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História A Little Wicked - Atos e Consequências - Pt. 2 - História escrita por Muffin_Paradise - Spirit Fanfics e Histórias
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História A Little Wicked - Atos e Consequências - Pt. 2


Escrita por: Muffin_Paradise

Capítulo 39 - Atos e Consequências - Pt. 2


CAPÍTULO 39

ATOS E CONSEQUÊNCIAS – Pt. 2

 

Forks, 31 de Outubro de 2019

A vasta floresta parecia um oceano escuro exceto pelos poucos segundos em que os raios iluminavam os céus, os trovões barulhentos ecoando sobre a cidade e reverberando até as montanhas enquanto a chuva pesada caía.

No meio da escuridão e encravada entre as árvores, a mansão dos Cullens era como uma ilhota branca luminosa, um pequenino porto-seguro em meio a tempestade embora os ocupantes da casa enfrentassem por uma tempestade própria: após a partida de Harry Potter, a madrugada se estendeu com silêncio e olhares fixos para o vazio, todos inconscientemente evitando de se encararem e ver os próprios sentimentos e emoções refletidos uns nos outros.

Horas depois da chuva ter passado e o dia ter amanhecido com nuvens escuras, eles começaram de fato a reagir – ou pelo menos um deles começou.

Com um suspiro – o ar encheu os pulmões petrificados como se fosse chumbo gasoso – Esme caminhou até o diário caído, se abaixando para pegá-lo com cuidado e respeito como se fosse pegar a mais delicada criatura: ela tocou a capa de couro preto macia, folheou as páginas amareladas preenchidas pela caligrafia escrita ao longo das décadas até chegar à última página.

– Awn... – ela sussurrou com pesar ao tocar a página, seus dedos sobre a superfície enrugada do papel no qual haviam absorvido e secado lágrimas.

E assim como as lágrimas secas, lá ainda estava colada a fotografia preto-e-branca no qual ela e os outros viram pelas memórias: Harry e Cedric crianças com as mãos dadas e sorrindo, os olhos cheios de pureza e inocência. Abaixo da foto, havia o último registro do diário escrito em uma caligrafia trêmula, a tinta borrada em algumas palavras.

O amor é paciente, o amor é bondoso... – ela leu baixinho, sabendo que todos podiam ouvi-la com clareza – Não inveja, não se vangloria e não se orgulha… Não maltrata e não procura seus interesses. Não se ira facilmente... Não guarda rancor.

Ela pausou sentindo um nó na garganta.

– O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade... Tudo sofre. Tudo crê. Tudo espera... Tudo suporta.

Ela arfou, sentindo os olhos arderem por conta do veneno, o mais próximo possível que os vampiros tinham da capacidade de chorar.

27 de Agosto de 2018. – ela terminou de ler, fechando o diário e colocando sobre ao peito, compreendendo que Harry escreveu aquilo no dia da última lembrança que testemunharam.

‘Harry...’, a mente dela se voltou para o menino que horas antes esteve ali, chorando ao implorar pelo perdão de um crime no qual todos eles o acusaram e que ele nunca cometeu, chorando e sendo renegado pela mesma família no qual ela sempre dizia e assegurava que ele já fazia parte e que o amavam como se fosse um deles, como se fosse um filho dela.

Esme sentiu o coração doer, a culpa a deixando envergonhada de si mesma: se ela não tivesse sido fraca e passiva... Se não tivesse contribuído com a desconfiança... Se não tivesse se imposto mais e usado sua voz quando era necessário, talvez o desfecho tivesse sido outro... Talvez houvesse uma redenção para o erro deles... Talvez... Talvez… Havia tantos “talvez”!

– Como chegamos nesse ponto? – ela indagou, a garganta seca e apertada.

Silêncio.

– Nós acusamos e julgamos precipitadamente… Apontamos os dedos e nos tornamos juízes e carrascos… Fizemos aquele menino nos mostrar suas dores e traumas mesmo que não tivéssemos esse direito. Vimos tudo, sentimos tudo… – ela sussurrou – E para quê?

Ninguém respondeu.

Esme abaixou a cabeça, o fantasma da vontade de chorar ainda mais persistente.

– Para machucá-lo ainda mais do que já estava… Para termos uma verdade que nunca foi nossa. – ela falou para si mesma, se abraçando ao segurar o diário – O que fizemos… O que fizemos com ele não tem perdão.

Todos ficaram quietos com a exceção de Jasper, este tendo caminhado até o diário do Pastor Cullen caído no chão e o pegando, deixando a sala sem olhar para trás.

Esme viu a figura de seu filho adotivo desaparecer de vista enquanto ainda ouvia seus passos pela escada ficando mais distante. Era claro que de todos os que estavam ali presentes, ele talvez fosse o mais transtornado pelo o que testemunhou, afinal ele sentia com intensidade as emoções dos outros assim como as próprias – ou pelo foi isso que ela desejou.

A saída de Jasper fez ela recordar de seu outro filho no qual não mais estava ali.

– Eu tenho que falar com Edward. – Esme sussurrou.

De todos, Edward era o único no qual poderia remediar aquela situação, mesmo ele tendo tomado uma atitude deplorável a seu ver, uma atitude incompatível com o filho que tinha e amava.

– Não. – Carlisle se pronunciou, tirando as mãos do bolso – Sou eu quem deve falar com ele… Eu sou o único no qual pode.

Todos olharam para o patriarca.

– Eu o conheço melhor.

Esme fitou o marido.

– Você vai fazê-lo recobrar o bom senso, não vai? – ela indagou com um tom suplicante.

Ele não respondeu, fazendo ela se remexer em desconforto por aquela reação.

– Carlisle… Diga-me que irá fazer Edward recobrar o bom-senso e… E ver que errou. – ela implorou – Faça-o ver que… Que Harry não teve culpa, que é inocente! Faça-o ir até lá e pedir perdão pelas coisas que ele disse e assim podemos fazer também!

O loiro suspirou, esfregando a testa marmórea com os dedos.

– Edward fez a escolha dele, Esme. Não cabe a nós…

– Não cabe a nós? – ela o interrompeu, olhando para ele de maneira descrente.

Esme olhou para seu companheiro de décadas, sentindo o atordoamento a deixar paralisada: ela se lembrou de horas antes quando Harry ainda estava ali naquela sala, de como ela iria abraçá-lo e consolá-lo…

…E se lembrou de como Carlisle a impediu com a mão em seu braço e com um olhar de censura.

– Depois de tudo que vimos… Nada mudou pra você? – ela indagou.

Carlisle olhou para o lado.

– Eu... Eu sinto muito por Harry. Eu realmente sinto, mas… É tudo o que consigo dizer por agora. – ele disse com a testa franzida, hesitando em deixar a sala mas fazendo por fim, dando de costas para o olhar chocado e triste de sua esposa.

Esme aos poucos olhou ao redor, esperando mais alguma reação ou declaração dos filhos remanescentes, esperando por qualquer coisa que não a deixasse ainda mais triste. Depois da saída de Jasper e Carlisle, não demorou muito para que Alice cruzasse a sala em silêncio, caminhando devagar como uma sonâmbula, mas sem antes trocar um olhar significativo com Esme.

Rosalie e Emmett, por sua vez, observaram os outros se dispersar, ambos imóveis e silenciosos um ao lado do outro como se fossem um par de estátuas, mas suas mentes eram outra história: cada um reagia e processava as informações de próprio modo de ver e lidar com a vida.

Para Emmett, a situação toda de Harry era desproporcional para sua capacidade de compreensão: ele nunca foi capaz de entender totalmente coisas que fossem muito complicadas ou muita complexas, nunca compreendeu bem as implicações que tais situações podiam acarretar e muito menos como ele deveria reagir em resposta. Entender de emoções e sentimentos era para caras de almas sensíveis como Edward e Carlisle, ou com poderes empáticos como Jasper, e claro, para as mulheres de sua família.

Ele se sentia mal pelo garoto e por tudo que ele passou, mas o que ele poderia fazer? Nada. Emmett então agiria da forma como sempre fez: ele seguiria o que o restante de sua família decidisse. Se fosse bom para os outros, seria bom para ele. Ele iria com a maioria.

Já para Rosalie, a situação se desdobrava de maneira diferente: se Emmett era incapaz de compreender, ela era incapaz de reconhecer ou enxergar qualquer parcela de culpa que tivesse pela noite anterior ter terminado daquela forma, pois para ela a situação de Harry (apesar de muito bizarra, triste e trágica) não atingia de modo pessoal – a culpa era Jasper por ter levantado suspeitas sobre o bruxo... Era de Edward por ter se envolvido com Harry e tê-lo trazido para a família... E de Harry também, em até certo grau.

Ela viu as motivações de Harry, ela viu seu amor, sua dor e ressentimento em relação ao que ele era e se tornou e, por consequência, ela pensava nela mesma e em sua condição de vampira. E no fim, Rosalie fazia aquilo que ela estava acostumada a fazer: fazia o problema ser sobre ela mesma e se o problema não a atingisse de modo direto, ela ignorava e jogava a responsabilidade para os outros, nesse caso, para Edward, Jasper e por aí vai.

“No fim das contas, não é minha culpa.”, ela tentou se justificar e diminuir sua vaidade e egoísmo para sua atrofiada consciência “Edward era quem tinha compromisso com Harry, não eu... Se ele fez o que fez, ele que lide com as consequências dele.”

 – Venha Em...  – ela sussurrou ao se voltar para o companheiro, pegando sua mão grande – Não há mais nada o que se fazer aqui.

Esme viu os jovens caminhando de mãos dadas, Emmett seguindo Rosalie enquanto ela o guiava para as escadarias, os dois se retirando para o quarto deles.

Sozinha na sala, Esme viu seu reflexo no vidro da janela, seu rosto em uma máscara de tristeza: além de Harry, ela sentia-se triste por todos daquela casa, incluindo ela mesma.

‘Que tipo de criaturas insensíveis nós nos tornamos?’, ela pensou, abraçando o diário de Harry.

...

...

– Jazz? – a voz soprano de Alice soou pelo quarto, ela parada contra a porta por alguns minutos.

Ela esperou, mas não houve reação.

Jasper apenas continuou em pé e de costas para ela, parecendo observar a floresta pela janela panorâmica que cobria uma parede inteira, sua postura de soldado sempre orgulhosa e ereta agora estando curvada em si mesmo e com a cabeça baixa; Alice suspirou ao caminhar devagar até o marido para que ele tivesse consciência de que ela estava se aproximando, de que estava lá por ele.

– Jazz... – pequena vampira sussurrou ao parar ao lado dele.

O antigo major confederado respirava pelos lábios entreabertos, seus olhos dourados vidrados não sobre a floresta, mas sim sobre o diário do Pastor Cullen em suas mãos, encarando o documento e encarando também suas atitudes e acontecimentos passados até então, tudo ganhando um novo significado à luz da verdade recém-descoberta.

O diário…

A desconfiança sobre Harry fez Jasper “caçá-lo” por meio de leituras como O Martelo das Feiticeiras e aquele diário, lendo cada página e procurando por qualquer coisa que confirmasse suas suspeitas, qualquer coisa que o desse provas em dizer que estava certo em suas acusações e desconfianças. Várias vezes ele fizera isso escondido da floresta, longe de casa onde Edward poderia ler sua mente ou seus irmãos descobrirem o que ele estava fazendo.

Mas enquanto ele fazia isso, ele era acompanhado de longe por uma coruja-das-neves, uma ave incomum de se ver naquela parte geográfica... Uma coruja no qual ele avistou e julgou se tratar de uma espiã mandada pelo bruxo.

– Edwiges… – ele sussurrou pra si.

Alice uniu as sobrancelhas com um semblante confuso ao ouvir o nome da familiar de Harry.

– “Edwiges é um espírito protetor…” – Jasper sussurrou novamente, repetindo a informação que viu nas memórias.

Ele se voltou para Alice, sua expressão chocada e quase chorosa.

– Harry, ele… Ele não estava me vigiando… Ele estava me protegendo.

Alice ficou imóvel: seu Jasper, sempre tão sólido, tão estável e tão seguro agora tremia, algo no qual ela nunca tinha visto até então.

– Ei… – Alice o abraçou, fazendo o corpo grande dele se curvar para sua estatura pequena e delicada – Está tudo bem Jazz… Eu estou aqui…

Jasper sentia o abraço dela, sentia suas mãos sobre seu cabelo, mas não a ouvia.

Não… Ao invés de Alice, ele ouvia Edward.

A voz e palavras de seu irmão estavam em sua cabeça, mas agora tinham um peso e profundidade muito maiores.

‘Durante semanas eu ouvi seus pensamentos e teorias de conspiração e ignorei, pois achava que era apenas você sendo superprotetor e um pouco paranoico...’ Edward o havia dito quando ainda defendia Harry dias antes ‘E durante essas mesmas semanas enquanto você pensava que meu namorado era o demônio encarnado, ele estava preparando junto com Hermione uma poção que te ajudaria a ter controle de sua sede de sangue humano, pois ele via o quanto isso te deixava deprimido…’

A memória de Jasper o levou para a última vez que viu Harry horas antes, chorando desesperado na sala.

‘Eu sei que errei em ter escondido o que eu sou, mas eu tive medo... E vergonha do que achariam de mim. Eu nunca quis causar mal a ninguém e nem a vocês... Mas agora vocês sabem... E só peço que vocês possam me perdoar’.

Ele espremeu os olhos com força, sentindo o peso opressor das memórias e sentimentos compartilhados por Harry, o peso da própria culpa assim como os dos outros da casa. Era agonizante.

“Harry nunca quis o meu mal…” Jasper pensou olhando para o escudo mágico erguido meses antes ao redor da mansão “Ele queria me proteger e até me ajudar, mesmo… Mesmo eu não tendo feito nada… Nada por ele, a não ser… A não ser…”

– Eu estava errado!!! – ele abraçou sua companheira com força, soluçando seco – Oh Alice, como eu estava errado!!!

Alice tremia também, mas o consolava ao alisar suas costas de maneira tranquilizante, mesmo sabendo que seria inútil.

– Todos nós… – ela sussurrou em resposta – Todos nós erramos.

“E como erramos...”, ela pensou amargamente.

A pequena vidente, antes tão acostumada pela confiança inabalável em saber de tudo, tinha deixado a paranoia coletiva e desconfiança subir à cabeça e a cegar ainda mais do que a falta de suas visões. Mas agora ela voltou a ver com clareza e viu o quão injustos e mesquinhos eles agiram, ela viu o quanto Harry foi bom pra eles até mesmo nos momentos mais críticos, sempre disposto a ajudá-los mesmo antes de se envolver com Edward.

Harry era bom, mas nenhum deles reconheceu isso, nem mesmo Edward.

E Edward!!! Depois de horas de incredulidade pelo desfecho anterior, Alice tinha vontade de espancá-lo com força até ele voltar a si mesmo, apesar de ainda estar lidando com sua imensa culpa e vergonha.

Mas não era apenas culpa e vergonha que ela sofria naquele momento: ela também sentia medo por algo muito maior, algo no qual ela não sabia como pôr em palavras.

De forma inexplicável, ela sentia e sabia que os acontecimentos que desdobraram na noite passada e em especial a decisão de Edward, desencadearam uma reação em cadeia no qual os levariam para um caminho desconhecido e perigoso, um caminho no qual ela tinha medo. Era como se todos eles tivessem saltado de um precipício escuro e não soubessem o que iriam encontrar no fim daquele salto.

Com o olhar vidrado para o nada, Alice arregalou os olhos e paralisou enquanto enxergava coisas muito além daquele quarto ou daquele momento presente, imagens rápidas que demoravam curtos segundos explodindo em sua mente.

Estrelas... Céu estrelado... Estrelas cadentes riscando o céu da noite...

Uma serpente... Grande e escura rastejando pelo chão e se enroscando ao redor de uma árvore...

Neve... Neve fria cobrindo as árvores, cobrindo o chão inteiramente de branco, o mesmo chão também sendo manchado por sangue vermelho vivo que se espalhava como tinta no papel e maculando a neve...

– Meu Deus... – Alice exclamou baixinho, apertando os braços ao redor de Jasper sem perceber.

A imagem então mudou.

Uma multidão de pessoas... Pessoas nas ruas, nas janelas dos prédios altos, pessoas estendendo e acenando com os braços... Mãos estendidas em uma única direção enquanto bradava entusiasmadas por um único nome: Harry. Mas ela não viu Harry pois ele estava de costas, recebendo flores por parte das pessoas que o rodeavam enquanto uma luz parecia emanar dele, uma aura que brilhava mais e mais forte até tornar a visão inteira em um vazio branco.

Alice ofegava, a força de seu corpo sendo esvaída enquanto que os joelhos cederam enfraquecidos.

– Alice!!! – Jasper a segurou antes que caísse, ela soluçando seco e tremendo ao voltar para a realidade.

A vampira arregalou os olhos ao fitar seu companheiro enquanto o tiquetaquear de um relógio começou a tocar em sua mente, o som insistente a deixando mais ansiosa, mais oprimida e tensa.

– O que você viu? – ele indagou, sua voz tensa e urgente ao sentir o medo e desespero dela.

Alice fechou os olhos e o abraçou, pressionando a face contra o peito dele.

– Todas as peças... Todas as peças vão se encaixar... Tudo está conectado. Tudo. – ela sussurrou amedrontada e chorosa enquanto ouvia o insistente tique-taque.                                                                                                                 

...

...

– Edward? – Carlisle disse em um tom baixo ao ficar perto da porta. – Filho, sou eu… Podemos conversar?

Edward não respondeu.

“Ele não pode ficar assim. Não depois de tudo”, Carlisle se lembrou de que o rapaz havia reagido da mesma forma após ter flagrado Harry e os outros bruxos na floresta na noite antepassada.

Respirando fundo, o médico pôs a mão sobre a maçaneta e a girou com delicadeza, abrindo a porta do quarto e entrando com o mínimo de ruído. Edward estava sentado no sofá e encolhido em si mesmo, segurando as laterais de sua cabeça abaixada enquanto os ombros tremiam, sua respiração profunda e tensa.

– Vá embora!!! – ele disse com a voz áspera, não se dando o trabalho de olhá-lo.

– Filho… – Carlisle caminhou até ele e se ajoelhou na frente, colocando a mão sobre o cabelo acobreado – Está tudo bem.

– N-Não! – ele negou – Me d-deixe só!!!

O patriarca dos Cullens acariciou a cabeça dele, os dedos percorrendo pelo cabelo em um movimento suave.

– Eu não vou deixá-lo só. Você não precisa sofrer sozinho... Você tem a mim. – Carlisle assegurou com a voz calma – Tem a todos nós. Sua família. Estamos sempre aqui por você. Eu estou aqui.

Edward tremia em um choro sem lágrimas, mantendo a cabeça baixa e pressionando o crânio com as mãos como se inconscientemente tentasse se livrar daquelas emoções que o oprimiam e o machucavam.

– Imagino o quanto deve ser difícil para você, o quanto dói agora. – o vampiro mais velho sussurrou – É natural já que você o ama, todos nós sabemos disso. Todos nós torcemos por vocês dois até certo ponto, como bem sabe... E sentimos muito por ter acabado desse jeito tão injusto e cruel para você.

O adolescente imortal não respondeu, mantendo os olhos fechados.

– Filho... Olhe pra mim... – Carlisle tirou as mãos de Edward sobre a própria cabeça com gentileza – Não tenha medo. Você está seguro... Está tudo bem agora.

Edward ergueu aos poucos a face, abrindo os olhos e vendo o semblante de compaixão no rosto suave e calmo de seu pai adotivo.

– Isso... Muito bom. – ele sussurrou, dando um leve sorriso por alguns segundos silenciosos – Edward, o que você fez ontem deve ter sido a coisa mais difícil que teve de fazer em toda sua existência. Eu sei que foi.

Edward fungou.

– Sei o quanto deve ter sido difícil para você, o quanto precisou de coragem e de força para dar um ponto final no que existia entre Harry e você. – Ele prosseguiu, sua mão pousando no ombro dele – Mas saiba que você fez o que precisou ter sido feito.

O jovem olhou para o homem, seu lábio inferior tremendo.

– N-Não queria!!! Eu n-não... N-não queria ter dito!!! – Edward com sua voz quebradiça.

Carlisle olhou para ele de maneira pensativa, mas cautelosa.

– O que você queria ter feito? – ele perguntou.

Edward estremeceu, um vinco profundo formando em sua testa ao se lembrar de horas antes quando ainda estava na sala de estar, ele estando a poucos passos de Harry, o bruxo o olhando suplicante.

– Eu... Eu queria ter dito que não havia o que perdoar... – ele sussurrou ao olhar para o chão – Queria ter o abraçado... Queria ter dito que não importava mais o passado... Queria ter dito que iríamos pra longe de tudo e de todos, mas…

Ele fechou os olhos com força, abaixando a cabeça.

– Mas...?

Edward respirou fundo ao olhar para baixo, franzindo a boca em um semblante feroz.

– Mas eu não consegui!!! – ele vociferou baixo, a emoção fazendo com que as palavras fluíssem de seus lábios – Porque além das coisas que eu quis dizer e fazer, eu também senti raiva de tudo que vi… Eu senti raiva de Cedric... Eu senti inveja do que ele e Harry tiveram. Senti raiva e inveja dele ter sido tão amado, de ter sido a razão de Harry ter feito tudo o que fez...

Ele olhou para suas mãos apertadas em punhos.

– Senti ódio das pessoas que fizeram mal a Harry... – ele arfou, suas palavras cheias de energia – E mesmo amando Harry, senti raiva dele... Senti raiva dele, porque ele me fez amá-lo… Sinto raiva porque ele me fez sentir essa dor por ter que tomar aquela decisão enquanto eu sentia nojo de mim mesmo por ter nascido amaldiçoado com esse rosto, de ser um lembrete constante de Cedric e principalmente de ter sentido raiva e inveja quando eu não ou tinha o direito de sentir!!!

Edward escondeu o rosto com as mãos, seus ombros largos estremecendo.

– E agora... Agora não há nada a não ser essa maldita dor no meu peito! – ele disse choroso – E dói... Céus, Carlisle, como isso dói!!!

Carlisle olhou para ele, seu rosto em uma máscara de piedade.

– Harry disse que me ama e eu sei que ele me ama, mas eu também sei que ele ainda ama Cedric e um dia ele perceberia que nunca poderei estar à altura dele. – ele sussurrou – E isso seria uma dor mais insuportável ainda. Como eu poderia ficar com Harry depois de saber de tudo? Como poderia, sabendo que eu nunca poderia ser tão bom e... E especial para ele quanto Cedric foi? Como?

Carlisle apertou os dedos no ombro dele de maneira reconfortante.

– Então foi por isso que você disse que não queria mais vê-lo? – ele conjecturou – A razão de tê-lo chamado de monstro?

Edward fechou os olhos em uma expressão de dor ao ouvir a palavra, abaixando a cabeça envergonhado.

– Foi o único jeito... O único jeito que encontrei para fazê-lo ir embora, para fazê-lo me odiar e tornar a separação mais fácil...  – ele disse baixinho.

Os dois ficaram em silêncio, Carlisle pensativo enquanto Edward se encolhia.

– Foi muito nobre de sua parte ter pensado no bem dele dessa forma. – Carlisle murmurou.

Edward olhou para ele.

– Nobre? Eu fui tudo, exceto nobre. – ele disse enojado – E se eu estiver errado?

O vampiro de 17 estremeceu ao vocalizar o pensamento.

– E se eu tiver cometido um erro? Eu... Eu sinto que devo ir até ele. Sinto que devo correr e pedir perdão pelas coisas horrendas que disse e fiz, mas ao mesmo tempo… Ao mesmo tempo eu me lembro de tudo que vi e descobri... Eu não sei o que fazer.

– Harry… – Carlisle disse com cuidado – É um bom menino. Disso nós sabemos agora. Mas Harry também nasceu e cresceu de maneira corrompida, em uma situação errada e tomou escolhas erradas... Mesmo com... Com boas intenções e tendo passado por situações extremas de sofrimento, os erros dele, os pecados dele ainda são graves demais para serem ignorados.

Carlisle suspirou, olhando para baixo.

– O que ele é de verdade, isto é, o fato dele ser o servo e escolhido do Diabo... Não há como ignorar, não quando ele veio para Forks com essa intenção.

O homem estremeceu ao lembrar-se do que viu.

– Harry trilhou um caminho no qual você nunca poderia seguir totalmente Edward, e sabe por quê?

Carlisle se aproximou dele como se compartilhassem um segredo.

– Por que você é essencialmente bom. Sempre foi. – ele disse baixinho e emocionado – Eu sempre disse a você que eu o transformei porque sua mãe me fez ver que havia bondade e doçura em você e seria injusto a morte ter de levá-lo. Você se tornou meu filho desde então e é algo que sinto muito orgulho.

Edward abaixou a cabeça.

– Você sente dor agora, pois a escolha que tomou foi verdadeiramente altruísta: você abriu mão do amor pelo o que é certo. Pelo o que é melhor. – Carlisle consolou – Você foi forte e altruísta em ter agido pelo o que é correto e não pelo que queria.

O jovem vampiro olhou para a janela, vendo a lua cheia começar a emergir do horizonte por entre as nuvens pesadas naquela noite de Halloween.

– E se me permite dizer, nenhum amor pode se manter quando nasce de mentiras e ocultações tão importantes. – ele disse de forma serena – Quando duas pessoas trilham caminhos diferentes, elas não podem seguir juntas.

Edward não respondeu e nem se mexeu, ficando paralisado em sua posição.

– Mas se ainda assim você deseja se unir a Harry nessa noite e seguir com ele por esse… Esse caminho, nós não iremos te impedir, ainda que seja difícil. – Carlisle assegurou, esfregando as mãos nos ombros dele antes de se levantar.

Edward viu Carlisle andar até a porta do quarto e este parar para vê-lo antes de sair.

– Você tem uma escolha a fazer, filho. Mas pense bem no que vai fazer... Pense nas consequências que terá... Pense se valerá a pena arriscar o que você já tem por algo no qual poderá te machucar e machucar a todos nós. – o homem disse – Lembre-se que as decisões mais certas em geral são sempre as mais difíceis.

Carlisle deu um sorriso calmo, saindo do quarto com suavidade.

Edward soltou o ar pela boca, sentindo seu peito comprimir pelo súbito peso das últimas palavras de Carlisle, estas ressonando na cabeça de maneira familiar: ele ouviu aquelas palavras antes, mas não conseguia se lembrar quando e nem onde, mas sabia do peso que elas tinham.

E enquanto permanecia em seus devaneios, um baque de algo caindo e de vidro quebrando estalou pelo quarto silencioso, fazendo voltar sua atenção para estante em sua frente e a alcançando em um milésimo de segundos.

Espatifado no chão, estava o porta-retratos com a foto no qual Alice o dera de muitos meses antes, a foto no qual Jasper havia tirado na ocasião em que eles foram para a praia com os bruxos. Com a mão trêmula, Edward pegou em meio aos cacos de vidro a imagem dele Harry e ele sentados na areia de frente ao mar e olhando um para o outro naquele perfeito pôr-do-sol – o exato momento em que ele havia se apaixonado pelo garoto de olhos verdes.

Colocando a mão no bolso de sua calça, ele puxou dois pequeninos objetos no qual sempre carregava e os observou, um o seu “amuleto da sorte” e o outro um presente que nunca deu: a conchinha que achou na areia quando esteve a sós com Harry e um pingente de diamante branco lapidado em forma de coração, algo no qual ele queria que Harry usasse ao invés do pingente do pomorim-de-ouro.

“Harry...” ele pensou, sentindo a dor e angústia o consumir enquanto tomava sua decisão.

...

...

– Ele está demorando. – Rosalie disse em um tom baixo e cauteloso, não querendo demonstrar a impaciência e ansiedade que sentia.

Já eram 11 horas da noite, todos os seis Cullens juntos na sala-de-estar enquanto esperavam por Edward descer do quarto com sua decisão final – algo desnecessário na opinião de Rosalie, apesar de Carlisle e Esme insistirem.

– Ele está levando o tempo que precisar. – Carlisle afirmou calmo, porém irredutível. – E estaremos aqui quando ele estiver pronto.

Silêncio.

O tique-taque do relógio pêndulo deixava todos mais apreensivos e nervosos ao se lembrarem de que em pouco menos de uma hora começaria o eclipse da Lua de Sangue e possivelmente diversos rituais de magia na floresta que os rodeava, incluindo o de Harry e seus amigos, a razão que os trouxeram à Forks.

Alice estremeceu, emitindo um som fraco ao se encolher ao lado de Jasper, fechando os olhos com força.

– O que foi, Alice? – Esme perguntou. – O que há de errado?

– Ela não está bem. – Jasper sussurrou ao olhar para a pequena vampira – Desde a partida de Harry, ela não está bem.

– Será que... Será que ele a amaldiçoou? – Rosalie perguntou, sua fachada de cautela caindo por terra.

Todos olharam para ela.

– Por Deus, Rosalie, se não for dizer algo útil, cale a boca!!! – Esme ralhou ao se virar para ela, incrédula e indignada por aquela suposição levantada.

A loira reagiu surpresa com aquela atitude de Esme, nunca esperando aquilo dela e por isso, incapaz de reagir de volta; Alice respirou fundo, abrindo os olhos ao ver que era observada por seus irmãos e pais.

– Não se preocupem comigo...

– E o que você sente? – Carlisle perguntou preocupado – Foi alguma visão que teve?

Alice abriu a boca pra falar, mas fechou de volta, franzindo a testa ao considerar suas palavras.

– Eu não sei o que eu vi... Não ainda. – ela murmurou – Mas eu sei... Eu sinto que está tudo isso que está acontecendo, está conectado a algo maior... Eu só não sei o que.

– Do que você está falando? – Rosalie olhou para ela e para os outros.

– Eu não sei. – Alice respondeu, abraçando o companheiro dela. – Eu...

– Shhh, Edward está vindo! – Emmett avisou, fazendo os outros prestarem atenção nos sons de passos vindos do andar de cima.

Alguns segundos depois, Edward surgiu na sala, caminhando devagar e com um rosto tenso.

– Edward? – Esme disse ao vê-lo, se aproximando dele – Estivemos à sua espera, meu bem.

Esme acariciou o rosto dele, vendo seu olhar triste apesar da neutralidade de seu semblante.

– Eu sinto muito. – ele disse, colocando sua mão sobre a dela.

– Você já decidiu filho? – Carlisle indagou, também se aproximando dele.

Todos olharam para Edward de maneira ansiosa.

– Você vai ir atrás de Harry não vai? – Alice disse – Diga que irá lá. Diga que vai lá e vai pedir perdão por ter sido tão idiota, Edward. Que o trará de volta para casa!

Edward não olhou para ela, ficando em silêncio.

– Edward...! – ela disse tensa, se desvencilhando de Jasper e andando até ele – Você não pode fazer isso com ele!!!

Carlisle interveio, colocando a mão sobre o ombro da pequena vampira vidente.

– Alice, temos que respeitar a dec-

– ELE NÃO PODE FAZER ISSO COM HARRY!!! – ela rosnou indignada.

– Eu não posso ficar com ele, Alice. Nós dois... Nós não...

– COMO VOCÊ PODE SER TÃO ESTÚPIDO, CRUEL E MESQUINHO?! – ela esbravejou se aproximando ainda mais dele.

Edward olhou para ela.

– Não me julgue, você não pode entender o que eu-

– EU JULGO SIM, SEU EGOÍSTA DE MERDA!!! – ela prosseguiu furiosa – EDWARD VOCÊ ESTÁ COMETENDO UM ERRO, VOCÊ NÃO PERCEBE?! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!!!

Esme se voltou também para ele.

– Ela está certa, Edward. – ela disse em um tom baixo mas duro, colocando as mãos sobre o ombro dele – Você tem que ir atrás de Harry! Não cometa um erro no qual possa arrepender depois. Você sabe que está cometendo um erro, em seu coração sabe que está!

Edward abaixou a cabeça ao dar um passo para trás.

– Vocês não entendem. Vocês não podem. Isso não é sobre mim e sim... – Edward disse mas se interrompeu ao fechar os olhos, colocando as mãos na cabeça ao sentir uma súbita dor descomunal o golpear e se alastrar pelo corpo: era como se ele estivesse sendo desmembrado, queimado vivo, cortado ao meio, dilacerado e pisoteado, uma dor tão potente que ele não conseguia nem mesmo gritar.

– Edward? – Carlisle franziu a testa ao ver o filho com uma expressão agonizante e seu corpo tremendo, ele caindo de joelhos no chão.

Alice se afastou do vampiro de cabelos acobreados, seus olhos se arregalando ao olhar em volta.

Inexplicavelmente, todas as luzes da mansão começaram a piscar de maneira aleatória até que os bulbos de todas as lâmpadas explodiram, deixando a casa em completo breu, os fazendo reagir em poses de alerta.

– O QUE INFERNO ESTÁ ACONTECENDO? – Rosalie indagou em um tom autoritário, tentando esconder o medo que sentia.

– Merda, isso não pode ser um bom sinal!!! – Emmett apertou os punhos, se preparando para o pior.

– Olhem isso! – Jasper apontou para janela. – Olhem!

Os vampiros se voltaram para a direção apontada por Jasper e assistiram em um silêncio consternado o escudo mágico ao redor da mansão começar a colapsar, o tecido invisível se rasgando em retalhos flutuantes enquanto esvoaçavam com suavidade, desaparecendo antes de tocar o chão.

– Todos vocês, fiquem todos calmos!!! – Carlisle ordenou em tom de comando. – Emmett, cheque o gerador de energia no porão. Deve ter sido um... Um blackout ou algo do gênero. Vá rápido!

Emmett andou depressa até a saída, mas parou na linha do batente da porta.

– Mas que porra!!! – Emmett grunhiu, seu enorme punho socando o nada.

– Emmett?! – Rosalie exclamou assustada.

– EU NÃO CONSIGO!!! – ele se virou para a família – EU NÃO CONSIGO SAIR DAQUI!!!

Rosalie correu até ele e o amplo batente que ligava a sala ao restante da mansão, mas bateu de frente com uma barreira invisível. Sua mão tocou o ar, mas não conseguia de forma alguma atravessar do outro lado. Fechando o punho, ela aplicou o maior soco que pode, mas sua mão foi detida.

– ESTAMOS PRESOS!!! – ela gritou, sentindo medo enquanto socava a impenetrável barreira. –ESTAMOS TODOS PRESOS!!!

Enquanto o restante da família se debatia contra o bloqueio e Edward se mantinha de joelhos sendo amparado por Esme, Alice sentiu algo fazê-la observar o céu pela janela, as nuvens se afastando e revelando aos poucos a lua cheia em sua totalidade, sua luz azul-prateada atravessando a janela e iluminando a sala de maneira gradual.

– Vocês todos, parem, parem agora! – Alice ordenou em uma voz tensa, fazendo os outros voltarem para ela e verem-na de olhos vidrados para a janela e lentamente se voltando para o centro da sala.

– O quê...

Algo está acontecendo... A razão para estarmos aqui. – a vidente disse de maneira automática, seu olhar vago – Alguém está vindo... Mas não nos quer mal. Não tenham medo... Fiquem apenas parados, não falem nada, não façam nada.

Paralisados em suas posições, eles viram que a luz do luar logo começou a se mover de maneira não natural: ela não estava mais espalhada sobre o ambiente da maneira como uma luz se comportava.

A luz se movia.

Como um véu luminoso, ela se encolhia, se retraia dos cantos por onde estava espalhada, ficando mais brilhante ao se concentrar em um ponto único da sala, fluída e graciosa como água ou como fumaça, prateada e brilhante ao erguer-se do chão como se estivesse se levantando.

Os vampiros ficaram mudos e paralisados, o instinto de sobrevivência, medo e fascínio os deixando sem reação para o que presenciavam; Já Edward sentiu a dor física começar a ceder, aos poucos voltando a reganhar controle sobre sua força e um pouco de clareza na mente.

Abrindo os olhos, ele viu que sua mãe estava ajoelhada ao lado dele, boquiaberta e de olhos arregalados, sua face em forma de coração iluminada e seu semblante assombrado, mas não por medo. Edward aos poucos viu que todos de sua família pareciam compartilhar da mesma expressão, seus olhares convergindo para um único ponto – a fonte de onde provinha a luz.

Então Edward olhou também para ali, seus olhos se arregalando enquanto o espanto, incredulidade e assombro o varreram por inteiro, sua mente ficando em branco exceto pela voz de Hermione e de uma conversa ocorrida no mês anterior.

‘Bem, para começar, Halloween é o nome no qual os trouxas deram para o Samhain, que nada mais é que um festival que marca o fim de um ano velho e o começo de um ano novo.  De acordo com as lendas, no dia 31 de Outubro que é o início do festival, o véu que separa o Reino dos Mortos para com o do Reino dos Vivos é levantado.... Os espíritos podem se materializar durante a noite, que é a hora mais propícia para a magia até o nascer do sol, quando o véu volta a separá-los.’

Edward se ergueu lentamente do chão, sua expressão facial congelada ao encarar oitavo individuo presente naquela sala, este também o encarando de maneira séria. Logo, a experiência surreal e bizarra se completou, os dois parados um em frente ao outro como se fossem reflexos um do outro, exceto que um era feito de luz prata e o outro de corpo petrificado, um imaterial e o outro material.

Diferentes um do outro, mas ainda sim iguais.

Olá... – Cedric Diggory disse muito sério ao dar um passo a frente, sua voz ecoando de maneira incomum – ...Edward Cullen.

Edward soltou a respiração pela boca, sua garganta dando um nó.

– Está na hora de finalmente conversarmos. – Cedric olhou nos olhos dele, olhos cinzentos encontrando olhos dourados.


Notas Finais


...


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