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História A Herdeira dos Black - O prisioneiro de Azkaban - História escrita por AkannyReedus - Spirit Fanfics e Histórias
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História A Herdeira dos Black - O prisioneiro de Azkaban


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 32 - O prisioneiro de Azkaban


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black - O prisioneiro de Azkaban

Os últimos raios do sol poente lançavam uma claridade sangrenta sobre os imensos campos sombrios da escola. Em seguida vindo acompanhado por um uivo selvagem, que me paralisou de costa para onde a horrível cena do Bicuço ocorreu. Não era a única a estar nesse estado, Harry, Hermione e Rony estavam da mesma forma.

— Hagrid. — Foi a única coisa que ouvi Harry murmurar, depois de fazer menção de dar meia-volta, mas antes disso segurei o braço dele. Que parou e me olhou.

Balancei a cabeça negativamente.

— Você pode acabar colocando Hagrid em uma situação pior se souberem que fomos à casa dele — digo.

Harry não disse nada, apenas desviou o seu olhar do meu.

— É melhor a gente continuar — disse em um quase sussurro.

Estava me sentindo muito mal pelo que acabou de acontecer. Não conseguia tirar da minha cabeça uma suposta cena daquele machado acertando Bicuço.

Fomos voltando ao castelo andando devagar para nos mantermos escondidos sob a capa. A claridade parecia estar sumindo mais rápido agora.

— Rony será que da para parar de se mexer? — reclamei para o ruivo ao meu lado.

Ele não parava de se mexer e aquilo estava dando nos nervos.

— É o Perebas — sibilou Rony, apertando a mão contra o peito. Olhei o rato e ele debatia, enlouquecido. Queria a todo custo sair do bolso de Rony. — Que é que há com você, seu rato burro? Fica parado aì... AI! Ele me mordeu!

— Rony, fica quieto! — cochichou Hermione com urgência. — Fudge vai nos alcançar em um minuto…

Aquele rato estava visivelmente aterrorizado. Contorcia-se com todas as suas forças, tentando a todo custo se desvencilhar da mão de Rony.

— Que é que há com ele?

Harry me deu uma cutucada forte no ombro, o olhei já questionando, Hermione fez o mesmo. Foi aí que vi sentado na nossa frente, Bichento. Se podia nos ver ou se estava seguindo os guinchos de Perebas, eu não sabia.

— Bichento! — gemeu Hermione. — Não! Vai embora, Bichento! Vai embora!

Mas o gato começou a se aproximar mais…

Perebas... NÃO!

Era difícil dizer o que aconteceu, mas apenas vi Bichento sair em outra direção, correndo atrás de algo ou atrás de Perebas que conseguiu escapar das mãos de Rony. Antes mesmo da gente tentar detê-lo; Rony arrancou a Capa da Invisibilidade e saiu correndo atrás dos bichos.

— Rony — gemeu Hermione.

Nós duas e Harry se entreolhamos e corremos atrás do ruivo; era meio que impossível correr com essa capa por cima; arranquei a capa e parece que os dois fizeram o mesmo, para apressar mais os passos atrás de Rony; ouvia apenas os passos à frente e os gritos dele para Bichento. Estava tudo muito escuro.

— Fique longe dele... Fique longe... Perebas, volta aqui…

Ouvi um baque sonoro.

— Te peguei! Dá o fora, seu gato fedorento…

Quase caímos em cima do Rony; paramos derrapando diante dele. Rony estava esparramado no chão.

— Rony... Vamos... Volta para baixo da capa... — ofegou Hermione. — Dumbledore... O ministro... Eles vão voltar para o castelo já, já…

Mas antes que pudéssemos se cobrir outra vez, antes que pudesse recuperar o fôlego, ouvi o ruído de patas. Parecia que algo tinha saltado. Foi aí que senti algo me empurrando para trás e me fazendo cair em cima do Rony.

Algo se apoiava em mim e esse algo eram patas, sentia um hálito quente no meu rosto e vi de quem se tratava. Era o Sinistro me olhando, aqueles olhos acinzentados eram impossíveis não reconhecer, rapidamente o cão mudou sua atenção para o Rony, o pegando pelo braço e o afastando. Tentei pegar o Rony, mas acabei segurando a pata peluda do cão.

— Rony — exclamei ao me levantar com muito esforço, pois minhas costas estavam doendo com o impacto que tive com Rony.

Harry e Hermione fizeram o mesmo.

Fomos o mais rápido até que senti algo me chicoteando no rosto e me jogando com tudo no chão. Gemi de dor ao sentir o impacto das minhas costas no chão. Além do meu rosto que estava doendo. Ouvi Hermione fazendo o mesmo. Toquei no rosto e parecia que ia ter uns arranhões na cara.

Lumus! — sussurrou Harry.

O local foi iluminado pela varinha e foi ai que vi quem chicoteou Harry, Hermione e eu; foi o Salgueiro Lutador. Aquela enorme árvore bloqueava totalmente o nosso caminho. Olhei melhor, e ali, na base do tronco vi o cão arrastando Rony para dentro de um grande buraco entre as raízes — o ruivo lutava furiosamente, mas sua cabeça e seu tronco foram desaparecendo de vista…

— Rony! — gritamos Harry e eu.

Tentei segui-lo junto com Harry, mas um pesado galho chicoteou o ar e um ganho fino, chicoteou tentou acertar meu rosto, mas antes disso o protegi com as mãos e acertando com tudo. Me fez tombar para trás e cair sentada no chão. Pela pouca luz vi cortes grandes na minha mão esquerda que tinha ficado na frente, parecia estar sangrando bastante, além de estar ardendo muito.

— Susana! — era Hermione correndo ao meu encontro; ela também sangrava; o salgueiro a cortara na altura dos ombros.

Voltei a olhar o Rony, mas apenas vi o pé dele desaparecendo.

— Temos que procurar ajuda... — gritou Hermione me ajudando a levantar.

— Não! Aquela coisa é bastante grande para comer Rony; não temos tempo…

— Harry, nunca vamos conseguir entrar sem ajuda…

Mais um galho desceu como um chicote em direção ao Harry.

— A gente precisa tentar. Se aquele cão pôde entrar, nós também podemos — digo furiosa.

Harry corria de um lado para outro, parecia tentar encontrar uma brecha entre os galhos que varriam com violência o ar, mas não dava para se aproximar nenhum centímetro das raízes da árvore sem ficar ao alcance dos golpes que ela desferiu.

— Ah, socorro, socorro — murmurava freneticamente Hermione, dançando no mesmo lugar, ao meu lado — por favor…

Bichento disparou adiante da gente. Deslizou por entre os galhos agressores como uma cobra e colocou a patas dianteiras sobre um nó que havia no tronco.

Abruptamente, como se a árvore tivesse se transformado em pedra, ela parou de se movimentar. Sequer uma folha virara ou sacudia.

— C-como é que...? — olhava incrédula para o que acabei de presenciar.

— Bichento! — sussurrou Hermione insegura. Ela apertava o meu braço com tanta força que provocava dor. Ia ficar com marcas roxas por causa do aperto. — Como é que ele sabia...?

— Ele é amigo daquele cão — respondeu Harry, sombriamente. — Já os vi juntos. Vamos... E mantenham a varinha na mão…

Se pensar muito, peguei minha varinha e fiquei com ela em mãos. Preparada para o que vier. Preparada para aquele cão, que parecia ser o Sinistro, mas pelo jeito não é já que os outros viam ele.

Chegando perto do burraco nas raízes, Bichento deslizava para dentro com um aceno do seu rabo de escovinha. Harry entrou primeiro, em seguida fui eu e Hermione logo atrás. Quando Harry disse um “venha”, eu entrei, escorregando por uma descida de terra até o leito de um túnel muito baixo.

Bichento ia mais adiante.

Segundos depois, Hermione escorregou.

— Onde é que foi o Rony? — sussurrou ela com terror na voz.

— Por ali — respondeu Harry, caminhando, curvado, atrás de Bichento.

— Onde é que vai dar esse túnel? — perguntou Hermione, ofegante.

— Eu não sei... Está marcado no Mapa do Maroto, mas Fred e Jorge disseram que ninguém nunca tinha entrado. Ele continua para fora do mapa, mas parecia que ia em direção a Hogsmeade…

Caminhávamos o mais rápido que podíamos, o túnel era bem baixo, então estávamos quase que dobrados em dois; à frente, não conseguia ver nada, apenas Harry que segurou minha mão firme e Hermione segurou a outra, só que diferente de Harry é que ela estava apertando forte e era justamente na mão que estava sangrando.

— Isso não tem fim não? — resmunguei.

Minhas pernas estavam doendo pra caramba e minha coluna não ficava de fora. Com aquela batida que tive no chão, agora estava doendo mais ainda, por estava tanto tempo com ela agachada.

Parecia que aquele túnel não tinha fim.

Dei uma espiada pelo ombro de Harry para ver como estava e via apenas o rabo de Bichento.

Bufei frustrada. Estava preocupada com Rony, não conseguia ouvir mais nada dele, nem se quer um grito. Se ao menos ouvisse um grito dele, acho que iria me sentir melhor, pois isso iria significar que ele ainda estava vivo.

Comecei a sentir que o túnel começou a subir. Harry parou, assim como eu, Hermione tentava também espiar pelo ombro de Harry. Não sei ela, mas reparei que Bichento sumiu, mas ao invés dele eu vi um espaço mal iluminado por meio de uma pequena abertura.

Trocamos olhares e assentimos. Recuperamos o fôlego, depois avançamos cautelosamente. Apertei com mais força a varinha e erguendo-a para ver o que havia além.

Era um quarto, muito desarrumado e poeirento. O papel descascava das paredes; havia manchas por todo o chão; cada móvel estava quebrado como se alguém o tivesse atacado. As janelas estavam vedadas com tábuas.

Harry olhou para mim, dei um aceno com a cabeça; depois olhamos Hermione, que parecia estar amedrontada, mas concordou com um aceno de cabeça.

Sai do buraco, logo atrás de Harry, olhando para todos os lados. O quarto estava deserto, mas havia uma porta aberta à direita, que levava a um corredor sombrio. Hermione, de repente, tornou a agarrar meu braço.

— Harry, Susana — cochichou ela. — Acho que estamos na Casa dos Gritos.

Olhei a toda volta. E parei em uma cadeira de madeira, próxima. Havia grandes pedaços partidos; uma das pernas fora inteiramente arrancada.

— Fantasmas não fazem isso — comentei calmamente, apontando para a cadeira.

— Também acho — concordou Harry.

Naquele momento, ouvimos um rangido no alto. Alguma coisa se mexera no andar de cima. Olhamos para o teto. Hermione apertou meu braço com tanta força que comecei a perder a sensibilidade nos dedos.

— Ai — gemi. — Desse jeito vou perder meu braço.

— Desculpa — ela se afastou. — É que eu estou…

— Tudo bem, pode apertar o meu braço, mas aperta esse que não tem a mão machucada — e ofereci o braço direito.

O mais silenciosamente que pudemos, saímos para o corredor e subimos uma escada desmantelada. Tudo estava coberto por uma espessa camada de poeira, exceto o chão, onde uma larga faixa brilhante fora aparentemente limpa por uma coisa arrastada para o primeiro andar.

Chegamos ao patamar escuro.

Nox — sussurramos ao mesmo tempo, e as luzes nas pontas de nossas varinhas se apagaram.

Havia apenas uma porta aberta.

Ao me esgueirar nessa direção, ouvi um movimento atrás da porta; um gemido baixo e em seguida um ronronar alto e grave.

Era sem dúvidas o Rony e Bichento (só não ouvi nada que pertencia ao cachorro).

Trocamos um último olhar e um último aceno de cabeça.

A varinha empunhada com firmeza à frente, Harry escancarou a porta com um chute.

Numa imponente cama de colunas, com cortinas empoeiradas, encontrava-se Bichento, que ronronou alto ao nos ver. No chão ao lado do gato, agarrando a perna estendida num ângulo estranho, encontrava-se Rony.

Harry, Hermione e eu corremos até ele.

— Rony... Você está bem?

— E o cão?

— Onde está o cão?

— Susana, não é um cão — gemeu Rony. — Harry, é uma armadilha…

— Que…

— Susana, Harry... Ele é o cão... Ele é um Animago…

Rony apontava para cima do meu ombro e de Harry. Virei, só que primeiro meu olhar percorreu o chão com patas que aos poucos foi sumindo e quando levei a cabeça vi um homem nas sombras fechando a porta do quarto.

Perdi totalmente o sentido das coisas, minha mão se afrouxou e deixou a varinha cair no chão, nem sequer me mexi. Senti um frio na barriga quando reconheci o homem na minha frente.

Era ele.

Era Sirius Black, o meu pai

Expelliarmus! — disse com voz rouca, apontando a varinha de Rony para a gente.

As varinhas de Harry e Hermione saíram voando de suas mãos e ele as recolheu. Então se aproximou. Seus olhos estavam tão fixos em mim que só mudava de relance para o Harry, mas não demorando para se fixar em mim. Eu mesma também não conseguia desviar os olhos dele.

Me sentia como se alguém tivesse acabado de me lançar um feitiço do corpo preso.

Ele tinha cabelos longos, estavam sujos e embaraçados. O uniforme que usava de Azkaban estava bem folgado no corpo, tão magro e devo admitir que ele lembra um pouco uma caveira. Mesmo com essa aparência, ainda era possível notar algumas semelhanças comigo. É como muitos falam, eu sou bem parecida com esse homem, infelizmente.

— Achei que vocês dois viriam ajudar seu amigo — a voz dava a impressão de que havia muito tempo ele perdera o hábito de usá-la. — Tanto o seu pai, quanto eu, teríamos feito o mesmo um pelo outro. Foi muita coragem não correr à procura de um professor. Fico agradecido... Vai tornar as coisas muito mais fáceis…

Hipócrita! Como ele pode dizer sobre o pai de Harry nesse sarcasmo todo.

Suas palavras foram o que me acordaram da realidade, me deixando expressar o nojo que sentia daquele homem que não era meu pai de verdade. Era apenas o cara que depositou o espermatozoide, mas nunca foi meu pai de verdade no papel. Olhei Harry ao meu lado, e o mesmo parecia explodir a qualquer momento de ódio. Reparei que ele olhou minha varinha no chão e pelo visto Black também percebeu, Harry tentou ser rápido, mas o outro foi mais apontando a varinha e dizendo:

Expelliarmus!

Minha varinha saiu voando e agora ele tinha a minha em mãos.

Vendo que não tinha mais opções como armas, Harry preferiu usar as mãos, insinuando em ir para cima de Black — Hermione o impediu.

— Não, Harry! — exclamou Hermione num sussurro petrificado; Rony, porém, se dirigiu a Black.

— Se você quiser matar Harry, ou tentar fazer algo com a Susana, terá que nos matar também! — disse impetuosamente, mas acabou perdendo um pouco o equilíbrio e eu o segurei.

Ele deveria estar fazendo muito esforço com aquela perna. Agora que via o quanto ele estava pálido.

— Deite-se — disse Black brandamente a Rony. — Você vai piorar a fratura da perna.

— Você me ouviu? — disse Rony com a voz fraca, se apoiando em mim. — Você vai ter que matar os quatro.

— Só vai haver uma morte aqui hoje à noite! — disse Black, e seu sorriso se alargou.

— Por quê? — perguntou Harry com veemência, tentando se desvencilhar da gente. — Você não se importou com isso da última vez, não foi mesmo? Não se importou de matar aqueles trouxas todos para atingir Pettigrew... Que foi que houve, amoleceu em Azkaban?

— Harry! — choramingou Hermione. — Fica quieto!

— ELE MATOU MINHA MÃE E MEU PAI! — bradou Harry, com grande esforço, conseguiu desvencilhar da gente, e avançou…

Harry parecia ter opinado para o tipo de briga trouxas. Black era muito mais alto que ele. Então, meio que parecia ser algo difícil de Harry conseguir fazer algo com ele.

O que achei muito estranho foi Black não ter erguido uma varinha se quer, talvez seja por que Harry o chocou. Uma das mãos de Harry segurou o pulso magro de Black, forçando as pontas das varinhas para baixo; o punho de sua outra mão atingiu o lado da cabeça de Black e os dois caíram de costas contra a parede…

Hermione gritava; Rony berrava; eu apenas exclamei um Harry; houve um relâmpago ofuscante quando as varinhas na mão de Black emitiram um jorro de fagulhas no ar que, por centímetros, não atingiu o rosto de Harry.

Ele segurou um dos braços de Black, a outra mão socando cada parte do corpo do outro que conseguia alcançar.

Mas a mão livre de Black foi até a garganta de Harry…

Percebi na hora que Harry estava ficando sem ar. Soltei-me do Rony e fui até os dois para tentar soltar, segurei no braço dele para soltar o pescoço e Hermione deu um chute em Black. Na mesma hora ele largou Harry com um gemido de dor; Rony se atirou sobre a mão com que Black segurava as varinhas e ouviu uma batida leve…

Ele lutou para se livrar dos corpos embolados e viu que uma varinha saiu rolando pelo chão; Harry se atirou para ela, mas…

— Arre!

Bichento entra na briga; ele arranhou o braço de Harry; logo se soltou, mas assim que viu o gato correndo até a varinha... Fiz o mesmo.

— NÃO VAI NÃO! — berrou Harry, e mirou um pontapé no gato que o fez saltar para o lado, bufando; peguei a varinha que era de Harry, que logo tirou a tirou de minhas mãos, virou-se e... — Saiam da frente! — gritou para Rony e Hermione.

Não foi preciso dizer duas vezes. Hermione, ofegante, a boca sangrando, atirou-se para o lado, ao mesmo tempo em que recuperava as outras varinhas. Não demorou muito e ele se arrastou até a cama de colunas e largou-se sobre ela, segurando a perna.

Voltei a olhar como estava Black e Harry.

Black estava esparramado junto à parede. Ele observava atentamente Harry se aproximar devagar, a varinha apontada para o seu coração.

— Vai me matar, Harry? — murmurou ele.

Ele parou bem em cima de Black, a varinha ainda apontada para o seu coração, encarando-o do alto.

— Você matou meus pais — acusou-o Harry, com a voz ligeiramente trêmula, mas a mão segurando a varinha com firmeza.

Black encarou-o.

— Não nego que matei — disse muito calmo. — Mas se você soubesse da história completa…

— A história completa? — repetiu com sarcasmo. — Você vendeu os pais do Harry a Voldemort!

— Susana... — Pela primeira vez ele disse meu nome e me encarava de uma forma, por um momento achei que ele me olhava com tristeza, ou algo do tipo, mas logo neguei tudo. Ele é um traidor, foi quem enganou os pais de Harry, por tanto ele é mentiroso. — Vocês dois precisam me ouvir.

— Não precisamos ouvir nada — disse Harry com a voz trêmula. — Já sabemos o que precisaríamos saber.

— Eu repito. Vocês dois precisam me ouvir — disse Black, e agora uma urgência em sua voz. — Vocês dois vão se arrepender se não me ouvir... Vocês dois não compreendem…

— Compreendemos muito melhor do que você pensa — disse Harry, e sua voz tremeu mais que nunca. — Você nunca a ouviu, não é? Minha mãe... Tentando impedir Voldemort de me matar... E foi você que fez aquilo... Você é que fez…

Antes que qualquer um de nós pudéssemos dizer outra palavra, uma coisa alaranjada passou correndo por Harry; Bichento saltou para o peito e Black e se sentou ali, bem em cima do coração. Ele pestanejou e olhou para o gato.

— Saia daí — murmurou Black, tentando empurrar Bichento para longe.

Mas o gato enterrou as garras nas vestes dele e não se mexeu.

Então virou a cara amassada e feia para Harry e encarou-o com aqueles grandes olhos amarelos... À minha direita, Hermione soltou um soluço seco.

O clima estava tão pesado que não conseguia pensar direito, acho que nem precisava, mas acho que Harry sim. Eu sabia que, mesmo não falando nada, estava estampado na cara dele e pelo que eu o conheço, sei que está desejando muito atacar Black sem se importar em atacar também o gato.

Harry deveria estar mesmo nem aí com Bichento porque ergueu a varinha e apontou para os dois. Me mantive quieta apenas ouvindo os meus batimentos cardíacos acelerados, Hermione se manteve em silêncio; a penosa respiração de ROny era uma das únicas coisas que dava para se ouvir. Então ouviu-se um novo ruído…

Passos abafados ecoaram pelo chão, alguém estava andando no andar de baixo.

— ESTAMOS AQUI EM CIMA! — gritou Hermione de repente. — ESTAMOS AQUI EM CIMA... SIRIUS BLACK... DEPRESSA!

Black fez um movimento assustador que quase desalojou Bichento; Harry ainda não agira. E os passos se aproximavam mais ainda.

Meu olhar ia e voltava de Harry e Black para a porta fechada.

Sem tempo de pensar em qualquer coisa. A porta do quarto escancarou com um jorro de faíscas vermelhas e eu olhei depressa para a porta. Era o meu padrinho, seu rosto exangue, a varinha erguida e pronta. Ele percorreu o olhar para Rony, Hermione, depois para mim e depois Harry com a varinha apontada para Black, e ao próprio Black, caído e sangrando.

Expelliarmus! — gritou meu padrinho.

A varinha de Harry voou mais uma vez de sua mão; as três que Hermione segurava também. Meu padrinho as apanhou e avançou pelo quarto, olhando para Black.

Era agora que Black ia ser entregue aos dementadores.

Então meu padrinho perguntou com a voz muito tensa.

— Onde é que ele está, Sirius?


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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