Depois que tomei banho e coloquei um conjunto de moletom, Cameron —que estava usando as roupas de Shawn, pois seu smoking molhou por completo, menos o blazer— e eu nos sentamos na cama. Lauren e Hailee estavam totalmente confusas com o que aconteceu na piscina, sei que elas querem perguntar mas estão esperando o Shawn para começar a interrogar de todas as formas possíveis. A festa ainda estava acontecendo no andar de baixo, então resolvemos ir para o último quarto no final do corredor. Sei que vai ser difícil para Cameron contar o que aconteceu no dia do baile, no assassinato de Christian mas agora ele não vai ter outra opção. Todos ouviram a Kathe falando que o Sammy a derrubou na piscina. Os minutos se passaram e Shawn entrou no quarto segurando uma bandeja com duas xícaras, se aproximou de nós e então, a pegamos pela asa.
— Eca. — Cameron fez uma careta. — Odeio chá!
— Beba ou eu vou fazer você beber! — Shawn fechou a porta e voltou a nos olhar furioso. — O que foi aquilo na piscina?
Fico em silêncio. Por incrível que pareça, Cameron também ficou calado. Não tocou no chá e nem levantou o olhar. Toco suas costas com a mão esquerda e acaricio, fazendo movimentos circulares.
— É... difícil contar essa história mais uma vez. — por fim, ele diz. — Christian foi muito importante para mim e eu ainda me sinto horrível com o que aconteceu.
— Você matou o Christian? — Shawn fechou os punhos. — Você é um bosta!
— Oh meu Deus, o Christian não! — Hailee colocou as mãos na cabeça.
— Quem é Christian? — Lauren fez uma careta.
— Sei lá cara, eu nem era dessa época ainda.
— Christian foi o meu melhor amigo, meninas. — Cameron suspirou. — Éramos como Shawn e Gwen. Nunca nos separávamos, mas eu... achava que ele estava afim da Taylor naquela época, então eu bati nele do lado de fora do ginásio do colégio e então apareceu Nash para apartar a briga e Taylor para assistir, foi nessa hora que o Sammy apareceu e...
— Foi o Sammy. — termino o que Cameron ia dizer. — Ele matou o Christian e se livrou das provas, sobraram as câmeras de segurança do colégio mas faz tanto tempo que nem sabemos se ainda existem.
— Que Droga, Dallas! — Shawn o encarou com desprezo. — Eu esperava mais de você! Não sei quantos vacilos você cometeu mas... bater no seu melhor amigo por causa de uma vadia?
— Ei! — Lauren protestou. — Essa vadia sossegou!
— Isso é humilhante, Cameron. Eu esperava isso de qualquer garoto do bairro mas de você? Não estou surpreso pela babaquice, mas sim, por você ter levantado a mão para o seu melhor amigo! — Shawn balançou a cabeça.
— Quer parar o sermão, porra? Eu estou arrependido do que aconteceu!
— Se arrependimento matasse, Christian estaria vivo e você morto!
— Chega! — entro na conversa repreendendo os dois. — O foco agora é "o quê" vai acontecer agora.
— Por que a Gwen está envolvida nisso? — perguntou Hailee. — Pelo que entendi, ela não viu o rapaz sendo morto.
— Eu sabia da história. — suspiro e levanto. — Bom, eu interroguei a Taylor e Cameron, falta o Nash! Quanto mais informações tivermos, melhor será para conseguirmos incriminar só o Samuel.
— Isso virou o quê? FBI? — Lauren franziu as sobrancelhas. — Isso é uma péssima ideia e pode acabar com a vida de todos vocês em um segundo se quer. Ainda mais com um serial killer entre nós! Que caralho virou isso agora? Que porra!
Ela é tão boca suja.
— Precisamos fazer alguma coisa. — coloco a xícara em cima da cômoda e olho eles. — Eu não sei vocês mas eu vou fazer alguma coisa e não vai ser o Samuel que vai me impedir! Se ele matou uma vez, ele vai matar de novo! Isto é, se ele já não matou de novo.
— Você ainda tem esperança para que isso realmente dê certo? — Hailee me encarou.
— Na verdade... — olhamos para o Cameron ao mesmo tempo, ele estava com um sorriso perverso nos lábios. — Sei exatamente o que podemos fazer. Preparem suas roupas formais e óculos escuros para o suspense! — se levantou.
— Qual é?! — reviro os olhos. — Você vive em que mundo para usar óculos escuros?
E ele me ignorou totalmente.
— Chamem Taylor, Nate e Nash! — Cameron colocou sua xícara ao lado da minha na cômoda. — Nós vamos à um leilão!
— Você só pode estar brincando! — Lauren.
— Invasão? — Shawn me olhou sorrindo e eu já entendi o recado.
— Eu topo. — sorrio.
— Ótimo. Gwen, prepare um quadro até amanhã, você vai entrar na exposição! — Cameron deu um passo para frente e voltou com o seu olhar que me deixa perturbada. — Meninas e Shawn se preparem, a busca por Samuel Wilkinson vai começar a partir de agora!
O plano tinha três opções. A primeira opção: invadir o leilão de quadros como se eu fosse a concorrente, enquanto o resto do pessoal vasculharia os cômodos da enorme casa dos Wilkinson's. Caso não dê certo, vamos optar por só olhar os cômodos! A segunda opção: nós vamos encontrar qualquer tipo de provas que podem ser úteis para incriminar o Sammy, caso não dê certo também, vamos sair o mais rápido possível! E a terceira opção: é sequestrar o Sammy, o que é uma péssima ideia! A festa dos Mendes acabou às oito da noite. As garotas decidiram dormir aqui também, Cameron não queria mas acabou cedendo. Ele irá dormir no meu quarto, mas não na mesma cama que eu. Shawn colocou um colchão ao lado do berço, não posso impedir que ele fique longe da minha filha!
— Então... — suspiro e me sento na cama. — Domingo é o seu aniversário e depois você não vai mais estar aqui, então...
— Bom, com a oportunidade de foder com a vida do Sammy... — ele deitou no colchão me olhando e deu sorriu. — Não posso perder!
Dou uma risadinha e olho ele: — Justo.
Ficamos em silêncio, nos olhando. Ele franziu as sobrancelhas e levantou do colchão me deixando confusa, caminhou descalço e só de calção até seu blazer pendurado na cadeira. Vasculhou os bolsos e suspirou frustrado.
— Algum problema? — pergunto, já me arrependendo de ter perguntado.
— Eu tinha coisa para você, mas não está aqui.
Para mim?
— Para mim? — ergo uma sobrancelha.
— Puta que pariu, deve estar dentro da minha calça!
— Mas agora deve estar na secadora, você caiu na piscina e...
— Merda! — pegou o celular, pacotes de camisinhas e saiu correndo do quarto antes que eu pudesse terminar de falar.
Espera, ele pegou camisinha? Cubro Rosie com sua coberta rosa e saio do quarto. Sigo Cameron até a piscina e me surpreendo quando ele coloca várias camisinhas no celular e entra na piscina.
— Puta merda! — me aproximo da borda.
No meio da piscina vejo a luz da lanterna do celular e aos poucos, vai sumindo no escuro. Começo a entrar em desespero, querendo entrar na piscina para trazê-lo de volta. Estava escuro, só tinha uma pequena iluminação na entrada dos fundos mas era inútil!
— Cameron? — o chamo, mas não obtive resposta. — Cameron?
Tiro minha blusa de frio, ficando apenas com uma blusinha fina e uma calça de lã. Entro na piscina e logo me arrependo, a água estava muito gelada. Pego um pouco de ar mergulho, nado por alguma partes da enorme piscina dos Mendes e uma luz forte invade a minha visão. Me afasto um pouco, deixando a água entrar na minha boca. Um braço me pega pela cintura e me puxa para a superfície, quando minha cabeça saiu da água comecei a cospir e tossir tudo que eu tinha bebido lá em baixo. Não demorou muito e eu escutei a risada do Cameron atrás de mim, me viro e o encaro com ódio.
— Parece que agora eu tive que salvar a sereia da piscina maligna!
Aos poucos minha visão foi voltando ao normal, pude ver melhor suas bochechas coradas e seu sorriso. Filho da puta!
— Há há há. — jogo água nele. — Você demorou muito tempo lá em baixo e eu pensei que... sei lá... dane-se!
— Eu sou o Aquaman! — mandou uma piscadela.
— Você é idiota. — nado até ele. — Sério mesmo que você usou camisinhas no celular? Embora seja muito estranho.
— Meu celular não é a prova d'água, então eu não tive muita escolha aqui.
— Sem querer ser estraga prazeres, mas nós vamos acabar ficando doentes nessa friagem e na água gelada.
Ele sorriu de lado e levantou a mão, revelando um colar dourado escrito Gwen. Minha reação foi estranha, eu estava feliz pelo gesto e ao mesmo tempo confusa por ele ter comprado algo para mim.
— Cameron...
— Feliz aniversário, Gwendolyn.
Dou uma risadinha e olho ele. Cameron olhava em meus olhos sorrindo e depois desceu para a minha boca. Não acredito que estamos na piscina, à noite e meio que flertando com o olhar e sorrisos depois de tanto tempo. Não consigo esperar mais e beijo seus lábios molhados com desejo e necessidade, cruzo minhas pernas em volta de sua cintura e puxo-o mais para mim deixando nossos corpos totalmente colados um no outro. Seus braços me seguraram pelas coxas cobertas pela calça mas eu queria que estive sem ela, retribuindo o beijo com intensidade. Sua língua tocava a minha deixando meu corpo em chamas, meus braços rodearam seu pescoço e minhas unhas arranharam sua pele do ombro quando senti-o chupando meu lábio inferior. A água começou a bater nas minhas costas e logo senti a borda gélida da piscina no tecido fino da minha blusa. Vou parando o beijo e no final, dou três selinhos fazendo-o sorrir.
— Melhor... saímos da piscina. — olho ele. — Deixei a Rosie sozinha no quarto e nós podemos acabar doentes nessa piscina!
— Qual é a sua fantasia? — ele perguntou assim que cheguei na escada. Olho Cameron e dou uma risada sem entender o porquê dessa pergunta.
— Hã?
— Qual. É. A. Sua. Fantasia. — disse pausadamente.
— Você está falando de sexo?
— E macaco gosta de banana? — Cameron sorriu de lado, me olhando com avidez.
— Meus gostos são peculiares, você nunca entenderia.
— Uh, cinquenta tons de cinza. — se aproximou de mim. — Temos uma fanática por livros e filmes eróticos, então eu estou quase descobrindo a sua fantasia.
— Deus abençoe o Christian Grey!
— Mas você ainda não respondeu a minha pergunta. — se apoiou na escada da piscina.
— São várias fantasias e uma delas envolve a piscina. Transar na piscina deve ser coisa de outro mundo! E a sua fantasia?
— Hm... — fez uma cara pensativa e depois sorriu perverso. — Melhor não dizer!
— Ótimo, chegamos em uma conclusão. Magnífico. Boa noite! — eu ia começar a subir a escada quando ele colocou suas mãos na minha cintura, me parando.
— Você é de que época para falar "magnífico"?
— E você gosta de me enrolar!
Ele me olhou por alguns instantes e me soltou para que eu pudesse subir a escada e sair da piscina. Mas algo dentro de não queria sair e isso se chama "hormônios em chamas"! Meu olhar vai diretamente no Cameron encostando na borda com os braços dentro da água. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, meu corpo começou a fazer isso por mim. Eu tinha subido dois degraus, mas nesse momento, eu já estava na água mais uma vez e nadando em direção a ele. Cameron se surpreendeu quando eu colei meu corpo no seu e o beijei intensamente. A inquietação começou a surgir entre minhas pernas, sem esperar mais tiro minha calça e jogo ela na grama. Ele sorriu e trocou de lugar, me deixando com as costas na borda da piscina. Suas mãos foram parar na minha cintura e desceram por meu quadril até chegar no tecido de renda da minha calcinha. Seus dedos acariciaram minha pele e começou a tirar o tecido que me impedia de ter algum contato com ele. Minha respiração estava ofegante, solto um gemido rouco quando seus dedos me invadem e se movimentam devagar, fazendo círculos e pressionando meu clitóris.
— Você gosta assim? — sussurrou próximo ao meu ouvido, enquanto me preenchia um pouco mais. — Ou assim? — faz movimentos circulares dentro de mim.
— Awn... — jogo a cabeça para trás, gemendo.
Os lábios de Cameron se aproximaram do meu pescoço e começou a sugar a minha pele molhada. Mordo o lábio inferior sentindo sua língua no meu lóbulo e depois uma mordida. Que delícia!
— Alguém... alguém pode aparecer... — solto um gemido.
— Shawn deve estar fazendo a mesma coisa que a gente, os pais deles devem estar dormindo, seu pai no décimo sonho e Lauren... bom, ela deve estar fazendo chamada de vídeo bem caliente.
Sorrio e fecho os olhos sentindo o desejo triplicar a dosagem no meu corpo.
— Me vuelves loco, chica! — devora meus lábios em um beijo prazerosos.
(Você me deixa loco, garota)
Seus dedos saíram de dentro de mim e virou rapidamente, ficando de costas para ele. Cameron acariciou minha cintura com as duas mãos e me inclinou para frente, deixando uma parte do meu corpo na borda e minha bunda empinada na água. Ele deu um beijo doce nas minhas costas e depois, penetrou seu membro de uma vez na minha entrada fazendo com que nós dois gritassemos de prazer. Foda-se se eles escutarem, não me importo! Não demorou e Cameron começou a se movimentar dentro de mim, entrando e saindo, forte e fundo. A água se chocava nas minhas costas, as mãos de Cameron apertavam minha cintura e os gemidos ecoavam pelo quintal. Tanto meu, quanto dele. Que delícia!
— Mais... mais... — peço e ele obedece.
Os movimentos aumentam e diminuem, me deixando louca. Perdi as contas que eu rebolava em seu pau e ele dava um tapa, com a água doía bem menos... ou eu estava dormente por estar na água gelada desde às oito e meia. Minhas pernas estavam bambas. Um gemido saiu de nossos lábios quando Cameron pressionou-se contra o meu corpo liberando seu orgasmo dentro de mim, misturado com o meu. Apoio minha cabeça na borda da piscina recuperando o fôlego, sinto Cameron sair de dentro de mim deixando um vazio. Que droga, fizemos sexo na piscina dos Mendes! Não consigo o sorriso bobo ao pensar no que acabamos de fazer. Levanto a cabeça e me viro para olhar Cameron, ele estava sentado na borda da piscina se limpando. Vou até a escada e começo a subir, pego minhas roupas molhadas no gramado e olho ele com um sorriso perverso no rosto.
— Sabe Cameron?! — ele me olha e eu prossigo. — Dá seus pulos para realizar os meus desejos sexuais, esse foi só o primeiro.
Ele deu uma risadinha e afirmou com a cabeça.
— Como quiser, Gwendolyn.
Pego o colar que ele me deu de presente, sorrio mais uma vez para ele e entro na casa. Subo para o quarto sem fazer barulho deixando um rastro de água por onde passo. Tenho que lembra que vou ter que secar o chão antes de dormir! Tomo um banho rápido ainda sentindo os dedos de Cameron em meu corpo. Coloco um vestido florido e arrumo meu cabelo, no mesmo instante Cameron entra no quarto usando outras roupas. Quando eu ia perguntar, ele respondeu entre as risadas:
— Acho que eu atrapalhei algo no quarto do Mendes. Vi uma parte dele que eu nunca queria ver na minha vida! — fez uma careta. — Vou ter pesadelos!
— É só lembrar do que aconteceu na piscina. — dou uma piscadinha para ele e coloco o colar no meu pescoço. — Fica com a Rosie, preciso limpar uma coisa!
Saio do quarto antes que ele pudesse dizer algo. Limpo meus rastros do quintal até o meu quarto com um pano que encontrei na cozinha. Depois que termino, vou para a cozinha comer algo. Meu estômago estava roncando de fome, a última vez que comi foi antes da festa dos Mendes. Bom, só tomei o chá. Abro o armário e encontro salgadinhos de queijo, me sento na cadeira do balcão e pego um copo de suco na geladeira atrás de mim. Finalmente tomando um suco que não tenha espinafre ou qualquer outra coisa verde que meu pai faz para mim. A única coisa verde que eu gosto é Guacamole!
— O que está fazendo? — Shawn perguntou com os braços cheio de guloseimas.
— Comendo. — respondo com a boca cheia. Depois que mastigo e engulo, ergo uma sobrancelha e faço a mesma pergunta. — O que está fazendo?
— Comendo também.
— Legal.
— Legal. — ele olhou para os salgadinhos e colocou em cima do balcão.
— Não vai comer? — aponto.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Essa conta? — seguro a risada.
— Quieta, marinheiro Popeye!
— Vai se foder!
— Enfim. — ele suspirou e se sentou ao meu lado. — Você não... você não está com medo?
— De quê? — bebo um pouco do meu suco.
— O que vamos fazer é totalmente fora do limite, é insano! Nós não fazemos essas coisas. Sammy é um assassino e ele pode matar você, eu ou de qualquer outra pessoa que cruzar o nosso caminho! Ou melhor... o caminho dele.
— Shawnie, precisamos fazer algo.
— Você é lutadora de boxe G, não uma agente do FBI para fazer algo tão fora da lei.
— Não sou mais lutadora, você sabe disso. — desvio o olhar.
— Você sempre será, independente de estar lutando ou não. Você é uma guerreira! Você está mesmo do lado do Cameron nessa história?
— Eu estou do lado da justiça, Shawn.
— G...
— Pensando bem, vou comer no quarto. Boa noite! — pego o saco de salgadinho e saio da cozinha.
Na verdade, eu comi no tapete da sala de estar. Precisava ficar um pouco sozinha para refletir sobre a gravidade da situação nesse momento, será que é uma boa ideia mesmo? Eu posso acabar sendo presa também? Que situação!
No sábado. Passei o dia todo fazendo o quadro para a invasão no leilão de quadros dos Wilkinson's. Dei tudo de mim para fazer algo bom, mas ainda faltava algo... dane-se! O quadro era o planeta Saturno colorido com uma garota andando no seu enorme arco em volta. Fiz algumas estrelas em volta e por fim, deixei o fundo em branco mesmo. Evitei Cameron e Shawn o dia todo, as meninas tentaram me ajudar no quadro mas eu queria fazer sozinha. Acho até que acabei sendo grossa demais com elas!
— Hamilton Grier! — digo, quando vejo Nash se aproximar de mim.
— Por que me chamou aqui? No parque? Com toda essa gente para dizer algo sério? Não espera, como sabe o meu primeiro nome?
— Várias perguntas sem respostas, que pena.
— O que você quer? — ele franziu as sobrancelhas.
— Quer ser o meu Ken?
— Quê?
— Que tal o Max Steel?
— Você só pode estar brincando com a minha cara!
— Okay, vou direto ao ponto. — cruzo as pernas olhando ele. — Você sabe o que realmente aconteceu com o Christian, pois você estava no local quando ele foi... brutalmente assassinado!
— Você é louca! — ele se virou para ir embora, mas ele parou de andar quando eu disse:
— Foi o Sammy Wilkinson que atirou, certo?
Nash se virou para mim boquiaberto.
— Também fiz essa cara quando soube da história, os jovens de hoje em dia estão perdendo a essência da vida! — balanço a cabeça.
Nash estava incrédulo com o que eu acabei de dizer. Eu também fiquei e sei o quanto todos eles queriam esconder para que nada saísse dos trilhos! Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. Nash se sentou ao meu lado e me segurou pelos braços.
— Não pode contar a ninguém! — me encarou.
— Acredite em mim, Sammy está me prejudicando também por saber a história completa. Detalhe por detalhe. Já conversei com a Taylor e o Cameron! E agora só falta você.
— Isso a doideira, mais do que insano! — Nash soltou os meus braços.
— Temos um plano para incriminar o Sammy, mas vamos precisar da sua ajuda amanhã à noite.
— Precisam da minha ajuda para quê?
Conto o plano para Nash, no começo ele discordou mas logo aceitou.
No domingo. Coloquei o mesmo vestido que eu usei na festa dos Mendes, coloquei também um salto alto preto e fiz uma make básica. Coloquei alguns acessórios como o colar que o Cameron me deu, o anel da minha mãe e uma pulseira prateada. Meu cabelo tinha alguns cachos que fiz com o babyliss. Eu estava pronta para a grande de noite, peguei Rosie que também estava arrumada e saí do quarto. No andar de baixo estava todo mundo pronto com roupas formais, a galera estava tensa exceto Cameron. Foram três carros. O primeiro tinha: Shawn, Hailee e Nash. O segundo: Nate, Taylor e Lauren. E o terceiro: Cameron, Rosie e eu —claro, tinha o meu quadro também. Quando chegamos no local, foi tipo uma cena de filme. Os três carros parando lado a lado, saímos dos carros e fomos para a entrada dos fundos lado a lado.
— Já sabem o plano, certo? — Cameron deu a última olhada para nós e sorriu.
— Sim. — todos dissemos ao mesmo tempo.
— Muito bem. — ele pegou a Rosie dos meus braços e suspirou. — Se separem e encontrem o Samuel!
E mais uma vez, cena de filme. Todos entramos, caminhamos lado a lado com os garotos colocando as mãos em nossas cintura e quando chegamos na sala principal, os casais se separaram. Nash subiu para o andar de cima, Shawn e Hailee ficaram perto da escada, Taylor foi tentar encontrar algo que tenha computador, Lauren e Nate ficaram no salão principal e Cameron, Rosie e eu ficamos próximos ao leilão dos quadros.
— Fica na porta, eu dou um jeito lá dentro. — sussurro próximo ao ouvido dele.
— Como quiser. — e assim ele saiu com a Rosie.
Andei pela exposição dos quadros e seus artistas. Escolhi um não muito importante, tiro o quadro disfarçadamente da parede e troquei a placa que indicava o nome da pessoa. Substituí tudo por meu nome e meu quadro. O quadro da pessoa estava no chão, onde eu coloquei. Empurro-o com o meu salto com a cara mais cínica do mundo e me posiciono.
— Boa noite, senhoras e senhores. Vamos começar o leilão, mas antes passaremos por vocês e queremos uma breve explicação sobre cada quadro. — disse uma mulher ao microfone, que aparentava ter uns quarenta anos. Estava bem vestida com uma saia até os joelhos preta e uma blusa social destacando. Estava usando salto alto preto e seu cabelo tinha um penteado lindo. — O quadro com mais aprovações ganhará o título de melhor quadro e será o primeiro no início do leilão. — o pessoal aplaudiu a moça.
Três homens bem vestidos e uma mulher começaram a passar por cada quadro ali, elogiando o trabalho dos artistas e quando chegou a minha vez, eles arregalaram os olhos.
— Senhor William Brown? — um dos homens olhou a prancheta e depois para mim.
— Sempre confundem! — dou uma risada. — Meu nome é Gwen Martinez.
— Mas, aqui está falando que a próxima obra é de William Brown!
Franzo as sobrancelhas e cruzo os braços.
— Você só pode estar brincando com a minha cara! — digo. — Me confundi com essa pessoa é uma coisa, agora falar que eu não estou nessa lista só por eu ser mulher é desnecessário! Que espelunca é essa que não dá uma oportunidade para um artista? Se eu soubesse tinha ficado na minha mansão de sete andares!
— Senhora mas...
— Senhora? — altero a minha voz. — Senhora? Eu só tenho... trinta e cinco anos! Agora vocês estão me ofendendo. — choramingo de um jeito falso.
— Hã... desculpe, é a senhorita parece ser muito nova para um leilão. — agora foi a mulher quem disse, ela parece desconfortável.
— Que gentileza a sua. — sorrio.
— Bom... — a mulher engoliu seco. — Nos conte um pouco de seu quadro!
ELES CAÍRAM NESSA? OBRIGADA KATHERINE!
— Bom, essa é a minha melhor obra. Seu significado é imaginação! Se você tem uma imaginação, ela pode te levar para qualquer lugar. Como por exemplo essa imagem que eu desenhei. — aponto para o meu quadro. — A garotinha imagino ir além nas suas escolhas e pensamentos, então a sua melhor opção foi ir para o espaço sideral. Com as estrelas e os outros planetas ao seu redor... — suspiro observando o quadro. — Talvez ela esteja com medo do mundo real e precisou de um lugar para ficar, para não surtar ou entrar em um colapso mental. — volto a olha-los e os vejo boquiabertos com a minha explicação. — O nome do meu quadro é "imaginação".
— Que magnífico senhorita! — outro homem diz e anotou algo na prancheta. Os outros fizeram o mesmo e depois saíram para falar com os outros artistas.
Soltei o ar que eu nem sabia que estava segurando e me apoio na bancada onde estava meu nome. Essa noite já começou bem... eu acho. Depois que passaram por todos os artistas, disseram que seria melhor uma pausa antes de começar a leiloar os quadros. Então, caminhei para a mesa do Buffett e encontrei Shawn comendo Deus sabe sei lá o que!
— Hey boo. — toco o ombro dele.
Shawn se virou para mim e sorriu.
— Come isso daqui! — me entregou uma comida pequena.
— O que é isso?
— Comida de rico chamada "caviar".
Dou de ombros e coloco na boca. Tinha um gosto horrível, isso é pimenta? Que vergonha! No México temos pimentas de verdade, isso aqui é uma imitação. Parece plástico!
— Hm... — dou um sorriso falso pra ele. — Credo!
— Ah, qual é?! — ele fez bico.
— E aí? Encontrou algo?
— Nada ainda. Filho da puta sabe esconder bem seus rastros!
— Vou subir no andar de cima, se encontrar algo manda mensagem.
— Okay, Picasso!
— Puta que me pariu hein! — bufo e saio da mesa do buffet.
Subo a enorme escadaria. Pego uma taça de champanhe que o garçom estava servindo e caminho na direção dos outros quadros. Observo todos com curiosidade e depois me aproximo das grades, tinha várias pessoas mesmo nesse lugar e tudo era lindo. A iluminação, a decoração, as obras. Pela primeira vez, eu me sinto em casa! Meu celular vibrou dentro da minha mini bolsa, abro um pouco o zíper e aperto o botão sem tirar o celular. Olho pela barra de notificações e...
Shawn: Samuel está atrás de você!
No mesmo instante ouço a maldita voz que me deixa com calafrios.
— Olá, senhorita Martinez. Que prazer vê-la na minha casa!
Me viro e o sangue do meu rosto sumiu. Samuel Wilkinson estava na minha frente, com um sorriso perverso nos lábios.
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