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História A história de nós dois - Um espaço de tempo - História escrita por UranoZanette - Spirit Fanfics e Histórias
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História A história de nós dois - Um espaço de tempo


Escrita por: UranoZanette

Notas do Autor


Olá, bem vindos a mais um capítulo de: estou me esforçando para manter um ritmo semanal.
Hoje temos: mais ilha.

Desfrutem

Capítulo 30 - Um espaço de tempo


O piado constante de vários passarinhos diferentes foi a primeira coisa que Izuku ouviu, antes mesmo de abrir os olhos. O raiar do dia apenas tinha começado a acontecer, mas os alunos da equipe verde se forçavam a acordar sistematicamente para retomar as buscas. Assim que levantou, o rapaz esticou os braços em um alongamento curto e respirou fundo o cheiro constante de maresia. Não era tão ruim assim, afinal.

Um sinal soou como aviso, vindo da sua equipe, indicando problemas relativamente próximos de onde Izuku estava junto com Asui. Correu para lá o mais rápido que conseguiu se locomover pelo mato, para se deparar com uma cena de luta com Awase contra Iida e Shoto em uma clareira aparentemente causada pelas chamas do último. Os números de agora colocavam sua equipe em vantagem, mas sabia que não poderia baixar a guarda um segundo sequer, por isso se preparou para uma defesa contra uma parede de gelo, que provavelmente viria direto para cima dele.

No entanto, mesmo com os colegas já se enfrentando, o golpe esperado simplesmente não aconteceu. Izuku mordeu um pouco os lábios, encarando-o inquieto. Alguma coisa estava errada com Shoto e não parecia ter a ver com o exercício. Em uma fração de segundo, não pôde deixar de franzir o cenho, quando os olhos do rapaz apontaram na direção da floresta, com um movimento curto de cabeça, e depois de volta a ele. Sem mais nenhum movimento desnecessário, viu-o saltar para o local indicado, ignorando completamente a luta anterior.

Os braços de Izuku penderam para o lado do corpo. Agora não havia dúvidas de que algo tinha acontecido. Um turbilhão de possibilidades começou a se passar na cabeça do garoto, principalmente sobre a maneira que tinha acertado o namorado no dia anterior e não parou para prestar socorro… Não era possível que Shoto tivesse ficado chateado com isso, certo?

— Vai atrás dele! — Um grito veio de Awase, enquanto desviava de um chute de um Iida que lidava com duas pessoas ao mesmo tempo. — Não deixa o Todoroki achar o dispositivo primeiro!

Com um aceno de cabeça, Izuku se embrenhou por onde o outro tinha fugido e não precisou andar muito antes de avistar Shoto parado ao lado de uma árvore grande. Respirou fundo e diminuiu o passo, pensando se iria levar alguma bronca, mas assim que chegou perto o suficiente, foi segurado pelos dois braços em um movimento rápido e estranho que o colocou de costas para o tronco escuro, seguido por um beijo mais intenso do que o esperado.

Sua primeira reação foi querer empurrá-lo, mas não chegou a completar o gesto. Ao invés disso, assim que conseguiu controlar a respiração, deixou-se levar pela vontade da língua que invadia sua boca. Não sabia o quanto estava precisando daquilo até o momento em que sentiu a falta dos lábios que se desgrudaram dos seus tão rápidos quanto vieram. Shoto o envolveu em um abraço bem apertado e debruçou a cabeça sobre seu ombro antes de suspirar profundamente. Izuku, então, levantou uma das mãos até a nuca do namorado e escorregou delicadamente os dedos pelos fios que já haviam crescido até a base do pescoço.

— O que foi isso? — arriscou a pergunta depois de um instante. — Achei que quisesse me dizer alguma coi…

Izuku escutou o som da própria voz ir morrendo aos poucos quando seu namorado se afastou o suficiente apenas para encará-lo bem de perto. Em um segundo, sua respiração já estava toda bagunçada novamente. Naquelas horas, era como se sua cabeça se embaralhasse e ele apenas conseguisse entender o calor dos lábios se movendo juntos. Quando Shoto começou a beijá-lo pelo rosto, involuntariamente levantou o queixo, oferecendo o pescoço, e um arrepio se espalhou pelo seu corpo como reação. Um arrepio que terminava em uma região bem específica.

Imediatamente afastou-o, sentindo o rubor se espalhar por todo rosto, antes que o outro pudesse perceber o que estava prestes a acontecer. Confuso, Shoto parecia querer protestar, mas o garoto logo se explicou.

— A-alguém pode nos ver aqui…

— Quer ir para outro lugar então?

Sem dar tempo para que processasse aquilo que tinha acabado de ouvir, os lábios do outro já estavam nos seus novamente. Com vários pequenos selinhos, Shoto basicamente o segurava pelas bochechas, forçando-o a uma expressão engraçada.

— O que? — conseguiu espremer as frases entre os beijos. — A gente precisa… voltar para a atividade… Vamos prejudicar os outros.

— Se ambos sumirmos... um pouco... as duas equipes... ficam desfalcadas… então não prejudicamos ninguém.

— Você não pode estar falando sério. — Empurrou-o subitamente e franziu as sobrancelhas. Era óbvio que o outro não tinha o menor desejo de parar, mas deixar um exercício da U.A. de lado assim não era do feitio de Shoto. Nesse momento uma certa preocupação tomou conta do ambiente. — O que aconteceu contigo?

— Eu não durmo há seis dias. — Era possível ouvir o peso daquelas palavras. Rapidamente Izuku se sentiu um pouco culpado por não perceber o quanto o semblante do outro parecia realmente cansado. — Estou com saudade. Quero um pouco de você.

— Ah… — Na maioria das vezes, a forma direta de dizer o que queria do rapaz já era o bastante para deixá-lo desconcertado, mas agora aliada às olheiras profundas e uma expressão triste foi como se Shoto o tivesse envolvido em um bloco de gelo. Mordeu o lábio e concordou com a cabeça, pensativo. — S-só mais um pouco então.

Sentaram-se entre as raízes da árvore, perto de onde alguns cogumelos cresciam e deixou que Shoto se aninhasse em seus braços. Talvez ele pudesse tirar um cochilo rápido também enquanto nenhum colega dava o sinal de ter achado o pedaço do mapa referente à ilha em que estavam. Olhou em volta para se certificar que não vinha ninguém e logo depois para o rapaz deitado no seu ombro, que respirava suavemente de modo que Izuku começou a se perguntar se ele já tinha dormido. De repente, porém, uma voz grossa vibrou em seu peito.

— Você conseguiu. — Shoto soava distante, de certa forma, quando completou. — os 80%.

— F-foi… — Tanta coisa havia acontecido nas últimas horas que Izuku havia esquecido completamente daquele tópico. Como ele pôde? Era óbvio que o outro estivesse chateado, afinal. Respirou fundo antes de prosseguir. — Eu te agradeço do fundo do coração por ter feito isso por mim.

— Eu?

Em um movimento curto, Shoto levantou os olhos para que os dois se encarassem. Era tão difícil ainda olhar para ele de tão perto e não corar, mas Izuku precisava ser forte.

— V-você… digo, nós fizemos igual ao treinamento, não foi? — Apertando os olhos, tentou organizar mentalmente as palavras que vinham a seguir — Durante essas semanas de castigo, eu estive pensando… Foi injusto ter te chamado para treinar se eu não for dar tudo de mim. Então decidi que na próxima tentativa eu definitivamente iria conseguir acertar! — Com um suspiro, finalizou — mas parece que tive que tentar duas vezes ainda…

— Você fez aquilo por minha causa?

— Mas é claro! — Izuku ajeitou as costas. — quer dizer é um pouco estranho dizer isso, já que eu te acertei um golpe, mas… bem…

Antes que pudesse elaborar o que queria dizer, os braços de Shoto o envolveram de forma bem apertada, restringindo qualquer movimento. Confuso, o rapaz retribuiu o gesto e ficaram daquela forma por um tempo até a pressão em seu torço ceder e um ronco baixinho começasse. Izuku se surpreendeu com o quão rápido o namorado tinha dormido. Ajeitou-o com a cabeça sobre suas pernas e ficou observando os fios de duas cores que eventualmente iam para o lado errado. A calmaria daquele momento contrastava completamente com o que estiveram fazendo há alguns minutos apenas. Izuku pensou na naturalidade que estavam começando a ter um com o outro e como Shoto sempre o instigava a ser uma pessoa melhor. Namorar era incrível.

Parando para considerar até que ponto aquilo poderia chegar, contudo, sua mente o levou direto para o acontecimento de alguns dias antes no vestiário. Outra coisa que tinha esquecido completamente! E agora eles já tinham até se beijado daquela forma e Shoto até tinha oferecido… que fossem para outro lugar… Sentiu o coração pular e o rosto ficar quente ao finalmente entender o possível significado daquilo. Será mesmo? Como se pergunta uma coisa dessas? E se ele fosse mesmo para outro lugar?

Quando percebeu que estava murmurando, o rapaz já tinha se espreguiçado bem na sua frente e o encarava, sentado como uma estátua. Izuku lutou contra um grunhido fino que se formou em seu estômago e enterrou o rosto nos braços. Precisava dar alguma explicação ou a cena poderia ficar mais estranha do que já estava parecendo.

— Shoto-kun! — a palavra saiu mais alta e aguda do que gostaria, por isso tomou fôlego e abaixou o tom, para não atrair nenhum colega extra justo naquela hora. — s-s-sobre aquela c-coisa… d-d-d-do vestiário…

— Ah! — um silêncio se seguiu e Izuku arriscou uma olhada. O outro rapaz também estava corado até a ponta das orelhas e encarava veementemente o chão. Passado um tempo, Izuku começou a bolar algo para mudar de assunto, mas foi interrompido de forma apressada. — Depois que você foi para casa naquela noite do bar, meu pai veio me buscar. No dia seguinte ele passou a tarde rondando o meu quarto até um pouco antes da janta. Achei que fosse levar uma bronca… mas ele emendou uma conversa desagradável sobre adolescência, garotas e hormônios, coisas sobre ele que eu não precisava saber. No final me deu aquilo. Eu quis tanto apagar tudo o que tinha ouvido da memória que enfiei o pacote na bolsa sem pensar… e esqueci.

— Oh! — Izuku não sabia bem o que dizer. Ficava feliz em saber finalmente o que tinha acontecido no castigo do outro, mas ao mesmo tempo era estranho demais se debruçar em cima do assunto. Estava para concordar consigo mesmo que teria morrido do coração se fosse ele no lugar do namorado, quando se lembrou da conversa sobre relacionamentos que havia tido com All Might. Engoliu em seco. Talvez aquilo fosse inevitável, no fim das contas. Reuniu o resto de coragem que ainda tinha para continuar. — Mas você q-q-quer usar, aquilo?

Shoto levantou a cabeça e seus olhos estavam mais abertos do que Izuku jamais viu. Era difícil encará-lo e pior ainda não olhar. A resposta parecia vir de algum lugar fora da realidade.

— Eu deixei a bolsa na barraca…

— Não! — subitamente o rapaz levantou os braços e assustou os dois com o gesto que deveria ser de acalmar. — Digo, não agora… depois… quando voltarmos para o continente… talvez...

— Estaria mentindo se dissesse que não tenho considerado… — Shoto disse por fim. Pensativo, Izuku concordou com a cabeça devagar antes do outro prosseguir. — Você quer?

— E-eu não sei… — admitiu ligeiro.

— T-tudo bem, acho. Não precisamos apressar isso de qualquer forma. — Shoto terminou.

Por agora, não havia mais nada a ser feito. Depois de um suspiro curto, a única coisa que se ouvia debaixo da árvore eram os passarinhos cantando, quase como se fosse um mundo só deles. Em torno de meia hora havia se passado desde que tinha vindo procurar por Shoto e tanta coisa tinha acontecido, inclusive essa proposta que alguns meses atrás ele nem sonharia em estar fazendo para alguém de maneira tão aberta. Namorar era mesmo incrível.

Teve vontade de rir da própria vergonha e abraçá-lo novamente, mas um barulho de explosão próximo alertou os dois rapazes de volta à realidade. Ainda tinham uma tarefa a terminar. Izuku se levantou primeiro e deu a mão para ajudar o outro a ficar de pé.

— Izuku… — O chamado baixo fez a espinha do garoto se arrepiar, temendo uma continuação do assunto anterior, mas o outro parecia um pouco mais carrancudo, o que o fez prestar atenção. — O que acha de não nos atacarmos mais durante esse exercício, eu e você?

— Tudo bem.

Era uma pergunta estranha, mas Izuku não tinha objeções. Faltava pouco para acabar, no fim das contas, eles poderiam se evitar por mais uns dias. Se inclinou para beijá-lo suavemente e então cada um seguiu para um lado da floresta atrás do pedaço de mapa. Ainda era estranho reviver a conversa inteira com o namorado em sua mente, mas sabia que podia confiar nele.


Notas Finais


Não aguento mais essa ilhammm 🙊

Vocês devem tar querendo dar na minha cara... Mas ó, a fic ta sinalizada como slowburn ali 👆👆, ninguém pode dizer que não ta ciente disso! 💅


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