Alguns dias mais tarde enfim chegou o dia da primeira prova. Na tenda dos campeões estávamos todos reunidos. Harry estava aterrorizado. Do nada a repórter irritante entra fazendo perguntas; minha irritação sobe a níveis alarmantes e consigo ver minha loba investindo raivosa contra as barreiras da minha mente.
- Essa barraca é só para campeões e amigos, e você não é nenhuma das duas opções.
Um flash me cega temporariamente e isso me irrita ainda mais; Dumbledore e tra na companhia do ministro e dos diretores.
- Façam um círculo aqui. -nos aproximamos e o ministro estende um saco de estopa - Srta. Stark faça as honras.
- O Verde Galês. -o ministro diz - Sr. Ricken, sua vez.
O garoto claramente assustado coloca a mão dentro e faz uma expressão de pavor enquanto retira a mão.
- O Meteoro Chinês.-se vira para o próximo competidor - Se. Diggory.
Cedrico Diggory repete os nossos movimentos e volta com mais uma miniatura de dragão agarrado a luva.
- O Foçinho Curto Sueco. -faz uma expressão engraçada - Sr. Potter, por favor.
Harry coloca a mão no saco e me olha, o incentivo a continuar, exita uma vez mas por fim continua, retira a mão e o mini dragão vem agarrado a sua luva guinchando.
- O Rabo Córneo Húngaro. -o ministro explica e se afasta um pouco dando a palavra a Dumbledore
- Senhores, o primeiro a iniciar a prova será o Sr. Diggory ao som do canhão. -o zelador Filch dispara antes e o estrondo ressoa em toda a barraca pegando a todos de surpresa. O barulho é ensurdecedor pra mim.
Fecho os olhos e respiro fundo. Me sento na cama destinada a mim.
- Está bem Alice? -Thiago pergunta
- Sim, as vezes ter sentidos mais aprimorados é ruim, eu não estava preparada.
- Tudo bem então?
- Sim. -sorrio de lado
Ouço a voz de Dumbledore informando que Diggory tinha terminado a prova e seria a minha vez. Thiago me dá o famoso "Boa Sorte" e vai para a arquibancada; caminho até a saída da "caverna" olhando tudo ao redor. Um rugido melodioso e muito alto ecoa por todo o local.
Dou alguns passos em frente e uma criatura pousa a dez metros de mim, se vira e me encara; continuo andando cautelosamente, ouço exclamações de medo vindas das arquibancadas, sorrio. Pulo em uma fenda no momento exato, as labaredas quasee atingem, sinto o calor que emanam. Me escondo enquanto recupero o fôlego, senão for com emoção e perigo, nem quero. Apesar de todo o barulho das arquibancadas sou capaz de ouvir o dragão se movimentando. Olho ao redor em busca de um caminho; encontro uma passagem mais a direita e ando até lá. Subo em uma pedra, mas não sou furtiva o suficiente para o dragão me vê e mais uma vez solta suas labaredas, me jogo para trás batendo as costas em outra pedra, sinto as partes afiadas me cortando, minhas costas esquentam e sinto o cheiro metálico do sangue. Isso me anima e eu me levanto, executo um feitiço ilusório, é óbvio que não vai durar muito tempo mas vai servir pelo pouco de tempo que preciso. Salto e escorrego até outra fenda, olho ao redor e vejo o ovo muito perto, o dragão de guarda não se afasta muito. Escalo as pedras com facilidade (meus treinos valeram a pena), escorrego e por pouco não caio em uma cima de uma estalagmite. Por causa do cheiro de sangue, o dragão se vira para mim e me encara como que se desafiasse a continuar, bufa soltando fumaça pelas narinas; abre a boca e consigo ver a faísca se formando, me impulsiono pra frente, desvio das labaredas e finalmente consigo pegar o ovo dourado. Ouço gritos de entusiasmo das arquibancadas e o dragão é contido, eu saio dali e vou direto para o interior do castelo.
Com a adrenalina se esvaindo do meu corpo, a dor nas costas intensifica, com preguiça de eu mesma fazer os curativos decido ir até a enfermaria. Theo aparece ao meu lado e carrega o ovo.
- Enfermaria. -digo
Chegamos na enfermaria e Theo me ajuda a subir em uma das muitas macas, por que isso aqui é tão alto? Me ajeito e ele sai a procura da Madame Pomfrey; logo vejo os dois caminho até mim.
- O que aconteceu minha jovem?
- Eu bati as costas em várias pedras pontiagudas, deve ter cortado minhas costas. Theo você pode pegar um moleton pra mim lá no dormitório?
- Claro.
- Deixe-me ver isso. - empurra meu amigo e fecha às cortinas do biomo.
Com um pouco de dificuldade tiro minha capa e as luvas, com um aceno de varinha a enfermeira corra meu uniforme, tapo meus seios automaticamente.
- Isso aqui tá feio hein, como conseguiu isso? -pergunta enquanto executa um feitiço de limpeza
- Na prova do torneio; eu estava escalando as pedras e o dragão me viu, me joguei para trás para não ser queimada.
- Entendo, vou passar uma poção para acelerar a cicatrização e depois enfaixar.
- Okay.
- Você tem cicatrixes, como conseguiu tantas?
Dou de ombros para não ter que responder. Minhas costas queimam quando a poção pastosa entra em contato com a minha pele, reteso o corpo.
- Estou quase acabando querida.
Balanço a cabeça afirmativamente, abaixo a cabeça e vejo ataduras passando pelo meu tórax até o meio da minha barriga.
- Não vou apertar muito.
- Okay.
Ouço vários passos seguidos de vozes, reconheço as vozes como sendo do professor Dumbledore, da professora Minerva e Snape.
Madame Pomfrey sai e onde estou e Theo entra deixando uma fresta nas cortinas, não me importo já que não tem anda de comprometedor do meu corpo aparecendo.
- Como não posso entrar no dormitório feminino, peguei uma moletom meu e encolhi.
- Obrigada.
Theo me ajuda a descer da maçã e para na minha frente, passa a peça pela minha cabeça e eu enfio meus braços pelas mangas. Meu querido amigo puxa o resto da roupa pra baixo ajeitando. Enlaça minha cintura com o braço e saímos, aceno com a cabeça cumprimentando todos presentes ali e continuo andando. Com um reparo meu uniforme é concertado, Pomfrey me entrega um frasco e eu tomo saindo da enfermaria em seguida. Vamos para a torre de astronomia onde o resto dos nossos colegas estão. Me sento em um dos bancos e converso com os demais. Rodadas de Whisky de fogo são distribuídas para todos deixando tudo mais animado.
- Posso abrir Ali? -Theo pergunta e os demais vibram excitação
- Abre. -sorrio e levanto o copo com Whisky
Theo segura o ovo com uma mão e com a outra abre o fecho. Um guincho ensurdecedor ecoa fazendo todos se abaixarem com as mãos tapando os ouvidos.
Faço o mesmo mas não é o suficiente, tenho a sensação de que os meus tímpanos vão explodir. Thiago aparece não sei de onde e fecha o ovo. Continuo de olhos fechados com o som ecoando na minha mente, aperto mais ainda os olhos e consigo ver minha boba rosnando enquanto tenta abafar o som com as patas.
Fico alguns segundos de olhos fechados, maldita audição avançada. O som finalmente se dissipa e eu consigo me acalmar. Fico no meio da bagunça dos meus colegas por cerca de meia hora até que decido me recolher. Meu único desejo é de me jogar na cama e apagar, me jogar na cama eu consigo, agora apagar não, já que o Theo não para de bater na porta me obrigando a levantar.
- O que você quer?
- Se arrume, vamos ao Três Vassouras beber.
- O que? -pergunto confusa
- Vamos sair e beber junto com uma galera nossa.
- Não tenho escolha né?
- Não! Agora se arruma e vamos logo
- Ah, tá bom... tá bom, tô indo.
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