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História A Guardiã do Gelo - Livro 1 - Meu carregador particular - História escrita por Kashinabi-Chan - Spirit Fanfics e Histórias
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História A Guardiã do Gelo - Livro 1 - Meu carregador particular


Escrita por: Kashinabi-Chan

Notas do Autor


Hey Batatinhas Ambulantes o/

Agora sim to acordadona, então prometo que não vou mais cochilar, ok? kk em partes deve ter sido também porque minha casa tava em silêncio, então acabou que batendo sono aquele horário kk

No capítulo de hoje - dedos queimados kk

Tenham uma leitura o/

Capítulo 71 - Meu carregador particular


Bem, minha curta explicação não lhe esclareceu as coisas e eu tive que respirar fundo para me permitir um pouco de paciência. Será que eu não havia explicado pros garotos o que era uma Conexão?, questionei a mim mesma mentalmente.

— Uma Conexão é quando dois Jogadores decidem unir seus poderes — tentei explicar.

— Peraí, eu não lembro de ter decidido isso com você não.

— Acontece que a sonsa aqui acabou fazendo isso sem querer. — Suspirei. — Eu tinha me esquecido que assim que um Jogador entra em contato com o fogo, se encostar naquilo que define seu poder, inicia um ritual onde somos levados até a Quarta Dimensão.

— Tá e como se desfaz isso?

— Hmmm, bom, a única solução que eu sei é se ambos os Jogadores se afastarem.

— Ah, então pera.

Arqueei uma sobrancelha com sua fala e no segundo seguinte ele me ameaçou deixar cair na lava. Como reflexo, agarrei em seu pescoço. Não queria morrer dessa forma. Malek já tinha parado de andar pois ainda discutíamos essa questão. No meio da lava. Dois bocós.

— Ficou maluco? — gritei.

O filho de Héstia riu.

— Caramba, você tinha que ver sua cara.

— Isso não é engraçado, Malek. — Dei um tapa no seu peito. — Se eu cair nessa lava, posso morrer!

— Não me lembra disso. Tá sendo minha tentação há muito tempo.

Bufei e lhe dei mais um tapa no peito, causando mais risadas vindo da sua parte.

— Podemos voltar a procurar o Utae, por favor? Ele sumiu.

O ruivo por alguns segundos olhou ao redor, possivelmente tentando encontrar algum sinal do filho de Zeus.

— A lava já tomou boa parte daqui. Não faço ideia de onde ele possa estar. Eu tentei procurar ele mentalmente, mas não achei sequer um sinal. Minha sugestão é de que: ele tá morto ou está inconsciente.

Nenhuma das sugestões parecia muito amigável.

— Deve estar inconsciente. Ele não deve ter morrido, acho bem difícil. É o Utae.

— Então... devemos voltar ou seguir em frente? — questionou Malek.

Comprimi os lábios, ponderando, querendo avaliar qual das opções levaríamos mais vantagem. Eu queria muito ir atrás da pedra e boa parte do caminho já estava andado. Entretanto, Utae é como irmão pra mim e deixa-lo para trás seria muito egoísmo da minha parte...

— Vamos continuar. Quando você conseguir falar mentalmente com Utae, avise que estamos bem e que voltaremos assim que conseguirmos a terceira pedra.

Malek assentiu e ainda me carregando, continuamos o caminho por entre a lava. Olhei pro horizonte, querendo saber quando é que aquilo terminava. Era constrangedor ser carregada exatamente... por ele — fora que agora compartilhávamos uma Conexão.

Peraí, se com Tanay eu conseguia meio que manipular o poder dele, talvez esse efeito também funcione com Malek, aquilo era uma boa coisa para se pensar. Respirei fundo e fiz as linhas negras em minhas mãos pulsarem num brilho que se tornou laranja. Não demorou muito até as pontas dos meus dedos começarem a pegar fogo timidamente. Olhei pro Malek, percebendo sua careta.

— O que você tá fazendo? — questionou ele.

— Brincando com seu poder — cantarolei.

— Para. Isso me incomoda.

Apaguei o fogo ao tocar os dedos no seu traje.

— Pronto, chorão. Já apaguei. — digo lhe mostrando a língua.

Se manipular o fogo acabou de ser possível, talvez outros poderes do Malek também os sejam...

— Nem pense — disse antes de eu conseguir terminar o pensamento.

O encarei com a sobrancelha arqueada.

— Tá lendo minha mente agora? Quem te deu esse direito?

— A Conexão, madame — ele foi irônico na última palavra.

Bufei. Tinha me esquecido de que com Tanay funcionava da mesma maneira. Só que a sonsa aqui não imaginava que faria uma Conexão com o próprio "inimigo" — tá, talvez não inimigo, mas uma... pessoa não muito chegada a mim. Quando era eu e Tanay, chegava a ser divertido brincar com seus pensamentos, entretanto, agora parece que a brincadeira se voltou contra mim.

— Eu só tava pensando em colocar os pés na lava pra ver se queima — digo revirando os olhos.

Ele me lançou um olhar do tipo: "claro que queima, sua sonsa".

— Se compartilhamos nossos poderes, então assim como você, eu tenho capacidade de andar no fogo.

— Não acho que seja exatamente assim que funcione. — Uma de suas sobrancelhas ruivas estava arqueada.

— Me deixa tentar pra descobrirmos.

— Não seja burra pra colocar as pernas. Coloque os dedos. Se não ser certo, pelo menos consegue andar.

Suspirei alto em rendição e me inclinei, já sentindo o calor na ponta dos dedos. Pressionei os olhos e mergulhei delicadamente a ponta dos dedos na lava. A reação veio de imediato. Soltei um grito quando a carne começou a queimar. A queimação não veio de imediato. Demorou alguns segundos até se tornar insuportável.

Os retirei da lava, gritando de dor pela ardência. Quando olhei pros dedos, bolhas cresciam horrivelmente e dava para perceber o quanto a pele havia ficado sensível. Felizmente parecia que eu não os havia perdido. Devia ser graças a compartilhação de poderes.

— Eu te avisei.

A primeira coisa que saiu da minha boca foi milhares de "biiiiiiiiips". Até que eu consegui respirar fundo e falar como uma pessoa normal — embora ainda estivesse com uma enorme vontade de esganar o ser-humano que me carregava:

— EU ACABEI DE QUEIMAR MEU DEDO E TUDO O QUE TEM A DIZER É "eu te avisei"?

— Queria que eu dissesse o quê?

— SEI LÁ, QUALQUER OUTRA COISA!

— Tudo bem, pera. — Então o ruivo começou a soltar uma gargalhada e a completou ao dizer: — Se ferrou.

Agora ele pediu pra morrer.

Se meus dedos não estivessem machucados, juro que encheria ele de tapas e socos, mas minha mão estava ardendo tanto que acabei desistindo da ideia.

— Você é o melhor amigo que uma pessoa poderia querer, sabia? — digo sendo completamente irônica.

— Eu sei, eu sei — disse convencidamente, ignorando minha ironia.

Revirei os olhos e respirei fundo novamente antes de dizer:

— Quanto mais rápido você andar, mais rápido chegaremos, então será que dá pra adiantar o passo? — o apressei.

— Não reclama. Sou eu que tô te carregando.

Tudo bem, parece que ele tirou aquele momento para fazer minha paciência se esgotar. Nisso, decidir que me manter em silêncio seria a melhor forma de fazê-lo falar menos e andar mais.

Depois de mais alguns passos, percebi que ele começou a dar umas paradinhas, como se estivesse cansado — e devia estar.

— Tô muito pesada? — questionei numa de suas curtas paradas.

— Muito. — Ele fez uma careta.

Levaram mais alguns passos adiante até bem lá pra frente eu começar a avistar grama queimada que não havia sido atingida pela lava.

— Se você andar mais pra lá, tem grama. É melhor desviarmos um pouco o caminho do que fazer você quebrar o braço com meu peso.

Vi ele assentindo e logo ele começou o caminho que eu havia indicado. Mais uns quinhentos passos e estaríamos la. Não era assim tão longe.

Tudo estava calmo demais e agora era a calmaria que começava a me incomodar. Até mesmo Malek parecia silencioso demais. Olhei bem pra ele, que retribuiu a atenção arqueando a sobrancelha. Balancei a cabeça e desviei o olhar, até que o silêncio foi preenchido por passos rápidos que não vinham de Malek. Meu olhar logo se tornou atento a tudo que acontecia ao nosso redor e bastou poucos segundos até eu notar um monstro negro de três cabeças vindo em nossa direção. Um ponto vermelho estava montado nele.

Por um segundo eu pensei que aquele monstro passaria por cima da gente, mas ele apenas passou perto, como se nem existíssemos.

— Vamos atrás dela. Talvez seja a guardiã desse lugar — digo, querendo segui-la imediatamente.

— E a consideração que você tinha pelos meus braços?

Suspirei alto. Eu queria poder ter a capacidade de andar sobre a lava, porque odiava ficar dependente do Malek dessa maneira. Chegava a ser patético.

— Tá bom, seu chato, vamos descansar...

Minha frase foi interrompida quando o monstro novamente passou correndo pela gente. Aquilo só atiçava mais minha curiosidade. Mordi o lábio, tentada a insistir com ele, só que já imaginava que ele novamente reclamaria.

Demorou, entretanto, agradeci diversas vezes mentalmente quando ele colocou meu corpo na grama quente. Nunca pensei que agradeceria por isso. Com a Conexão, a quentura já não era algo tão incômodo assim.

— Como estão seus dedos? — questionou Malek ao se sentar na grama ao meu lado.

— Ah, agora você vem me perguntar, né? — digo, sendo um pouco irônica.

Um meio-sorriso surgiu em seu rosto. Ele estava me provocando.

— Ardendo. Ardendo que é uma beleza — falo, me referindo aos meus dedos queimados.

Estendi os mesmos para que ele pudesse ver quantas bolhas já haviam crescido no local devido a exposição à altas temperaturas. Malek segurou minhas mãos com delicadeza enquanto avaliava a situação. Assim que ele fechou os olhos, acabei dizendo:

— Não precisa pedir pra sua mãe para que eu seja curada.

Seus olhos alaranjados encontraram os meus em seguida.

— Mas você está...

— Quem fez a besteira fui eu, não se incomode com isso. Só estamos aqui porque você queria descansar, não eu.

Digo, achando um pouco de graça.

O filho de Héstia balançou a cabeça, soltando minha mão e por fim se deitando na grama quente.

— Bom, você que sabe.

Então um grito de águia se fez ouvir no céu. Ao olhar pro mesmo, percebi as mesmas nuvens escuras de antigamente, indicando que possivelmente uma chuva de bolas de fogo cairia em breve. Precisávamos achar algum tipo de abrigo. Entretanto, meu olhar continuou preso àquela águia pois me fazia lembrar muito do...

— Malek, olha lá. — Apontei na direção da águia.

— Utae? — perguntou ele, hesitante.

Confirmei com a cabeça.

Rapidamente Malek se levantou, sem nem sequer tirar os olhos da águia.

— Por que ele não desce? Já nos viu aqui — digo.

— Ele deve estar vigiando alguma coisa...

Logo minha cabeça começou a raciocinar sobre uma coisa: e se ele estivesse vigiando exatamente aquele monstro que passou correndo por mim e Malek? Talvez aquele grito tenha sido para nos alertar sobre algo, pensei, querendo que tivesse alguma resposta.

— Podemos continuar o caminho agora? — questionei. — Eu preciso saber se tem ligação com aquele monstro que passou pela gente.

Malek soltou um longo e alto suspiro antes de estender os braços na minha direção. Com um sorriso sacana, vou para seu colo num segundo, agarrando seu pescoço, fazendo-a cambalear para trás. Até que ele acaba caindo de costas na grama, me levando junto.

Tá bom, aquela posição superconstrangedora não estava nos meus planos. Tanto as minhas bochechas quanto as suas ficaram completamente vermelhas. Não estava gostando nem um pouco de toda aquela proximidade repentina. O que mais me incomodava era meus seios tão perto do seu rosto — acho que incomodava ele também.

— Pode... me deixar levantar? — ele dizia, completamente embaraçado.

Afirmei lentamente com a cabeça, me erguendo. Quando fiquei de pé, passei as mãos pela rosto, lhe dando as costas. Respirei fundo, tentando recuperar a cor pálida habitual. Tive que tocar bastante minhas bochechas para ter certeza de que estavam frias antes de voltar a olhar pro Malek que também já tinha recuperado sua cor habitual.

— Não se joga desse jeito dessa vez — disse ao me estender os braços.

Lhe dei um sorriso sem graça e devagar subi no seu colo. Logo estávamos de volta na lava. Porém, ar quente começava a brincar com meus cabelos e aquele sim não era um bom sinal. Vi Malek engolir em seco, pois o próprio entendia o que aquilo significava.

Um risco dourado e avermelhado cortou o céu. E então outro. Outro. Outro. Outro. E outro. E outro. Outro. Aqueles ricos começaram a se tornar frequentes. Até que um atingiu bem ao nosso lado, fazendo espirrar lava. Malek correu pro lado oposto, tentando evitar novas queimaduras em mim, mas alguns minúsculos pingos me fizerem gemer. Não demorou muito até pequenas bolhas surgirem nos locais atingidos.

Olhei pra cima bem a tempo de ver uma bola de fogo caindo exatamente na nossa direção.

Só tive tempo de dar meu último suspiro.


Notas Finais


Acho que para o jantar teremos churrasquinho de Kary x.x

No próximo capítulo - a guardiã de Héstia x.x

Até o próximo capítulo o/


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