A sala de espera da delegacia estava carregada de tensão e tristeza. Todos estavam sentados em silêncio, as expressões graves e os olhos refletindo o peso do que tinham testemunhado. A espera era agoniante, o tempo parecia se arrastar. Jennie estava sentada entre Jisoo e Rosé, suas mãos tremendo levemente enquanto ela segurava um lenço. Ela tentava acalmar sua respiração, mas a ansiedade era palpável.
Tae saiu da sala de visitas, ele foi o penúltimo, Jennie seria a última a visitar Lisa, seus olhos vermelhos e lacrimejantes. Ele caminhou lentamente até o grupo, sentando-se ao lado de Jennie, suas mãos tremendo. Ele passou as mãos pelo rosto, tentando conter as lágrimas.
Sua voz embargada - Ela... ela está... não sei como descrever. Lisa está tentando ser forte, mas eu... eu posso ver nos olhos dela que ela está destruída por dentro.
Jennie olhou para Tae, seu coração apertado. A ideia de ver Lisa naquele estado a deixava com medo, mas ela sabia que precisava enfrentá-la. Ela não tinha certeza se conseguiria suportar, mas não podia deixar sua amiga sozinha agora.
-Tae... ela disse alguma coisa?
Tae respirando fundo, tentando controlar suas emoções - Ela está preocupada com você, Jennie. Ela... ela continua perguntando se você está bem, se você está segura. Eu tentei acalmá-la, mas... eu acho que nada do que eu disse ajudou.
O policial se aproximou, chamando Jennie. Ele informou que ela teria apenas vinte minutos, então se levantou, respirando fundo e tentando reunir toda a coragem que podia. Ela olhou para Jisoo e Rosé, que lhe deram um sorriso encorajador.
-Você consegue, Jennie. Lisa precisa de você agora mais do que nunca.
Jennie assentiu, sua expressão determinada. Ela seguiu o policial até a sala de visitas, seu coração batendo rápido no peito. Jennie entrou na sala de visitas com o coração pesado, quase parando ao ver Lisa. A garota estava sentada em um canto, sua cabeça baixa e os ombros caídos. A franja crescida escondia parte de seu rosto, mas não conseguia esconder o fato de que algo estava muito errado. As algemas apertadas deixavam marcas vermelhas em seus pulsos, e Jennie sentiu uma dor profunda em seu peito ao perceber isso.
Jennie se aproximou devagar e sentou-se em frente a Lisa. Ao se sentar, Lisa levantou os olhos, mas apenas por um breve momento, antes de abaixar a cabeça novamente. Seus lábios tremiam, e ela parecia estar lutando para manter o controle, mas foi em vão. As lágrimas começaram a cair silenciosamente pelo rosto de Lisa.
-Jennie... Eu... Eu sinto muito. Eu menti... Eu fiz tudo errado. Eu só queria te proteger, mas acabei te machucando ainda mais. Me desculpa... por favor, me perdoa.
As palavras saíram de Lisa com desespero, e ela mal conseguiu parar de falar para respirar. Jennie tentou intervir, mas Lisa continuava, como se temesse que Jennie não a ouvisse ou a perdoasse.
-Eu nunca quis que fosse assim. Eu só... eu não sabia o que fazer. Me desculpa por mentir, me desculpa por te envolver nisso... Me desculpa, Jennie, me desculpa...
Jennie sentiu suas próprias lágrimas escorrerem pelo rosto. Ela queria dizer a Lisa que não estava com raiva, que entendia o que ela tinha tentado fazer, mas Lisa não a deixava falar. Lisa estava consumida pela culpa, e suas palavras eram uma torrente de desespero.
-Lisa, por favor, me escuta...
-Eu... eu só queria que você estivesse segura, Jennie. Eu faria qualquer coisa por você, mas... Eu estraguei tudo. Eu... eu sou uma idiota... Eu não queria que você passasse por isso... Por favor, Jennie, me perdoa...
Jennie, incapaz de aguentar ver Lisa assim, finalmente segurou as mãos de Lisa com firmeza, forçando-a a parar de falar por um momento. Lisa olhou para Jennie, e foi então que Jennie viu. Quando ela afastou a franja de Lisa, seus olhos se arregalaram ao notar um hematoma escuro no olho direito de Lisa.
-Lisa... O que aconteceu com o seu olho? Quem fez isso com você?
Lisa desviou o olhar, virando-se de lado, como se quisesse esconder a vergonha e a dor. Ela balançou a cabeça lentamente, recusando-se a responder.
-Não se preocupa, Jennie. Isso não importa. Eu mereci isso... Eu mereci muito pior pelo que eu fiz.
Jennie sentiu uma mistura de tristeza e raiva. Ela não suportava ver Lisa assim, tão quebrada, tão disposta a aceitar a dor como uma espécie de punição.
-Não, Lisa. Você não mereceu isso. Ninguém merece isso. Quem fez isso com você? Me diz, por favor. Eu preciso saber.
Lisa apenas balançou a cabeça novamente, as lágrimas escorrendo por suas bochechas. Ela não queria que Jennie se preocupasse mais do que já estava. Ela acreditava, em sua mente torturada pela culpa, que isso era apenas uma parte do que ela deveria suportar.
-Jennie, eu só... eu só queria que você ficasse bem. Eu não me importo com o que acontece comigo, desde que você esteja segura. Não vale a pena se preocupar comigo.
Jennie, sentindo uma profunda dor no coração, puxou Lisa para mais perto, segurando suas mãos ainda mais forte.
-Lisa, escuta... Você não está sozinha. Eu estou aqui com você, e não vou deixar você passar por isso sozinha. Eu me importo, sim, e muito. E eu vou lutar por você, assim como você lutou por mim. Nós vamos sair dessa, juntas.
Lisa olhou para Jennie, os olhos cheios de tristeza, mas também de uma pequena esperança. Ela queria acreditar nas palavras de Jennie, queria acreditar que as coisas poderiam melhorar, mas a escuridão ao redor dela parecia inescapável.
-Jennie... Eu não sei se consigo. Eu estou tão cansada...
Jennie segurou o rosto de Lisa em suas mãos, forçando-a a olhar nos seus olhos.
-Você consegue, Lisa. Nós conseguimos. Eu não vou desistir de você, então por favor, não desista de você mesma. Você é forte, mais forte do que pensa. E eu vou estar aqui, ao seu lado, até o fim.
Lisa finalmente permitiu que as palavras de Jennie penetrassem na escuridão que a envolvia. Ela sabia que não poderia sair daquela situação sozinha, mas com Jennie ao seu lado, talvez houvesse uma chance. Ela assentiu levemente, as lágrimas ainda caindo, mas com um novo brilho de esperança em seus olhos.
-Obrigada, Jennie... Eu... eu vou tentar. Por você.
Jennie sorriu através das lágrimas, segurando a mão de Lisa com toda a força que tinha.
-Isso é tudo que eu preciso ouvir. Vamos sair dessa, Lisa. Juntas.
O tempo delas estava acabando, e o policial avisou que Jennie precisava ir. Ela se levantou, ainda segurando a mão de Lisa, e olhou para ela uma última vez antes de sair.
-Eu volto, tá? Eu prometo.
Lisa apenas assentiu, observando Jennie sair da sala. Quando a porta se fechou, ela respirou fundo, sentindo-se um pouco mais forte. Ela não estava sozinha, e talvez, apenas talvez, ainda houvesse esperança.
Jennie saiu da sala de visitas, o coração pesado e os olhos ainda úmidos. Quando ela voltou para a área de espera onde todos estavam, todos se levantaram de imediato, os olhos fixos nela. O silêncio era quase palpável, cada um esperando por qualquer sinal de esperança ou notícias que Jennie pudesse trazer.
Jennie parou, parecendo ainda mais frágil do que quando entrou. Seu rosto estava pálido, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. O olhar que ela deu aos amigos era o de alguém que estava completamente destruída por dentro.
-Jennie... o que aconteceu? - Jisoo perguntou, sua voz suave-
Jennie não conseguiu responder de imediato. Ela sentiu um nó se formar em sua garganta, e as lágrimas voltaram a escorrer por seu rosto. Sem dizer nada, ela se jogou nos braços de Jisoo, que a abraçou com força. Rosie, Yoongi e Tae se aproximaram rapidamente, cercando Jennie, cada um colocando uma mão em seu ombro, tentando de alguma forma passar conforto.
-Ela... ela está machucada. Lisa está... está tão machucada... Eu não sabia que era tão ruim...
Jennie soluçou, tentando encontrar palavras para descrever o que havia visto. Mas toda vez que pensava em Lisa, em como ela estava, o desespero crescia dentro dela.
-Ela está com um olho roxo... E os pulsos dela, Rosie... estavam tão vermelhos... Eles... eles machucaram ela.
Todos trocaram olhares preocupados, o peso do que Jennie estava dizendo caindo sobre eles como uma nuvem de desespero. Eles se sentiam impotentes, sem saber como ajudar ou o que fazer para tirar Lisa daquela situação.
-Nós vamos tirar ela daqui, Jennie. Nós vamos encontrar um jeito... Eu prometo.
-Mas... e se for tarde demais, Yoongi? E se... e se ela não aguentar? Lisa... ela parecia tão... tão perdida. Ela pediu desculpas por tudo... Ela se culpa por tudo isso...
Jisoo apertou Jennie com mais força, tentando acalmar a amiga.
-Jennie, escuta... Lisa é forte, mais forte do que qualquer um de nós. E ela sabe que nós estamos aqui por ela. O que ela mais precisa agora é saber que nós não vamos desistir dela. Que nós vamos fazer de tudo para tirá-la dessa.
Rosie acariciava os cabelos de Jennie, tentando acalmá-la. Ela também estava chorando, mas se esforçava para ser forte para Jennie.
-Nós vamos lutar por ela, Jennie. Todos nós. E você fez a coisa certa ao ir falar com ela. Ela precisava ver você, precisava saber que você ainda se importa.
-Eu... eu disse a ela que não ia desistir. Mas... eu estou com tanto medo. Eu não posso perdê-la, Rosie. Não posso...
Tae, tentando manter a calma, sentiu as próprias lágrimas ameaçarem cair. Ele se aproximou de Jennie e segurou sua mão - Nós não vamos perder a Lisa. Ela vai sair dessa. Ela vai. E quando tudo isso acabar, vamos estar todos juntos de novo, como sempre foi.
Jennie se agarrou às palavras de Tae, tentando encontrar um resquício de esperança nelas. Mas o medo ainda estava lá, profundo e implacável. - Eu só quero ela de volta... Quero a Lisa de volta...
-E vamos trazê-la de volta.
O grupo ficou ali, abraçado, compartilhando o peso da dor e do desespero. Ninguém sabia ao certo o que o futuro reservava, mas havia uma certeza que todos compartilhavam: eles lutariam até o fim por Lisa.
———
Lisa foi escoltada de volta para sua cela, ainda algemada. O clima estava pesado, e os policiais a empurravam com pouco cuidado. Ao chegarem na cela, o policial designado para soltá-la não parecia ter pressa, mantendo um sorriso cruel no rosto. Quando ele finalmente retirou as algemas, em vez de permitir que Lisa entrasse na cela com dignidade, ele a empurrou com força, fazendo-a cair no chão sujo e frio da cela.
-Ops, acho que você tropeçou, não é?
Lisa, ainda no chão, sentiu a raiva borbulhar dentro de si. Ela levantou o olhar e o fuzilou com os olhos. A expressão de dor e frustração se transformou em pura fúria.
- Filho da puta! Eu juro que quando eu sair daqui, você vai se arrepender de cada segundo desse seu sorriso idiota!
O policial deu uma risada curta, claramente divertindo-se com a situação. Ele olhou para os outros policiais, que também riam, se divertindo com a humilhação de Lisa.
-Olha só, a durona agora tá no chão. Tá vendo o que acontece quando se acha mais esperta do que todo mundo?
Lisa, agora em pé, limpava as mãos sujas, sua expressão permanecia ameaçadora. Ela deu um sorriso irônico, aquele tipo de sorriso que mostrava que ela não estava nem um pouco intimidada.
-Vocês acham que isso aqui é o fim? Que eu vou ficar aqui pra sempre? Vocês não têm ideia de com quem estão lidando.
O primeiro policial, ainda rindo, aproximou-se das grades, encostando-se de forma relaxada.
-Ah, é? E quem é você, exatamente? Uma garotinha mimada que acha que pode intimidar qualquer um só porque tem amigos e pais preocupados?
Lisa estreitou os olhos, o sorriso não deixando seu rosto. Ela tinha um plano, e estava certa de que não ficaria ali por muito tempo.
-Vocês vão descobrir mais cedo ou mais tarde. E quando descobrirem, já vai ser tarde demais. Aproveitem enquanto podem, porque quando eu sair daqui, vocês dois vão ser os primeiros na minha lista.
Os policiais se entreolharam, rindo mais uma vez. Mas havia um leve desconforto nas suas expressões, como se uma parte deles soubesse que Lisa não estava blefando.
-Acalme-se, princesa. Aqui dentro, você não passa de mais uma criminosa. E sabe do que mais? Eu vi como aquela sua amiguinha, a Jennie... Ela é bem gostosa, não é? Talvez a gente devesse dar uma passada na casa dela quando sairmos do turno.
Essa provocação foi o suficiente para quebrar qualquer autocontrole que Lisa ainda pudesse ter. Com os olhos ardendo de raiva, ela se jogou contra as grades da cela, tentando agarrar o policial através das barras de metal. Mas, infelizmente, a distância era suficiente para impedir que ela o alcançasse.
-Eu vou matar você, seu filho da puta! Se você tocar nela, se atrever a sequer chegar perto, eu juro que você não vai viver para contar a história, poha!
O policial deu um passo para trás, agora mais sério, mas ainda mantendo o controle da situação.
-Você realmente deveria aprender a manter essa boca fechada. Aqui dentro, ninguém se importa com suas ameaças. Quanto mais você grita, mais fácil fica te manter no controle.
Lisa continuava a encará-lo com fúria, a respiração pesada, o corpo tenso de raiva. Ela sabia que estava numa posição vulnerável, mas também sabia que não podia deixar que eles a intimidassem. Não podia mostrar fraqueza.
-Vocês acham que podem me quebrar? Pensam que eu vou me render? Isso só prova o quão idiotas vocês são. Eu já estive em lugares piores do que isso, e saí de todos eles. Aqui não vai ser diferente.
O policial deu um último olhar a Lisa antes de se afastar, mas algo em seus olhos revelava que ele levava as palavras dela a sério. Ele deu de ombros, jogando a última provocação.
-Boa sorte, durona. Você vai precisar.
Com isso, ele e os outros policiais saíram, deixando Lisa sozinha na cela, com o eco de suas risadas ainda ressoando nas paredes. Lisa respirou fundo, tentando acalmar a raiva dentro de si. Ela sabia que precisava manter a cabeça no lugar se quisesse sair daquela situação. Lisa estava sozinha na cela, sentada na cama fria e desconfortável. O ambiente estava carregado e o som do eco distante de passos e conversas no corredor parecia não ter fim. Ela estava imersa em pensamentos profundos, tentando manter a calma e evitar ser dominada pela raiva e pelo desespero. Cada dia parecia uma eternidade, e a ideia de permanecer naquele lugar por mais tempo estava se tornando insuportável.
O som metálico de algo batendo nas grades a fez levantar a cabeça. Lisa olhou para a grade da cela e viu um policial, que estava agachado ao lado da grade, olhando para os lados com cautela. Ele parecia estar verificando se ninguém estava observando antes de estender uma carta em direção a ela.
Lisa erguendo uma sobrancelha, surpresa o olhou - O que é isso? Quem te enviou?
O policial lançou um olhar furtivo para o corredor antes de responder com um tom baixo - Não se preocupe. Ninguém desconfiou. Apenas pegue a carta e mantenha a calma. É tudo o que posso dizer.
Lisa pegou a carta com uma sensação de curiosidade crescente. Ela observou o policial se afastar antes de se dirigir para o banco da cela e se sentar novamente. O policial desapareceu rapidamente pelo corredor, deixando Lisa sozinha com a carta. Seus dedos tremiam levemente enquanto ela desdobrava o papel, e seus olhos se arregalaram ao ver que a carta estava escrita com uma caligrafia desconhecida.
Querida Lisa,
Não sei se você esperava receber notícias minhas em um lugar como esse, mas aqui estou eu. Eu soube que você era uma força a ser reconhecida, e mesmo agora, quando você está em uma situação tão difícil, sua determinação ainda brilha.
Eu tenho boas notícias para você. Depois de muito planejamento e esforço, eu consegui encontrar uma maneira de tirá-la dessa cela. Não é o stalker que está por trás disso, mas alguém que conheceu você em um momento difícil e admirou sua força e coragem. Não se preocupe com os detalhes; o que importa é que a oportunidade de escapar está aqui.
Você só precisa se preparar. Mantenha-se alerta e pronta para agir quando a hora chegar. Eu garanto que não há mais riscos envolvidos, e você sairá dessa situação com um novo começo. Você tem sido uma pessoa incrível, e eu estou mais do que feliz em ajudar a abrir uma nova porta para você.
Este é o plano: Em breve, você receberá instruções detalhadas sobre como proceder. Até lá, mantenha-se calma e siga a rotina normalmente. Não deixe que ninguém perceba que você está ansiosa ou nervosa. Sua liberdade está ao alcance das mãos.
Lembre-se, o verdadeiro teste não é apenas escapar, mas também usar essa nova oportunidade para fazer o que é certo. Agradeço por me deixar fazer parte dessa jornada e por mostrar ao mundo o quão forte você realmente é.
Com admiração e esperança,
Um amigo inesperado.
Lisa terminou de ler a carta com um sorriso largo no rosto. Ela não podia acreditar que estava recebendo uma ajuda inesperada de alguém que conhecia, mas não sabia quem. A carta a encheu de esperança e determinação, uma nova energia correndo por suas veias. Ela dobrava cuidadosamente a carta, escondendo-a em um compartimento secreto de sua roupa, onde ela sabia que ninguém encontraria.
Lisa se levantou e começou a andar de um lado para o outro, tentando controlar a ansiedade e a excitação que a envolviam. A sensação de estar tão perto da liberdade a estava impulsionando a se preparar para o que estava por vir. Ela sabia que precisava ser cuidadosa e manter a calma, pois qualquer sinal de nervosismo poderia arruinar seu plano.
O tempo parecia passar lentamente, mas Lisa usou cada momento para se preparar mentalmente. Ela revisou as palavras da carta em sua mente, certificando-se de que estava pronta para qualquer instrução que pudesse vir a seguir. O pensamento de sair daquela cela e começar uma nova vida a enchia de esperança e força.
A noite caiu lentamente, e Lisa se preparou para o que seria, sem dúvida, uma nova e crucial fase de sua jornada. Com o apoio inesperado de alguém que acreditava nela, Lisa estava mais determinada do que nunca a superar os obstáculos e buscar a liberdade que tanto desejava. O futuro estava cheio de possibilidades, e Lisa estava pronta para agarrá-las com toda a força que tinha.
———
A visita estava quase no fim. Jennie se sentava do lado de dentro da pequena sala de visitas da delegacia, e Lisa, com as mãos apoiadas na mesa de vidro, parecia mais relaxada do que nas visitas anteriores. Era um alívio para Jennie ver que Lisa estava menos angustiada e mais animada. As conversas entre elas eram repletas de risos e memórias compartilhadas, uma pequena fuga da realidade opressiva da prisão.
-Lembra quando você tinha ciúmes da minha irmã com a sua? Nossa, eu quase te internei.
-Ah, não é pra tanto, você me xingou.
-Você claramente me xingou também.
O clima estava leve e a tensão entre elas parecia ter diminuído. Era como se, por alguns momentos, a realidade estivesse em pausa, permitindo que elas simplesmente se reconectassem.
-Jennie, eu...
Jennie parou de rir, sentindo a seriedade na voz de Lisa. Ela olhou diretamente para os olhos de Lisa, tentando discernir o que estava prestes a ser dito.
-O que foi, Lisa? Pode me dizer qualquer coisa.
-Eu... eu te amo, Jennie. Eu sei que já te disse isso antes, mas agora é diferente. Eu sinto que é importante que você saiba que não é apenas uma palavra para mim. Eu realmente amo você, e não quero que você vá embora sem saber disso.
Jennie ficou em silêncio, o impacto das palavras de Lisa a atingindo profundamente. O coração dela estava acelerado e as emoções estavam à flor da pele. Ela sabia que estava apaixonada por Lisa, mas ouvir isso diretamente dela fez com que suas próprias emoções ficassem ainda mais claras.
-Lisa... eu....ah...eu também te amo. Eu estava com medo de admitir isso, mas é verdade. Eu sempre estive errada sobre Keeho. Não era ele quem eu realmente queria. Eu só estava me enganando.
Lisa sorriu, um sorriso que misturava alívio e esperança. Ela estendeu a mão através da mesa, tentando alcançar a de Jennie, mas a separação física da visita ainda estava lá.
-Você não sabe o quanto isso significa para mim. Eu estava esperando por um sinal, algo que me dissesse que eu não estava sozinha nessa luta. Quando fizemos amor, eu soube que era algo profundo, algo que eu nunca havia experimentado antes. E cada beijo seu... cada um deles significava mais do que eu posso expressar em palavras.
Jennie olhou para Lisa, seu coração se apertando com a dor e a alegria ao mesmo tempo. Ela se inclinou para frente, tentando alcançar a conexão que estava se formando entre elas.
-Eu vou terminar com Keeho. Eu não posso mais continuar essa mentira. Preciso ser honesta comigo mesma e com você. Isso vai acontecer o mais rápido possível, prometo. Não quero mais viver nesse engano.
-Você não sabe o quanto isso me faz feliz. Eu estava esperando por esse momento, esperando para saber se você realmente sentia o mesmo. Eu já estava planejando a minha saída daqui. Em breve, eu estarei em casa, e nós poderemos começar de novo, sem as mentiras e os segredos.
Jennie olhou para Lisa, os olhos cheios de lágrimas e amor. A distância física parecia insignificante agora, comparada à força do vínculo emocional entre elas. - Eu quero isso, Lisa. Quero estar ao seu lado e construir algo real, algo que não seja baseado em mentiras ou ilusões. Eu quero você, não importa o que aconteça.
Lisa sentiu uma onda de alívio e felicidade ao ouvir essas palavras. Ela queria que Jennie soubesse o quanto a amava e o quanto estava disposta a lutar por ela, mesmo que isso significasse enfrentar desafios imensos.
-Eu vou esperar por você, Jennie. E quando eu sair daqui, nós vamos reconstruir tudo o que é importante para nós. Eu só preciso que você saiba que eu nunca vou desistir de nós, não importa o que aconteça.
O tempo estava passando rapidamente e Jennie sabia que a visita estava chegando ao fim. Ela segurou a mão de Lisa através da mesa com mais firmeza, tentando gravar aquele momento em sua memória.
-Eu vou te esperar. E vamos superar isso juntas, Lisa. Eu te amo, e isso é real.
Lisa sorriu, com os olhos brilhando de esperança e amor, enquanto Jennie se levantava para se despedir. A separação era difícil, mas a certeza de que logo estariam juntas novamente dava a Lisa a força necessária para continuar.
-Eu te amo, Nini. Até logo.
Jennie saiu da sala de visitas, o coração pesado, mas com a esperança renovada. Ela estava determinada a enfrentar o que estava por vir e a fazer tudo o que pudesse para estar com Lisa novamente.
Lisa permaneceu na sala de visitas, o sorriso no rosto e a sensação de esperança invadindo seu coração. Com as palavras de Jennie ainda ecoando em sua mente, Lisa sabia que a luta estava longe de terminar, mas agora tinha uma razão ainda mais forte para perseverar. Ela estava um passo mais perto da liberdade e do amor que tanto desejava, e estava pronta para enfrentar o que viesse a seguir com determinação e coragem.
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