As coisas aconteceram mais ou menos assim:
Castiel e eu ficamos presos no porão da escola até de manhã JUNTOS, o que foi praticamente um sonho pra mim.
Mas, como todo sonho tem o fim, o meu se foi em forma de pesadelo.
Por quê?
Por que a BURRA aqui emprestou o celular pro castiel( como se eu conseguisse negar alguma coisa pra aquele cara), que era nada mais, nada menos que o meu santuário de fotos dele.
Em hipótese nenhuma ele deveria descobrir o que continha ali. E quando eu digo nenhuma eu quero dizer NUNCA. Nunquinha. JAMAIS.
Pelo meu bem e o da minha família, por que eu não acho que eles iriam gostar de saber que a filha deles foi presa, ou, no pior dos casos, morta.
E o que aconteceu?
Isso mesmo. Ele viu.
E depois soltou um berro do tamanho do mundo me questionando sobre sua foto na tela de perfil do celular.
Acontece que o grito foi tão alto que acho que atraiu a atenção da pessoa que passava por ali, por que segundos depois alguém destranca a porta e um zelador da escola entra, nos olhando confuso, enquanto Castiel me olhava zangado e eu olhava minha dignidade indo embora pra sempre.
E foi ai que eu tive a maravilhosa idéia de sair correndo.
Como numa espécie de transe, ou algum sistema de auto defesa do meu cérebro ou sei lá, eu apenas vi minhas mãos agarrarem minha mochila, tirar o celular de Castiel, para minhas pernas assumirem o controle e eu sair correndo dali que nem o Flash.
Agora aqui estava eu, sentada na banheira do meu apê. Havia trancado portas e janelas e avisado ao porteiro que se ele visse algum ruivo mega sexy e com aura assassina perguntando por mim, dizer que não me conhecia. Nenhuma Luna morava aqui. Eu não existia.
Suspiro. Eu estava tão ferrada...
Ouço meu celular tocar no meu quarto. Saio da banheira e me enrolo na toalha correndo para onde ele estava.
-Alô?
-Luna? Sou eu sua mãe.
-oi mãe-falo me sentando na cama- como está a viagem? A Índia é mesmo bonita?
-há querida! Eu e seu pai estamos maravilhados! Apesar de eu achar que algumas coisas são um tanto perigosas, um garoto com metade da sua idade estava dirigindo o nosso ônibus se excursão!-diz
-Nossa, que bom que vcs ainda estão vivos.
- Mas e você filha? Está indo tudo bem? Não se meteu em nenhuma confusão?
Rio nervosa.
- Mãe! Eu tenho cara de quem arranja confusão?
-Sei lá, vc não está com nenhum problema que gostaria de me contar?
Qual é a desse sexo sentido que as mães tem mesmo a quilômetros de distância?
- não mãe, esta tudo sob controle- falo. Com a exeção de eu provavelmente estar sendo caçada.
- bom, então tá. Só liguei pra saber se está tudo bem. Não se esqueça que segunda é dia de levar as roupas pra lavanderia!
- Pode deixar.
-E se alimente direito!
-Ok.
-Tenho que ir agora, te ligo depois. Eu te amo!
- também te amo mãe- falo e desligo o celular. Deus me livre do meu pai sequer sonhar, que eu stalkeio um garoto mais velho. A imagem de princesinha que ele tem de mim iria pro brejo. Apesar de eu ainda ser BV, virgem e nunca ter namorado. É, talvez eu seja um pouquinho inexperiente. Só um pouquinho. As séries e filmes que eu assistia me davam uma visão bem ampla de como as coisas entre casais funcionavam.
Seco o cabelo e visto meu pijama de ursinhos ( não me julguem ), eu estava varada de fome então preparo uma tigela mais cheia que o normal de cereal com pedaços de banana. Eu amava cereal. Acho que era minha comida preferida depois do curry da minha mãe.
Vou até o sofá e ligo a TV. Passo o resto da manhã assistindo séries e
estava muito bem, mofando no sofá, quando meu celular toca de novo. Mas dessa vez não era minha mãe, era Jéssica.
-Fala Jess- digo olhando pra TV
- Fala Jess? - Ela pergunta. Parecia irritada - é assim, com essa calma toda que vc fala comigo depois de me deixar 1 hora te esperando aqui no shopping?
Pisco confusa.
- Do que vc está falando? Que shopping?
Ouço-a suspirar.
- O shopping que vc prometeu que iria comigo hoje por que eu tenho hora no salão marcada e vc ia me fazer companhia sua desnorteada!
Há...esse shopping.
- Desculpa Jess- digo- é que aconteceu tanta coisa ontem, e hoje...que acabei esquecendo.
-Eu percebi!
- Será que eu não posso ficar sem ir?
-De jeito nenhum! Eu não esperei esse tempo todo por nada! Pode aparecer aqui em menos de 1 segundo!
-Mas...
-Você já ta chegando?!
Suspiro.
-Sim senhora.
30 minutos depois eu estava no shopping indo para a praça de alimentação, onde Jessica disse que estaria me esperando. Fora muito doloroso ter que abandonar minha série e meu pijama e uma tarde feliz. Mas tudo bem por que eu estava seca pra contar pra alguém o que se sucedeu entre mim e Castiel.
Acho Jessica sentada em uma das mesas e corro até ela.
- Oieee!- falo lhe dando um abraço de urso.
- Eu sei o que vc está tentando fazer Luna Stwart! - diz - mas nem adianta tentar que ainda estou zangada com vc!
- Há por favor me desculpe minha amiguinha linda do meu coração que eu amo muuuito!- falo com a voz melosa.
-Não!
Faço beicinho e a cara do gato de botas.
- Pare com isso!- Jessica fala rindo e me puxa pelo braço - Vamos! Estamos atrasadas!
Nós dirigimos para o salão e falamos com a recepcionista, que nos guia até uma cadeira. Por causa do meu atraso, quase perdemos a reserva, e, como eu já estava aqui mesmo, resolvo fazer as unhas. Jess iria fazer unhas e escova, por que ela tinha os cabelos loiros enrolados que, segundo ela, davam bastante trabalho pra pentear.
Eu não via nenhum defeito neles. Se ela quizesse trocar pelos meus pretos e lisos, eu aceitaria sem pestanejar.
Escolho o esmalte de cor azul turquesa, pra combinar com meus olhos, e peço pra desenharem uma florzinha branca no canto.
- Aliás - começo - Jess, tem uma coisa que eu quero te contar.
- O quê? - Diz, distraída escolhendo qual esmalte usar.
- Eu...- sou interrompido quando um grito ecoa pelo salão e todas as pessoas ali levam um susto.
- Meu Deus! - exclama minha amiga - o que foi isso?
A cabeleireira faz um som de desdém.
- É só uma cliente insuportável que nós temos -diz- toda vez que ela e a mãe vem aqui, dão o maior piti como se fossem duas rainhas e nós meros vermes.
Eu e Jessica trocamos olhares confusos quando ouvimos outro grito.
- EU JÁ FALEI QUE NÃO É ASSIM QUE SE ENROLA MEU CABELO! - grita - QUANTAS VEZES VOU TER QUE REPETIR?
Um lampejo de memória me invade.
Um minuto.
Eu conheço essa voz...
Arregalo os olhos.
-Jess é a Ambre! -falo e vejo-a arquejar.
-Meu Deus, que ela não venha pro nosso lado ou eu me enforco! - diz
Rio. Ambre era a garota mais mimada, patricinha, enjoada e chata da nossa escola. Mas ela é sua matilha se achavam o máximo. O irmão dela, Nathaniel, era o presidente do conselho estudantil, e uma pessoa gentil e agradável, bem diferente da irmã.
Que sorte a nossa virmos parar no mesmo salão que ela...
A mulher termina minhas unhas e eu sorrio satisfeita.
-Luna -chama Jessica- será que vc poderia ir comprar um milkshake de morango pra mim?
- Só se vc pagar o meu também. -falo e ela revira os olhos.
-Vou cobrar depois - diz e me da o dinheiro.
Pago minha manicure e saio do salão em direção ao Mc.
Estava insuportavelmente cheio hoje. Eu não culpava ninguém, afinal, era sábado, mas ainda assim me dava agonia ficar esbarrando em um monte de gente.
Entro na fila e espero minha vez, quando uma mão aperta meu ombro. Me viro e dou de cara com...
- Luna! O que está fazendo aqui? - pergunta Nathaniel.
Surpresa, levo um segundo pra responder e sorrio.
-Nath! -falo e pulo em seus braços enquanto riamos- que coincidência! Estou acompanhando Jessica e vc?
-Estou acompanhando minha mãe e Ambre.-diz
- Há...-falo, "boa sorte!"- eu acabei de vê-la no salão onde estamos.
-É, elas sempre tiram o sábado pra um "dia de mulheres" como elas falam. E eu é meu pai sempre ficamos em casa.-diz- mas hoje eu tinha que fazer umas compras e peguei carona com elas.
Você deve estar se perguntando: "Como assim? Você conhece o Nathaniel? Arco inimigo do Cast?"
Pois é, eu conheço. Nós fomos vizinhos a vida toda, ainda somos, e eu conheço a família dele desde que ele e Ambre eram pequenos, e posso afirmar com exatidão que eles não se pareciam em nada do que são agora.
Ambre era LEGAL! Eu vivia brincando de boneca com ela, apesar de eu ser mais nova. Mas depois com o tempo nós fomos nos afastando e perdendo intimidade. Ela também virou esse monstro que todos conhecem e que eu preferi manter distância. Já Nath, quando pequeno, ELE era o monstro.
Vivia aprontando e pregando peça em todo mundo, além de sempre judiar de nós meninas.
Mas ele, apesar de tudo, sempre foi meu amigo e me protegeu. Acho que quando vc é vizinho de alguém a vida toda, mantém contato e ele não se torna insuportável, cria-se uma espécie de respeito mútuo. Quase afeto.
- O que vc veio comprar? - digo notando a sacola branca que ele carregava
- Uns livros-diz- Vc sabe como eu adoro romance policial.
- Me empreste quando acabar de ler.
-Claro. -diz- Aliás você...
Nathaniel ia dizer alguma coisa, mas paro de ouvi-lo quando de repente, vejo ninguém mais, ninguém menos, que ELE.
Com seus cabelos vermelhos, blusa preta e calça jeans, andar sexy, corpo gostoso e rosto de Deus grego.
E também uma aura assassina. Que se direcionada diretamente em mim.
Seus olhos estavam cravados nos meus e ele vinha rápido em minha direção.
Engulo em seco.
-Hã... Nath, eu adoraria ouvi-lo, mas agora preciso realmente ir...
Nem espero sua resposta. Saio correndo pra qualquer direção que seja bem longe do olhar de Castiel.
Por quê?! Por quê de todos os 365 dias do ano, e de todos os shoppings na cidade, ele tinha que vir justo pra ESSE shopping, NESSE dia?
Isso era culpa do pessoal lá de cima.
Nosso destino era muito forte com relação a queimar meu filme com ele.
O bom, é que o monte de pessoas se tornou favorável no fim. Eu me metia no meio das pessoas e despistava o ruivo.
-Ei você! - ouço. Olho pra trás e vejo-o correndo atrás de mim. Aumento o passo.
Droga. Droga. Droga.
Eu já havia imaginado Castiel correndo atrás de mim. Mas com um propósito muito diferente.
Corro rápido pra dentro de uma loja e me escondo.
Vejo-o passar reto e suspiro de alívio.
Saio devagar da loja olhando pros dois lados. Barra limpa.
Ando até um elevador vazio e aperto o botão de subir.
Antes que eu tivesse tempo de acalmar meu coração, uma mão se intromete no meio das portas, impedindo sua fechada.
Arregalo os olhos quando Castiel entra no elevador, ameaçador e me encarando friamente. Ele aperta o botão de subir e as portas se fecham.
-Finalmente -fala
Sinto meu coração falhar e tento desviar dele, mas ele coloca suas duas mãos uma de cada lado meu, formando uma barreira que me impedia de passar.
-Nem.Pense.Nisso. -Diz com a voz de dar medo- nós vamos ter uma conversinha e vc vai me obedecer sem reclamar ok?
Engulo em seco.
-S-sim senhor
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