História A Nova Sociedade do Anel - O Despertar - Aflições

Haldir deixou Frodo aos cuidados de seus irmãos, pois precisava estar presente quando o príncipe Legolas chegasse acompanhado de Robian, um grande nobre de Valinor. Haldir não acreditava que veria o grande dominador de dragões novamente, a relação entre ele e sua senhora não era agradável, embora eles tenham convivido na mesma casa durante muito tempo, e o mesmo ter cuidado de Galadriel como uma irmã mais nova, confundia a mente do guarda de Lórien que nunca soube qual seria o motivo de tamanha raiva entre eles. Na época que a guerra do anel ocorria, Robian estava em uma missão secreta no reino de Erabor, isso contribuiu para o destruimento de Eregion, onde Celebrimbor foi morto por Sauron sem dó nem piedade. A senhora Galadriel sabia que ocorreria tamanha tragédia, mas não contou nada para ninguém, isso irritou o nobre que não pôde ter feito nada para impedir a morte de tantas pessoas. As histórias sobre essa guerra caiu no esquecimento e agora viviam tempos de paz em toda terra-media, pelo menos, era isso que Haldir pensava.

A Verdade era que a paz estava longe de ser conquistada, pois no momento que aconteceu a traição da rainha, seu primogênito fora amaldiçoado, aquela criança carregava a marca das trevas. Nem com todo poder de Duinhir poderia ter salvo aquela criança daquele destino terrível da qual estava predestinado.

- Finalmente alguém para nos receber – Disse Legolas avistando Haldir vindo em direção a ele, e Robian o acompanhando.

- Meu Príncipe, e Senhor Robian – Haldir cumprimentou ambos com uma reverência.

- A quanto tempo, jovem Haldir – Disse Robian com um meio sorriso.

- Vocês já se conhecem? – Legolas interrompe a troca de olhares entre os dois.

- Claro, como eu não conheceria o grande guerreiro que me treinou? – Disse Haldir lembrando do treinamento que Robian o tinha submetido há muito tempo atrás. – Aliás, vejo que você está como da última vez, a mesma aparência de antes, Grande dominador de dragões.

- Suponho que quando somos abençoados pela imortalidade, não existe idade! – Robian mantinha um sorriso misterioso no rosto.

- Alteza, tenho um recado da minha senhora – Haldir se dirige para o príncipe, que ainda estava tentando digerir a informação.

- Diga – Falou Legolas voltando ao estado normal.

- Desculpe-me príncipe, mas, minha senhora, mandou-me dizer as seguintes palavras “Não engane seu coração, futuro rei. Ele te guiará para o Destino que a muito tempo foi apagado” – Disse o guarda conforme sua rainha havia lhe dito.

- Futuro rei? Destino apagado... o que significa? – Questiona-se sem entender o que a senhora Galadriel queria passar com aquelas palavras.

- Nem a própria Galadriel pode respondê-las, apenas você jovem Legolas pode encontrar a resposta – Robian sabia que aquelas palavras estavam além da compreensão dos sábios, apenas uma pessoa poderia entende-las e decifrá-las, mas essa pessoa é inalcançável.

Elrond andava de um lado para outro, preocupado. Uma guerra estava próxima, e precisava tomar uma medida rápida. Sabia que não poderia alterar o destino da terra media, e muito menos daquela pessoa, mas poderia tentar impedir. Essa era a missão dos membros do conselho branco e sua missão. Mesmo com a ajuda dos superiores, não seria o bastante, afinal, a rainha havia entregado seu filho para Sauron durante a guerra do anel, aquela criança era a portadora das trevas. Não poderia existir luz naquele coração.  

- Alladan! – Chamou o elfo, que logo apareceu.

- Sim, meu pai – Alladan respondeu aparecendo diante de seu pai.

- Onde está seu irmão? – Perguntou.

- Ele está com Lindir ajudando na reconstrução de Valfenda. O que o senhor deseja?

- Mande-o ir até Gondor entregar uma mensagem para o rei Aragorn. Precisamos reunir com os reinos o mais rápido possível.  

- Alguma coisa aconteceu?  

- Não! Mas está prestes a acontecer – Lembrou-se que tinha apenas dois anos até a profecia se cumprir. Tinha que preparar todos antes disso.

- Eu posso ir no lugar do meu irmão – Disse o príncipe notando que seu pai estava            preocupado. – Dê-me uma chance para prova que sou mais responsável que meu irmão. Eu posso entregar esse recado, só basta confiar em mim.

- Você tem provado está mais responsável, Alladan, então deixarei você ir para Gondor.

- Obrigado meu pai! Não irei decepcioná-lo.

- Você deve ir agora!  – Ordenou.

- Sim – Elrond observou seu filho sair com uma ponta de aflição em seu rosto.

Elrond, não confiava em seus filhos, principalmente Alladan, ele era bom demais para ver a escuridão do coração das pessoas e, por causa disso, sua alma estava presa aos seus sentimentos. Estava cego, não via as trevas que o cercava todos os dias. Mas, Elrond, não podia controlar o coração dos seus filhos, cada um deles escolhia sempre o caminho errado, assim como aconteceu com sua única filha, estava preste acontecer com Alladan, e isso o preocupava. Elrond presava a Honra e amor como uma dádiva, porém, não queria ver seus filhos se destruindo por causa desse sentimento que vinha como um ladrão, roubando tudo que vinha pela frente. Assim como aconteceu com seu velho amigo.

Ele sabia do destino da terra-media. Todos os membros do conselho branco, exceto Celebrimbor que não queria selar a criança pois ainda nem tinha nascido. Contudo, o sangue que aquela criança carregava estava condenado pelas trevas. Ele arrependeu-se amargamente por não te contrariado as decisões daquelas pessoas, no entanto, não esperava que encontraria aquele mesmo bebê no campo de batalha e muito menos que sua esposa tivesse se encantado por ele ao ponto de a pegar para cria-la como se fosse sua própria filha. Ele sentia-se culpado. 

Após 10 anos govenando ao lado de Arwen, Aragorn sentia-se suforcado por todas suas obrigações reais. Não conseguia dormir e mal comia e por dias foram assim até que, se recusava a acreditar que seu destino fosse aquele e, apesar de Galadriel ter o contado, ainda sim, não deixava de pensar nessa posibilidade.  

- Senhor está tudo bem? – Faramir perguntou notando a preocupação de seu rei.

- Eu deveria responder “Sim, estou bem”, no entanto, não posso continuar mentindo para mim mesmo. – Aquelas palavras diferidas do rei estavam carregadas de tristeza, a cada sílaba eram como facas para ele.

- Aquela rainha élfica previu algo que o deixou tão preocupado? – O capitão nunca tinha visto seu rei daquela forma. Era a primeira vez que algo o afligia.

- Se eu soubesse naquela época, jamais permitiria que Arwen sacrificasse sua imortalidade por mim. – Respondeu, lembrando perfeitamente do dia que Arwen disse que viveria ao lado dele, como uma mortal. E de como seu sorriso parecia satisfeito com aquela notícia.  

- Meu Rei, Arwen fez a escolha dela, não deveria se culpar – Falou o comandante tentando aliviar a preocupação de Aragorn.

- Não! Eu que fiz essa escolha por ela – Revelou.

- Como assim? – Perguntou.

- Arwen e eu nunca estivemos destinados a ficar juntos – Aquilo não era segredo para o Rei, no fundo sempre soube que aquilo era verdade. – Ela devia amar outro alguém.  

- Não estou entendendo! – O comandante estava confuso, não sabia do que tudo aquilo se tratava.

- Não posso tirar suas dúvidas, pois não tenho esse direito. A Senhora Galadriel, assim como um dia me ajudou, teria que ter um preço, porém naquela época estava tão apaixonado que não medi as consequências e agora estou pagando pelo meu egoísmo.

- Presumo que a própria Galadriel tenha o ajudado com algum propósito?

- Não conheço as intenções dela para ter me ajudado, mas provavelmente tenha sido para evitar algo no futuro. Ela me disse que assim que esse dia chegar todos teria que estar preparados para uma guerra.

- Sauron foi derrotado, como teria uma guerra? – Embora Faramir fosse o braço direito de Aragorn, ele sabia que seu rei escondia muitas coisas dele.

- Em breve logo saberá do que estou falando – Respondeu deixando um ar misterioso entre eles.    

FLASHBACK ON

Duas crianças brincavam no jardim, uma pequena menina juntava as flores mais lindas, enquanto o menino tentava segurar um arco e flecha, ambos era elfos, e se conheciam desde cedo. Seus pais eram amigos, e sempre se encontravam para conversar sobre ameaça do anel de Sauron. O pequeno príncipe de Mirkwood sempre gostava de ir para Valfenda apenas para brincar com a filha do senhor Elrond. Ambos as crianças tinham uma linda amizade, sempre estavam juntos, compartilhavam segredos.    

- Olha Legolas, que linda flor – Disse enquanto entregava uma rosa branca para o elfo.   

- É linda, Arwen, onde você achou? –  Perguntou enquanto admirava a rosa.

- No jardim – Seus olhos brilhavam. – É a coisa mais linda que eu já vi.

-  Tem coisa mais belas que essa rosa – Disse enquanto entregava a rosa para Arwen.

- Como é possível? – Questionou sem entender o que Legolas queria dizer com aquilo.

- Quero dizer que essa rosa não é bela como a minha irmã... e você é – Respondeu timidamente.

- Obrigada! Você é meu melhor amigo – Ela se aproximou e beijou a bochecha do elfo.

- O que vocês estão fazendo aqui sozinhos? – Perguntou um homem enquanto se aproximava de Arwen e Legolas.

-  Estou mostrando essa rosa para o Legolas, não é linda? – Estendeu a rosa para cima para que o homem pudesse enxerga melhor.

- Realmente é linda, onde você achou?

- No jardim, porque?

- Ela é rara – Respondeu – São tão raras que só existe em Valinor – O homem não acreditava que aquela rosa poderia nascer na terra-media, na verdade, era impossível, mas alguma coisa tinha acontecido ali.

- Será que em Valinor tem mais rosas bonitas como essa? – Perguntou Arwen.

- Provavelmente! – Respondeu enquanto se virava – Acho melhor perguntarmos para a sua avó. – Ele podia até mesmo não gostar de se intromete em assuntos élficos, porém aquela rosa não era apenas uma flor qualquer, ela tinha outro fundamento e o fato de estar em Valfenda levantou questionamentos.

- Vamos, Legolas – Arwen pegou a mão do elfo o puxando enquanto corria atrás do homem.

Robian, sorriu com a situação dos dois elfos, afinal aquelas pequenas crianças o fazia lembrar de alguém; A amizade de Legolas e Arwen era nostálgico, a semelhança entre eles..., contudo ele até poderia deduzir que mais uma vez a estória se repetiria em um ritmo mais rápido que poderia imaginar, ou seria apenas coincidência? Talvez, Robian, soubesse mais que as outras pessoas poderiam imaginar.      

FLASHBACK OF

E mais uma vez, Frodo estava se intrometendo onde não devia. Por sorte, Robian não fez nada já que tinha uma grande consideração pelos Hobbits, mas caso fosse o contrário, teria acabado matando aquele Hobbit ali mesmo. Uma coisa que Robin odiava era ter que dar explicações para pessoas “Não confiável” sobre suas intenções.

- Me desculpa pelo meu amigo – Disse Legolas notando a impaciência do Robian.

- Está tudo bem, afinal os Hobbits além de serem espertos são inconiventes. Tenho outros assuntos para tratar. – Se virou para Haldir – Onde está a sua rainha? – perguntou.

- Bom, ela não está por aqui. – Respondeu – Com todas pressões com a sua volta para a terra do meio, minha senhora, resolveu fazer uma visita para a senhorita Arwen em Gondor.

- Quando ela voltará? –  Ele foi direto, não gostava de enrolação e muitos de esperar. Era típico de Galadriel só aparecer quando ela quisesse.

- Não sei. – Haldir respondeu rapidamente. Ele sabia o quanto o senhor Robian odiava esperar, pois era muito impaciente, assim como Frodo.

- Bem típico dela fazer os outros esperar – revirou os olhos irritado – E a senhorita Arwen, como está? – Perguntou olhando para Legolas – Vocês eram amigos, não? –  Ele sabia a resposta, porém seria mais interessante fingir que nada sabia.

-  Costumávamos sermos amigos – Legolas logo ficou triste - Estava indo fazer uma visita para ela e meu amigo Aragorn, talvez estejam precisando de uma ajuda, ainda mais agora que ela teve um filho... – Legolas ainda não conhecia o filho Arwen.  

- Eldarion – Completou – Esse é o nome do futuro rei de Gondor. – Robian era misterioso demais, talvez, até mais que a rainha de Lórien. Não era só um guerreiro de guerra, filho de um grande líder, possuía um poder que ninguém poderia imaginar, estava na sua natureza élfica.   

- Como você sabe? – Questionou Legolas desconfiado, mais uma vez aquele homem tinha demonstrado saber de muitas coisas.

- Bom, não é difícil descobrir o nome do herdeiro do rei Aragorn. – Robian ri – Você ainda não se lembrou não é mesmo? – Em seus olhos mantinha um olhar indecifrável.

- Tenho algo me lembrar por acaso? – Legolas não estava ciente dos planos do conselho branco, muito menos tinha algum conhecimento sobre o real motivo desse homem saber tão bem sobre ele.

- Senhor, sei que não está ciente, porém o senhor Elrond está convocando todos para uma reunião de extrema urgência, e sua presença é essencial – Haldir aparece ao lado de Frodo interrompendo a conversa entre os dois.

- Príncipe Legolas temos que partir agora para Gondor – Alertou Haldir.

- O negócio está tenso – Disse Frodo.

Legolas e Robian se olharam, aquela conversa ainda não tinha acabado, no entanto, ambos tinham outros assuntos para tratar e, por outro lado, todos não estavam preparados para uma possível guerra. Uma nova ameaça poderia causar grandes problemas para a terra media.

- Você virá conosco? - Perguntou Legolas para Haldir enquanto pegava suas coisas.

- Sim, minha ordem foi de ajudar em que precisassem – Respondeu.     

Pouco a pouco a verdade viria à tona, mas não afetaria seu real motivo para retornar para sua casa, se algum dia ela foi realmente um "lar". Não lembrava de nenhum momento feliz ali e nem sentia falta dos momentos alegres, pois a única coisa que vinha em sua mente, era sua vingança. Ainda fariam se arrependerem de tudo que a fizeram, afinal, eles via apenas como a filha de uma traidora.

Sem olhar para frente, continuava seu caminho, fazia tanto tempo que não via seu irmão, seu pai, e seu amigo de Valfenda, muito menos a luz do dia. O lugar onde estava era sombrio e escuro, apenas a companhia de uma pessoa: Não via seu rosto, mas sentia sua presença, e falava com ela para que não se sentisse sozinha naquele lugar horrível onde passou isolada. E foi ele que a deu forças para sobreviver e retornar para se vingar de cada pessoa daquele conselho idiota.

- “Todos pagarão! Matarei um por um.“– Essa frase se repetia várias vezes na sua mente.

Ela era muito jovem quando descobriu seus poderes. As pessoas de mirkwood tinham medo dela, muitas vezes podia escutar os elfos falando sobre o quando ela era perigosa. Desejava respeito, pois todos apenas a tratavam como um monstro, mesmo com toda a proteção de seu pai, aquele ambiente se tornou o próprio inferno. Aquilo afetou sua mente de uma forma que todo aquele desejo que sentia, aos poucos se tornasse ódio. A única coisa que ela de fato se importava, era com seu irmão e Celebrían, nem mesmo com seu pai ela tinha alguma consideração, afinal das contas, ele não fez nada para impedir que ela fosse levada. Por outro lado, ainda tinha seu amigo, ele sempre a protegia e cuidava dela, pelo menos teve pessoas que de fato se preocupavam com ela.

-  Elrond, Galadriel, Gandalf, Celeborn, Saruman, Robian... – Ela se virou para falar com alguém – Como será que eles vão reagir com a minha chegada? – Perguntou mesmo sabendo que não obteria uma resposta concreta. – Não voltarei atrás, nenhum deles merecem a minha compaixão – Ela parecia ter adivinhado a pergunta que supostamente a pessoa que se encontrava com ela certamente faria – Nada ou ninguém vai impedir de trazê-lo de volta!