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- Pronta? - Perguntei para a loira em minha frente.
- Sim. - Ela assentiu com um sorriso, e então saímos.
Havíamos levantado bem cedo, pois o Festival Cultural começaria logo de manhã. Vestimos alguns agasalhos, pois estava frio. Aizawa nos ofereceu carona, mas recusamos, pois ele tinha que ficar e receber os visitantes, junto com o resto dos professores.
Caminhamos um bocado, até chegarmos no endereço que Jirou havia me mandado.
- É aqui mesmo? - A loira encarou a tela do meu celular.
- De acordo com a Jirou-Chan, sim. - Respondi. - Loja número XX, dentro do aeroporto.
- Vamos, então. - Melissa afirmou, e entramos.
Não demorou muito para acharmos o lugar, haviam muitos letreiros bem chamativos e, realmente, o lugar estava aberto.
Não demoramos muito, apenas entramos na loja. Jirou havia mandado uma foto, então já sabíamos o que procurar. Pagamos pelo cabo e, assim que saímos da loja, ouvimos um grande estrondo, vindo da praça de alimentação. Estávamos alguns andares acima, então corremos até a borda mais próxima e observamos a situação.
No meio da praça de alimentação, havia uma enorme cratera, que levantava uma quantidade absurda de poeira. Quando a mesma baixou, tivemos uma visão nítida do inimigo.
Nomus.
Mas não Nomus comuns, ou High-End.
Eram Nomus equipados com Cristais Negros.
Eram dois, para ser exato. Um de combate terrestre, e outro do tipo voador. O que estava no chão usava um cristal amarelo, aparentemente para compensar sua lentidão natural. O Nomu alado usava um cristal rosa, o que permitia que ele disparasse raios de energia freneticamente, para todos os lados.
Melissa e eu nos encaramos, e parece que tivemos a mesma ideia.
Em um único impulso, passamos pela barra de proteção e pousamos no térreo.
- A prioridade é tirar os civis daqui. - Ela afirmou.
Olhando ao redor, reparei em uma mulher. Ela tinha cerca de quarenta e poucos anos, tinha cabelos loiros e olhos claros. Percebi que ela direcionava os civis até a saída de emergência mais próxima, mas não estava dando conta sozinha.
Melissa e eu corremos até ela.
- A senhora está bem? - Perguntei.
- Eu estou bem, obrigada. - Ela disse, ofegante. - Temos que evacuar a todos, até que os heróis cheguem.
- Vá para a saída. - Eu disse. - Eu cuido da evacuação.
- Não vou abandonar o meu marido. - Ela disse, com firmeza na voz.
Atrás dela, havia um homem, ajoelhado no chão e com as costas encurvadas. Não percebi muitos detalhes do seu rosto, mas sua expressão era de pura dor.
- O que ele tem?
- Ele tem uma lesão nas vértebras, e usa uma prótese para aliviar o problema. - A moça respondeu. - Um dos escombros caiu sobre ele, e danificou a prótese.
Melissa não disse nada, apenas se aproximou do homem, levantou a camisa dele e começou a consertar a prótese. Em poucos minutos, a postura do homem se ajeitou e, com muito esforço , ele conseguiu ficar em pé novamente.
- Não é um conserto definitivo, mas vai durar até que o socorro chegue. - A loirinha afirmou.
- Obrigada. - A mais velha sorriu. - Muito obrigada.
Enquanto isso, o último civil no lugar passou por mim, em direção à saída.
- Vão agora. - Eu disse, avançando para a frente e me colocando em posição de luta.
Melissa fez o mesmo, ficando ao meu lado. Ela apertou seus punhos, e canalizou a energia em seu corpo.
- One For All: Full Cowling… - Ela rosnou. - … 30%!!
Alguns fios de cabelo da loira começaram a levitar, e a mesma começou a emanar uma aura em cor rosa, com alguns raios verdes.
Apertei um dos meus punhos, invocando a Moeda de Drakkon.
- Hora de Morfar!! Drakkon!!
Senti a mesma energia habitual percorrer cada extensão do meu corpo, e assim a luta começou.
Melissa avançou em direção ao Nomu Amarelo, enquanto eu me preparava para um ataque do Rosa.
- Pronto, Parceiro? - Perguntei à minha espada.
- Nasci pronto, Izuku! - Ele respondeu.
- AGORA!
Apontei Saba na direção do Nomu voador, que já preparava mais um disparo. Assim que ele o liberou, o feixe de energia foi absorvido pelo sabre falante, que logo devolveu ao remetente.
A força do disparo foi suficiente para fazer o Nomu cair. Aproveitei a oportunidade e avancei com tudo, desferindo uma série de golpes horizontais com Saba, cortando o Nomu em vários pedacinhos, dificultando sua regeneração.
Assim que terminei, procurei por Melissa, a encontrando alguns metros à frente, canalizando um super-salto e descendo com tudo, lançando um chute vertical de cima para baixo, incapacitando o Nomu Amarelo.
- Monstro extinto. - Ela suspirou, ajeitando uma mecha de cabelo solta.
- Desativar. - Ordenei, já caminhando em direção à loirinha. - Acho melhor irmos. Os heróis vão chegar em breve, e faltam poucos minutos para o Festival.
Ela assentiu, e começamos a correr.
--- --- --- ⚡ Quebra de Tempo ⚡ --- --- ---
Por MUITA SORTE, deu tudo certo no final.
Chegamos bem em cima da hora, e tivemos que explicar tudo aos professores. Mas não houveram mais problemas, e o Festival Cultural foi um sucesso.
A Jirou deu um show e tanto, e eu realmente me surpreendi quando ela começou a tocar uma música autoral sobre os Power Rangers. E, principalmente, quando a galera viu o Alpha mandando uns solos irados na guitarra… mano…
Tudo ocorreu de acordo com o planejado e, no final… apenas ver a Eri sorrindo me fez ter certeza de que o esforço valeu a pena.
Estávamos todos limpando os pedaços de gelo que sobraram dos efeitos loucos que o Todoroki fez durante o show. Enchi uma bacia com os últimos pedaços e me direcionei à saída, enquanto os outros começavam a limpar o resto.
Segui até os fundos do ginásio onde o show ocorreu, encontrando um tanque com água quente, que Todoroki havia preparado para se livrar das pedras de gelo.
Estava terminando de despejar o gelo, quando ouvi uma voz… familiar.
- Finalmente, uma chance da gente conversar.
Inko.
Apenas a ignorei, continuando a minha tarefa. Nem me deu o trabalho de me virar.
- Olha, eu sei que você deve estar magoado, mas… por que você não volta pra casa, e…
- Eu estou em casa. - Rebati, ainda sem me virar. - Embora eu deva confessar que não esperava dizer isso.
Terminei minha tarefa, respirei fundo e me virei.
Ela continuava do mesmo jeito que eu me lembrava, embora um pouco mais magra. Exibia um sorriso calmo, e isso me deixava irritado.
- É difícil pra mim acreditar que a pessoa em quem eu confiei por dezesseis anos, na primeira acusação contra mim, me rejeitou e me deixou para morrer. - Disse, me segurando para não chorar. - E, ao mesmo tempo, o cara que me conhece a menos de um ano foi um dos únicos a acreditar em mim, e o primeiro a me acolher assim que voltei, indo contra tudo e contra todos em prol da minha proteção.
O sorriso dela sumiu, e ela abaixou o rosto.
- Aizawa me disse que você pretende reaver a minha guarda. - Comentei, a assustando. - Faça o que quiser. Não ligo se você quer voltar a ser minha mãe ou não. Vai ser apenas mais um papel, Aizawa e Eri são minha família agora, e nada que você faça ou diga vai mudar isso.
E então eu fui embora.
Voltei até o ginásio, encontrando meus amigos.
- Vocês mandaram muito bem. - Todoroki disse, se referindo aos membros da banda, e dando um high-five em cada um, exceto Momo e Bakugou, que simplesmente foram deixados no vácuo.
- Foi um trabalho em equipe. - Jirou sorriu para o bicolor. - Você também foi muito bem com os efeitos.
- Obrigado… - Todoroki respondeu timidamente, criando um clima completamente novo entre os dois.
Fiquei um bom tempo conversando com meus amigos, enquanto via Melissa brincando com Eri, até que eu percebi que a pequena parou.
Fiquei preocupado, e fui até ela. Me abaixei perto dela, vendo que seus olhos estavam estáticos e ela estava… corada?
Ela deu alguns passinhos, enquanto suas mãozinhas seguravam timidamente a alça de sua bolsa.
- K-Kota-Kun?
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