handporn.net
História A Jornada de Sansa - Fofocas do Vale - História escrita por Pedroofthrones1306 - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. A Jornada de Sansa >
  3. Fofocas do Vale

História A Jornada de Sansa - Fofocas do Vale


Escrita por: Pedroofthrones1306

Capítulo 2 - Fofocas do Vale


— Não posso acreditar que fui tão humilhado! — ralhou Harry, após derrubar um estafermo com diversos golpes de sua espada embotada. Sua respiração estava errática, seus loiros estavam grudados na testa, todo o seu corpo estava tomado pela perspiração, ficando besuntado. As palmas de suas mãos ardiam, ainda envoltas no cabo de sua espada. A boca estava seca; os lábios, rachados. Ao passar a língua por eles, sentiu o gosto salgado do suor.

— Creio que o pobre estafermo recebeu o que merecia — zombou seu primo, Roland, observando a cena de braços cruzados. Usava uma sobrecasaca verde-musgo, com a roda quebrada dos Waynwood costurada no corpanzil.

Harrold o encarou de soslaio, irritado pela pose altiva de seu feio parente.

— Sabe bem a quem me refiro — vociferou Harry, deixando o estafermo de lado.

O som de espada contra espada ribombava no pátio, um golpe após outro. Harrold foi até um balde cheio d’água, retirou uma concha de madeira do recipiente, levou-a até os lábios secos, sorveu o conteúdo. O fresco metálico encheu sua boca, desceu pela goela, saciando a sede que o rapaz sentia. Boa parte da água escorreu pelos cantos de sua boca, descendo até o queixo, pingando no chão ou percorrendo todo o seu pescoço e ainda até dentro de suas veste. Não se importou, continuou a beber e apreciar o frescor que percorria em seu corpanzil.

 Quando terminou o gole, desceu a concha no balde, voltou a erguê-la quando viu que estava cheia, bebeu novamente.

— Se e–e-e-esta-ta tã-tã-tão bravo com A-Alayne — gaguejou Wallace, seu outro primo, filho de Lady Anya —, por-por que…?

Roland revirou os olhos e suspirou, exasperado pela demora do sobrinho.

— Se está realmente tão puto da vida com a filha de Baelish — atalhou ele —, por qual motivo recusou Açafrão? — indagou.

Harry deixou a concha cair no balde, fazendo a água respingar. Girou os calcanhares, encarando os parentes de frente.

— Acham que já estão comentando?

— Em cada bordel dos sete reinos, temo — zombou Roland.

Harry não se deixava abalar pelos comentários ácidos do primo, pois sabia que ele apenas estava enciumado com a relação entre Harrold e Alayne.

Seu primo não tinha realmente chances contra Harry, por uma série de fatores:

Primeiro: Harrold era bonito, muito mais bonito do que Roland; tendo nariz aquilino, olhos azul-claros, queixo quadrado duplo com uma fenda no meio, belos cabelos cor-areia, peito estufado, ombros largos, boa altura e musculatura… Tudo isso o tornava o sonho de qualquer donzela, tendo muitas se entregado a ele achando que ganhariam algo além de uma foda. Roland, em contraponto, era baixo, com um rosto reto e chato, olhos escuros, cabelos oleosos, queixo de lanterna largo demais, e sua pele era amorenada, em contraste com a perfeita pele porcelânica de Harry, digna de um ândalo em seu puro sangue; 

Segundo: Roland era o herdeiro de Ferrobles, a boa e velha terra dos Waynwoods; Harry, porém, era o detentor do título de Herdeiro do Vale, apenas tendo de esperar que seu remelento e frágil primo (aquele ser maldito e chorão de certo estava a mamar Alayne nesse instante!) finalmente bater as luxuosas botas e ir até os sete céus (ou infernos, tanto fazia para Harrold, desde que não se demorasse tanto para Robin partir);

Terceiro: Os lordes preferiam Sor Harrold, eles o apoiariam em qualquer situação que precisasse deles;

Quarto: Harrold era maior e mais forte que Roland — se este viesse a tentar algo, Harry o esmagaria com as próprias mãos.

(Deviam existir mais motivos, mas não estava com cabeça para pensar nisso agora.)

— Tenho certeza de que vai em muitos bordeis, primo — Harry pilheriou. — Só pagando para mulheres quererem vossa companhia. — Pegou nas bordas no balde, ergueu-o acima de sua cabeça, verteu o conteúdo em cima de si mesmo.

O choque térmico e enregelante arrepiou seu corpo aquecido, fazendo-o tremer. Seus cabelos ficaram caídos, grudados sobre seus olhos. Balançou a cabeça freneticamente para afastá-los.

— Se está tão irritado com Alayne — falou Roland, aproximando-se de Harry —, por que ainda insistir?

Porque ela me prometeu ser todo o tempero de que vou precisar.

A memória de sua primeira dança com a bastarda de Mindinho pareceu reacender a chama em seu corpo, e Harry sentiu-se quase tomado pela volúpia. Retirou o gibão e a camisa de linho, empapados d’água, andou até um banco, assentou-se, deu um suspiro. Seus músculos doíam, retesados, cansados pelo esforço físico. Respirava longamente, sentindo o peito arder.

— Q-que tem, Ha-Harry? — indagou Wallace, vendo o primo cabisbaixo.

Harry o encarou com um esgar de asco.

— Nada que você vá entender — retrucou ele —, pois não entende nada de mulheres. Elas correm de você, Wallace, fogem da saliva de suas falas atabalhoadas e tediosas, e dessa sua cara cheia de espinhas remelentas que mais parecem chagas verdes.

Ofendido, Wallace fez “humpf!”, deu um giro, afastou-se dali, irritado. Seu rosto oblongo, comprido e feio como o de um cavalo, ficou tão vermelho que as espinhas verdes pareciam prestes a explodir e soltar pus para todos os lados.

Roland observou seu sobrinho afastar-se, virou-se para Harry, ainda assentado no banco de madeira.

— Me pergunto o porquê de Alayne não querer que você use o favor dela.

Harrold franziu o cenho.

— Não atreva-se a me lembrar deste disparate! Um cavaleiro andante qualquer, Roland! Dá para acreditar nesta estapafúrdia?

Roland deu um meio sorriso, divertido com a agonia de seu primo.

— Você está nas mãos dela, como um passarinho enjaulado — alfinetou ele, com um sorriso lupino nos lábios. — Devia ver-se, Harry, está preso no sortilégio dela! Enamorado, eu diria!

Harrold franziu o cenho e grunhiu, comprimindo os lábios. Sentia vontade de levantar-se e dar um murro na cara de cavalo arrogante de Roland.

— Te vejo no salão hoje a noite, primo — disse Roland. — Tenho certeza de que sua dona vai dar a graça de seus ares hoje.

Girou os calcanhares, afastou-se de Harry, deixando-o sozinho e emburrado.


X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X 


Alayne não ia perder a oportunidade de usar o melhor vestido possível e chamar a atenção para si.

Como uma bastarda, Alayne Stone não tinha o direito de usar ricas vestimentas, diferente das mulheres da nobreza, que usavam ricos vestidos de tecidos caros, com rendas de Myr, engastados de pedrarias ricas, com anáguas perfumadas por debaixo do tecido pesado.

Agora, porém, provou-se uma boa filha para seu pai, estava nas graças de Lorde Robert, havia atraído as atenções dos velhos lordes barbudos e seus filhos obstinados.

E acima de tudo, Harry estava enamorado por ela.

— Ele mandou queimar a carta de Açafrão, minha senhora — a velha Dorcas lhe confidenciou, enquanto arrumava seu vestido. Estava dando laços nas costas do belo vestido de Alayne. — Ele falou que a senhora era todo o tempero do qual ele precisava.

Alayne deu um sorriso, olhando sua esbelta figura refletindo no espelho de prata martelada e polida.

Harrold estava encantado com as promessas íntimas que ela lhe propusera, na noite em que dançaram juntos pela primeira vez. Decerto ele mandara queimar a carta da antiga amante para que Alayne soubesse.

O pensamento mnemônico fez seu estômago revirar. As belas covinhas de Harry, a conversa que ambos tiveram, o riso, a dança, o jogo de palavras que apenas ele entendiam. Um misto de ansiedade e risos misturaram-se dentro dela, como uma combinação volátil.

Inspirou e expirou fundo, deixando a tensão esvair-se de seu corpo, acalmando seu eu.

Olhou novamente para seu reflexo, pensando em como estava bela e roubaria as atenções para si. Muitos adorariam, a maioria reclamaria, falando que ela estava fora de seu lugar, irritados com ela e sua quebra de modos.

Que falassem! Estava farta de cuidar de um torneio e ficar de escanteio, com roupas escuras e simples, sem riqueza alguma, com falas mansas. Essa não era Alayne.

— Não vai ficar com frio com esse vestido, Milady? — indagou a velha Dorcas. Ultimamente, estava tratando Alayne pelo título nobre.

— O frio nunca me incomoda, minha cara. Pelo contrário, creio que ele me fortalece.


X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X O X


Velas perfumadas rebrilhavam e almiscaravam o salão dos Portões da Lua, junto de archotes nas paredes cinzentas do local. Ervas perfumadas foram jogadas a esmo no chão, para aromatizar o local. Belas tapeçarias de caça decoravam o local, costuradas com fios de ouro e prata, mostrando cenários de caçada feitas por um rei que seria o sonho de toda a donzela. Randa sabia que o Lorde Regente havia conseguido-as graças a sua conexão com a rainha regente, Cersei Lannister.

Petyr tinha bons laços com a corte do Trono de Ferro; mas ela se questionava se ele continuaria nas boas graças de Porto Real caso a rainha Lannister viesse a perder o julgamento — se que já não o havia perdido.

Talvez ele já esteja preparado para que ela perca.   

Myranda Royce trajava um simples vestido verde-escuro, sem renda, com pequenas pérolas de água doce no peitilho. Sua melhor amiga, Mya, estava sentada ao seu lado, um tanto emburrada.

— Vê se tira essa cara amarrada — ralhou Randa, pegando uma taça chanfrada da mesa e tomando um pouco de hipocraz bem aquecido.

— Não estou animada para dançar — respondeu a bastarda.

— Não está animada com nada, diria — retrucou Randa. Balançou a cabeça e deu um suspiro. — É por conta de Sor Mychel, não é? Ele não andou aporrinhando-lhe, espero?

Ela fez que não com a cabeça, enquanto esticava o braço e agarrava uma taça com a mão.

— Não é nada…

— Vocês treparam. — Não foi uma pergunta.

Mya virou o rosto para ela, a encarou com um rosto pálido e olhos azuis arregalados, chocados com as palavras dela.

— Ora, Mia, lamento — disse Randa —, mas todos sabem que vocês transaram nos estábulos quando ele chegou.

O rosto bonito da moça ficou enrubescido pelas palavras dela. Abaixou a cabeça e os olhos, fitando o conteúdo da taça de estanho.

— Não foi algo planejado…

Randa meneou a cabeça. Sor Mychel era um rapazola respeitável; todavia, agiu como uma criança idiota ao achar que a ideia de tomar Mya como amante ia dar certo. O pai dele, Lorde Horton Redfort, fez o que era esperado: casou o filho mais novo às pressas com a filha de Lorde Yohn Royce.

Ysilla, a nova esposa de Sor Mychel, era um boa moça, bem bonita, graciosa, com certeza poderia dar bons filhos ao marido. (Não que Randa fosse falar nada daquilo para sua colega Mia, pois apenas a deixaria mais na fossa.) 

Apesar de parecer boa moça, Myranda não confiava em Ysilla; não por ela estar casada com o homem que Mia amava — ela era filha de Lorde Bronze Yohn, seus olhos e ouvidos nessa pequena corte. Tinha de ficar de olho nela.

— Se não quiser ficar aqui — Randa falou para sua amiga —, podemos ir para os meus aposentos ficar em alguma galeria.

Mya apenas meneou a cabeça.

— Não precisa. Apenas tenho de ficar longe de… dos Redforts.

Randa assentiu. Deu um sorriso e alguns tapinhas no ombro de Mya.

— Fique tranquila, minha cara — tentou animá-la. — Logo Alayne chegará e poderemos botar a fofoca em dia! — Riu e aproximou a cabeça para mais perto da de Mya. — Ouvi algumas boas novas sobre a corte dos Lannister.

Mya a olhou de soslaio, franzindo o cenho.

— Você é muito mexeriquenta — ralhou. — Fale-me o que ouviu.

— A rainha Margaery foi solta — revelou —, a Rainha Regente Lannister também, pelo que soube.

— Foram julgadas?

Randa abanou a cabeça.

— Não, ainda não. Mas, dado o tempo, é capaz de já terem sido e ainda não sabermos. — Continuou: — Sério que não sabe o que fizeram com a Rainha Regente?

A bastarda abanou a cabeça. Era uma jovem mulher bem bonita, com belos cabelos negrumes e enormes olhos azuis-escuros. Se resolvesse usar vestidos de mulher ao invés de culotes para montar e passasse menos tempo entre as mulas (e deixando o odor delas se imicuísse nela), teria vários homens melhores que Sor Mychel loucos por ela.

— Se passasse menos tempo nos estábulos — debochou Randa —, estaria a par dos últimos acontecimentos sobre a Corte em Porto Real, e estaria bem apavorada com as estapafúrdias que têm ocorrido por lá. Se metade das coisas que eu ouvi for verdade, estaria chocada com quanta gente burra está no poder.

Mya pareceu sopesar as palavras de Randa.

— Cersei queimou mesmo a Torra da Mão Rei?

Ela assentiu.

— Sim, mas nem é a pior coisa que essa mulher fez desde que sentou a bunda pálida e rica no Trono do Filho. — Continuou: — Pelos Deuses, acho que sei quem joffrey puxou!

Mya tomou um trago da cerveja de sua taça, olhando entusiasmada para Myranda, esperando ouvir mais.

— Contarei mais, depois — Randa disse, bebericando um pouco mais de vinho com especiaria.

Aquilo irritou sua companheira.

— Mas por…

— Quero que Alayne esteja aqui para ouvir tudo — explicou ela. Deu de ombros. — Não quero repetir nada.

Mya assentiu, apesar de não parecer agradada com aquilo.

— Onde está Alayne, afinal?

Myranda abriu a boca para responder quando, das portas do salão, o Pequeno Lorde Robin Arryn entrou, usando um belo gibão azul-celeste com renda cor-creme, calções azul-celeste com cortes que expunham o tecido prateado por baixo, e uma bela capa de pano de prata forrada de arminho. Seus cabelos estavam bem grandes, quase até o ombro, mas estavam bem brilhantes e bem lavados. A pele havia sido bem esfoliada, deixando as bochechas bem vermelhas.

 A bastarda da qual Mya e Myranda falavam atravessou o umbral, bem ao lado do Pequeno Lorde, que segurava a sua mão por todo o percurso que fizeram até o cadeirão onde Robin sentaria. Almofadas refinadas foram colocadas no assento de Lorde Arryn, para dar-lhe boa altura.

O pequeno Pisco-Doce podia estar bem vestido, mas era Alayne quem estava deslumbrante para todos: envergava um rico vestido de seda púrpura-pálido, com renda dourada de Myr e pérolas douradas, um painel de pano de ouro cobria o corte que ia dos seios até o umbigo. A veste era um tanto escandalosa, não apenas por ser um tanto transparente (embora Alayne em nada parecesse sentir frio), o corte nos ombros era provocantemente baixo, deixando muita pele à mostra; a única coisa que os cobria era a imensa corrente que passava pelos dois ombros, incrustada de safiras que combinavam perfeitamente com seus belos olhos (e tinha brincos para combinar); circundando sua cintura, um cinto de ouro trançado, cravejado de rubis; seu cabelo castanho-queimado, quase preto, estava brilhando como a crina bem lavada do melhor cavalo de corrida, caia um pouco além de suas espáduas; suas bochechas anguladas estavam bem altas, orgulhosas, avermelhadas em contraste com a pele pálida do resto de seu corpo.

Ela era linda, disso ninguém tinha dúvidas — embora Myranda soubesse que uma nobre ou outra não fosse aceitar.

— É isso que eu chamo de uma entrada enigmática! — brincou Randa, pensando em como aquela suposta bastarda estava ficando soberba. Isso poderia ser bom ou ruim; mas teria de esperar para ver. Seja como for, Randa sabia que grandes coisas estavam para acontecer no Vale!

— Engraçado — comentou Mya, observando Alayne e seu Pequeno Lorde caminharem até o cadeirão almofadado —, Alayne até parece irmã de Lorde Robin, não? As bochechas, cabelos, olhos…

Myranda deu ombros, bebericando seu hipocraz.

— Quem sabe? Lorde Petyr é um homem cheio de surpresas, eu diria.

Mya não pareceu gostar das insinuações daquilo; juntou as sobrancelhas pretas e vincou um pouco a testa.

— Que quer dizer?

Randa apenas respondeu com outro dar de ombros. No momento certo, sua colega (e todos na corte do Vale), iam descobrir a verdade; mas, por ora, era melhor deixar como estava e esperar. Tinha certeza que Petyr estava deixando o melhor para o final.


Notas Finais


Este capítulo foi curto, mas foi interessante escrevê-lo.

O Vale tem vários dramas e pessoas em com seus próprios dramas, então sempre existe um novo lado para se mostrar dessa corte — não apenas Petyr e Sansa/Alayne.

Talvez alguns não gostem (ou estranhem) Sansa estar parecendo tão "frivola" com suas vestes, mas é meu jeito de mostrar como personagem tem seus gostos simples e ainda está crescendo — e que ela não é tão livre de certas ambições; embora, é claro, o vestido seja apenas a mais simples e leviana delas.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...