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História A maldição da Ilha. - Remember - História escrita por NinnaRodrigues - Spirit Fanfics e Histórias
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História A maldição da Ilha. - Remember


Escrita por: NinnaRodrigues

Notas do Autor


Bom pessoal, esse primeiro capitulo é pra vocês compreenderem o que virá pela frente na historia. Espero que gostem, se gostarem me sigam para não perder as atualizações que de inicio pretendo fazer duas vezes na semana, podendo ter dias que postarei dois ,três capítulos depende da minha inspiração. Se gostarem deixem seu favorito e me siga!
Beijos!

Capítulo 1 - Remember


Fanfic / Fanfiction A maldição da Ilha. - Remember

Eu me encontrava agora na proa do navio que flutuava sobre o oceano Pacífico na costa ocidental do Japão. Eu usava um sobretudo e por baixo um vestido amarelo com flores de Sakura estampadas que era o que meu pai mais gostava que eu usasse. Apesar da corrente de ar frio que circulava ali, as lagrimas que escorriam no meu rosto aqueciam a minha pele gelada. Eu olhava fixamente para o a agua enquanto ela colidia no casco da embarcação, meu coração estava agitado e batia sufocado dentro de mim.

Flashback.

Eu morava somente com meu pai Yoshida, na vila Kyuminato   que era um distrito da cidade portuária de Engan. Nossa casa simples ficava próximo ao porto onde atracava grandes navios. Meu pai trabalhava embarcado especificamente em navios cargueiros, ele sempre fez de tudo para me dar uma vida digna. Eu nunca conheci minha mãe, papai dizia que ela havia morrido quando eu nasci, eu já chorei me culpando por isso, mas papai sempre me consolava dizendo que a culpa não era minha. Havia fotografias da mamãe por toda a casa, eu não me achava parecida com ela, meus cabelos e olhos são castanhos enquanto os dela eram muito negros e seus olhos azuis, papai dizia que eu tinha a mesma personalidade forte dela. Sorri com as lembranças. Me encontrava na nossa pequena sala, sob o aparador havia alguns porta-retratos, dentre as fotos havia uma de quando eu era bebe, usava uma manta vermelha e uma touca com orelhinhas felpudas na cabeça, outra foto registrava  meu primeiro aniversário, uma outra estava ali para lembrar de  quando me formei na pré -escola e várias outras registrando cada momento importante da minha vida. Peguei um porta retrato para olhar de perto, eu estava usando uma beca, era da minha formatura do ensino médio. Papai estava ao meu lado sorrindo orgulhoso e eu retribuía o sorriso calorosamente. Meus olhos marejaram com a lembrança feliz. Apesar de não termos posses ele sempre lutou para me oferecer conhecimento, ultimamente tem trabalhado o dobro, pois diz que irá me matricular na faculdade.

Eu completaria dezoito anos na próxima semana, meu pai estaria de volta na sexta feira quando o navio atracaria no porto. Suspirei. Ainda faltavam dois dias para que ele chegasse, eu já estava com saudades. Comecei a descascar alguns legumes para preparar o jantar, essa noite seria mais uma das vezes em que eu faria uma refeição sozinha. Coloquei uma música no toca cd, se chamava “Fukai Mori“ e ela sempre me causava uma boa sensação.

A voz firma da cantora ecoava na sala enquanto eu degustava da minha sopa de legumes, o tempo estava frio e a beira mar a sensação térmica era sempre mais baixa.

“Agora no fundo dessa densa floresta, certamente...

Despertou o que estava escondido no meu coração..”

—No ritmo do tempo...talvez voarei ..mais uma vez—Cantei junto a artista—Vivemos...em qualquer lugar...enquanto viajamos...sem direção...

Fim do Flashback.

—Procurando a Luz até encontrar...eu caminho sempre...com você..—Cantei baixo ainda recostada na proa do Navio enquanto as lagrimas embaçavam minha visão.—Alguém chamou minha atenção. Enxuguei as lagrimas rapidamente.

—Senhorita Rin , deveria entrar...está frio aqui fora. —Disse uma das moças que trabalhavam na cabine da embarcação.

—Eu estou bem, obrigada. Vou ficar mais um pouco e daqui a pouco eu entro. —Disse sem olhar na direção da mulher.

—Sim senhorita. Qualquer coisa pode me chamar. —Disse a moça se retirando.

Voltei a olhar para o mar que agora tinha um tom mais escuro devido a lua ter sido ofuscada por uma grande nuvem que indicava que poderia chover em breve. Não me importei e continuei ali mais alguns minutos. Os passageiros do Navio com certeza já se recolheram a algum tempo, pois o silencio reinava no lugar. Ajeitei mais meu casaco para me proteger do vento frio. Retirei de dentro do bolso um envelope lacrado e olhei fixamente.

“Para minha querida e amada Rin.

De seu amado pai Yoshida”

As lembranças começaram a invadir minha cabeça lentamente.

Flashback.

—Papai! —Corri em sua direção enquanto descia do Navio com alguns sacos. —Senti Tantas saudades. —Disse o abraçando.

Ele retribuiu.

—Oh querida, eu também senti! —Disse com a voz um pouco embargada e fraca, se afastou lentamente enquanto tossiu algumas vezes.

—Papai, o que houve? Está um pouco pálido! —Eu disse preocupada.

—Não há nada querida, apenas cansaço e um resfriado simples. Vamos para casa, faça uma deliciosa sopa quente e eu ficarei bem. —Disse pegando suas bagagens, eu peguei uma das malas e o ajudei a carregar até nossa casa.

Não sei quantas vezes tivemos que parar em curto período de tempo antes de chegarmos a nossa casa devido ao seu cansaço e falta de ar. Insisti que fossemos para o hospital e ele alegou que estava tudo bem. Sorrindo voltava a caminhar até entrarmos em nossa casa.

Dois dias se passaram e seu estado de saúde não melhorava, ele apenas me pedia para fazer alguns chás e tomava alegando estar bem melhor. No terceiro dia ele estava queimando de febre.

—Vamos imediatamente ao hospital! —Eu disse autoritária. Ele sorriu. —Está rindo de que? —Perguntei brava por não me levar a sério.

—Você se aprece tanto com Mika apesar de ...—Interrompeu-se—Apesar de ser tão jovem. —Me olhava examinando minha face.

—Claro que me pareço! Você é um homem muito teimoso Papai, a mamãe tinha toda a razão de ficar brava! Agora vista-se e vamos ao hospital! —Peguei seu casaco o obrigando a colocá-lo imediatamente. Ele se levantou com dificuldade e tossindo.

Chamei um taxi da vila, eu tinha alguma pouca economia que me permitia esse luxo ao menos uma vez na vida e numa situação como essa. Chegamos ao hospital de cidade de Engan e fomos brevemente atendidos pelo Dr. Hiroshi, um velho conhecido do meu pai.

—Olá velho amigo Yoshida! —Disse o médico o cumprimentando meu pai que estava sendo empurrado por mim numa cadeira de rodas já que estava tão cansado que tinha dificuldade de caminhar. —Olá Rin, o que os traz aqui?

—Olá Dr. Hiroshi. —Peguei na mão do homem o cumprimentando. —Papai não tem passado bem desde que desembarcou. Tem tido febre e tosse frequente. Percebi que ele perdeu peso nesses dias...—Eu disse preocupada.

—Está tudo bem-querida...—Disse meu pai tentando me acalmar.

—Não! Não está tudo bem papai! Fiquei quieto e deixe o Dr. Te examinar. —Eu disse brava com a insistência dele de dizer que estava bem. Ele gargalhou.

—Amigo Hiroshi, veja como minha filha cresceu, está falando como uma mulher e não mais como uma criança. —Dr. Hiroshi sorriu.

—Venha, vamos fazer alguns exames. —Disse o médico nos levando para uma das salas de consulta.

Após algumas horas de espera e exames sangue e imagem o médico nos chamou de volta a sala de consulta. Eu não gostei do que vi, o semblante do Dr. Hiroshi estava mais sério e não mais com aquele ar brincalhão de sempre.

—Sente-se Por favor. —Disse me indicando a cadeira a sua frente.—Yoshida, quero que seja sincero, há quanto tempo você tem estado assim?—Perguntou encarando meu pai que ficou sério por um instante.

—Não estou doente, apenas comecei a ter um resfriado desde que embarquei a 3 semanas atrás. Estou bem.—Disse Papai parecendo preocupado com minha reação pois me observava atento.—Eu sempre tive uma condição de saúde frágil.

—Rin...Yoshida...—Disse Dr. Hiroshi sério. —Os exames deram uma grande lesão pulmonar, os dois pulmões estão comprometidos. Precisamos interna-lo e começar a medicação imediatamente. Mas dispomos de poucos recursos aqui em Engan, seria viável que seu pai fosse transferido para a capital.

—Não temos condições para ir para a capital e pagar todos os gastos hospitalares! —Disse meu pai interrompendo. —Confio no seu trabalho meu amigo, posso ficar aqui.

—Papai, se ir para a capital vai te dar melhores condições, então vamos para a capital! —Eu disse já com os olhos cheios de lagrimas—Vamos usar as economias da minha faculdade!

—Não! Não permito que faça isso! —Disse papai agora sério. —Eu não vou comprometer seu futuro. Vou ficar em Engan e assim que melhorar voltarei para a vila Kyuminato onde eu quero ficar.

—Papai! —Eu disse já com lagrimas. —Não faça isso! Vamos usar o dinhe...

—Não. —Disse sério. —Somente eu tenho a conta onde está suas economias, e não lhe darei de maneira alguma a não ser para partir para capital onde irá cursar arquitetura como você sonhou. Eu trabalhei anos almejando isso! Não permitirei que destrua esse sonho! —Hiroshi meu amigo...—Olhou para o médico que escutava pesaroso. —Por favor, vamos fazer o que precisa ser feito.

Hiroshi assentiu. Eu tinha lagrimas escorrendo em minha face, de frustração e medo.

Fim Flashback.

Percebi que meu rosto estava banhado em lagrimas, e minha pele já estava ressecada com o vento frio. Tirei o lacre do envelope e abri retirando um papel dobrado de dentro dele. Uma carta. O dia em que papai me entregou essa carta, o dia mais triste da minha vida.

 

Flashback ON

Já havia alguns dias que passávamos as noites no hospital, papai estava mais magro, apesar de estar tomando as medicações não aprecia melhorar como esperado.

—Filha, deve ir para casa e descansar. —Disse alisando meu rosto abatido. —Eu queria estar agora na nossa sala, olhando um dos porta retratos de sua mãe, tomando uma bela xicara de chá que só você sabe fazer...—Eu sorri triste—Eu quero voltar para minha casa querida...

—Papai, é preciso que fique aqui até melhorar. Não está em condições de ir embora. —Respondi carinhosa.

Dr. Hiroshi adentrou o quarto.

—Olá Rin, Olá Yoshida. Como se sente hoje? —Perguntou olhando para papai que melhorou a face rapidamente.

—Estou ótimo. Gostaria de ir para casa. Sinto saudades do meu lar. —Disse pesaroso.

Dr. Hiroshi suspirou e me chamou para a sala ao lado para conversamos.

—Rin, a situação do seu pai é delicada, mas eu aconselho que o leve para casa, que de conforto e bem-estar, que faça coisas que o deixe feliz e confortável...

—O senhor quer dizer o que com isso? —Interrompi-o. Dr. Hiroshi suspirou.

—Rin, preciso ser franco, isso é muito difícil de se dizer, ainda mais se tratando do Yoshida que é um amigo querido, mas…Ele tem pouco tempo de vida, seu pai tem uma doença genética grave chamada Fibrose cística e contraiu uma pneumonia séria por agravamento, nos exames pude ver que outros órgãos como pâncreas e estomago também foram comprometidos. As medicações tem sido pouco favoráveis pois foi tardio, e seu estado de saúde tem se tornado muito sensível a cada dia. Ficar no hospital pode agravar a situação caso ele pegue alguma bactéria mais resistente...

Eu não ouvi mais nada pois um barulho se instalou em minha cabeça e lagrimas turvaram minha visão.

—Rin eu sinto muito. —Disso Dr. Hiroshi.

Eu chorei, chorei até não conseguir mais. Papai foi liberado para casa naquele mesmo dia. Eu tentei me manter firme na sua frente, mas chorava todas as noites antes de me deitar. Os dias foram maçantes, as noites sem dormir se tornaram uma rotina diária para mim. Papai estava cada dia mais abatido e eu já não tinha de onde tirar forças para me manter firme. Eu tentei ser a melhor filha que eu pude ser, eu o levava ao porto todas as manhas para observar as gaivotas e os navios que partiam todas as manhãs. Eu segurava a cadeira de rodas que estava agora de frente para o mar, a agua batia nas rochas formando espuma branca no azul.

Eu fixei meus olhos sem vida no horizonte onde um cargueiro sumia.

—Querida...—Chamou minha atenção.

—Sim papai? —Respondi me agachando a frente da sua cadeira de rodas. Seu rosto estava magro e abatido e eu segurei as minhas lagrimas sentindo elas inundarem o meu peito. —Estou aqui.

—Quero te dar algo...—Retirou dois envelopes de dentro do bolso de seu casaco. Um branco e outro marrom. Me entregou os dois. —Um presente do seu velho pai. Abra o escuro primeiro.

Meus olhos marejaram.

—Obrigada. Eu te amo. —O abracei forte e senti meu ombro úmido, me afastei percebendo que eram as lagrimas dele. Não pude evitar chorar. —Não chore papai...

—É de felicidade ao ver a mulher que você se tornou. Abra querida. —Disse acenando para o envelope.

Abri o envelope indicado e tinha um pequeno bilhete e uma passagem.

“O mar foi a minha casa durante anos, quero que você o conheça de mais um horizonte”

Peguei a passagem. Li o destino.

“Cruzeiro Viajante alado. Da costa litorânea do Japão as Filipinas. ”

—Papai...deve ter sido muito caro. —Eu disse emocionada.

—É um presente de aniversário, uma pena você ter passado seu dia especial dentro do hospital querida. Eu trouxe quando voltei de viagem, mas não tive a oportunidade de entregar. —Falou com dificuldade e eu o abracei forte.

—E esse outro envelope? —Perguntei tentando abrir o lacre e sendo impedida pelas mãos cansadas do meu pai.

—Esse você só abrira quando estiver a bordo do Viajante alado. Não desobedeça. —Disse com o olhar caloroso.

—Sim papai. —Guardei o envelope no meu casaco.

—Vamos a praia pegar algumas conchas? —Disse papai sorrindo, apesar de abatido ainda mantinha o sorriso caloroso no rosto pálido.

Seguimos até a praia onde recolhemos algumas conchas. Papai escolheu uma reluzente e me entregou.

—Pegue, essa brilha como seus olhos. —Disse me entregando.

—Mais uma para minha coleção! —Ela deu um pulo feliz.

Alguns dias se passaram, nós já não saiamos de casa, papai se mantinha a maior parte do tempo na cama, ele já não se alimentava e eu não sentia nenhuma fome ao vê-lo daquele jeito, havia emagrecido alguns quilos desde então. Papai esteve me preparando todos os dias, havia me explicado sobre o verdadeiro sentido do amor e de como eu jamais deveria duvidar do amor dele por mim não importa o que acontecesse. Eu chorava todas as noites pois sabia que o momento mais temido estava próximo de acontecer. E foi numa noite chuvosa de outono, o mar estava revolto apesar de sempre ser calmo, a lua parecia mais triste e se escondia atrás de uma nuvem escura. Eu estava à beira da cama secando seu rosto que suava de febre.

—Filha…—Falou com dificuldade. —Não duvide nunca do meu amor por você. —Ele olhou a porta retrato sobre o criado mudo, na fotografia mamãe sorria enquanto brincava na agua da praia. —Mika, finalmente vamos nos encontrar...

Eu tinha as vistas turvas e segurava as lagrimas, não queria que ele se sentisse triste ao me ver chorar.

—Você se tornou uma mulher forte, está pronta para enfrentar a vida. —Ele tossiu um pouco fraco. —Filha, pegue um pouco de agua por favor.—Disse baixinho.

Me virei para colocar um pouco de agua da jarra que estava sobre o aparador.

—Aqui está papai...—Eu disse me retornando e encontrando-o imóvel e sem vida, sua face aprecia ter um sorriso discreto e seus olhos pareciam de alguém que dormia profundamente. —Papai! Papai! —Eu gritei esperando que ele acordasse e me dissesse que estava apenas dormindo. Mas não aconteceu. Ele havia partido e me deixado. Lagrimas escorreram pelo meu rosto e eu me debrucei sobre seu corpo sem vida para abraça-lo uma última vez. A chuva se acalmou, e o mar estava sereno. Mais um filho havia sido levado de volta para casa.

Fim Flashback

Retirei o papel de dentro do envelope, era uma carta escrita a caneta tinteiro, estava datada alguns dias antes do meu pai desembarcar no porto. Meus olhos ainda estavam embaçados então eu os sequei com as costas das mãos. O navio estava escuro, mas a luz do luar iluminava a proa. A nuvem havia desaparecido e dado lugar a lua cheia que brilhava no céu.

“Querida Rin.

Esse foi o nome que eu escolhi para você assim que te vi pela primeira vez. Seu nome significa lírio d’água, não poderia ter explicação melhor, você possui a beleza e resplendor do lírio minha filha! Quando eu te vi achei que fosse uma miragem, não podia acreditar que pudesse mesmo haver uma criança perdida em pleno mar aberto...”

Eu fiz uma expressão surpresa. —Perdida...em pleno mar...aberto? —Me perguntei confusa.

“Se estiver lendo essa carta provavelmente eu já estarei dormindo na eternidade, pois estou muito doente e não terei muito tempo de vida. Queria que você soubesse a verdade então escrevi essa carta. Tudo aconteceu na primavera há dezoito anos atrás, eu estava no andar de cima do navio ancorado quando avistei algo diferente na água, uma cesta de bambu trançada coberta por um manto vermelho, desci até o andar de baixo e desci o barco salva vidas. Remi até o objeto e puxei à pequena cesta com cuidado e trouxe para perto. Ao levantar o manto tive uma surpresa que nunca imaginei, uma criança de pele clara e cabelos castanhos estava ressonando tranquilamente dentro daquele balaio...” interrompi a leitura para assimilar.

Eu tinha a mão na boca e lagrimas escorrendo sem parar. —Meu Kami...—Continuei a ler ainda perplexa.

“Você usava um vestido de tecido nobre com pequenas pedras preciosas. Entrei no Navio sem que ninguém pudesse me ver, a escondi por três dias até que desembarcássemos no Porto de Kyuminato, não foi difícil, pois você não chorava então os demais não te notaram, acreditei que fosse muda de nascença. Ao descer no porto fui recebido por um amigo eufórico, minha esposa estava em trabalho de parto, a mãe de Mika era a parteira distrito. Kaede era o nome dela. Mika deu a luz ao nosso filho depois de horas exaustivas de trabalho de parto, um menino! Mas ele viveu apenas por alguns minutos deixando um vazio no ventre e nos braços de seus pais. Conversei com Kaede e pedi que não revelasse a verdade a Mika pois eu havia trazido uma criança do mar que poderia ser nossa, ela aceitou imediatamente a fim de evitar o sofrimento da filha. Apresentamos você a Mika como sua criança. Ao vê-la pela primeira vez ela chorou de felicidade, a pegou nos braços e te alimentou no próprio seio. Alguns dias depois Mika ficou muito doente por complicações do parto e faleceu em casa, eu me senti perdido. Mas eu tinha você, você foi tudo que me restou, mesmo não sendo minha filha de sangue eu tinha você Rin. Você só falou a primeira palavra aos cinco anos de idade, chorei de felicidade! O mar me trouxe você pois o Deus dos Mares e tempestades já sabia do destino que me era reservado, você foi a luz que preencheu a minha vida Rin. Kaede faleceu alguns meses após a morte de Mika levando o segredo ao tumulo. Restou apenas a mim, o único que sabia a verdade. Eu espero que possa me perdoar por ter escondido isso de você, eu poderia levar esse segredo comigo mas acho que você em o direito de saber a verdade sobre sua origem. Eu não sei quem são seus pais, me perdoe por não poder ajudar sobre isso. Deixo a ti todo o meu amor pois serei para sempre seu pai Rin, e você para sempre minha amada filha. ”

—Meu Kami! Meu kami!—estava atordoada pelas revelações e ao mesmo tempo incrédula com tudo aquilo. Lagrimas molhavam o papel na minha mão. Coloquei a carta sobre meu peito e abracei .—Papai...Claro que eu vou ser sempre sua filha, para sempre!

Quem sou eu? Me perguntei. Quem teria coragem de jogar uma criança a própria sorte em mar aberto?

Me sobressaltei com uma voz Indecifrável a me chamar.

 “Socorro, ajude!”

Me virei procurando a voz que eu escutava.

—Quem chama? —Perguntei sem resposta, o Navio ainda permanecia escuro. Os viajantes estavam dormindo.

“Aqui! Venha! ”

Tirei meus sapatos de cadarço e os coloquei no chão de madeira. Só ai percebi que as aguas se tornaram movimentadas de repente. Percebi que a voz parecia vir do lado de fora do Navio e coloquei meus pés grade de proteção da proa subindo dois degraus para conseguir ver melhor abaixo de mim.

—Olá! —Chamei. —Será que tem alguém precisando de ajuda?—Perguntei-me. Cerrei meus olhos tentando ver um pouco mais a frente, a minha direita vi uma sombra de algo imenso.—Uma ilha! É enorme!

Corri para o lado direito do Navio para tentar ver melhor e ter certeza. Sim! Era uma ilha! Estava escuro, mas não estava enganada. Era maior que própria Ensan!

“Nos ajude!”—A voz continuou a chamar-me. Olhei na agua e não via ninguém.

—Alguém! Socorro! Tem alguém na agua! —Gritei chamando a atenção da tripulação. —Um dos marinheiros veio correndo junto com alguns hospedes. Os salva vidas iluminaram na agua com uma farolete.—Esta por aqui, eu ouço chamando!—Eu disse nervosa.

—Senhora, não há falta de nenhum tripulante, e se houvesse alguém aqui não estaria vivo pois estamos em mar aberto e essa pessoa poderia estar a horas a deriva. —Disse o tenente do Navio.

—Gente e se alguém caiu no mar? —Uma das hospedes disse assustada.

—Calma senhora, não há queixas de nenhum passageiro desaparecido. —Confortou a tenente.

—Mas há uma ilha! E se algum morador estava num barco e naufragou! —Eu gritei apontando para a ilha e todos olharam em direção onde eu apontava e depois olharam para mim novamente confusos. —A ilha é enorme, certamente há moradores! —Eu estava ficando nervosa. E a voz pedindo ajuda continuava. —Vocês não estão vendo e ouvido!?

—Senhora, não há nenhuma ilha. —Disse o comandante pegando o mapa e me mostrando. Não havia marcação de nenhuma ilha no mapa, mas eu estava vendo.

—Olhe e verá! Tem uma ilha a nossa direita! —Eu dizia nervosa. Um dos salva vidas iluminou com o farolete e os outros olharam para mim ainda confusos.

—Senhora, venha, vamos para o seu quarto, está cansada. —Disse uma das funcionárias me pegando pelo braço e me encorajando a segui-la.

—Me solte! Vocês estão ignorando o pedido de ajuda de alguém! —Corri para a proa e subi os três degraus ficando o mais alto que podia enquanto olhava dentro da agua. Mas a escuridão me impedia de enxergar.

—Senhora, não faça isso é perigoso! —Disse a funcionária vindo em minha direção. Mas antes que ela pudesse chegar até mim o mar se revoltou e eu cai na agua. Me debati algumas vezes tentando subir a superfície, mas eu só afundei ainda mais. Senti algo me puxando me puxando, tentei ver o que era, mas apenas uma sombra negra pode ser notada. De repente tudo ficou escuro.

Autora on.

—MEU KAMI! SALVEM-A!—Gritava uma das hospedes desesperada.

O salva vidas iluminou com o farol e jogou uma boia pulando ao mar com uma corda amarrada em si mesmo em seguida mergulhou algumas vezes procurando por Rin. Foram alguns minutos em vão. A garota havia desaparecido.

—Senhor, não há sinal da garota. Creio que foi levada pela corrente marítima, aqui especialmente é muito forte. Chame a guarda costeira!


Notas Finais


Obrigada por chegar aqui, se gostou não deixe de comentar e acompanhar os próximos capítulos!


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