90
90 capítulos se não perdi a contagem, logo logo vai estar no final ;(
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Narradora
Harry além de lutar para conseguir a lembrança confidencial de Slughorn, continuava com a obsessão de descobrir o que Malfoy aprontava. E sua mente explodiu quando se lembrou sobre Amanda e a citação da Horcrux, pois descobrira na aula passada o que era e como se fazia: descobriu que Amanda matou Pansy.
Dumbledore o aconselhou a ficar de boca fechada, quando contou a rony e Hermione os dois ficaram chocados. Rony ficou enraivecido, Hermione chorou e se perguntou em que momento sua ex melhor amiga, uma garota e alegre teve de se submeter a esse tipo de coisa, quando ficou tão fria assim ao ponto de matar alguém. Harry insistia que não era culpa dela pela crise que teve na salinha, dizendo que não queria e “ele”, se referindo a Voldemort, a obrigou.
Agora, o foco dele era caçar Malfoy, já descobriu que o garoto usava Crabbe e Goyle como vigias...
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Apesar de sua determinação de apanhar Malfoy em flagrante, Harry não teve sorte nas duas semanas seguintes. E, embora consultasse o mapa sempre que podia, por vezes fazendo visitas desnecessárias ao banheiro entre as aulas para dar uma olhada, nem uma vez viu Malfoy em qualquer lugar suspeito. É verdade que ele localizou Crabbe e Goyle andando sozinhos pelo castelo com maior frequência do que a normal, por vezes parando em corredores desertos, mas, nessas ocasiões, Malfoy nem sequer se encontrava por perto, e era até impossível localizá-lo no mapa. O que era um grande mistério.
Harry brincou com a possibilidade de Malfoy estar saindo dos limites da escola, mas não conseguia ver como poderia fazer isso, dado o alto nível das medidas de segurança em vigor no castelo. Só poderia supor que não estava identificando Malfoy entre as centenas de minúsculos pontos pretos que apareciam no mapa. Quanto ao fato de Malfoy, Crabbe e Goyle darem a impressão de tomar caminhos diferentes quando costumavam ser inseparáveis, era comum isto acontecer quando as pessoas ficavam mais velhas: Rony e Hermione, refletiu Harry com tristeza, eram uma prova viva disso.
O mês de fevereiro foi se aproximando de março sem alteração no tempo, exceto que passou a ventar mais além de chover. Para indignação geral, foi afixado um aviso em todas as salas comunais: o passeio seguinte a Hogsmeade fora cancelado.
Amanda agradeceu pois estava preocupada com Draco, e não havia o que fazer em Hogsmeade, ele não ia mesmo...nunca ia. Passava o dia no quarto estudando e lendo algum livro, não sentia vontade de escrever, desenhar, nada. Draco adoeceu a garota mais ainda junto com ele, e ela temia que ele acabasse fazendo besteira.
Sobre as aulas de aparatação, para muitos ainda continuava impossível: alguns alunos já tinham conseguido, Amanda conseguiu na terceira tentativa. Achou bem mais fácil do que aprender a voar enfumaçada.
Amanda
Hoje era aniversário de Rony Weasley, não que eu devesse me importar pois nunca fomos muito próximos mesmo. Porém, ainda sim lembrava o aniversário de todos meus ex amigos, até dos Gêmeos Weasley se quer saber.
Mesmo sendo de manhã, sei que Draco não estaria por aí, e sim na Sala Precisa. Não ia chorar, ainda mais de manhã. Eu basicamente vivia apenas dentro da minha mente, sonhava acordada: tudo que eu queria acontecia em minha mente, eu me olhava no reflexo e não me reconhecia mais, era como se estivesse fora do meu próprio corpo.
Meu menino Draco, das poucas vezes que o via, era como se fôssemos estranhos. No máximo um selinho de despedida ou de “olá”, quase nada de conversa. Sei que ele me afastou dos planos por querer minha segurança, mas enfim, eu não morro mesmo, né? Então posso fazer qualquer coisa.
Eu havia desapegado dos meus antigos vícios, pois nem eles faziam efeito mais, para mim tudo era irreal, sentia como se fosse uma simulação e eu iria acordar logo logo de um sono muito profundo, de um coma...logo. Por favor, acabe com isso.
Narradora
Rony, alguns dias atrás, acabou comendo bombons com amortentia feitos por Romilda Vane, eram para Harry e o mesmo não comeu. Ronald quase morreu se não fosse por Potter lhe dar o Bezoar, coisa que aprendeu no livro do Príncipe Mestiço.
Harry, no entanto, nunca estivera menos interessado em quadribol; estava se tornando aceleradamente obcecado por Draco Malfoy. Ainda observando o Mapa do Maroto sempre que podia, ele por vezes saía do seu caminho para ir onde Malfoy estivesse, sem, contudo, encontrá-lo fazendo qualquer coisa fora do comum. E continuava a haver aqueles momentos inexplicáveis em que Malfoy simplesmente desaparecia do mapa.
Ele saiu apressado pelos corredores desertos; a escola inteira estava lá fora ou sentada no estádio ou a caminho. Harry foi espiando pelas janelas ao passar, tentando avaliar quanto vento iam enfrentar, quando um barulho mais à frente chamou sua atenção; ele viu Malfoy andando em sua direção em companhia de duas garotas, ambas com ar de contrariedade e raiva. Pensou se traía Amanda, porque se estivesse, o mataria ali mesmo.
Malfoy parou imediatamente ao ver Harry, então soltou uma risada curta e seca e continuou a andar.
Draco
“Arrombado enxerido”
Eu que o diga! Potter é muito astucioso e gosta de xeretar, sempre descobre o que não deve. Sei que me tenta me localizar por aí com aquele mapa ridículo, porém a Sala Precisa não é localizável.
“Perigoso ele achar que você está traindo Mandy, mesmo ela sabendo que essas duas maricas são Crabbe e Goyle”
Que ache, não devo satisfação nenhuma a ele.
– Aonde é que você vai? – quis saber Potter.
– É, vou mesmo lhe dizer, Potter, porque é da sua conta – debochei. – É melhor você correr, devem estar esperando o “Capitão Eleito”, o “Rapaz que fez Gol”, ou sei lá qual é o nome que lhe dão ultimamente.
Crabbe e Goyle riram. Passei por ele com os dois capangas, iria direto para a Sala Precisa.
“É, você precisa consertar isso logo para DAR ATENÇÃO A SUA DEPRESSIVA NAMORADA”
Olha, eu sei que somos basicamente desconhecidos agora, mas ela não quer terminar comigo.
“E você quer terminar com ela?”
Não! Óbvio que não, eu a amo mais do que tudo nesse mundo, mas ela está muito mal com tudo isso que está acontecendo comigo, entende? Não queria ver ela presa a mim, desenvolvendo dependência emocional (se é que já não desenvolveu), sendo drenada até os ossos. Já está morta por dentro.
“E você nem se esforça pra passar um tempinho com ela”
Passei no aniversário e...
“Isso faz quase DOIS MESES”
É...mas não tenho tempo, está acabando minha cota.
“Ugh, vai logo”
Narradora
Harry ficou pregado ali, observando-os desaparecer. Isto era de enfurecer; estava em cima da hora para chegar ao estádio em tempo e via Malfoy, rondando pelos corredores enquanto o restante da escola estava ausente: a melhor chance que Harry tivera até o momento para descobrir o que Malfoy andava fazendo.
Os segundos silenciosos passaram lentos e Harry continuou onde estava, paralisado, olhando para o lugar onde vira Malfoy desaparecer...
– Aonde é que você andou? – indagou Gina, quando Harry entrou correndo no vestiário. A equipe inteira estava uniformizada e pronta; Coote e Peakes, os batedores, balançavam os bastões
nervosamente contra as pernas.
– Encontrei Malfoy – respondeu ele em voz baixa, enquanto enfiava as vestes vermelhas pela cabeça.
– E daí?
– E daí eu queria saber por que ele estava no castelo com duas garotas enquanto namora e todo o mundo está aqui embaixo...
– E isso faz diferença agora?
– Bem, provavelmente não vou descobrir, não é mesmo? – respondeu ele, apanhando a Firebolt e endireitando os óculos. – Andem, vamos!
E sem dizer mais nada, entrou em campo sob vaias e aplausos ensurdecedores.
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Potter arrumou um jeito de seguir Draco...
– Monstro?
Ouviu um forte estalo e o ruído de guinchos e pés arrastados encheram a enfermaria. Rony acordou com um ganido.
– Que está...?
Harry apontou a varinha depressa para a porta da sala de Madame Pomfrey e murmurou “Abaffiato!”, para impedir que ela viesse correndo. Então, ele se arrastou até os pés da cama para ver melhor o que estava acontecendo.
Dois elfos domésticos estavam embolados no chão, no meio da enfermaria, um usava um pulôver castanho-avermelhado que encolhera e vários gorros de lã; o outro, um trapo velho e imundo preso nos quadris como uma tanga. Ouviu-se, então, mais um estalo e Pirraça, o Poltergeist, apareceu sobrevoando os elfos engalfinhados.
– Eu estava assistindo, Potty! – disse indignado a Harry, apontando para os lutadores, e em seguida soltou uma grande gargalhada. – Olhe essas criaturinhas brigando, mordidinha, murrinho...
– Monstro não vai insultar Harry Potter na frente de Dobby, não vai, não, ou Dobby vai fechar a boca dele! – exclamou Dobby com a voz muito aguda.
– Chutinho, arranhãozinho! – exclamou Pirraça, alegre, agora atirando pedaços de giz nos elfos para enraivecê-los. – Torcidinha, cutucadinha!
– Monstro dirá o que quiser sobre o senhor dele, ah, dirá, e que senhor ele tem, um amigo nojento de Sangues-Ruins, ah, o que diria a pobre senhora do Monstro...?
Exatamente o que a senhora de Monstro diria ninguém chegou a saber, porque naquele instante Dobby meteu o punho nodoso na boca de Monstro, fazendo saltar metade dos seus dentes. Harry e Rony pularam de suas camas e separaram os elfos, embora eles continuassem tentando chutar e esmurrar um ao outro, incentivados por Pirraça, que dançava em torno do lampião aos guinchos:
– Enfia os dedos no nariz dele, tira sangue e arranca as orelhinhas dele...
Harry apontou a varinha para Pirraça e disse:
– Travalíngua! – Pirraça levou as mãos à garganta, engoliu em seco e saiu voando da enfermaria, fazendo gestos obscenos, mas sem fala, porque sua língua acabara de grudar no céu da boca.
– Legal esse! – aprovou Rony, erguendo Dobby no ar para impedir que suas pernas agitadas continuassem a atingir o Monstro. – Mais um dos feitiços do Príncipe, não é?
– É – confirmou Harry, torcendo o braço fino de Monstro com uma chave de braço. – Certo: proíbo você de lutar com o Dobby. Dobby, eu sei que não posso lhe dar ordens...
– Dobby é um elfo doméstico livre e pode obedecer a quem ele quiser, e Dobby fará tudo que Harry Potter quiser! – disse o elfo, as lágrimas agora escorrendo pelo seu rosto enrugado e pingando no suéter.
– O.k., então – disse Harry, e ele e Rony soltaram os elfos, que caíram ao chão, mas não continuaram a lutar.
– O Senhor me chamou? – crocitou Monstro, fazendo uma profunda reverência a Harry ao mesmo tempo que seu olhar lhe desejava claramente uma morte dolorosa.
– É, chamei – disse Harry, olhando de relance a porta de Madame Pomfrey para verificar se o Abaffiato continuava fazendo efeito; não viu sinal de que ela tivesse ouvido a agitação. – Tenho uma tarefa para você.
– Monstro fará o que o seu senhor mandar – e fez uma curvatura tão profunda que seus lábios quase tocaram os dedos de seus pés nodosos –, porque Monstro não tem opção, mas Monstro sente vergonha de ter um senhor assim, ora se tem...
– Dobby fará a tarefa, Harry Potter! – guinchou Dobby, seus olhos do tamanho de bolas de tênis ainda marejados de lágrimas. – Dobby se sentiria honrado de ajudar Harry Potter!
– Pensando bem, seria melhor que os dois fizessem – disse Harry. – O.k., então... quero que sigam o Draco Malfoy.
Sem dar atenção à expressão de simultânea surpresa e exasperação no rosto de Rony, ele continuou:
– Quero saber aonde ele vai, com quem se encontra e o que faz. Quero que o sigam vinte e quatro horas por dia.
– Sim, Harry Potter! – concordou Dobby imediatamente, seus olhos brilhando de excitação. – E se Dobby errar, Dobby se atirará da torre mais alta, Harry Potter!
– Não precisará fazer nada disso – apressou-se Harry a dizer.
– O senhor quer que eu siga o mais jovem dos Malfoy? – crocitou Monstro. – O senhor quer que eu espione o sobrinho-neto de sangue puro da minha antiga senhora?
– Esse mesmo – disse Harry, prevendo um grande perigo, e decidido a impedi-lo imediatamente: – E você está proibido de avisar a ele, Monstro, ou mostrar a ele o que está fazendo, ou falar com ele, ou escrever mensagens para ele, ou... ou entrar em contato com ele de alguma forma. Entendeu?
Harry pensou perceber que Monstro se esforçava para encontrar uma brecha nas instruções que acabara de receber, e aguardou. Após alguns momentos, e para grande satisfação de Harry, Monstro se curvou e disse com amargurado rancor:
– O senhor pensa em tudo e Monstro tem de obedecer, mas Monstro preferia muito mais ser servo do rapaz Malfoy, ah, isto ele preferia...
– Então está acertado. Quero receber relatórios regularmente, mas verifiquem se estou sozinho quando vierem me procurar. Rony e Hermione são de confiança. E não comentem com ninguém o que estão fazendo. Colem em Malfoy.
***
Harry, que até então não encontrara nada que lhe servisse nas anotações do Príncipe Mestiço, correu os olhos pela sala; agora só restavam os três ali, Simas tinha acabado de subir, xingando Snape e o trabalho. Os únicos ruídos eram as chamas crepitando e Rony arranhando o último parágrafo sobre os dementadores, com a pena de Hermione. Harry tinha acabado de fechar o livro do Príncipe Mestiço com um bocejo quando...
Craque.
Hermione soltou um gritinho; Rony respingou tinta por todo o pergaminho e Harry exclamou:
– Monstro!
O elfo doméstico fez uma profunda reverência e falou, encarando os próprios pés nodosos:
– O senhor disse que queria relatórios regulares sobre o que o garoto Malfoy está fazendo, por isso Monstro veio apresentar...
Craque.
Dobby apareceu ao lado de Monstro, o abafador de chá enviesado na cabeça.
– Dobby esteve ajudando também, Harry Potter! – guinchou, lançando a Monstro um olhar rancoroso. – E Monstro deve avisar a Dobby quando vem ver Harry Potter para podermos fazer os relatórios juntos!
– Que é isso? – perguntou Hermione ainda assustada com as repentinas aparições. – Que está acontecendo, Harry?
Ele hesitou antes de responder, porque não contara à amiga que mandara Monstro e Dobby seguirem Malfoy; elfos domésticos eram sempre um assunto muito melindroso com Hermione.
– Bem... eles estão seguindo Malfoy para mim – respondeu ele.
– Dia e noite – crocitou Monstro.
– Dobby não dorme há uma semana, Harry Potter! – informou Dobby com orgulho, balançando o corpo.
Hermione mostrou-se indignada.
– Você não tem dormido, Dobby? Mas, Harry, com certeza você não disse a ele para não...
– Não, é claro que não disse. Dobby, você pode dormir, certo? Mas algum de vocês
descobriu alguma coisa? – apressou-se a perguntar antes que Hermione pudesse intervir novamente.
– O senhor Malfoy anda com uma nobreza que condiz com o seu sangue puro – crocitou imediatamente Monstro. – As feições dele lembram a ossatura delicada da minha senhora, e suas maneiras são as de...
– Draco Malfoy é um garoto mau! – esganiçou-se Dobby enraivecido. – Um garoto mau que... que...
Ele estremeceu da borla do abafador de chá às pontas das meias e correu para a lareira, como se quisesse mergulhar nela; Harry, pego de surpresa, agarrou-o pela cintura e segurou-o firme. Durante alguns segundos Dobby se debateu e, em seguida, afrouxou o corpo.
– Obrigado, Harry Potter – ofegou o elfo. – Dobby ainda acha difícil falar mal dos seus antigos senhores...
Harry soltou-o; Dobby endireitou o abafador de chá e desafiou Monstro:
– Mas o Monstro devia saber que Draco Malfoy não é um bom senhor para um elfo doméstico!
– É, não precisamos ouvir você falar de sua paixão pelo Malfoy – disse Harry a Monstro. – Vamos passar adiante e falar sobre o que ele anda realmente fazendo.
Monstro tornou a se curvar, furioso e relatou:
– O senhor Malfoy come no Salão Principal, dorme no dormitório nas masmorras, assiste às aulas sobre vários...
– Dobby, me informe você – ordenou Harry, interrompendo o Monstro. – Ele tem ido a algum lugar aonde não deveria ir?
– Harry Potter, senhor – guinchou Dobby, seus enormes olhos redondos refletindo a luz das chamas –, o rapaz Malfoy não está desrespeitando nenhuma regra que Dobby conheça, mas continua procurando evitar que o vejam, não anda nem sequer com a senhorita Amanda Riddle. Tem feito visitas frequentes ao sétimo andar com uma variedade de estudantes que ficam vigiando enquanto ele entra...
– Na Sala Precisa! – exclamou Harry, dando uma forte pancada na testa com o Estudos avançados no preparo de poções. Hermione e Rony olharam-no espantados. – É aonde ele tem ido! É lá que está fazendo... seja lá o que for! E aposto que é por isso que vive desaparecendo do mapa: pensando bem, nunca vi a Sala Precisa lá!
– Vai ver os Marotos nunca souberam que a sala existia – disse Rony.
– Acho que deve fazer parte da magia da Sala – comentou Hermione. – Se você quer que não seja localizável, então não será.
– Dobby, você conseguiu entrar para ver o que Malfoy está fazendo? – perguntou Harry ansioso.
– Não, Harry Potter, isto é impossível.
– Não, não é – respondeu Harry imediatamente. – Malfoy entrou na nossa sede no ano passado, então posso entrar e espioná-lo também, sem problema.
– Mas acho que você não vai poder, Harry – disse Hermione lentamente. – Malfoy sabia exatamente para que usávamos a Sala, não é, porque a burra da Cho deu com a língua nos dentes. Ele precisou que a Sala se transformasse na sede da AD, e isto aconteceu. Mas você não sabe em que se transforma a Sala quando Malfoy entra lá, então não vai poder pedir que a Sala se transforme.
– Encontrarei um jeito de contornar isso – respondeu Harry, sem fazer caso. – Você foi genial, Dobby.
– O Monstro também se saiu bem – aparteou Hermione gentilmente; mas longe de demonstrar gratidão, Monstro desviou seus enormes olhos injetados e crocitou para o teto:
– A Sangue Ruim está falando com o Monstro, o Monstro vai fingir que é surdo...
– Cai fora – mandou Harry com rispidez, e Monstro fez uma última reverência profunda e desaparatou. – É melhor você ir dormir um pouco também, Dobby.
– Obrigado, Harry Potter, senhor! – Dobby guinchou feliz e também sumiu.
– Que acham disso? – perguntou Harry entusiasmado.
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Harry, havia conseguido a lembrança correta do professor após ele se embebedar no enterro de Aragogue, descobriram a verdade sobre horcruxes...e Potter pediu a dumbledore que caso ele ache mais uma, possa ir junto destruí-la. Surpreendentemente, o diretor aceitou.
Agora,o garoto sentia atração por Gina e ignorara totalmente Amanda, mesmo sendo difícil.
Em meio a toda essa preocupação, Harry não se esquecera de sua outra ambição: descobrir o que Malfoy fazia na Sala Precisa. Ele ainda consultava o Mapa do Maroto e, como muitas vezes não conseguia localizar o garoto, deduzia que ele ainda passasse um bom tempo na Sala. E, embora estivesse perdendo a esperança de conseguir um dia entrar ali, sempre que estava nas vizinhanças fazia nova tentativa; mas, por mais que refraseasse o seu pedido, a parede permanecia sólida.
Poucos dias antes da partida com a Corvinal, Harry viu-se descendo sozinho da sala comunal para jantar, Rony saíra correndo outra vez para vomitar no banheiro mais próximo, e Hermione dera uma fugida para consultar a professora Vector a respeito de um possível erro no último trabalho de Aritmancia. Mais por hábito do que por outro motivo, Harry fez o desvio habitual pelo sétimo andar, verificando o Mapa do Maroto enquanto andava.
Por um momento, não conseguiu localizar Malfoy em parte alguma, e presumiu que ele estivesse na Sala Precisa. Então, viu o pontinho do garoto em um banheiro masculino no andar abaixo, acompanhado, não de Crabbe ou Goyle, mas da Murta Que Geme.
Harry só parou de olhar fixamente para esta improvável parceria quando colidiu em cheio com uma armadura. O estrondo o despertou do seu devaneio; fugindo da cena antes que Filch aparecesse, ele desceu correndo a escadaria de mármore e entrou pelo corredor abaixo. Do lado de fora do banheiro, colou o ouvido à porta. Não conseguiu ouvir nada. Então, empurrou- a silenciosamente.
Draco Malfoy estava parado de costas, com as mãos apoiadas dos lados da pia e a cabeça loura curvada.
– Não – murmurou a Murta Que Geme, de um dos boxes. – Não... me conte qual é o problema... posso ajudar você...
– Ninguém pode me ajudar, nem..ela. – respondeu Malfoy. Todo o seu corpo tremia. – Não posso fazer isso... não posso... não vai dar certo... e se eu não fizer logo... ele diz que vai me matar...
E Harry percebeu, com um choque tão colossal que pareceu pregá-lo no chão, que o garoto estava chorando, realmente chorando, as lágrimas escorriam do seu rosto pálido para a pia encardida. Malfoy ofegou e engoliu em seco e, então, com um estremeção, olhou para o espelho rachado e viu Harry encarando-o por cima do seu ombro.
Malfoy girou nos calcanhares puxando a varinha. Instintivamente, Harry sacou a dele. O feitiço de Malfoy passou a centímetros dele e quebrou um lampião na parede ao seu lado; Harry se atirou para um lado, mentalizou Levicorpus! e acenou com a varinha, mas Malfoy bloqueou o feitiço e ergueu a varinha para revidar...
– Não! Não! Parem com isso! – guinchou a Murta Que Geme, sua voz ecoando nos azulejos do banheiro. – Parem! PAREM!
Houve um forte estampido, e a lata de lixo atrás de Harry explodiu; Harry experimentou um Feitiço da Perna Presa, que ricocheteou na parede do lado da orelha de Malfoy e partiu a cisterna embaixo da Murta, fazendo-a berrar; a água vazou para todo lado, e Harry escorregou na hora em que Malfoy, de rosto contorcido, exclamou:
– Cruci!...
– SECTUMSEMPRA! – urrou Harry do chão, agitando a varinha freneticamente.
O sangue espirrou do rosto e do peito de Malfoy como se ele tivesse sido cortado por uma espada invisível. Ele recuou, vacilante, e caiu no chão inundado, espalhando água e deixando cair a varinha da mão direita frouxa.
– Não!... – exclamou Harry.
Ele se levantou, escorregando e cambaleando, e se precipitou para Malfoy, cujo rosto agora brilhava escarlate, suas mãos pálidas apalpavam o peito encharcado de sangue.
– Não... eu não...
Harry não sabia o que estava dizendo; caiu de joelhos ao lado de Malfoy, que tremia, descontrolado, em uma poça do próprio sangue. A Murta Que Geme soltou um urro ensurdecedor.
– CRIME! CRIME! CRIME NO BANHEIRO! CRIME!
A porta se escancarou e Harry ergueu a cabeça, aterrorizado: Snape e Amanda entraram juntos no banheiro.
Amanda
Eu estava acertando minha redação de poções com Snape no corredor quando murta que geme gritou sobre um crime no banheiro. Não sei se deveria ir junto, mas por instinto eu fui.
Quando entrei...meu corpo foi tomado pelo choque: vi meu namorado deitado no chão ofegante? Se afogando numa poça do próprio sangue, com Harry ajoelhado ao seu lado.
Meu primeiro instinto era atacar Harry e espanca-lo, mas me ajoelhei segurando as lágrimas do lado do loiro sem se importar com a sujeira na minha roupa. Peguei sua mão pois o mesmo não tinha forças, só conseguia me olhar dolorido no chão.
-Vai ficar bem...v.voce vai ficar bem. Estou aqui, estou...ok?
O que esse desgraçado fez? Depois acertaria as contas.
Snape se ajoelhou do meu lado, tirou a varinha e passou-a por cima dos profundos cortes que o feitiço de Harry Demônio Potter produzira, murmurando um encantamento que parecia quase uma canção. O fluxo de sangue pareceu diminuir; Snape limpou o coágulo do rosto do garoto e repetiu o encantamento. Agora os cortes pareciam estar fechando.
Me levantei e caminhei lentamente para Harry, da mesma altura que eu, quando estava cara a cara com ele, fechei a mão para lhe dar um soco na cara, e para minha supresa ele fechou os olhos esperando o soco. Contudo, eu estava tão chocada ao ver meu namorado quase...morrer que não consegui bater em Harry.
-Por que?-sussurrei triste.
-Eu...Eu não sabia o que o feitiço fazia.
Ele sempre foi sincero comigo, então apenas assenti.
-O que ele estava fazendo?
-Chorando.
Engoli em seco. Fiquei olhando para Draco enquanto ainda estava à frente de Harry com o coração quase saindo pela boca de agonia.
Snape estava terminando o processo embora eu ache que ficará cicatrizes, e eu olhei para Harry no fundo dos olhos, o garoto respirava com dificuldade pelo choque do que fez. Fazia meses, basicamente um ou dois anos que não nos falávamos, sentia saudades mas sabia que era uma ordem a ser seguida na linha. Ele abriu a boca para falar algo, mas snape se levantou.
– Você precisa da ala hospitalar. Talvez fiquem muitas cicatrizes, mas, se tomar ditamno imediatamente, talvez possamos evitar até isso... venha...-fez sinal para que eu vá junto e fique de companhia com o loiro.
Agarrei um dos braços dele, que ainda tremia, e Snape, virando-se à porta para dizer com a voz gelada de fúria:
– E você, Potter... você espere por mim aqui.
Nos dirigimos até a enfermaria, e quando chegamos, Madame Pomfrey fez Draco se deitar na maca. Analisou as cicatrizes com a camisa aberta por ele se recusou a tirar por inteira, devido a marca negra amaldiçoada.
Eram enormes...eu apertei a mão dele e relutei não chorar. Se harry soubesse o que o feitiço fazia, o torturaria mil vezes.
-Você poderá ir embora amanhã.-disse Madame.-se recuperará facilmente graças aos encantamentos do Prof Snape, entretanto, ficarão cicatrizes.
Ele assentiu e suspirou entristecido. Mais uma pra coleção...
-Tenho que aplicar a punição em Potter, mas logo volto para lhe ver, Draco.-disse o professor, logo se dirigiu a mim.-pode passar a noite de companhia com ele?
-Ora, Severo, não faça ela passar a noite aqui..
-Por mim tudo bem, não ligo.-interrompi a curandeira.
Snape assentiu e saiu, assim como Madame Pomfrey.
Draco e eu ficamos em silêncio por um tempo, ele olhando pro teto e eu para seu rosto cansado.
-Por que estava chorando?-não evitei perguntar.
Para minha surpresa, ele respondeu:
-Pressão, medo, cansaço...
Ele se sentou encostado no travesseiro, batendo a mão para mim sentar na ponta da cama, eu o fiz. Passei a mão pela sua camisa aberta, pelas cicatrizes...não eram fundas, mas eram marcantes.
-Espero que não ligue de ver esse corpinho mesmo com cicatrizes.-brincou e eu ri.
-Jamais ligaria.-o cutuquei.
Olhei para seus olhos gelados, então o abracei.
***
Ficamos a tarde ali, batendo um papo. Talvez eu tenha mesmo desenvolvido dependência emocional pois chorava muito com medo dele me abandonar, apesar de saber que não acontecerá.
Nenhum dos dois tocamos no assunto sobre comensais, missão ou afins, tentamos focar no bom.
-Estou me sentindo horroroso.-bufou.
Eu estava numa fase meio filósofa, então disse:
-As melhores pessoas sempre carregam cicatrizes.-passei a unha levemente sobre sua barriga.-Podem ser tanto físicas quanto mentais.
Ele sorriu.
-Graças ao Universo tenho uma namorada inteligente.
Madame Pomfrey entrou pedindo para que me arrumasse na poltrona pois ela iria apagar as luzes. Já era março, e eu receava do tempo que ele tinha.
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