tentou acreditar nas palavras dela, mas era difícil. Ela sabia que Mikoto ia defender as vontades do filho, então estava mais propensa a convencer Sakura a fazer o que ele queria. 

Mas ao mesmo tempo, ela levava muito em consideração o que ela falava, por se tratar de alguém que tinha muito mais experiência nessa área. 

— Como foi com a senhora? — Sakura perguntou com curiosidade. — Quanto era a rainha dos titãs? Tinha as mesmas dúvidas?

— Na real, nem tanto. — Mikoto deu de ombros. — Quer dizer, meu marido tinha todos os defeitos possíveis do mundo, mas ele gostava de mim. E isso já era muita coisa, considerando que ele odiava todo mundo, até os filhos. 

Sakura tentou não rir em respeito, mas era meio engraçado, ela tinha que admitir.

— Ele nunca me traiu, se é o que quer saber. — Mikoto continuou, num tom até divertido. — Às vezes, até os monstros amam, não? — ela deu de ombros. — Acho que era o caso do rei dos titãs.

— A senhora sente falta dele?

— Um pouco, às vezes. — ela deu de ombros de novo, meio pensativa. — Quer dizer, eu era casada com ele, então na maior parte do tempo, sinto que uma grande parte de mim está faltando constantemente. Mas eu entendo que é melhor que ele esteja morto mesmo. É mais seguro pra todos nós. 

Sakura assentiu com a cabeça, de modo compreensivo.

Ela só ficou ainda mais pensativa depois daquela conversa com Mikoto. E esse lance de estar em dúvida constantemente estava lhe matando nos últimos tempos. 

Ela não queria ter dúvidas, queria ter certeza. E só queria que acontecesse alguma coisa grandiosa para lhe dar essa certeza. 

#

Naruto só conhecia uma entrada do Mundo Inferior, e sabia que assim que passasse por ela, Sasuke já viria ao seu encontro igual um bicho. Por isso ele ficou com uma espada na mão o tempo todo enquanto adentrava aquele reino. 

Mas para sua surpresa, seu irmão não apareceu. Não de imediato, pelo menos. 

Ah, devia estar em reunião e muito ocupado. Do jeito que os humanos estavam morrendo como baratas por causa do inverno lá em cima, Sasuke deveria estar trabalhando igual um condenado, e não podia simplesmente sair no meio de um julgamento de almas pra ir dar na cara dele. 

Por isso que Naruto seguiu logo para o palácio do Mundo Inferior, para aguardá-lo, porque sabia que ele daria um jeito de ir ao seu encontro logo logo, mesmo com o trabalho. Afinal, estava no reino dele. 

Ele entrou no palácio e ficou de pé ali no enorme salão, esperando que Sasuke aparecesse. 

Mas alguns minutos depois, quando as portas de entrada se abriram de novo, não era Sasuke quem estava entrando. 

Era justamente aquela de quem Naruto viera falar com Sasuke.

Ele ficou chocado, e até deixou a espada cair no chão de tamanha surpresa com a mulher que estava à sua frente. 

Santos deuses, ela era ainda mais bonita do que ele ouviu falar!

Ele ficou totalmente embasbacado com aquela beleza tão natural e tão brilhante à sua frente. Sakura tinha longos cabelos cor-de-rosa, enfeitados com pequenas florzinhas brancas por toda a sua extensão. Naquele dia, estava usando um típico vestido grego na cor branca, com tecido fino e sedoso, porém com um decote que dava para admirar muito bem o vale entre os seios dela.

Naruto ficou um tempão só olhando pra essa parte específica antes de subir de novo pro rosto dela, que era ainda mais perfeito e belo do que a própria deusa da beleza, na opinião dele. Os olhos verdes de Sakura o encaravam com confusão ao notá-lo ali. 

— Oi! — ele abriu um enorme e galanteador sorriso depois de quase um minuto só a admirando. — Sakura, não é?

Ela fez uma careta, o olhando de cima a baixo. 

— Te conheço, maluco? — óbvio que a moça não estava nada feliz com aquele cara lhe olhando como se fosse um pedaço de carne no momento. 

— Foi mal. Nem me apresentei direito. — ele riu. — Eu sou Naruto, deus dos céus. Muito prazer em finalmente te conhecer. 

Apesar de parecer surpresa em saber quem ele era, Sakura fez uma careta meio de desgosto pra ele, ainda mais quando apertou sua mão para cumprimentá-lo. 

— Ah, Naruto. Prazer em conhecer também. — na real, ela não parecia nada animada em conhecê-lo, mas Naruto não estava ligando nem um pouco pra isso. Só conseguia olhar para ela e aquele corpão maravilhoso que estava atiçando os nervos dele. — Está esperando pra falar com Sasuke? Acho que ele está trabalhando. 

— É, eu queria falar com ele a respeito de um assunto, mas acho que nem preciso mais. — Naruto respondeu, ainda sorrindo do jeito mais charmoso possível, tentando conquistar a moça. — Afinal, você já está aqui. 

— Eu? — Sakura franziu o cenho. 

— É, Sakura. Eu estava atrás de você. Na verdade, todo mundo está. Sua mãe está colocando todo mundo doido atrás de você. 

— O quê? — ela arregalou os olhos, ficando surpresa. — Sério?

— É, muito sério. — Naruto continuou. — Todos os deuses existentes estão te procurando desde que você sumiu. Mas sem problema, agora que finalmente te achei.

Sakura estava chocada em saber disso. Nossa, quer dizer que sua mãe tinha mobilizado todo mundo atrás dela? Puta merda, que desconcertante!

— Já sei até o que você está pensando. Relaxa, não vai apanhar quando chegar em casa. — Naruto riu um pouco. — Talvez ela te tranque num lugar ainda mais seguro do que a campina, mas depois de um tempo vai esquecer isso. — ele sorriu galanteador de novo. — E não se preocupa que eu falo com ela e tento aliviar a sua barra. Sou bem convincente quando quero.

Sakura olhou pra baixo, percebendo que ele ainda estava segurando sua mão. 

— Hã… Valeu, eu acho. — ela tentou soltar delicadamente, mas ele deu um aperto firme. Ela começou a olhá-lo de forma mais assustada. 

— Melhor irmos logo. — ele disse com os olhos fixos nos dela. — É uma longa subida, e tenho certeza de que você deve estar com muita saudade de casa.

— Eu… Eu acho que vou esperar o Sasuke. — Sakura disse de forma apressada e nervosa, ainda tentando soltar sua mão dele. — Quero me despedir dele antes de irmos.

Na verdade, ela estava começando a ficar com muito medo de Naruto e da forma quase predatória com que ele lhe olhava.

Não que Sasuke não lhe olhasse daquela forma algumas vezes, mas era diferente. Bem diferente.

— Se despedir dele pra quê? — Naruto ironizou. — Não foi que ele te trouxe pra esse buraco aqui?

— Será que você pode me soltar? — Sakura grunhiu enquanto tremia. 

— Naruto, se você não soltar ela agora, eu arranco seu braço inteiro fora. — a voz de Sasuke soou sinistramente por todo o salão.

Os dois olharam para o outro lado, vendo que o deus do Submundo se encontrava parado no pé da escadaria, olhando para Naruto de maneira tão assustadora que imediatamente ele soltou a mão de Sakura. A deusa recolheu seu braço enquanto seus olhos permaneciam presos em Sasuke. Porém a última coisa que ela sentia no momento era medo dele. Na verdade, estava muito aliviada que ele estivesse ali.

Naruto, por outro lado, agora sim parecia assustado ao ver o irmão parecendo tão ameaçador, como jamais estivera antes, mesmo que já tivessem passado por inúmeros momentos de fúria um com o outro. 

Sasuke parecia mais pálido do que o habitual, e seus olhos estavam ainda mais escuros do que o normal também. Seu rosto se contorcia numa expressão do mais puro ódio contido, que ele estava tentando segurar ao máximo, porém era evidente que estava prestes a matar alguém ali, porque estava exalando uma aura negra tão pesada que o ambiente de repente escureceu de forma alarmante. 

— Sakura, suba. — ele ordenou com a voz baixa, porém ainda extremamente assustadora. — Agora. 

Ninguém nem ousou discutir a respeito. Sakura se apressou em andar até as escadas. Ela passou pelo namorado e rapidamente subiu os degraus para desaparecer lá em cima. 

Nenhum dos dois irmãos disse nada ou sequer moveu um músculo. Só ficaram se encarando de maneira firme até escutarem uma porta batendo lá em cima, indicando que Sakura tinha entrado no quarto. 

Daí Sasuke começou a rugir. 

— Saia da minha casa agora!

— Então foi você! — Naruto cuspiu em tom acusatório. — Ficou maluco? Por que sequestrou a filha da Tsunade? Estava tentando causar a minha morte ou coisa assim?

Sasuke começou a rir com escárnio. 

— É incrível como você é tão egocêntrico que acha que tudo que eu faço é pra atingir esse seu traseiro ridículo. — ele retrucou e fez uma careta de nojo. — Por que eu perderia meu tempo sequestrando uma garota qualquer por sua causa, cacete?

— Eu não faço a mínima ideia, mas sei que você é maluco. — Naruto rebateu, começando a gritar. — E o inverno? Soltou um titã de propósito também para foder com todo mundo lá em cima?

— Já falei que os titãs todos continuam no Tártaro! — Sasuke rugiu. — Não faço a menor ideia do porquê o inverno voltou, e sinceramente, não dou a mínima! Espero que todos vocês morram congelados.

— Você só pode ter enlouquecido de vez. — Naruto negou com a cabeça, chocado com a forma descontrolada com que Sasuke estava agindo. — Que porra aconteceu com você, Sasuke?

— O que foi? Só porque comecei a pensar com a cabeça de baixo, igual você, agora fiquei louco?

— Você sequestrou uma mina, cara! Tá maluco?

— É, de fato, é algo muito fora do padrão, não é? — Sasuke replicou. — Eu devia tê-la violentado, igual vocês costumam fazer, não? Aliás, cadê o Shikamaru? Por que ele não está aqui apontando o dedo pra mim também?

Naruto o olhava como se ele tivesse acabado de matar alguém. 

— Tudo bem, hora de nos acalmarmos. — ele disse erguendo as mãos pra cima. — Eu vou levar a Sakura de volta e dizer que você se enganou sobre…

— Você não vai levar Sakura pra lugar nenhum. — Sasuke rosnou com os dentes cerrados, voltando pra aquela aura sombria de antes. — Acha que eu vou deixar você sair daqui sozinho com ela? Eu sei muito bem o que você vai fazer com ela assim que sair da minha vista. 

Naruto parou e ficou o encarando surpreso por uns segundos. 

— Você tá apaixonado por ela? — ele ergueu as sobrancelhas. — Ah, qual é? Ela é filha da Tsunade, Sasuke. Não pode estar falando sério. 

— Sai da minha casa, Naruto. Não estou brincando. — Sasuke continuava extremamente sério e sombrio. E parecia estar se segurando muito pra não voar no pescoço do irmão. — Você é a última pessoa que eu quero ver na minha frente agora, estou avisando. 

— Sasuke, me escuta. Você não tá legal. 

— Não mesmo, então é bom sair daqui.

— Onde acha que isso vai acabar? — Naruto questionou com os braços abertos. — Onde você espera chegar com isso, porra? Legal, você fodeu com a filha da Tsunade. E ela é a maior gostosa que eu já vi, admito, mas e agora? Sabe a merda que causou lá em cima por causa de uma foda?

Sasuke se calou de novo enquanto o ambiente ao redor deles voltava a escurecer em sombras macabras. O ar da sala ficou gelado, e o rosto do deus do Submundo empalideceu de novo enquanto ele tentava se concentrar ao máximo para se conter. Mas seus olhos estavam brilhando de uma forma extremamente perigosa e assassina.

— Por que tudo pra você se resume em sexo? — ele perguntou num tom baixo e ainda mais aterrorizante. Se tivesse gritado, não teria ficado mais ameaçador de forma alguma. Naruto até ficou quieto também. — Será que é só nisso que você pensa? Será que não entende que nós somos diferentes? Só porque você age como um verme imundo, não significa que eu também tenha que agir. 

— É mesmo? Então por que sequestrou a mina, caralho? — Naruto rebateu. 

Sasuke deu um passo pra frente, o que fez Naruto se sobressaltar e dar um passo pra trás, ainda mais vendo a forma como o irmão o olhava. 

Ele nunca tinha visto Sasuke nesse estado tão transtornado daquele jeito. 

— Porque eu quis. — o moreno respondeu de forma simples, porém não menos intimidante. — Porque eu quis, e ponto final.

— Beleza, mas agora eu vou levá-la de volta. — Naruto estava tentando não demonstrar que estava com um pouco de medo do irmão mais velho. — Senão a Tsunade vai matar todo mundo. Estou cheio de problemas pra resolver, então quero pelo menos resolver esse. 

— Não ligo para seus problemas. Se queria ser o rei dos deuses, então arque com isso agora. Mas a Sakura não vai a lugar nenhum com você. 

Naruto riu curtamente. 

— Ah, qual é? — ele disse em tom provocativo. — Acha mesmo que essa sua loucura vai longe? Todos nós sabemos que a Sakura vai voltar correndo pra asa da Tsunade. E ok, talvez agora ela pelo menos consiga se divertir um pouco mais. Pelo menos você desvirginou ela, o que já facilita muito o trabalho pros caras como eu…

Ele nem conseguiu terminar a provocação. Não deu tempo. Porque quando percebeu, Sasuke tinha lhe agarrado e ele estava contra a parede, sendo jogado lá com tanta força que fez o palácio inteiro tremer com a batida. 

Naruto ofegou, arregalando os olhos com a dor que o atravessou. Sasuke lhe segurava com tanta força contra a superfície dura que ele nem sabia como seus ossos não estavam sendo esmagados no momento. 

A questão é que o deus dos mortos parecia disposto a realmente matá-lo naquele momento. O salão inteiro tinha mergulhado em sombras, e num frio tão congelante que chegava a arrepiar até a alma. 

Naruto percebeu que não era só o palácio tremendo no momento. Era o Mundo Inferior inteiro. 

Ele tentou agarrar seu raio mestre de dentro da roupa, mas não conseguiu. Porque Sasuke estava lhe esmagando tanto contra a parede que mal conseguia se mexer, ou até respirar. 

— Entenda uma coisa, Naruto. — o irmão rosnou como um animal pra ele. — Talvez todo mundo tenha razão, e eu e Sakura jamais tenhamos um futuro juntos. Mas se for assim, eu juro pra você, aqui e agora, que vou passar o resto da minha existência miserável protegendo ela de porcos desprezíveis como você e Shikamaru. — ele cuspia as palavras de forma voraz, determinada e furiosa. — Mesmo que isso signifique jamais dormir ou descansar novamente, eu pretendo passar o resto da vida me certificando de que gente como você jamais vai pôr as mãos nela. Não importa se estaremos em reinos diferentes, você será a última pessoa no mundo que eu vou permitir sequer olhar pra ela.

O chão e as paredes pararam de tremer, porém Sasuke continuou o segurando contra a parede daquele jeito terrífico. Os dois se encaravam, Sasuke sob ódio fervente, e o Naruto mergulhado em medo e temor.

Aí Sasuke o soltou. 

Simplesmente o soltou e deu um passo pra trás. 

— Saia da minha maldita casa. — ele repetiu de forma baixa, porém não menos macabra, ainda cercado de trevas sinistras. — Aqui embaixo sou eu quem mando, e se eu quiser esmagar você como uma barata, isso vai acontecer. Então sai daqui antes que eu faça isso.

Naruto não disse mais nada, apenas engoliu em seco e começou a dar passos trêmulos na direção da porta. Mas antes de abri-la, ele olhou pra trás, ainda meio assustado. Sasuke continuava igualmente ameaçador, com os olhos fixos nele como um tigre prestes a atacar de novo.

— Sabe que isso não vai terminar bem pra ninguém, não é?

— Fora, Naruto. — Sasuke sibilou novamente. 

O deus dos céus fez um meneio com a cabeça. E daí abriu a porta e saiu. 

Mesmo depois que as portas se fecharam novamente, Sasuke continuou naquele estado perturbador, encarando o ponto onde Naruto desapareceu como se quisesse queimá-lo ainda.

Ao longe, ele podia sentir o irmão saindo do Mundo Inferior, pela mesma passagem em que viera. E mesmo assim, não conseguiu relaxar de jeito nenhum. 

Nesse momento, ele se virou. 

E foi quando percebeu que Sakura estava parada no meio da escadaria. 

Ele imediatamente paralisou no lugar, e a névoa escura ao seu redor começou a se dissipar aos poucos, porém não que adiantasse de muita coisa agora. 

A deusa o olhava de maneira arregalada, com uma expressão de choque puro, uma mão sobre o peito, como se tivesse tentando acalmar o próprio coração de não infartar aquele tempo todo.

Ela estava com medo dele. É claro. Quem não teria? Até Naruto saiu com o rabo entre as pernas depois de vê-lo naquele estado tão macabro.

Imediatamente ele baixou os ombros e começou a se sentir chateado consigo mesmo novamente. 

As sombras pela sala foram desaparecendo, e as cores foram voltando, assim como o calor.

Sasuke deu alguns passos lentos na direção da escadaria, para que não assustasse ainda mais Sakura, porém ela nem se mexeu. Ele começou a subir os degraus devagar. 

— Eu sinto muito. — ele disse num tom baixo e muito mais calmo. Ela não disse nada. — Sinto muito por você ter me visto assim. Você é a última pessoa que eu queria que me visse assim. — cada passo parecia muito pesado para as pernas dele. Era como se suas pernas pesassem toneladas quanto mais chegava perto da moça. — Mas ao menos agora você sabe exatamente quem eu sou. Sou de fato o monstro que todos falam. 

Ele parou apenas cinco degraus abaixo dela, numa distância que considerou segura. Se se aproximasse mais, tinha medo de fazê-la desmaiar ou algo do tipo.

Sakura apenas continuava o olhando naquele estado surpreso. Os lábios entreabertos e os olhos verdes que mal piscavam enquanto o encaravam. 

— Não se preocupe. — Sasuke soltou um suspiro cansado. — Amanhã mesmo eu vou te levar de volta. Vamos sair bem cedo, e você vai voltar para sua mãe. Eu vou pedir que Karin crie uma barreira ainda mais forte do que aquela que eu destruí, pra garantir que ninguém mais vai te colocar em perigo de novo.

— Sim. — Sakura balbuciou baixinho. Tão baixo que ele quase não ouviu.

Mas ouviu, e por isso parou e engoliu em seco. 

— Certo. — ele assentiu com dureza. — Pode voltar pro seu quarto. Prometo que não vou lá hoje, pode dormir tranquila. 

— Sim. — Sakura repetiu a palavra, dessa vez mais alto.

— Eu realmente sinto muito, Sakura. — ele voltou a se desculpar. — Eu não queria mesmo agir assim, mas a forma como ele falou de você me fez perder completamente a cabeça. Por isso eu…

— Sasuke. — ela o interrompeu, falando com mais firmeza. — Sim. 

Ele a olhou em silêncio, ainda meio perdido. 

— Sim. — ela repetiu. — Sim.

— Eu não… Não estou entendendo. — ele murmurou confuso. 

Sakura suavizou sua expressão enquanto suspirava e fechava os olhos. Ela baixou os braços enquanto respirava fundo. Quando teve coragem de novo para levantar as pálpebras e voltar a encará-lo, ela disse:

— Sim… porque eu quero me casar com você. 

Dessa vez, foi quem ele arregalou os olhos e ficou pasmo. 

Os dois ficaram quase um minuto em silêncio enquanto ele tentava entender o porquê disso. E Sakura ficou quieta porque queria que ele assimilasse tudo. 

— Mas eu… Eu quase… Você viu o que aconteceu aqui agora? — ele indicou o salão. — Você viu como eu fiquei?

— Eu vi e ouvi tudo, querido. — Sakura disse com segurança.

— Então como… — ele estava completamente sem rumo. — Eu não entendo. Você viu quão assustador eu posso ser? Por que iria querer se casar comigo depois de ver o que eu consigo fazer?

Ela mordeu o lábio inferior enquanto aparentemente segurava uma risada e continuava o encarando. 

— Você acabou de quase matar o rei de todos os deuses por minha causa. — a deusa das flores disse num sussurro. — Você o fez sair daqui com tanto medo que acho que ele vai desmaiar assim que colocar os pés fora do Mundo Inferior. Podia ter causado uma guerra… por mim.

Ele refletiu as palavras dela em silêncio. 

— Eu estava com medo de me casar com alguém que ficaria indiferente depois do casamento… — ela continuou e sorriu ainda mais. — Mas acho que depois de ver até onde você está disposto a ir por mim, tenho quase certeza de que isso jamais vai acontecer. Nem hoje e nem daqui a milhares de milênios.

Ela deu alguns passos pra baixo, descendo a escada e parando apenas um degrau acima de onde ele estava. Os dois estavam da mesma altura, e ela ergueu as mãos para tocar delicadamente no rosto dele. Seus dedos quentes pareceram despertar Sasuke daquele estado de transe em que ele estava.

— Então, sim. — ela sussurrou com aquele sorriso que faria qualquer um enlouquecer. — Faça de mim a sua rainha. 

Demorou só uns segundos pra ele se recuperar totalmente. Seu rosto ficou sério e concentrado de novo, e seus olhos escuros fitaram os lábios dela. 

— Com todo o prazer. — ele sibilou de maneira absoluta antes de puxá-la de vez para si. 

Antes mesmo de seus lábios se encontrarem, os braços dele já tinham circulado e agarrado a cintura dela com tanta força que Sakura percebeu que seus pés não estavam mais tocando os degraus da escada, e que ela estava totalmente colada a Sasuke. 

A boca dele encontrou a sua com muita força e vontade. E assim que ela fechou os olhos, sentiu como se um raio tivesse acabado de lhe atravessar.

A sensação foi paralisante, e por alguns segundos não se mexeu. Nesse meio tempo, milhões de imagens passaram diante de seus olhos, de todas as lembranças da existência inteira de Sasuke sendo compartilhadas com ela enquanto sua alma conectava-se a de Sasuke numa corrente invisível e poderosa. 

Ela conseguiu ver tudo. Desde as memórias de momentos simples e comuns, até imagens da guerra contra titãs e outras centenas de batalhas do qual ele já participara.

Momentos com a mãe, com os irmãos, com os outros deuses. Tudo. 

Mas as memórias que mais a impactaram foram as dele durante a noite. Durante todas as noites que foi dormir com um sentimento horrível dentro de si por causa da solidão esmagadora que sentia o tempo todo.

E aí chegaram as lembranças que ele tinha com ela. Do dia que tiveram em Atenas, dos dias que tiveram perto da casa da mãe dela, e os momentos agora no Mundo Inferior.

Em todas essas memórias, tinha um gosto muito doce e maravilhoso de felicidade. Nessas imagens, parecia que ela era a criatura mais brilhante e linda que ele vira a vida inteira. Os sentimentos que o atravessavam eram tão fortes que a própria Sakura ficou sem ar.

Quando eles se separaram, não foi muito. Foi apenas o suficiente para permanecer com as testas coladas. Sakura estava ofegante ainda nos braços dele, assimilando tudo o que tinha acabado de ser jogado nela. Sasuke continuava sério e segurando a deusa firme em seus braços, observando-a de perto. 

— Você está bem? — ele perguntou baixinho depois de uns segundos, quando ela pareceu se recuperar melhor.

— Acho que sim. — Sakura apertou melhor os braços ao redor do pescoço dele, se perguntando o que ele tinha achado do que viu nas memórias dela. Provavelmente deve ter achado um tédio, já que ela passou todos os seus 1800 anos só naquela campina se sentindo um lixo, sem nada de relevante para fazer nunca. 

Mas ele não disse nada a respeito. Pelo contrário, só continuou observando atentamente o rosto dela, tentando achar algum indício de desconforto ou arrependimento pelo que tinham acabado de fazer. 

Só que não encontrou nenhum, o que foi um alívio. 

— O que você quer? — ele perguntou de maneira quase aflita. — Me diz o que você quer, porra. — rosnou.

— Eu quero você. — ela respondeu imediatamente. — Por favor.

Sasuke piscou. E no instante seguinte, seus braços ao redor dela se apertaram mais.

— Tudo bem. — ele concordou antes de começar a subir o restante da escadaria com ela nos braços. 

Já lá em cima, eles passaram direto pelo quarto dela, indo para o dele. Sasuke irrompeu pelas portas com brusquidão, e elas se fecharam atrás dele com igual estrondo assim que passaram.

Ele jogou Sakura sobre sua enorme cama antes de subir ali também e ficar em cima dela. A deusa logo o agarrou de novo, o abraçando enquanto voltavam a se beijar com imenso desejo. Sasuke estava quase devorando os lábios dela de tanta volúpia, e ela tinha até um pouco de dificuldade de acompanhá-lo, mas estava tentando ao máximo. 

As mãos dele a apertavam por toda parte, fazendo a gemer contra os lábios dele a cada dois segundos, principalmente quando os dedos firmes agarravam suas coxas ou seus seios por cima do vestido. 

— Como se sente sabendo que vai deixar de fazer parte do clube das eternas deusas virgens hoje? — ele perguntou com ironia enquanto afastava o rosto do dela por um instante, com as duas mãos apertando os seios dela.

— Eu me sinto adorável. — Sakura respondeu enquanto tentava normalizar a própria respiração, mas parecia impossível. — Sasuke?

— Sim?

— Pode falar com aquela sua voz gostosa?

— Que voz?

— A que você usou pra ameaçar o seu irmão. — Sakura disse com falta de ar. — Eu achei ela tão excitante.

Ele demorou uns dois segundos processando isso antes de abrir um sorriso malicioso. 

— Você gosta quando eu falo desse jeito sinistro e mau? — ele perguntou ao se inclinar de novo sobre ela, cochichando com a boca colada no ouvido dela. 

— Gosto. — Sakura disse seguidamente de um suspiro, principalmente quando sentiu a língua dele sob sua orelha. — Eu gosto muito. 

— Tá bom. — o sorriso dele se alargou de novo. 

Do nada, ele se ergueu na cama, ficando de joelhos acima dela, que permaneceu deitada. Sakura estava prestes a protestar, porém as mãos dele agarraram o tecido da parte de cima do vestido branco dela e puxaram com força em direções opostas, rasgando a peça e deixando-a nua da cintura pra cima. 

Sakura arregalou os olhos, meio surpresa com a brusquidão do ato, embora não tenha lhe machucado. O rosto dela ficou bem vermelho ao ver o sorriso satisfeito na cara do deus acima dela.

— Tem certeza de que não tem medo de mim? — ele perguntou com a voz naquele tom perigoso e excitante, o que deixou a moça novamente com falta de ar. 

Ela nem conseguiu responder, já que Sasuke se inclinou novamente sobre seu corpo e seus braços passaram pelas costas dela, erguendo-a na cama apenas o suficiente para que ele pudesse levar sua boca ao seio esquerdo dela. 

Sakura gemeu alto ao sentir os lábios gelados dele tocando aquela região tão sensível de seu corpo. Ela fechou os olhos e jogou a cabeça pra trás, soltando um grunhido de prazer enquanto sentia a língua de Sasuke acariciando seu mamilo com tanto ardor.

Ela prendeu um xingamento na garganta enquanto sentia ele lhe chupando ali, e o prazer e os arrepios eram tão bons que ela foi se inclinando cada vez mais pra trás, arqueando o corpo de uma forma que só pareceu servir como um incentivo maior ao deus dos mortos. 

Uma das mãos de Sasuke segurava na nuca dela, apertando firme e servindo para deixá-la ainda mais louca e manhosa em seus braços. Ele levou a boca até o outro seio dela, causando uma nova onda de gemidos de prazer enquanto a chupava com tanta devoção.

Sakura estava arfando de maneira muito rápida, o que o fez parar e levantar a cabeça só pra olhar pro rosto dela e checar se estava tudo bem. A garota o olhou com o rosto ofegante e vermelho, parecendo confusa sobre o motivo dele ter parado. 

— O que… foi? — ela perguntou sem fôlego. 

— Nada. — ele voltou a sorrir de canto com malícia. — Apenas admirando você e seus últimos momentos de pureza antes de eu destruir tudo. 

Sakura fez uma careta. 

— Quer parar de palhaçada e continuar logo isso? 

— Está com tanta pressa por quê? — Sasuke voltou a puxá-la pra si com força, fazendo a garota arfar enquanto se chocava de novo contra seu peito. Ele segurou firme o queixo dela, puxando seu rosto pra cima, pra que o encarasse de baixo enquanto ele mordia os lábios e soprava baixinho no rosto. — Pretende ir pra algum lugar depois que te fizer se acabar em orgasmos?

Ela não respondeu, hipnotizada pela escuridão nos olhos dele no momento, que brilhavam de forma quase maligna. 

— Abre a boca. — Sasuke ordenou e ela obedeceu prontamente. Ele enfiou dois dedos entre os lábios dela. — Chupa. 

De novo, ela obedeceu. Fechou os olhos durante o processo, e gemeu abafadamente quando sentiu Sasuke se inclinar e levar a boca até o pescoço delicado dela, começando a beijar e chupar ali com força, deixando um monte de marcas na região, que só pareciam servir para deixar Sakura sem fôlego de novo.

Parecia que ela gemia o nome dele às vezes, mas considerando que continuava chupando com vontade os dedos dele em sua boca, não tinha como ter certeza. De qualquer forma, Sasuke continuou maltratando seu pescoço, o que só serviu para continuar excitando-a ainda mais. 

Ela sentiu a mão livre dele deslizando por seu corpo e encontrando a parte de baixo do vestido branco, que parecia mais um trapo acumulado em sua cintura. Com força, ele deu outro puxão forte, arrancando o restante de vestes que ela ainda tinha e deixando-a totalmente nua. Ela gemeu contra os dedos dele, jogando a cabeça ainda mais pra trás enquanto a boca dele se aproveitava disso para chupar e morder a curva de seu pescoço. 

O quarto inteiro estava escurecendo com a energia forte de Sasuke, a luz oscilando ao redor deles. Nenhum dos dois tinha se importado, ou sequer percebido, para ser sincero. Além disso, o chão e as paredes inteiras estavam se colorindo com dezenas de flores diferentes, nascendo das milhares de emoções que abatiam Sakura no momento, que estava totalmente descontrolada e entregue ao próprio corpo.

— Deita de novo e abre as pernas. — Sasuke mandou ao tirar os dedos molhados da boca de Sakura. 

Ela acatou a ordem novamente, fazendo o que ele tinha instruído, e ficou mais uma vez sem ar enquanto o observava tirar a parte de cima das próprias vestes antes de se abaixar ali entre as pernas dela. 

Sakura mordeu os lábios e sentiu o rosto corar bastante de novo ao ver a forma como Sasuke olhava pra ela, principalmente para o ponto entre suas pernas. Ele levou a mão até ali, e a garota gemeu ao sentir os dedos dele tocando sua intimidade. O rapaz sorriu satisfeito ao ver quão molhada ela já estava.

Ele levantou os olhos negros de novo para o rosto dela, encontrando seu olhar esverdeado e trêmulo. Ergueu a mão, mostrando os dedos que ela tinha chupado alguns instantes atrás. 

Sakura acompanhou confusa enquanto ele deslizava aqueles dedos molhados pelo corpo dela antes de chegar até o ponto entre suas pernas. Ela imaginava que ele iria apenas tocá-la ali como já fizera algumas vezes, mas não. Dessa vez, não. 

Porque ela arregalou os olhos ao sentir os dedos dele chegando em sua entrada. E antes que pudesse falar qualquer coisa para protestar, os dedos dele escorregaram para dentro dela. 

A garota prendeu a respiração e ficou totalmente paralisada enquanto seus olhos corriam pro teto, assustada com aquele acontecimento.

Mas aí ela percebeu que, surpreendentemente, não foi ruim.

Não doeu da forma como sempre pensou que aconteceria. Era esquisito por ser algo novo, mas não estava doendo enquanto Sasuke deslizava lentamente os dedos dentro dela, entrando e saindo num ritmo preguiçoso, porém os olhos dele continuavam cravados e firmes no rosto dela, observando cada mínima reação. 

Ela voltou a olhá-lo, tentando segurar os suspiros que queria soltar — e falhando miseravelmente. 

— E então? — ele perguntou em tom provocante. — Isso é gostoso ou não?

— Cala a boca. — ela disse antes de se deixar fechar os olhos e gemer, aproveitando a sensação. 

Sasuke riu de forma satisfeita e grave. Ele aumentou o ritmo enquanto continuava enfiando os dedos nela, que deslizavam pela cavidade quente e completamente úmida, sem dificuldade alguma.

Ele se ajeitou melhor sobre o colchão, se agachando enquanto se inclinava melhor para ficar entre as pernas dela. Sakura só percebeu que ele tinha se colocado entre suas pernas quando sentiu a língua gelada dele lambendo sua boceta. 

Ela gritou e jogou a cabeça pra trás, arqueando de novo o corpo sobre a cama. A mão livre de Sasuke agarrou e segurou firme sua coxa, tentando forçá-la a ficar quieta. 

— Ah, deuses… — Sakura chiou quase desesperada enquanto sentia a boca dele lhe chupando logo acima de onde os dedos dele continuavam entrando e saindo de dentro dela. — Sasuke, por favor…

O moreno apenas a ignorou enquanto continuava lhe lambendo, mesmo depois que sentiu que o corpo inteiro dela tinha começado a tremer. 

— Sasuke! — ela gritou alarmada, as mãos agarrando o cabelo dele e puxando com força, sem saber o que fazer, e sem entender o que era aquilo. Mas ele não parou.

E de repente, Sakura prendeu totalmente a respiração ao sentir o corpo inteiro ser atingido por algo muito forte. Tão forte que ela ficou totalmente dormente e começou a ver vários pontos brancos em seu campo de visão. A deusa prendeu um grito na garganta — também pela respiração presa —, e seu corpo inteiro endureceu por alguns segundos enquanto aquela onda quente subia do meio de suas pernas e se espalhava por toda a sua extensão.

E depois ela caiu de novo sobre a cama, totalmente ofegante e sem forças. 

Sasuke se levantou do meio de suas pernas, tirando os dedos completamente encharcados de dentro e a observando de maneira realizada, lambendo os lábios ao ver a mulher totalmente sem forças ali diante dele.

Sakura apenas o observou enquanto ele terminava de se despir e voltava a se inclinar sobre ela, agora ambos totalmente nus. 

Ainda sem forças, ela o abraçou devagar quando o sentiu se colar de novo sobre seu corpo. Sentiu seu próprio gosto úmido e doce na boca dele enquanto ele voltava a beijá-la com lentidão e desejo.

Sakura endureceu de novo ao sentir algo duro e quente se esfregar entre suas pernas, naquele ponto que agora estava mais sensível que o normal do orgasmo que ela acabara de ter. Ela arregalou os olhos e parou de beijar Sasuke, que afastou o rosto do seu alguns centímetros para se encararem.

— Espera. — ela pediu baixinho e olhou pra baixo, ficando nervosa ao ver que era o membro dele se esfregando em sua intimidade. — Espera. 

— Que foi? Agora está com medo? — ele perguntou com aquele sorriso de lado.

É claro que ela estava. Aquilo era muito maior que os dedos dele. 

— Não, eu… — ela começou mas não conseguiu terminar.

— Apenas relaxe, querida. — ele agarrou o cabelo dela, puxando devagar para que ela ficasse com a cabeça deitada de lado, possibilitando assim que ele pudesse ficar com a orelha dela totalmente disponível pra si. — Você vai adorar isso. — ele sussurrou ali.

Bom, eles já tinham passado por outras situações bem desconcertantes juntos, então Sakura decidiu confiar nele. 

Ela fechou os olhos e se deixou apreciar aquela sensação gostosa do pau dele deslizando devagar sobre sua intimidade, lubrificando-se com a umidade dela e lhe causando novas ondas de arrepios deliciosos pelo corpo todo. 

Quando ele percebeu que ela já estava relaxada novamente, se posicionou na entrada dela e começou a penetrar devagar. 

Sakura prendeu a respiração de novo e enrijeceu debaixo dele, por conta do nervosismo, mas Sasuke fez tudo com muito cuidado e atenção ao corpo dela. 

Ele entrou quase que totalmente, parou e deixou ela se acostumar com a sensação. 

Sakura sentia-se totalmente preenchida, e era meio esquisito igual aos dedos dele naquele primeiro momento. Ela sentia-se estranhamente sem ar e ainda meio receosa, porém sabia quão cuidadoso estava sendo, então apenas cravou as unhas nas costas dele, para demonstrar que estava tudo bem.

Quando ele teve certeza de que ela não estava sentindo dor, deslizou novamente para fora e em seguida deu uma estocada forte pra dentro, atingindo nervos certeiros dentro dela. A mulher gemeu alto em seus braços, fincando ainda mais as unhas nele. 

— E agora, querida? Diga-me o que você quer. — ele soprou com os lábios colados na orelha dela, ainda segurando firme em seu cabelo e mantendo-a com o rosto virado pro lado. 

Sakura não conseguia mais pensar, que dirá respondê-lo. Ela só conseguia se concentrar em gemer alto enquanto o sentia impulsionar o quadril contra o seu com força. O som desses encontros começou a excitá-la tanto quanto a própria sensação de ser penetrada. 

— Isso, geme. — Sasuke rosnou em sua orelha, lambendo ali logo em seguida enquanto aumentava o ritmo dentro dela. — Geme bem alto pra mim, porra.

Sakura arfava e suas mãos deslizavam pelas costas dele, arranhando com vontade. Ela conseguiu reunir forças para levantar as pernas, só para circulá-las ao redor da cintura dele e ajudar nos impulsos contra seu próprio corpo. 

Sasuke grunhia alto na orelha dela enquanto começava a estocar com força contra Sakura, sendo ainda mais incentivado pelo prazer enorme que o atingia através dos gemidos dela e da forma como estava se enroscando cada vez mais nele.

A deusa começou a sentir o mesmo de antes. Um orgasmo se aproximando, talvez ainda mais poderoso do que o anterior.

Ela começou a gemer ainda mais alto o nome do seu agora marido, que entendeu prontamente o recado e levou os lábios ao pescoço delicado de novo, voltando a beijar e chupar ali para excitá-la ainda mais.

Sakura dessa vez se deixou gritar. Quando o ápice chegou de novo, ela agarrou firme nos cabelos de Sasuke e puxou, embora não tenha feito muito resultado além de apenas fazê-lo levantar a cabeça e apreciar a vista do rosto dela, se contorcendo totalmente de prazer enquanto seu corpo se entregava por completo a ele. 

A intimidade dela o apertou tanto que foi impossível não gozarem juntos. Ele rosnou em alto e bom som, as mãos apertando firme a mulher enquanto se derramava dentro dela numa última estocada bem forte.

E quando acabou, ele precisou se apoiar nos cotovelos pra não se deixar cair ofegante em cima dela, que também parecia prestes a desmaiar embaixo dele. 

Os dois ficaram longos minutos tentando se recuperar de todo aquele momento. E quando Sakura conseguiu voltar a si de novo, ela virou o rosto para encará-lo, e ainda ofegante, conseguiu murmurar:

— Por favor… Não deixa ela me tirar de você. 

Ele entendeu perfeitamente o que ela quis dizer, porque aproximou de novo seus rostos. 

— Ninguém vai tirar você de mim, Sakura. Eu prometo. — ele sussurrou antes de beijá-la de novo. — Nunca mais.


Notas Finais


Seria cômico se não fosse trágico, né? Ksks, espero que tenham gostado <3

Instagram: writer.plutoniana

Cronograma de atualizações: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1t5DKJYcCh_KA6E9p385Eqy_cw1MLKYhjYMR1-lrFvi0/edit#gid=0


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