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História A Lenda das Espadas Gêmeas - O Confronto parte II - História escrita por BeaCorchiero - Spirit Fanfics e Histórias
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História A Lenda das Espadas Gêmeas - O Confronto parte II


Escrita por: BeaCorchiero

Capítulo 17 - O Confronto parte II


Cap 17 – O Confronto parte II

 

Salíneas

 

Uma enorme besta surgia das águas agitando seus seis tentáculos gigantescos, parecia uma lula colossal de pelo menos trinta metros, com cada tentáculo se esticando por aproximadamente dez metros cada, sua pele gelatinosa era de um tom azulado e possuía dois pares de olhos verdes brilhantes como faróis e grandes como uma pessoa adulta.

Frosta podia vê-lo do lugar aonde se escondia e tentou não tremer com a visão. Ela era a mais jovem das princesas, tinha apenas dez anos quando começou a governar e com onze já estava na Aliança, agora com quinze já tinha conquistado o respeito das aliadas, mas sua aparência excessivamente infantil sempre permitia que fosse subestimada. Por isso aquele voto de confiança lhe pesou muito no coração, principalmente vindo de Catra com quem não tinha a melhor das relações. Estava disposta a mostrar que daria conta.

            - Frosta! Sua hora de brilhar! – Veio a voz da gata no minúsculo ponto de comunicação.

A adolescente saiu correndo pelas muralhas que cercavam o Portão dos Mares e se lançou no ar em direção a água. O sol já começava a nascer permitindo que todos a vissem em sua queda livre de quase qualquer canto da batalha. Aqueles segundos que pareciam passar em câmera lenta foram suficientes para a adolescente se concentrar em condensar a umidade do ar ao seu redor em uma plataforma de gelo que lhe permitiu ganhar velocidade e controlar sua direção no ar, surfando na lisura fria do escorregador recém invocado. Enquanto disparava projéteis de sólidos de gelo salgado contra a besta mágica.

            - Me escuta baixinha – Catra falava em seu ouvido com ar de confiança. – Vamos dar uma canseira nessa coisa. Só tenta não ser pega por um dos tentáculos e seja bem irritante.

            - Pode deixar. – Confirmou a menina se desviando de um tentáculo e aproveitando do mar ao seu redor para produzir a maior quantidade possível de projéteis com o mínimo esforço que conseguisse.

            - Não se afobe, não gaste muita energia, mantenha o bicho se mexendo e ocupado. – Ordenou a gata antes de fechar o canal de comunicação.

Enquanto isso SeaHawk se balançava no mastro de um dos navios de guerra que já começava a soltar uma fumaça negra denunciando suas avarias. Ele parecia alucinado de adrenalina e não parava de cantar enquanto se segurava nos cordames do navio desgovernado que avançava perigosamente em direção ao terceiro navio da Horda, que disparava contra o Portão e não tinha nenhuma margem de manobra para evitar a colisão.

            - Três fora de combate, acho que bati uma espécie de recorde hoje! – bradou o marujo animadamente para quem quisesse ouvir.

            -Oooohhh gostosão! Tem como focar aí? Preciso de você no navio de comando para ontem! – Catra não parecia tão feliz com o recorde dele, mas ela não tinha ideia de como era trabalhoso destruir um navio. Ele mesmo levou anos de prática para ser tão bom nisso.

Com o impacto o marujo caiu na água e precisou mergulhar para se desviar dos escombros que caiam em chamas e faziam borbulhar a salmoura ao seu redor enquanto esfriavam subitamente.

            - SeaHawk eu to falando sério, a Frosta não pode ficar driblando aquele bicho para sempre, quero você no navio de comando agora! Dá um jeito! – Ela já gritava em seu ouvido, mas ele não conseguia responder, tentando manter o ar nos pulmões e forçando seu corpo até a superfície com todas as suas forças. Ele emergiu glorioso como um tritão e com largas braçadas alcançou um pedaço de casco que boiava.  Puxou o ar num respiro desesperado antes de responder com a voz arranhando na garganta.

            - Estou à deriva, vou precisar de uma ajudinha pra chegar nele rápido. – Ele constatou olhando a distância que o separava da embarcação principal. Dava pra ouvir Catra bufando do outro lado do comunicador e gritando ordens abafadas com outras pessoas.

            - Consegue ficar em pé e correr? -  Perguntou ela seca.

            - Se tiver por onde correr eu dou um jeito. – Confirmou ele confiante apesar do mar se agitar violentamente com o movimento da besta mágica e os navios que começavam a se despedaçar em meio as explosões causadas pelo fogo.

Frosta alterou sua rota deslizando por um dos escorregadores de gelo que fazia surgir acima do mar e com uma das mãos congelou uma larga faixa de água a frente do marujo sem nem tirar os olhos da enorme criatura que tentava lhe acertar. SeaHawk se colocou em pé apesar da musculatura de suas pernas tremerem e queimarem, assim como seus braços que ardiam pelo esforço contínuo. Ele correu por sobre as águas, tentando se equilibrar  no gelo grosso que se movia com o balanço do mar, seus instintos estavam afiados e lhe permitiram rolar para evitar ser atingido por um enorme tentáculo que desceu partindo o gelo em pedaços logo atrás de si.

O canal de comunicação foi aberto em simultâneo e ele ouvia agora Frosta ofegar cansada enquanto passava novamente perto dele criando mais plataformas desordenadas que lhe permitiam avançar enquanto disparava estacas e bolas de gelo cada vez maiores na direção do monstro.

            - Frosta, você consegue cegar essa coisa? – Perguntou a Catra, mas todos entenderam que aquilo era mais uma ordem do que uma pergunta.

            - Não, tem alguém na cabeça do bicho, sempre que eu tento chegar mais perto dali ele atira, ele é azul e parece que só tem um braço. – respondeu ela. E ambos ouviram ela gritando por Teela que respondeu ao longe alguma coisa ininteligível.

            - Ok, o nome dele é Mandíbula, é quem deve estar liderando o ataque. Não vai ser difícil derrubar ele depois de se livrar dessa coisa.

            - Estou no subindo pelo casco do navio. – Alertou SeaHawk para as duas.

Catra demorou um segundo para processar a informação, antes de se fazer ouvir de forma autoritária.

            - Frosta, mantenha essa coisa na água e comece a congelar o seu entorno o máximo possível, gelo grosso, ele não pode escalar o muro. Faça um anel que o limite e enfia o navio dentro! – A adolescente assentiu e imediatamente já condensou uma larga faixa de gelo sob o mar. – Hawk, quero você no leme desse navio, vamos explodir ele nessa coisa, então não deixa a Octávia tirar ele daí.

O marujo sentiu cada pelo de seu bigode eriçado com a ideia, e já estava se içando no convés da embarcação, aonde foi recebido por um soldado da horda que tentou cotar-lhe com um sabre, mas errou acertando parapeito metálico. SeaHawk agarrou o pulso do soldado e lhe desferiu uma cabeçada, roubando-lhe a arma que imediatamente usou para aparar o golpe de um segundo, que trocou uma curta sequencia de ataques antes de se desequilibrar com o balanço bravio causado pelo mar que cada vez mais reagia aos movimentos violentos da besta. O aventureiro se aproveitou para meter-lhe o pé no peito enquanto ajeitava o cabelo molhado com a mão livre. A aproximação da embarcação da besta fez com que a maioria dos tripulantes fugisse, sobrando apenas SeaHawk e a capitã Octávia que tentava inutilmente tirar o navio de perto do animal.

            - Afaste-se do leme bela dama! – gritou ele causando espanto não só na mulher polvo que lhe encarava com estranheza usando seu único olho bom, mas também em Catra que ouvia do outro lado. A gata não pode evitar levar a mão a testa, com certeza o aventureiro tinha alguns parafusos a menos...

A mulher polvo investiu contra ele usando seus quatro tentáculos, mas ele desviava quase como um bailarino habilidoso, sempre com um sorriso irritante no rosto a luta certamente seria bem divertida. Vez ou outra ele lhe lançava um beijo no ar o que parecia tirar a corpulenta mulher do sério cada vez mais.

            - Bate mais e namora menos que o tempo está curto! – Catra berrava no ouvido de SeaHawk, enquanto ele se desviava das investidas da capitã da Horda tentando uma brecha para atacar.

Então Frosta lançou uma pesada bola de gelo direto contra a capitã, acertando-a na orelha esquerda, o marujo então se aproveitou para com uma investida de ombro jogá-la no mar. A princesa acabou atingida de resvalo por um dos tentáculos do animal, cada vez mais agitado. E caiu na extensa plataforma de gelo que havia criado acima do nível do mar, ela não teve tempo de sentir a dor da queda por que disparou correndo estreitando cada vez mais o gelo e aproximando cada vez mais o animal e a embarcação que agora apresentava pequenas explosões, causadas pelo marujo que sabia exatamente aonde mexer para causar aquela efeito. Ele não teve dúvidas em começar um pequeno incêndio no paiol de munição, e depois de se assegurar que seria o suficiente seu jogou barco afora em cima do gelo duro, caindo de mal jeito e sentindo doer seu corpo todo. Mas impulsionado pela adrenalina o aventureiro corria pelo gelo em desabalada carreira sem se importar muito com a elegância naquele momento, puxando a adolescente pela mão quando a encontrou em seu caminho para afastá-la o máximo possível. A lula colossal tentava com seus tentáculos sair da pequena porção de água que lhe restava, uma vez que Frosta não deixou uma abertura grande o suficiente para o animal mergulhar e o navio preso com ele começava a aquecer e estourar em vários pontos de sua estrutura ferindo o animal e o impedindo de subir no gelo.

            - Baixinha agora é contigo, um último esforço, se concentra! – Disse a voz da Catra no comunicador – Hawk, você protege ela custe o que custar!

Ao ouvir isso ele pegou a menina nos braços tentando se afastar. Sentia cada pedaço de si doer desesperadamente, enquanto o corpo da garota gelava cada vez mais contra seu peito e fazia seus braços queimarem de frio.

Com a primeira explosão o animal guinchou alto, com a dor, um de seus tentáculos caiu inerte parcialmente queimado, escombros voaram e atingiram SeaHawk pelas costas, mas ele ignorou e abraçou a pequena o quanto pode na esperança de lhe servir como escudo. Abaixo da crosta de gelo, no nível do mar condensando-se rapidamente uma estaca de gelo de quase oito metros se formava, com a ponta afiada e o núcleo duro como rocha. A besta se debatia dentro do anel frio criado pela princesa, mas as queimaduras causadas pelo navio em chamas na superfície contrastavam com as causadas pelo frio no nível da água. Frosta então arregalou os olhos e seu corpo inteiro tremeu quando a gigantesca estaca empalou a criatura mágica acabando com sua agonia lenta, mas o esforço a fez desmaiar no colo do marujo que usava de todas as suas forças para manter-se firme até a ajuda chegar.

Não demorou até que alguns elfos do mar os alcançassem, o líder do ataque fugiu sem deixar rastros, e o aventureiro tombou cansado com um sorriso largo em sua face orgulhosa.

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Reino da Neve, sopé do palácio de gelo.

 

A boca de Scorpia se encheu com o próprio sangue com a potência do golpe que recebera na boca de seu estômago, o ar lhe faltou e seus pulmões se esvaziaram de uma vez só criando a sensação de tontura e queimação. Ela cambaleou dois passos para trás, chacoalhando a cabeça tentando recobrar uma visão mais clara, e conseguiu se desviar de um chute desengonçado que o Homem-Fera lhe desferiu. Apesar da imprecisão, conseguiu usar sua cauda perfurando o ombro do homem bestial que soltou um urro de dor ao ser perfurado pela ponta venenosa da capitã. Ambos pararam se encarando selvagemente enquanto recobravam o ar. A princesa nunca tinha enfrentado ninguém além da She-ra que se equiparasse fisicamente com ela, mas ao contrario de Adora este inimigo não tinha nenhum código de honra que o segurasse e não hesitaria em matá-la em um piscar de olhos se tivesse a chance. Pela primeira vez, Scorpia sentia um medo muito real de morrer.

Os tremores cada vez mais constantes, faziam suas pernas doloridas parecer gelatina e não conseguiu impedir que seu joelho direito batesse na neve. O Homem-Fera por outro lado jogava para trás de sua cabeça um chumaço de pelos empapados em sangue, que vertia de uma ferida causada pelas poderosas pinças da capitã pouco acima de seu olho direito, o braço direito dele também estava bobo, e não consegui mantê-lo erguido muito tempo, cortesia do veneno de escorpião e da ferida generosa em seu ombro que agora fazia escorrer sangue também.

            - Scorpia! Fala comigo, precisamos de você, senão Mermista não terá chance alguma! – A voz de Teela era angustiada, porém firme em seu comunicador.

            - Fica tranquila que eu to bem, só parei pra respirar um pouco. – Respondeu a princesa se colocando em pé e se preparando para o segundo round no mesmo passo em que seu adversário batia no peito de forma intimidante e rosnava ameaçadoramente. – Tá pronto pra apanhar mais, feioso?

E cuspindo sangue na neve ela se recompôs, e avançou em carga jogando seu corpo forte contra ele.

Não muito longe dali a impressão que se tinha no meio da densa bruma gelada da manhã é que um pequeno monte se mexia, e fazia isso muito rápido vindo em corrida para a direção dos portões do Palácio de Gelo. Mermista podia ver já o animal, quadrúpede e corpulento, com uma pelagem longa e densa e um rabo que mais parecia um chicote, devia ter pelo menos uns dez metros do focinho ao rabo, e o frio parecia não o incomodar em nada.

            - Scorpia, nós só temos uma oportunidade, o bicho está vindo! – Teela levantou a voz um tom acima do seu natural em seu comunicador, e a princesa disparou em desabalada carreira na direção oposta de onde seu inimigo estava. Levou apenas um instante para o Homem-Fera entender que a princesa não fugia, e sim armava e se pôs a persegui-la o mais rápido que pôde, apesar da febre que já lhe tomava o corpo. Ele esticava seu braço bom tentando agarrar o rabo da capitã, mas não conseguiu impedi-la.

Ela chegou o mais próximo possível de onde havia disposto os explosivos quase no mesmo momento em que a besta mágica, e só teve um segundo para deixar seu corpo se aquecer com a energia elétrica, disparando um potente raio vermelho e fazendo explodir toda uma área retangular de quase quinze metros com o bicho zonzo dentro. Neve voou para todos os lados e o fogo criou uma imensa onda de choque que jogou para trás Scorpia e o Homem-Fera. Litros e mais litros de neve se fizeram água naquele momento, e a princesa sereia as dominou imediatamente antes que voltassem a congelar, usando as chamas que se formavam em pequenos focos estrategicamente colocados como sua fonte para converter o líquido.

            - Mermista! Você tem cinco minutos antes de tudo voltar a gelar, seja rápida! – A voz de Teela no canal de comunicação agora aberto para ambas as princesas se fez ouvir com urgência. – Scorpia, qual a sua situação?

A mulher corpulenta se levantou zonza, e confirmou estar bem com palavras atropeladas. O Homem-Fera investiu contra ela projetando seu corpo com violência, encaixando seu ombro na boca do estômago já castigado da princesa e erguendo seus pés do chão alguns centímetros antes de jogá-la com força no chão batendo suas costas na neve dura. Ela teve tempo de desviar o rosto para o lado antes te ser atingida por um soco em cheio e enrolou sua cauda no pescoço musculoso dele, sem conseguir força suficiente para estrangulá-lo porém só lhe restou uma opção e novamente deixou seu corpo se aquecer e seus olhos assumirem um brilho branco avermelhado disparando uma descarga elétrica potente o suficiente para apagar o ímpeto assassino do inimigo, que ficou mole e caiu para o lado inconsciente.

Teela gritava por ela no comunicador, mas foi Mermista que respondeu.

            - Ela apagou! Os dois apagaram, não consigo verificar como ela está agora! – a sereia se desviava da cauda nervosa do animal mágico que se agitava em sua direção, com ajuda de seu tridente, conseguiu ferir o animal superficialmente, e agitou a água ao seu redor criando uma enorme onda que atingiu o bicho com força, depois a onda ergueu-se apenas para atingi-lo novamente  achatando-o contra a neve.

Os pelos cada vez mais encharcados tornavam o animal lento e pesado, e o frio começou a penetrar na pele castigando-o, a sereia juntou o quanto pode de água em um único ponto formando uma enorme esfera líquida com uma de suas mãos, em seguida disparou uma rajada contínua de água no focinho do animal, sem dar chance para ele reagir e usando seu tridente para concentrar a água disparada no animal impedindo-o de respirar, permaneceu em seu esforço até transferir todo o líquido de um ponto ao outro. Seus olhos brilhavam com o esforço e seu corpo tremia, mas segurou, a dificuldade aumentava com o frio, e o animal se debatia. Ela foi atingida por um ricochete de seu rabo musculoso e foi jogada a alguns metros, mas segurou a dor e fincou seu tridente no chão sentindo a água ficando cada vez mais densa e grossa pelo frio. Não sabe dizer quanto tempo levou até que a fera parasse de se debater, mas quando finalmente o animal tombou ela se permitiu cair de joelhos ofegante por alguns instantes. Chacoalhou a cabeça se recuperando e usou o tridente para se colocar em pé, correu até Scorpia e notou que o Homem-Fera já não estava mais lá, deixando apenas um rastro de sangue na neve. Abraçou a amiga desesperada por algum sinal de vida, tudo estava tão frio que era difícil saber. Guardas brancos se aproximavam de ambas, naquele momento.

            - Acabou? – Perguntou a sereia.

            - Por hora sim, agora temos de tirar vocês daí, Glimmer já está a caminho. -  Confirmou Teela tentando parecer calma.

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Salão de Guerra de Lua Clara.

 

Para Catra a vitória ainda tinha um sabor agridoce. Mandíbula fugiu do confronto assim que a besta mágica fora abatida, deixando SeaHawk com Frosta desmaiada, mas bem, além disso o Portão estava seguro. Encarava o monitor irritada, calculando as baixas até o momento. Somando os dois conflitos perderam quase cem pessoas, o que era muito pouco, se pensasse friamente, mas naquele momento pensar friamente era muito difícil. Pode acompanhar os momentos finais do confronto no Reino das Neves e não conseguia tirar Scorpia da cabeça, afinal era seu plano, suas ordens, então sua responsabilidade. Glimmer já tinha sumido em seu teleportes, e não demoraria mais do que alguns minutos para vencer aquela distância. A gata não tinha tempo de sentir nada então apenas afastou os sentimentos com um esforço consciente e gritou pelos guardas. Que não demoraram para abrir as portas do salão atendendo o chamado.

            - Quero todos os médicos e curandeiros de prontidão na sala que designei em cinco minutos, e que estejam preparados para TUDO! – Lógico que ela já contava com a possibilidade de feridos e já havia transformado um dos salões próximos em um hospital de campana improvisado trabalhou nisso pessoalmente contando com Bow, Duncan Entrapta e Hordak nos últimos dias. Os soldados comuns seriam atendidos nos postos que já existiam para atender aqueles que ainda estavam se recuperando da luta contra Hordak Prime, e na sala adaptada dentro do Palácio as Princesas e aliados seriam atendidos. Ainda assim estava angustiada. – Hordak, você assume a limpa agora! Eu e Teela precisamos de ar.

O Lorde sombrio não contestou, isso para eles na Horda era rotina.

A ruiva acompanhou a gata até a varanda mais próxima aonde se escorou na parede se se permitiu escorrer até sentar-se no chão, Catra fez o mesmo ao seu lado.

            - Apesar de tudo sofremos um bom baque. – Comentou a gata frustrada.

            - É uma vitória ainda assim. E com certeza o melhor resultado possível. Já imaginou se não tivéssemos assumido o comando a tragédia que seria? – Teela usava a razão, mas estava exausta e igualmente frustrada. – Sabe que ela não vai nos dar muito tempo para respirar né?

            - Sei. E a tendência é que ela venha agora cada vez mais perto de Lua Clara. – Catra esticou seus membros sentindo o peso da tensão muscular, a ponta de seu rabo, porém ainda se mexia nervosa de forma involuntária.

            - E você já tem um plano para isso, não é? – Perguntou a ruiva no tom de quem já sabia a resposta.

            - Tenho, e provavelmente todos vão odiar. Especialmente a Adora. -  Confirmou a gata impelida pelo feitiço. – Por isso é melhor que ela não saiba.

            - E presumo que tenha uma forma de burlar o feitiço da verdade. – A ruiva formulou com cuidado sua fala para não compelir a gata a falar demais por um impulso mágico.

            - O feitiço me impede de mentir, mas eu tenho meus truques. – Assentiu a gata.



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