Os dois homens seguiam à frente, indicando a Sasuke o caminho para a Ilha como se realmente fosse necessário, Sasuke havia visto tudo quando usou o doujutso neles. Mas eles seguiam na frente para poderem alcançar uma altura que ele pudesse usar o rinnegan já que a distância entre as terras ninjas e o local onde estariam as informações era muito grande. O silencioso era como se ambos os estrangeiros estivessem em um ambiente claustrofóbico, contudo, isto se referia somente aos dois homens da Ilha Amaldiçoada, Sasuke estava numa conversa interior fervorosa. Entretanto, fora interrompido por um dos homens que o guiava.
— Senhor, espero que tenha certeza do que está nos dizendo. Nossa aldeia que vive naquela Ilha conta com o sacrifício desta virgem. Estamos voltando de mãos vazias e nosso tempo para entregar a noiva sacrificial está esgotando.
— Sim, tenho certeza. Pelo que eu pude ver, somente eu poderei trazer esta mulher. Ela não é alguém fácil de conseguir ser arrastada. Ela é forte e meros civis como vocês não irão conseguir. Vocês só levarão uma grande porrada e voltarão para sua Ilha voando.
— Mas nós temos o medalhão de Ades e poderemos controla-la sob hipnose.
— Como se ela não conseguisse se livrar de uma coisa destas somente com dois dedos, e um Kai, liberar! — Sasuke murmurou.
— Se o senhor está disposto a nos ajudar, agradecemos. Mas como dissemos não sabemos toda a informação. Somente, sabemos descrições físicas da noiva virgem sacrificial e nada além.
— Eu sei de tudo que eu vi. Por isto preciso falar com o seu Mestre. Chegamos na fronteira do mundo ninja e as terras ocidentais. Vamos mais rápido numa quebra dimensional.
Já disse afastando a franja para usar o rinnegan. Sem tempo para se escandalizarem os estrangeiros foram seguros pela nuca e puxados ferozmente para dentro de um funil em espiral e num segundo ressurgiram na costa continente mais próxima à Ilha.
— Chegamos — disse Sasuke e os homens sentaram-se no chão sentindo a cabeça rodar.
— Nossa!! Que coisa desagradável! — um dos homens disse.
— O senhor é muito poderoso, talvez pudesse nos libertar da maldição da Ilha —disse Tales.
— Isso veremos se vocês puderem também me ajudar — murmurou Sasuke com seu semblante liso e sem emoções.
Tales retirou um medalhão pendurado em seu pescoço escondido dentro da blusa e direcionou um foco de luz que desprendeu dele em direção à agua.
— A Ilha somente é visível sob a luz da lua cheia. Invoquei o barco mas teremos que esperar o momento. Este barco somente permite que Adônis e eu sairmos. Entrar na ilha é permitido, mas somente nos podemos sair para encontrar as noivas sacerdotais.
— Entendo — a voz grave e cavernosa do Uchiha era intimidadora. Os homens se entreolharam levemente indecisos sobre o que estavam fazendo.
A espera a o anoitecer passou vagarosamente, entretanto, para Sasuke foi ótimo. Ele poderia pensar, pensar em seu plano. Tudo estava praticamente em sua mente, só precisava afinar detalhes e ter certeza de poucas outras coisas.
Enfim, uma bruma surgiu assim que a lua brilhou nos céus e puderam ver que entre ela uma ilha surgiu. Um barco apareceu como que por milagre e os três homens entraram.
— O barco sabe o caminho — disse Tales. — Não se preocupe.
— Espero que estejamos fazendo a coisa certa — Adônis murmurou apreensivo.
O barco, sozinho, os guiou para a praia daquela ilha como se correntes invisíveis os puxassem.
— Não toque a água de forma alguma, senhor Uchiha, ou ficará preso aqui como todos nós — um deles o alertou.
— Certo — Sasuke disse. A última coisa que ele precisava era ficar preso a uma ilha amaldiçoada por algum deus do mar estrangeiro — Se quem tocar as águas da ilha fica preso como vocês podem sair? — perguntou o moreno interessado.
— Somos os únicos que conseguimos atravessar, somente para trazer as noivas sacrificiais para Poseidon. Se não voltamos dentro do tempo estipulado morremos vitimas das piores mortes.
— E como podem ter tanta certeza de que morrerão se não voltarem?
— Porque já tentamos desobedecer às vontades do senhor Poseidon. Eu… Eu quase morri por isto — disse Adônis.
— Por que este tal deus faz isto? Por que prende vocês?
— Sinceramente, não sabemos exatamente. Mas nas escrituras consta que nosso primeiro ancestral humano sequestrou uma das filhas legitimas do senhor do mar e se casou com ela nesta ilha. Mesmo ela aceitando o enlace seu pai não foi a favor da união com um mero mortal e amaldiçoou a todos os habitantes da Ilha, incluindo a própria filha retirando seus poderes e transformando-a em mortal. Depois de sua morte, seu pai que é um deus muito vingativo, ameaçou afundar a Ilha e exigiu oferendas em troca da existência das pessoas da Ilha. Exigiu nossas moças lindas e virgens. Impreterivelmente ele somente quer as virgens. Assim, com medo da morte as mulheres começaram a perder a virgindade ainda muito novas, e, não conseguíamos mais enviar noivas sacrificiais. E por isto, o deus cedendo a sua luxuria, permitiu a somente dois habitantes sair e buscar garotas virgens para o satisfazer.
— Mas como vocês sabem quem é a mulher a ser sacrificada?
— Existe em nosso povo, a linhagem sagrada das pitonisas que podem ler o Oráculo. É o Oráculo quem indica a próxima vitima e temos que ir a sua busca. Isto é em média de cinco em cinco anos.
Sasuke ouvia tudo aquilo com a sobrancelha levantada pensando que depois o chamavam de monstro. Aquele deus sim era alguém abominável. Sasuke jamais abusaria de uma mulher. Ele poderia a matar, mas nunca tê-la contra sua vontade.
— Como vocês podem ter a certeza que as mulheres são virgens? — Sasuke perguntou interessado.
— Por que o oraculo, faz cálculos para aquele momento exato, e, prevê já anunciando a pessoa ideal, mais fácil e perto da ilha.
— Mas Konoha é extremamente longe. Por que um habitante de uma vila ninja no oposto e extremo oriente?
— Não sabemos exatamente, mas dizem que esta garota é especial. Mas não sabemos os detalhes.
— Claro que é — Sasuke sorriu adorando saber que mesmo depois de tudo, ela ainda se mantinha intocada, e iria morrer por seu amor a ele. Sasuke não se importava, só queria o poder para destruir a Folha, e, o melhor era ela já estar morta, assim, não o atrapalharia com seu romantismo meloso.
— Chegamos — o outro chamou a atenção.
Sasuke deu um salto muito alto; mais do que o suficiente para que nem sua sombra encostasse nas águas do mar. Seus pés tocaram a terra firme e ele viu os dois homens nadarem até a margem. Eles não se importavam mais em se molhar, já estavam mesmo amaldiçoados. Inclusive, eles nadavam a mar aberto com muita frequência.
Uma pequena multidão cercou os recém chegados, e, de lá de dentro um homem forte, com tatuagens no rosto todo, olhos dourados, e, cabelos vermelho fogo surgiu.
— Onde está ela? — perguntou aos dois, semicerrando os olhos. — Porque vocês não a trouxeram? — gritou nervoso.
O homem, então, notou que havia um joven intruso, e, paralisando o observou de cima a baixo com uma das sobrancelhas levantadas, olhou novamente para os dois homens e perguntou:
— Posso saber o motivo de terem trazido um homem ao invés da virgem sacrificial?
— Ele nos convenceu…
— Posso ajudar — Sasuke interrompeu. — Eu conheço e sei quem é a mulher que estão buscando. Podemos conversar?
O homem o olhou por alguns segundos e, enfim, depois de um tempo, indeciso se deveria ou não dar espaço ao visitante estrangeiro, resolveu ouvi-lo.
— Siga-me. Por aqui, por favor.
Entranharam floresta a dentro até avistarem um edificação gigantesca de pedra. Uma espécie de templo antigo, suspenso por pilastras enormes, mas muito bem conservado.
Entraram e caminharam até uma sala que havia alguns moveis.
— Aceita vinho?
— Não bebo, obrigado.
— Estou ouvindo — ele disse sem meia palavras indo direto ao assunto —, não podemos perder tempo ou a ilha será engolida pela fúria do deus dos mares.
— Eu posso trazer esta mulher que vocês precisam, eu a conheço.
— Como pode saber quem é?
— Pelo que vi da descrição na mente de seus homens, somente pode ser uma única pessoa. Preciso saber, somente, o por que de ser ela?
— O oráculo a viu. O oráculo afirmou que ela traria luz e fim a maldição que Poseidon trouxe a ilha. Esta será a última que precisaremos oferecer. Ela traria fim à nossa maldição. Tudo indica que ela é descendente muito distante de uma nereida, mas não sabemos exatamente. Somente obedecemos ao Oráculo.
— Certo — “Tenho certeza que ela não se importará. Está sempre disposta a me ajudar, mesmo oferecendo sua vida.” Pensou com o rosto plácido como um cubo de gelo.
— Por que você ajudaria? — o homem franziu o semblante. — Você sabe que ela será ofertada para o deus Poseidon. Ela irá morrer!
— Ela está sempre a disposição para me ajudar — Sasuke murmurou. — Ela é forte. Seus homens não conseguiram a trazer, mas eu sim. Ela confia em mim.
— E em troca de que trairia uma pessoa que você conhece e parece que conhece bem.
— Em troca da Espada que vocês encontraram próxima às encostas da ilha.
— Como soube da Espada das Sete Gemas? Somente os moradores da ilha conhecem a Espada que pertenceu à senhora Ásia e está segura nesta ilha.
— Eu vi, entrei na mente de seus homens e vi com meus olhos — Sasuke acionou o Sharingan e afastou a franja do rinnegan.
O homem que nunca havia visto um ninja antes, ajoelhou-se.
— Oh, senhor, não nos puna. Nós somos somente humanos que seguem a vontade dos deuses.
O Uchiha concluiu que o homem o comparara a um deus, já que nunca tinha visto ou deixado aquela ilha antes. Tudo que ele conhecia era a ira do tal deus Poseidon.
— Não nos puna, por favor.
— Me dê a Espada, então.
— A Espada está segura na Gruta da Invocação e somente é aberta quando a virgem sacerdotal é enviada para a o senhor Poseidon no barco de oferendas aos oceanos. A passagem da Gruta somente é aberta quando temos em mãos a mulher a ser enviada pela abertura na Garganta da Morte.
— Então, tenho que trazer a mulher de qualquer maneira.
— Sim, em troca da Espada, nos dê a mulher de cabelos rosados.
Sasuke estendeu uma das mãos…
— Tem minha palavra, eu a trarei, intacta.
Enquanto Sasuke barganhava a vida da ninja conhecida dele que até aquele momento ainda se encontrava virgem, Sakura planejava sua noite para ser a mais perfeita de todas.
Encontrava-se como uma louca; passou a tarde preparando sua casa para aquela noite especial comprando velas e incensos aromáticos. As rosas vermelhas foram oferecidas por Ino.
Seria naquela noite…
Ela não queria mais esperar, e, Neji mesmo havia dito que a queria. Então, não havia a menor necessidade de ficar enrolando algo que ambos desejavam.
Esperar o que? Morrer virgem?
Decidiu…
As velas aromáticas, espalhou por toda a casa; acendeu incensos afrodisíacos e estava terminando o jantar. Antes de tudo isto havia passado sorrateiramente na casa dos Hyuugas, e, perguntou a Hinata o prato preferido de seu primo e Hinata imediatamente entendendo o que acontecia, sorriu e respondeu: soba de peixe seco.
— Espere um segundo, Sakura-chan — disse Hinata, entrou casa a dentro e retornou com uma folha de papel velha. — Aqui, a receita de família. O pai de Neji, Tio Hizashi, fazia somente esta versão. Neji a ama.
— Obrigada, Hina-chan — Sakura deu uns pulinhos, animada — Você é um anjo!
— Faça-o feliz, Sakura-chan.
— Eu farei — a rosada respondeu com as bochechas coradas. — Quando você parte para Suna?
— Amanhã.
— Amanhã? Mas já? Achei que ia demorar mais um pouco.
— Decidi isto hoje de manhã. Não há mais porquê esperar. Começa a ficar estranho com o Kazekage. É necessário que a noiva do líder esteja na Areia.
— Devemos fazer uma festa de despedida, então! — Sakura disse sentindo-se levemente egoísta por não ter conseguido dar atenção necessária à Hinata.
— Não, eu sinceramente, não desejo uma festa. Prefiro partir como se fosse para uma missão. Não quero chamar a atenção para mim.
— Está bem, está bem. Mas Neji já sabe sobre sua partida?
— Sim, nós conversamos muito esta manhã. Ele está tranquilo com isso, já que é minha decisão. De certa maneira ele até concorda comigo que será positivo para mim.
— Mas e seu casamento?
— Isto ainda irá demorar uns três meses. Terei de me acostumar com minhas novas funções. Mas não se preocupe, eu enviarei o convite para meu casamento em breve. Neji-nii-san será meu padrinho, já que em Suna preciso de um padrinho e faço questão. E bem… se eu estou entendendo, creio que você será a madrinha — Hinata soltou um risinho contido e animado, deixando Sakura ainda mais vermelha.
— Bem, desejo sorte, princesa Hyuuga e futura Primeira Dama de Suna. E espero que seja feliz em sua nova vida.
— Serei, tenho certeza.
Sakura voltou rapidamente e já começou o preparo do prato preferido do Hyuuga. Um soba era totalmente seu feitio, ele era alguém que parecia gostar de coisas tradicionais e saudáveis. Sorriu…
— Acho que um saque cai muito bem. E saque é algo que aprendi a escolher com a melhor e mais talentosa bebedora do Universo. Tsunade-shishou me ensinou não somente jutsos, mas também a escolher e entornar um bom saque — falou alto, gabando-se.
Pegou a preciosidade que conseguira em uma missão e estava guardando para um momento como aquele.
Continuou a receita, precisava seguir à risca, para sair como ele mais gostava. Agradeceu por ter todos os ingredientes em casa e não ter que correr ao mercado mais próximo para compar algo às pressas.
Depois começou a fazer uma sobremesa leve, feita de uma massa finíssima, e, regada a licor de nozes. Algo que aprendeu em uma de suas missões a terras ninjas estrangeiras e que ela realmente gostava. Era exótico, mas era delicioso…
Em duas horas conseguira colocar tudo em ordem e seguiu para o banheiro para se preparar. Seguindo as instruções da general da beleza, Ino, depois de banhar-se e perfumar-se, maquiou-se, arrumou os cabelos, e, vestiu a lingerie que sua amiga lhe presenteou. Era algo extremamente sexy e provocante, mas era isto que ela queria. Depois escolheu um vestido, leve e provocante, findou a preparação com um batom claro.
Sorriu para o espelho…
— Acho que estou bonitinha! —disse para sua própria imagem com um sorriso singelo e satisfeito.
Sentou-se e ficou procurando uma música tranquila, primeiro para se acalmar, segundo para ter algum som dentro de casa.
A campainha tocou e Sakura deu um salto. Engoliu em seco e caminhou apressada, quase toda atrapalhada, para abrir a porta.
— Oi — ele disse na sua usual voz mansa e grave. Seu timbre era delicioso e macio e Sakura podia delirar somente em sentir o perfume que ele havia escolhido. Era definitivamente requintado, elegante, charmoso e delicioso.
— Entra, Neji-kun. A casa é sua! — disse toda encabulada deixando-o entrar.
Neji, sem muita cerimônia entrou, e sorriu vendo toda a preparação e carinho em cada vela aromática que ela havia acendido.
— Que agradável — ele disse.
Neji sorriu quando viu a mesa já carinhosamente posta, com um pequeno fogareiro à vela disposta em baixo de panelas especiais para deixar a comida sempre quente. Incensos espalhados deixavam um perfume doce e agradável e as velas coloridas, perfeitamente em harmonia com a meia luz deixava o ambiente totalmente aconchegante. Ele não deixou de sorrir percebendo as verdadeiras intenções românticas de Sakura e agradeceu aos deuses por ela tê-lo salvo, e principalmente, por estar tendo a chance de ter alguém tão dedicado em sua vida.
— Muito obrigado por ter preparado tudo isto...
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