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História A luz dos olhos teus - Nós mulheres que amamos mulheres - História escrita por JujutsuWorld - Spirit Fanfics e Histórias
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História A luz dos olhos teus - Nós mulheres que amamos mulheres


Escrita por: JujutsuWorld e blosseul

Notas do Autor


☆ * eu não vou agradecer à greve das federais por finalmente me dar uma folga para postar essa fic, mas saibam que eu pensei nisso

Capítulo 1 - Nós mulheres que amamos mulheres


Ela trouxe a chuva quando entrou pela primeira vez.

A porta da padaria, por algum motivo, emperrou, e o vento forte fez toda a entrada (tapete, cadeiras, sua caixa registradora) ficar molhada. Quem levaria a culpa não seria a cliente, é claro: Nobara ouviria poucas e boas sobre a quebra do alto padrão de excelência do estabelecimento onde trabalhava a pouco menos de um mês. Kugisaki suspirou, já tentando se lembrar onde estaria um pano para limpar toda aquela água, e quando a porta finalmente fechou, ela olhou para cima.

Dizer que a garota à sua frente era bonita era falar o óbvio. Ou melhor, era falar muito pouco. Escondido atrás de um par de óculos estava o mais belo rosto que ela já tinha visto na sua vida, do tipo que pessoas lutariam guerras e escreveriam épicos a respeito. De repente, um milhão de borboletas fizeram do seu estômago de moradia permanente. Talvez ela só estivesse emocionada; Megumi costuma dizer que ela mantém o coração na ponta das mangas.

A cliente – foco, Nobara, é uma cliente! – fechou seu guarda-chuva, limpou os sapatos no tapete e, sem desviar seu caminho em prateleira nenhuma, marchou direto para o balcão. Justíssimo: os pães – decorados, recheados, para todo gosto – são a especialidade da casa, e segundo Ino, literalmente muda vidas. Kugisaki aprendeu a conhecer muito sobre alguém pelo pedido no balcão, então ficou no aguardo do que ela, a cliente molhada dos pés a cabeça, revelaria.

Se Nanami aparecesse pela porta da cozinha, perguntando se ela não tinha algo para fazer, ela simplesmente acenaria em direção à padaria vazia em uma quinta-feira às 3 da tarde.

— Olha só, quem é vivo sempre aparece! — Ino terminou de separar uma fornada de croissant no display, antes de voltar-se à cliente. (Depois, Nobara teria que ter uma nova conversa sobre não esconder a existência de amigas bonitas). — Como foi a viagem?

— Como você acha que foi? — Ela não conseguiu ver a expressão que a cliente fez, mas pelo tom de voz, ela devia estar furiosa. — Nada mais insuportável que passar duas semanas ouvindo sobre quão perfeita a Mai é.

Nobara não conhecia a tal da Mai, mas já não era sua fã. Talvez ela pudesse se arrepender disso depois, mas no momento enquanto a sua crush estava irritada com a Mai, ela também está irritada com a Mai.

Discretamente, ela tirou o seu celular do carregador e enviou uma mensagem de texto para o seu grupo de amigos.

the queen [16:22]

estou apaixonada 😔

— Não se deixe abater por isso, você também é legal. — Takuma disse, e Kugisaki poderia jurar que o ambiente ficou mais frio. — É uma piada, é uma piada! O de sempre?

— Sim.

Ino andou ao redor do seu balcão, olhando com atenção os produtos à disposição. Depois de alguns segundos, pediu licença e entrou na cozinha, deixando a cliente sozinha e sem explicações. Nobara acreditou que Maki deveria estar acostumada com aquilo, pois ela só pegou seu celular e começou a navegar pelo aparelho, sem questionar o atendente.

Voltando para o seu próprio celular, ela recebeu respostas quase promissoras no grupo de mensagens.

the knight [16:23]

Terceira vez esse mês.

the jester [16:23]

QUE FOFO

quem é??

the queen [16:24]

não sei 💛

maki o nome dela

ela tá aqui na padaria fazem dois minutos e eu quero que ela pise em mim

the knight [16:24]

Ela tem cabelo escuro e óculos?

the queen [16:24]

🤨🤨 como vc sabe?

the knight [16:24]

Ela é minha prima, mais ou menos.

Por parte de pai, mas não comente isso se você tiver amor à sua vida.

Ela disse que gostava de visitar a padaria do Nanami.

the jester [16:25]

essa eh a prima que quase afogou seu outro primo???

the knight [16:25]

Ela mesma.

the queen [16:25]

seremos primos de segundo grau já já então 💛

the knight [16:25]

Boa sorte.

the queen [16:25]

não preciso de sorte, eu tenho carisma

E então, em um singelo momento de genialidade, Nobara – finalmente – notou que ela estava sozinha com a sua nova crush. Era perfeito! Talvez Ino servisse para algo além de panificação e dirigir quando ela precisava de carona para a faculdade. Kugisaki pensou bem no seu plano, no que ela poderia falar e fazer; ela queria que aquele primeiro encontro fosse perfeito e que elas se lembrassem daquilo para sempre…

— Oh, Maki. — E é claro que Ino tinha que estragar tudo, saindo da cozinha bem na hora que ela diria um olá. — Nós temos o seu pão de sempre aqui já prontos, mas Nanami disse que se você quiser esperar um pouco mais, vai sair uma nova fornada em uns dois minutos.

Maki pensou a respeito, provavelmente levando em consideração que ela já estava na padaria há um bom tempo, e no final deu de ombros. — Pode ser. — Ela disse, e voltou a usar seu celular.

Era a grande chance da garota! Tantas eram as possibilidades: dizer “oi”, dizer “olá”, dizer “puxa, que clima está fazendo lá fora, não é mesmo”. Nobara já tinha puxado conversa com outras mulheres antes, isso não seria uma tarefa impossível. Ela respirou fundo, e deu um passo em direção à saída do caixa.

Até que a garota de madeixas esverdeadas ergueu os olhos do celular e olhou diretamente para ela.

Intensamente, seu olhar afiado roubou todo o oxigênio do pulmão da Kugisaki. A atendente não conseguia desviar seus olhos da cliente, e ela havia esquecido como respirar. Sentiu suas bochechas pegarem fogo e não sabia como extinguir aquele incêndio dentro de si – talvez abrir a porta e ficar na chuva por alguns minutos ajudasse –. Era em momentos como esses que ela agradecia aos céus por amar mulheres: somente apreciando-as com todo o seu coração a permitia aproveitar aquele segundo de atenção.

O que ela tinha que fazer? Dizer oi? Lembrar de respirar? Talvez cavar um buraco no meio da padaria, e se enterrar lá dentro até que a outra mulher fosse embora e ela pudesse acalmar seu coração.

Nobara abriu a boca, porém nenhuma palavra saiu da sua garganta. Por três segundos intermináveis, ela ficou ali, paralisada. A porta poderia abrir novamente, trazendo ainda mais chuva para dentro da padaria, que ela continuaria ali, sem tomar nenhuma das mil decisões que ela poderia tomar.

E então Maki sorriu. Não amplamente, mostrando os dentes; um sorriso ladino, pequeno, o suficiente para demonstrar uma emoção além de tédio. Se Nobara abrisse o seu sketchbook naquele instante e pintasse a cena, o quadro se chamaria seria chamado “arco-íris depois de uma tempestade”.

A de madeixas castanhas fechou a boca, com seu rosto em chamas e um milhão de borboletas em polvorosa no seu estômago. Se o universo fosse gentil, ele a acertaria com um raio naquele momento.

O raio não veio, mas Ino reapareceu com uma sacola de pães quentinhos, o que foi suficiente para quebrar aquela frágil interação. Kugisaki olhou para baixo, fingindo que nada tinha acontecido, e com alguma esperança, ela poderia começar do zero algum outro dia…

— Seis melonpans para a senhorita, tenha um bom dia.

O pagamento. Nobara estava no caixa. E ela nem tinha secado a água da chuva no chão.

Os segundos que precederam a chegada de Maki no seu balcão foram longos e tortuosos. Quando a cliente chegou na sua frente, ela poderia derreter. Nobara sussurrou um “bom dia”, inaudível até para ela, pesou, e contabilizou os pães. Ela olhou para cima, para a garota mais alta, encontrando os olhos felinos a observando com calma. Derreter seria misericórdia divina, mas e se ela virasse uma poça de água e slime e nunca mais pudesse ver aquele olhar na sua direção?

— Mais alguma coisa? — Kugisaki falou mais alto, enquanto Maki pagava por aproximação com o seu relógio.

— Não. — Maki disse, mais suavemente do que na sua conversa com o homem. — Muito obrigada…

Seu nome? Qual era seu nome? — Kugisaki. Nobara.

Nobara. — Nem sequer a lira dourada dos contos de fadas soaria mais melodiosa do que seu saindo das cordas vocais dela. — Te vejo outro dia.

E na mesma velocidade em que ela entrou, a espetacular mulher se foi. Kugisaki a observou abrir o guarda-chuva, e ir embora pela calçada. Ela não sabe quanto tempo passou até que sua crush saísse do seu campo de vista. Deveria estar parecendo tão boba daquele jeito, suspirando como uma adolescente. Mal poderia esperar para ouvir a reação dos seus amigos quando ela começasse a exagerar a história dos últimos minutos.

Quando saiu das nuvens e voltou para terra firme, só ouviu a voz do seu chefe pela porta da cozinha: — Kugisaki, olha a bagunça da chuva na entrada!

Certo, o trabalho. Ela ainda estava no trabalho. Ino riu da rapidez que ela foi atrás do rodo, e Nobara jurou arremessá-lo na direção do colega.



Notas Finais


☆ * esta fic foi publicada com a ilustre ajuda dos incríveis:
— @ThHeart | avaliação
— @tomislavovich | betagem
— @wonwobirta & @egoistta | capistas


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