História A lebre e a tartaruga. - Regra três.

Clima bochornal. O onze sufoca lágrimas doces. Seis está em estado de êxtase puramente assustador, ou seria ele o assustado. 

      Vozes gritam de lugares desconhecidos. Os jogadores têm permissão para conhecer sua nova casa. Quinze grita em busca de respostas pouco plausíveis. Não se lembra de como chegou ali. Nenhum deles lembra. 

   Onze ainda chora. Apenas uma criança. Vinte e dois não disse uma palavra. Um sequer suspiro saiu de seus lábios finos e quebradiços. Número quatro anda pela sala da esquerda para direita em um pouco provável padrão, seus pés furariam os grandes azulejos brancos como água que bate tanto em pedra dura remove montanhas. 

    — Número dez! — A voz espalhou-se pelo ar. Irritante. Refletido no azulejo, noventa e oito argentinava. — Dez, vá até o externo. E fique por lá — O dez rompeu porta a fora. Sentado no corredor repleto de quadros que o observavam, dez ficou e as portas se fecharam novamente. 

    — Existem doze jogadores dentro dessa sala. Amanhã doze ainda restarão — A voz apareceu novamente. Dez dos treze tremiam, vinte e dois não esboça reação, sete memoriza possíveis tartarugas, noventa e oito ainda sorri. — As luzes se apagarão em vinte segundos. Terão a chance de fazer o que quiserem. Matar uma tartaruga, manter paz, decepar uma lebre. Todavia, um de vocês deve ser eliminado.  

     Sete questiona sobre dez estar ao lado de fora. Começava a construir uma narrativa que aos poucos esbulhava seu cérebro. 

   — Dez será o interruptor. Ele poderá acionar as lâmpadas por até um minuto. Boa sorte, jogadores. 

   As luzes apagaram-se. 

   Dez tremia. Dedos sobre um grande botão vermelho.

   Tudo se acende. 

    Onze tem um canivete.  

   Escuro cego. 

   Um grito é ouvido. 

   As luzes se acendem. Dois corpos caídos ao chão. Noventa e oito com o canivete espetado em seu pescoço. Onze com sangue desde o cabelo espigado até os dedos maltratados dos pés. 

     Lee Chan e Hansol Vernon Chwe estão eliminados. 

      Terceira regra do jogo: nem sempre será necessário estar vivo para vencer.