Josie encarava Mikaelson completamente presa por cordas molhadas em verbena e acônito. Ela sentia raiva de Hope, mesmo sabendo que não deveria.
Estava convencida de que Mikaelson estava disposta a mata-la, e que não a amava mesmo que já tenha dito antes.
As correntes que a impediam de fazer magia foram novamente colocadas nela. Agora estava imobilizada. Sem força física e nem magica.
Nada fazia sentido. Por que estava desacordada há tantas horas? Por que havia sido achada tão facilmente? Por que? Dúvidas passavam por sua mente a cada segundo.
Suspirou se aproximando da garota calma que tinha uma mecha do cabelo sobre o rosto. Levou sua mão próxima aos cabelos alaranjados, retirando-os de lá, mas algo estava errado.
Quando tocou sua testa acidentalmente, sentiu a temperatura extremamente quente. Franziu o cenho voltando sua mão para o rosto de Andrea conferindo se era realmente o que suspeitava. Aquilo explicava o porquê estava soando. Ardia em febre.
- Vocês precisam fugir... - Murmurou embolado ainda dormindo.
- Hope? - Josie perguntou tirando sua mão da pele da tríbida.
- Eu vou matar... - Falava com dificuldade enquanto sua expressão, que antes era serena, mudou para perturbação. - Eu vou matar todos vocês... Eu não quero matar, eu não quero! - Seu tom de voz aumentou, ela se contorcia na cama. - Vocês precisam fugir! - Lágrimas escorreram dos cantos de seus olhos fechados.
Seus gritos eram quase impossíveis de não serem ouvidos.
Alaric adentrou ao quarto imediatamente.
- O que aconteceu?! - Perguntou alarmado a vendo se contorcer desesperadamente aos prantos.
Se aproximou da tríbida tocando sua testa.
- Ela tá queimando em febre, tá alucinando. - Disse pegando uma seringa com algum tipo de líquido que a cedaria.
Aproximou a agulha do braço de Mikaelson, logo perfurando sua pele. Antes que pudesse injetar o líquido, a garota abriu os olhos desesperada. Parecia querer dizer algo, mas estava engasgada.
- Hope! - Josie empurrou o pai para o canto, o afastando dela.
A ruiva a encarou com lágrimas dos olhos, tentava dizer algo, mas nenhum som saía.
- Eu tô aqui... - Sua voz soou triste.
Andrea continuava se esforçando para dizer algo. Desesperada agarrou o pulso da bruxa mesmo estando presa. Josie se assustou com o toque, mas ela não parecia tentar fazer algum tipo de mal, parecia um pedido de ajuda. Sentiu seu coração quebrar em pedaços.
Os segundos corriam, e a sensação de que Hope estava se engasgando passou a ser uma certeza. Apertou mais fimemente o braço da garota que não sabia o que fazer. E de um segundo para o outro seus olhos estavam revirando-se enquanto ela se contorcia.
Saltzman e a filha paralisaram encarando a cena que veio a tona em seguida. Hope expeliu pela boca, nariz e olhos uma espécie de líquido negro. Estava literalmente vomitando algo que parecia piche. Uma gosma líquida completamente preta que nunca parecia sair de seu corpo.
Alaric tentou desesperadamente a desamarrar, mas as cordas estavam presas por feitiço.
- Josie! - Gritou pela filha que encarou o que a prendia sabendo o que fazer.
Soltou-se da mão da ruiva e tocou as cordas que prendiam seus braços absorvendo a magia, logo fazendo o feitiço que a prendia evaporar, dando oportunidade para que pelo menos a parte superior de seu corpo estivesse livre.
Assim foi feito. Ela não expelia mais a mesma quantidade da estranha substância, mas continuava engasgada. O diretor passou seu braço por volta de suas costas, sentando-a delicadamente na cama.
Ela continuava em um estado de inconsciência. A mancha desenhava o percurso de seus olhos até suas bochechas feito pelas lágrimas negras. Já não engasgava mais, mas tinha sua respiração desregular e sua pele pálida.
. . .
- Malum Deprehendere. - A bruxa de cabelos cacheados e vestido longo dizia o encantamento enquanto jogava as ervas misturadas em um pote de barro sobre a tríbida estirada sobre o chão.
A sua volta haviam velas e uma espécie de circulo branco determinado como algum tipo de limite para que o feitiço fosse feito.
- Malum Deprehendere - Seu tom aumentou, e junto deles a vela ao seu redor. - Malum Deprehendere! - Molhou uma das mãos na bacia de água ao lado, logo levando-a a testa da Mikaelson.
Algum tipo de símbolo foi desenhado pelo dedo indicador molhado em água fresca sobre a pele da garota. Se as velas antes já tinham chamas altas, isso agora só havia aumentado.
Josie observava tudo insegura ao lado de Lizzie. Dorian havia arranjado aquela bruxa, eles nunca haviam a visto, mas garantiu que ela sabia lidar com aquele tipo de coisa. Mas aquilo definitivamente não foi suficiente para convenca-la.
Se perdeu em devaneios poe alguns segundos, segundos o suficiente para que algo acontecesse e ela nem notasse.
As velas ao redor de Hope e da bruxa desconhecida se apagaram em um sopro de vento, mesmo não havendo nenhuma janela ou porta abertas ali.
A feição da mais velha não era nada boa.
- Brianna... - Ric interviu. - O que isso significa?
Ela levou seu olhar ao homem que encarava preocupado.
- Isso não é nada bom. - Permanecia ajoelhada ao lado de Andrea.
- O que você viu? - A voz de Josette soou embolada.
Brianna se levantou saindo do círculo de velas apagadas.
- O lado místico dela está em colapso. - Fez uma pausa. - São três espécies ocupando um só corpo. Por que acham que nunca existiu um tríbido antes?
- O que isso significa?
- Significa que Hope é um erro mistico, que seu corpo humano não pode aguentar tanto poder. As bruxas tentaram evitar isso antes dela nascer! - Que tipo de discurso era aquele?
- Do que você tá falando? - Josie avançou em direção a mulher. - Ela não é um erro! O único erro aqui é a sua magia falha.
- Josie... - Lizzie se aproximou da irmã percebendo a irritabilidade da mesma.
A mulher a observou com desdém.
- Eu não vou aceitar uma sifã dizendo tolices sobre a minha magia ou o que eu devo ou não pensar. - Respondeu. - A sua tríbida é um erro natural. - Disse para Alaric. - O dever das bruxas é manter a natureza em equilíbrio, ela foge desse equilíbrio e se isso não for consertado, vai causar estragos gigantescos. - Voltou a encarar a tríbida. - Ela já está praticamente morta, por que não adiantar isso? - Apontou sua mão em direção a Hope no chão.
Josie correu para perto de uma das paredes pronta para absorver magia e lançar alguma espécie de defesa, mas algo já parara Brianna a tempo.
A batida da porta se abrindo tomou conta do lugar, e a bruxa foi jogada contra a parede como um vulto.
- Minha sobrinha não precisa ser consertada.
A voz de Freya Mikaelson ecoou pela sala atraindo a atenção de todos os presentes.
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