- Bom dia - disse Rute, num volume mais que audível, quando acordou com o som do despertador no sábado de manhã
- Bom dia - respondeu Yumi, que acordou animada.
- A Yumi decidiu que também quer ser uma pessoa pilhada e irritante - disse Fernanda, que tinha virado a cabeça pro lado da parede, enquanto a cobria com o cobertor.
- Que grossa você, Fer - respondeu Rute, já saindo da cama. - Por que você tá animada hoje? - Perguntou, olhando diretamente pra Yumi.
- Ah, nada não… - respondeu a garota nipônica, que no momento em que desviou o olhar para o chão, demonstrou que era uma péssima mentirosa.
- Hum, entendi… Tá, vou me arrumar, não quero que a monitora fique enchendo a minha paciência por que eu tô demorando pra ir pro culto. Ainda acho que eles dão pouco tempo pra gente se aprontar no sábado e que o café da manhã podia ser mais longo e o culto mais curto - disse Rute, enquanto ia pegar suas “roupas de igreja” no armário.
- Você faz essa reclamação toda semana - respondeu Fernanda, que agora também tinha saído da cama e estava indo se vestir.
Enquanto isso, Yumi também fazia o mesmo. - A Rute reclama bastante, mas as reclamações dela geralmente fazem sentido… E sim, a gente tem pouco tempo pra ir pro culto, então vou me aprontar logo. Pena que não vai dar tempo de ver a mensagem da Sara, acho que só vou conseguir emprestar o tablet da Rute depois do almoço… Tá, vou esperar - pensou Yumi, enquanto se vestia.
Então, ela e as colegas de quarto se aprontaram, tomaram café da manhã no refeitório e foram pro auditório onde era o culto. Antes do culto começar, aconteceu a escola sabatina, que durou mais tempo do que precisava. Quando veio o culto, o pregador era um pastor convidado que estava beirando os cinquenta. Foi um sermão estranho, daqueles que não têm uma lógica de raciocínio clara.
Quanto o culto acabou, Yumi estava ansiosa e com fome. Não tinha comido muito no café da manhã, e como o culto demorou pra acabar, seu corpo já estava pedindo pra se alimentar. Depois de tudo isso, quando finalmente voltaram pro dormitório e dessa vez com tempo livre, Yumi teve a chance de pedir pelo tablet da Rute.
- Rute, você me empresta ele de novo só mais um pouquinho… - Disse Yumi, sem olhar diretamente para os olhos da Rute, com uma voz que implorava para que a outra garota não perguntasse o porquê dela querer usar o tablet.
- Hum… - Respondeu ela, olhando para Yumi da ponta dos pés até a testa.
- Que foi?
- Nada não, só acho que você tá estranha. De manhã você tava estranhamente feliz, mas agora você tá estranha com cara de quem vai aprontar, igual a mãe do Chris fala - disse Rute, com uma expressão sarcástica, de quem está se divertindo com o momento.
- Eu só acordei disposta…
- Você mente muito mal, Yumi - disse Rute, contendo um risinho. - Tá bom, eu empresto, mas você precisa dizer por que você precisa dele.
- Ah… É só pra usar a internet, sabe… Nada importante - respondeu Yumi, que olhou pra Rute, mas quase imediatamente teve que desviar o olhar mais uma vez.
- Já disse, você mente muito mal - respondeu Rute, agora com um leve risinho.
- É que eu preciso acessar a internet sabe, é algo importante… Mas é bem pessoal, não quero ficar falando sobre - respondeu Yumi, cabisbaixa, mas de forma sincera.
- Tá bom, eu tô só te torturando, não precisa ficar assim - respondeu Rute, enquanto ia até a gaveta do armário de cabeceira, onde guardava o tablet.
Naquele momento, apenas a Rute e a Yumi estavam no quarto, a Luana e a Fernanda tinham ido pro salão no dormitório onde era o espaço de convivência para as garotas. Então, como estavam sozinhas, Rute podia conversar livremente com Yumi.
- Olha, sei que o que você vai fazer não é da minha conta e que você não vai me falar o que é, mas eu empresto o tablet mesmo assim, eu também tenho meus segredos… A gente não precisa contar tudo, mas se você precisar de algo além do meu tablet pode dizer, eu não vou ficar te julgando, ok? - Disse Rute, entregando o tablet na mão da Yumi.
- Muito obrigada, de verdade, obrigado por me emprestar mesmo sem saber pra que eu preciso. Ah… Você não achou isso estranho? Não tem medo que eu esteja fazendo alguma bobagem? - perguntou Yumi, agora fazendo contato visual com a Rute.
- Não tenho não… Você me parece uma pessoa legal, mas que tem seus problemas. Eu tenho os meus e não quero que fiquem atrapalhando minhas coisas, sabe? Não acho que você precise acessar a internet pra fazer algo ruim, então eu não preciso saber o que é pra te emprestar - respondeu Rute.
- Obrigada… Mas, você tá só confiando em mim sem saber o que é? Desculpa, mas eu preciso perguntar, por que? - respondeu Yumi, concentrada para ouvir a resposta que viria na sequência.
- Ah… Como eu explico… Eu sou intuitiva, sabe? E meio louca também… Eu meio que sinto uma energia legal em você, senti quando você decidiu que iria conversar comigo e com as meninas quando voltamos pro internato. O que eu percebo de você é que no momento você está com problemas, mas que você quer resolver isso. Mas também percebo que você é uma pessoa legal, então eu não preciso saber o que mais tem na sua vida pra eu confiar em você. Eu só estava te provocando antes… Eu gosto de torturar um pouco, desculpa - disse Rute, agora parecendo sincera e sem estar jogando joguinhos.
- Obrigada, muito obrigada - disse Yumi feliz e sorrindo. - Nunca imaginei que você fosse uma pessoa legal a esse ponto.
- Não precisa agradecer, só fiz assim porque é a forma como eu também quero ser tratada - respondeu Rute, meio sem jeito.
Então, pela primeira vez desde que tinha vindo para o internato, Yumi sentiu que tinha encontrado uma pessoa de confiança. Foi algo intuitivo, pois ao ouvir as palavras da Rute, podia jurar que a garota estava dizendo a verdade e que era totalmente confiável. Este, pra ela, era um sentimento incomum, a única pessoa que em que Yumi sabia que podia confiar era na sua namorada, mas a confiança que ela sentiu na Rute era diferente da que ela sentia pela Sara. Quando estava com a garota da sua vida, Yumi confiava em quem tinha entendido ser o seu amor verdadeiro, sentia uma conexão profunda com ela, uma conexão romântica. Com a Rute, sentiu outra conexão, uma que definitivamente não era romântica. Então, de súbito, percebeu - acabei de fazer uma amiga!
- Rute, queria perguntar algo…
- Pergunte - respondeu ela, agora parecendo simpática.
- Ah… Você falou agora que intuitivamente confia em mim… Eu nunca fui boa em seguir minha intuição, fico insegura… - Disse Yumi, de forma vaga, sem chegar a fazer uma pergunta.
- Você não está usando a sua intuição agora? - disse Rute, levantando as sobrancelhas no final da pergunta.
- Como assim?
- Eu te disse que intuitivamente confiava em você, foi só eu dizer isso que você ficou parecendo mais alegre e confortável. Não é a sua intuição dizendo que está tudo bem?
- Acho que sim, mas não sinto isso o tempo todo sabe… Geralmente tenho medo, sinto dúvida e fico tímida - respondeu Yumi, ainda sem entender exatamente o que estava tentando expressar, mas buscando ser sincera.
- Você nunca teve uma fase rebelde, né? - respondeu Rute, fazendo um pequeno sorriso.
- Ah… Mais ou menos. Eu tenho alguns delitos sabe.
- Tá, nos seus delitos você estava sozinha ou tinha alguém com você?
- Tinha alguém… - respondeu Yumi, agora desviando o olhar.
- Essa pessoa era legal, ela te fazia bem?
- Sim, ela me fazia muito bem, mas agora estamos longe… - respondeu Yumi, ainda sem olhar pra Rute.
Depois de ficar calada por um tempo, Rute disse - você falou na semana passada que era tímida… Aparentemente você tem muitos problemas com timidez. Você também disse que tem problemas pra confiar na sua intuição. Parece que você não confia muito em si mesma… Eu já fui um pouco assim, por acaso você acha que isso tem relação com os seus pais?
- Hum… Como assim? - perguntou Yumi, voltando seu olhar para a Rute.
- Eu já fui uma filha perfeita sabe… Antes de eu ser uma louca descompensada - disse Rute, contendo mais risos e desviando o olhar, parecendo estar pensando em lembranças. - Eu não confiava em mim mesma e tava sempre tendo que lidar com as expectativas que os meus pais tinham de mim. Isso fez eu ficar tímida e sem confiança, fazia eu me sentir vazia.
- Por favor continua - disse Yumi, de súbito, se identificando e ficando bastante interessada no que a outra garota tinha a dizer.
- Teve uma hora que eu escolhi me libertar, experimentar coisas e ser eu mesma. Foi a minha fase rebelde em que eu meio que “quebrei tudo”. Tive uns problemas por causa disso, mas encontrei minha identidade, hoje eu posso dizer que sou a Rute e que não tenho medo de ser. Hoje eu sei quem eu sou, então eu não preciso mais ser tímida e ficar tentando ser a filha perfeita pra agradar o ego dos meus pais, hoje eu sou a Rute de verdade.
- Entendi… Mas o que isso tem haver com intuição? - Perguntou Yumi, com o mesmo interesse de antes.
- Tem tudo haver. A sua intuição é o seu cérebro juntando informações do seu consciente com o seu subconsciente. É algo muito próprio e subjetivo, como uma voz interior. A sua intuição meio que te representa sem usar filtros, entende? Quando você segue a sua intuição, você está sendo totalmente você - disse Rute.
- Tá… Então eu sou tímida e não sou boa pra seguir minha intuição por que?
- Por que você ainda não se permitiu se conectar totalmente com a sua personalidade. Você ainda não se libertou das coisas que te prendem. Pelo menos não sozinha… A pessoa que você falou que te acompanhou nos seus delitos, você acha que ela te ajuda a ser você mesma?
- Eu tenho certeza que sim - respondeu Yumi, sem precisar pensar para responder.
- Hum… Entendi. Bom, já falei bastante e já vi que você não vai me contar agora por que precisa do tablet, mas não tem problema. Minha intuição me diz que você é confiável e que você precisa disso - respondeu Rute, indo em direção à própria cama.
- Rute… Obrigada - respondeu Yumi, segurando o tablet com as duas mãos e o levando em direção ao peito.
- Ah… Não vou te perguntar mais nada, mas vou te dar um último conselho. Não precisa ter medo de ser você, isso é algo bom. Faça o que você precisa fazer e siga a sua intuição pra seguir o seu próprio caminho. Mas seguir a sua intuição não é agir sem pensar… Acho que você vai entender a diferença na prática. Boa sorte indo conversar com a sua pessoa - disse Rute, se sentando na cama e pegando de novo a cópia de Crônicas de Nárnia.
- Obrigada… Mas, eu não disse que estava indo conversar com a minha pessoa - respondeu Yumi, que agora estava curiosa para saber como a Rute tinha ligado os pontos.
- Eu sei que não, mas agora depois de falar com você ficou meio óbvio…
- Parece que não sou boa em guardar segredos depois que eu simpatizo com alguém - respondeu Yumi, dessa vez tendo ela que conter um risinho.
- Percebi - respondeu Rute, com a mesma entonação de Yumi. - Ah… Eu não ia perguntar, mas minha intuição agora me diz que eu devo porque a sua postura mudou, desculpa.
- Pode falar - respondeu Yumi, dessa vez sem se preocupar em esconder coisas.
- A sua pessoa… É ele ou é ela? - Indagou Rute, agora sem rir.
Yumi ficou em silêncio por um tempo. Primeiro, sentiu receio de responder. Depois, se atentou para perceber o que a sua intuição estava dizendo sobre aquela pessoa que estava diante dela, perguntando algo íntimo.
- O nome da minha pessoa é Sara, ela é minha namorada… - respondeu Yumi, confiando na sua intuição sobre a Rute, apesar daquilo parecer muito insensato num primeiro momento.
- Entendi… - respondeu Rute, mais uma vez contendo um risinho. - Que bom que você tem alguém. O amor é lindo, não se importe com as pessoas que vão dizer que você não deveria estar com ela. Seja você e viva sua vida, gostando de quem gosta, independente da pessoa ser menino ou menina.
- Obrigada - respondeu Yumi, que tinha acabado de ter sua curiosidade despertada pela atitude da Rute. - Ah… amiga, você também é?
- Claro que eu sou - respondeu Rute, agora sem conter o riso e fazendo um pequeno estardalhaço. - Desde criança eu sei que gosto de meninos e meninas… Eu me identifico como pan.
- Hum, entendi… Se for pra eu me definir, diria que sou lésbica. Rute, obrigada pela conversa, me sinto bem melhor em conversar com alguém que também entende - disse Yumi, com uma expressão leve, que demonstrava gratidão e tranquilidade.
- Não precisa me agradecer, agora só vai conversar com a sua namorada - respondeu Rute, antes de voltar sua atenção para o livro.
- Tá bom, até depois - disse Yumi, saindo do quarto.
Enquanto atravessava o corredor até o salão, pensou - eu tinha certeza que não poderia me abrir com nenhuma pessoa do internato. Nesse ano, decidi que poderia me abrir um pouco com as minhas colegas de quarto e uma semana depois contei da Sara pra Rute… Ok, essa conversa foi uma coisa de que só fluiu, eu fui confiando na Rute muito rápido e teve um lado intuitivo nisso. Será que tem relação com o fato dela também gostar de menina? Será que de alguma forma isso fez minha intuição perceber que ela poderia ser confiável? Não sei, mas foi bom ter seguido a minha intuição, parece loucura, mas eu gostei.
Então, foi sem demora para o salão e se sentou num dos sofás que estavam vagos. Estava contente pela conversa com a Rute e feliz pelo fato de que finalmente poderia ler a resposta da Sara para a sua última mensagem. Nisso, fez com rapidez o procedimento que havia combinado com a Sara e abriu a mensagem que a sua namorada tinha lhe deixado. - Que bom, ela conseguiu escrever pra mim de novo, vamos ver o que é…
Sara
Oi querida <3 Estou MUITO feliz por vc ter conseguido me responder, estou aliviada com isso. Também prometo que vou te escrever sempre q eu puder! Mas eu preciso dizer algumas coisas agora sobre o nosso plano e é importante. Resumindo pra n ficar muito longo… Vai ser complicado pra gente encontrar uma forma de vc fazer o vestibular da Belas. Eu pesquisei no site da universidade e encontrei os editais dos outros vestibulares, fiz isso em dezembro… Pois bem, a Belas é um campus da UNESPAR, a Universidade Estadual do Paraná. A UNESPAR tem cursos de todas as áreas, mas os q envolvem arte ficam no Campus Curitiba I e no Campus Curitiba II. A Belas é o Campus Curitiba I, onde tem o Bacharelado em Artes Visuais e o bacharelado em instrumento, q no seu caso é o piano.
Pra ser estudante da UNESPAR a gente precisa passar no vestibular deles ou ganhar uma vaga pelo SISU quando a gente fizer o ENEM. Eu achava q nós poderíamos fazer o ENEM e entrar, mas o nossos cursos não tem vaga ofertada para o SISU, então pra nós a única opção é o vestibular da própria UNESPAR. Aqui começam os nossos problemas… No ano passado o vestibular deles aconteceu no domingo da terceira semana de novembro, uma semana depois do segundo dia do ENEM. Provavelmente esse ano vai seguir o mesmo fluxo e isso me preocupa um pouco. Depois q a gente se viu, eu achei q nós poderíamos entrar pelo SISU. Se fosse o caso, vc poderia fazer o ENEM aí em Santa Catarina com autorização dos seus pais e usar isso pra n ter q vir pra Curitiba. Essa é provavelmente a nossa maior dificuldade, pq o vestibular da Belas é em Curitiba e tecnicamente, vc n pode sair do internato sem a autorização dos seus pais.
Eu também verifiquei as possibilidades “ alternativas” pra entrar na Belas. Eles tem um processo seletivo pra preencher vagas ociosas, mas isso só acontece se alguém q passou no vestibular n fez a matrícula e abandonou a vaga. Essa opção tem dois problemas, um é q depende de alguém n fazer a matrícula e o outro, é q vc precisa ter feito o vestibular ou o ENEM no ano anterior para poder concorrer com aquela nota pela vaga ociosa. Sim, no vestibular normal n tem como usar a nota do ENEM pra entrar no seu curso, mas pra preencher vaga ociosa pode, é um pouco confuso… Infelizmente essa opção também n resolve o nosso problema, pq nós n fizemos ENEM no ano passado, então mesmo q tivesse uma vaga ociosa, n teria como vc disputar por ela.
Resumindo o q eu falei até aqui: o único jeito de entrar na Belas é vc vir pra Curitiba e fazer o vestibular, pq n tem como vc fazer o ENEM aí em Santa Cataria e disputar pela vaga do bacharelado em instrumento da Belas. Mas ainda n acabou… O meu curso n tem o q eles chamam de THE, q é o teste de habilidade específica, eu só vou precisar fazer a prova escrita e passar. Pro seu curso, vc vai precisar fazer a prova escrita do vestibular e fazer o THE tocando uma peça de música erudita, q vai ser divulgada num edital depois da primeira fase do vestibular. Quer dizer q vc n vai ter o ano todo pra estudar a música da prova, vc vai ter no máximo algumas semanas. E claro… Vc vai precisar vir mais um dia pra Curitiba pra poder fazer o THE, então precisamos arrumar um jeito de vc vir dois domingos pra cá e fazer o vestibular.
Querida, tô bem nervosa com isso. Já pensei bastante, mas ainda n encontrei uma solução pra esse problema. N tem como vc “fugir” do internato e vir pra cá e fazer a prova, pra depois voltar pra lá como se nada tivesse acontecido. Fora q o seu pai n vai deixar vc fazer o vestibular da Belas pq ele quer q vc estude no outro internato quando for fazer a graduação. Bem difícil… Cerquei todas as possibilidades e n vi nenhuma saída até agora. Prometi pra vc q iria fazer todo o possível pra vc conseguir entrar na faculdade assim q saísse do ensino médio, mas talvez eu n consiga garantir q isso aconteça. Por favor me perdoa se eu te iludi com algo q n era possível. Eu falei q iria resumir td, mas mensagem já ficou bem longa… Amor, eu vou continuar tentando encontrar uma solução, n vou desistir. Nesse ano eu vou me preparar pro meu vestibular e vou tentar encontrar um jeito pra vc poder fazer o seu! Então, queria deixar um porém: n é garantido q dê pra vc fazer o vestibular, mas mesmo assim, estude como se fosse fazer. Se nós acharmos uma solução, vc vai precisar fazer o vestibular e passar, mas se não conseguirmos, o estudo vai valer pra vc prestar o vestibular no próximo ano, quando estivermos morando juntas. Lamento por n trazer notícias animadoras, mas a verdade é essa… Acho q o máximo q posso dizer agora é boa sorte pra nós. Até depois querida, bjs.
Yumi terminou de ler e por um momento ficou perplexa. - Não pensei que fosse ser tão difícil… Realmente, talvez eu não possa fazer o vestibular nesse ano. Ah… que raiva, era só o meu pai parar de atrapalhar minha vida. Se ele não impedisse eu poderia só fazer o vestibular, mas eu tenho que ficar indo contra ele pra poder seguir minha vida. E agora? Não parece ter solução pra isso. Tadinha da Sara, ela parece estar nervosa pela forma como escreveu a mensagem … Sim, ela deve estar triste e nervosa agora, porque ela percebeu que é muito baixa a chance de eu fazer o vestibular nesse ano.
Será mesmo que não vai dar? Difícil afirmar que eu vou conseguir sair do internato pra fazer a prova… Mas de qualquer forma ela tem razão, eu preciso continuar estudando. Eu tenho bastante coisa pra fazer, mas ela também tem e ainda está preocupada comigo. Não quero que a Sara fique sofrendo sozinha lá em Araucária, preciso escrever algo pra ela, algo pra ela se sentir bem, igual ela fez pra mim na primeira mensagem.
Bom, parando pra pensar… Fiquei irritada agora, mas não fiquei triste. Eu li a mensagem, mas não acredito que não vou conseguir fazer o vestibular. Será que eu ainda não consegui processar isso? Não, acho que não. Minha intuição me diz que ainda é possível. Ainda não tenho certeza de como, mas sei que é possível. Vou acreditar na minha intuição e estudar, porque nesse ano eu vou fazer o vestibular e passar. Ok, hora de escrever pra Sara…
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Olá querides, muito obg por terem lido mais essa capítulo. Por favor, se estiverem gostando, lembrem de deixar o gostei e de compartilhar a história com sues amigues, vamos espalhar essa pro vale ;) Ah, n se preocupem q na próxima sexta vou trazer a Sara de volta. Até lá, bjs.
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