Pov. Ochaco
Me encontrava observando o príncipe Izuku do outro lado da grade. Nossa tentativa de sair da montanha foi impedida pelo feitiço de Nemuri e agora preciso encontrar uma forma de lutar sem utilizar meus poderes. Ou era isso o que eu pensava…
— Onde vocês pensam que vão? — Perguntou o descendente de fênix.
— Nós? Só estamos querendo fazer um tour pela montanha dos seres das sombras. Daqui a pouco voltaremos para a cela, que hospedagem cinco estrelas, não? — Respondo irônica.
— Vocês não irão conseguir sair. — Dabi fala ao ativar sua chama.
— É o que veremos.
Observo a cela a procura de alguma ferramenta de suporte. Nada… até que lembro de minha aljava escondida no vestido.
Tiro o arco novo e o coloco na flecha em posição de ataque. Nemuri pode ser uma bruxa, mas não tem poderes suficientes para bloquear elementos completamente. Ela estava blefando. Percebi isso ao sentir a energia da magia negra ao redor dela enfraquecer, o que significa que seu feitiço não se aplica a objetos com elementos, posso fundir estes na flecha!
Após a descoberta, me concentro no poder de fogo e foco na ponta metálica. Logo, vejo uma pequena chama se formar e aproveito para fundir o vento com o item, assim posso controlar o percurso da flecha sem errar o alvo.
Atiro o arco na direção de Dabi, porém, ele extingue o fogo com o poder de fênix. Devia ter imaginado que fogo contra fogo não iria dar certo, então, utilizei o seu elemento oposto: água.
Concentro as gotículas do elemento para que se aglomerem na ponta e logo tenho uma quantidade suficiente para revidar o golpe, até porque, enquanto acumulo a água, me preparo para fundir a umidade do ar assim que iniciar o ataque.
— Princesa, se você cooperar conosco, não precisaremos lutar. — Nemuri fala.
— Entendo seus motivos, mas não é certo atacar pessoas e seres inocentes por causa de Hosu! — Afirmo e viro-me para o garoto, logo perguntando. — Dabi, o que o levou a se corromper? As fênix costumavam ser seres da luz.
— Minha tribo era forçada a lutar pelo reino de Hosu. Aquele rei híbrido prometeu para minha espécie uma parte do terreno do reino e proteção em troca disso. Porém, fomos enganados e nos tornamos prisioneiros de guerra, tendo que lutar pelo Rei Nezu dia após dia, sem descanso! Crianças eram obrigadas a lutar enquanto passavam fome!! Acha isso certo, princesa?! Essa guerra foi a responsável por matar a minha família! Eu sou o único sobrevivente.
— O que?! Não acredito que o rei foi capaz de ir tão longe a ponto de destruir tantas famílias! — Fico inconformada com a revelação. — Claro que não acho certo, Dabi e é por isso que o reino de Musutafu está tentando criar um acordo com ele.
— E você acredita que seus pais irão realmente querer esse acordo? — O líder Shigaraki pergunta.
— … É provável que o rei Enji não aceite, mas, acredito que Rei Todoroki, a minha mãe, o faça mudar de ideia. — Respondo. — Ela me revelou sobre as profecias, de alguma forma a rainha já tinha conhecimento sobre estas, então não tenho muitas dúvidas.
— Você confia demais nos humanos. — Afirma o zumbi. — E ainda é uma de nós!
— Não sou um ser da sombra. — Corrijo o Tomura. — Sou um ser da luz, essa é a diferença. Minha missão é restaurar o equilíbrio junto a meus irmãos. Quantas vezes terei que repetir? Para o equilíbrio acontecer, é necessário a vivência entre ambas as espécies. Humanos ou seres mitológicos, todos somos criações do All Might e da Deusa Mirko. Inclusive vocês, seres das sombras!
— Chega de enrolação! Dabi!
O descendente de fênix movimenta seus braços prestes a ativar o fogo e antes de ele sequer atirar as chamas em mim, pego outra flecha criando a fusão com o vácuo e solto a ponta da flecha que segue em linha reta até o Dabi.
Os dois elementos quase se chocam, mas, no último instante, aumento o tamanho do vácuo que se fixava na flecha e o fogo é engolido por meu quinto elemento. Tal manobra me fez sentir exausta devido a restrição do poder causado por Nemuri.
Sem tempo para pensar, pego outra flecha e arregalo os olhos. Restam dez flechas.
Suspiro e penso como poderia utilizar os elementos para sair o quanto antes de Hosu, até que sinto a mão do príncipe tocar meu ombro.
— Princesa, você não está sozinha. Te dou cobertura enquanto foge.
— Alfacinha… você não está em condições de lutar.
— Não importa! Desde que consiga lhe dar mais tempo para salvar o reino, não ligo de ficar em seu lugar como prisioneiro. Se fosse "ela", não deixaria o povo sofrer. Pelo contrário, iria lutar pelo bem maior! Se ela soubesse o que andei aprontando… — Midoriya abaixa a cabeça.
Suspiro e observo o ferimento de Izuku. Se ele continuar perdendo muito sangue pode ser tarde demais para reencontrar a sua amada. Com o pensamento em mente, confirmo a Midoriya e corro até a porta. Os seres das sombras tentam me impedir, porém, o príncipe entra na minha frente para bloquear os ataques de magia da bruxa e o fogo da fênix.
Em Musutafu:
Katsuki segue até os portões do castelo com a fada logo atrás de si. Os guardas levam susto ao ver o ser da sombra e apontam suas espadas ao lobo.
— Se afaste do castelo! — Um dos guardas grita. — O que um lobo pulguento faz no território dos humanos em plena guerra?
— Deve estar aliado ao inimigo. — Outro guarda responde. — Nejire! Não se preocupe que agora nós cuidaremos dele.
— Espera! O lobo está comigo, abaixem as espada. Onde está o príncipe Midoriya? Preciso falar urgente com ele. — Pergunta a fada.
— Lobo pulguento? Vou mostrar o lobo pulguento! — Katsuki mostra seus dentes e garras para os assustar e antes de dar um passo, Nejire o impede ao ver o Kirishima se aproximando do portão.
— Que muvuca é essa?
— Kiri! O Midoriya está no castelo?
— Há… fada-san! Infelizmente não, tivemos um anúncio agora a pouco do reino de Hosu que eles estão com o príncipe e com a princesa como forma de chantagem para desistir do acordo de paz.
— Levaram a princesa? Isso não pode acontecer! Se a profecia não for cumprida, o equilíbrio se quebra. Bakugou… — Nejire estreitou os olhos ao notar que o lobo havia desaparecido, já tendo ideia de onde ele provavelmente estaria seguindo.
De volta a Hosu:
Ochaco on
Sigo apressada entre os corredores do castelo à procura da saída. Ao me virar pela direita, me surpreendo com a bruxa Nemuri. Ela tem poder de teletransporte?
— Curtindo o tour pelo castelo, princesa? Essa é sua última chance. Se junte a nós. — Nemuri fala com as mãos na cintura.
— Nemuri, você sabe a resposta. Outra hora teremos assuntos a tratar. — Olho o corredor a minha volta, só havia uma saída, justo a que a bruxa está bloqueando. Fora isso, tem as janelas.
Decidida, vejo Nemuri cruzar os braços esperando a minha ação. Por que ela não está me atacando como os outros seres? O que a bruxa está tramando?
Não demorou para que o Dabi aparecesse no corredor. Sem pensar muito, sigo para uma das janelas e salto pelo ar. Só deu tempo de ouvir a fênix gritando com a bruxa.
— Por que não a impediu?! Decida de que lado está, Nemuri!
— Acalme-se Dabi. Tudo segue conforme a profecia, impedir ou deixar a princesa fugir não irá mudar o que está prestes a acontecer. Só posso lhe garantir que de alguma forma, nós teremos a nossa vitória, até porque, ainda temos uma isca.
Depois de pular a janela que noto a altura da montanha. Os seres das sombras tinham um lar escondido dentro de uma caverna. Após sair do terreno da bruxa, sinto meus poderes voltarem e decido criar um portal de vácuo no meio do ar que me levasse para próximo ao castelo.
No reino de Musutafu, me teleporto até o castelo e me materializo perto da oficina de Hatsume, onde sigo a sua procura, até que a encontro carregando um de seus inventos para perto de uma janela.
— Hatsume, preciso de uma armadura! Você consegue criar uma em pouco tempo?
— Princesa, sabia que esse dia chegaria! — Ela fala empolgada — Como sua fiel criada, a um tempo atrás pensei em criar uma roupa de proteção pensando que poderia usar em algum momento.
Hatsume segue até um armário lacrado e tirando uma chave de seu bolso o destranca, revelando um kimono rosa claro de mangas compridas que tinha abertura na frente, junto a uma saia longa e preta. O peitoral do kimono acompanhava uma armadura metálica preta.
— Nossa! Você nunca para de me surpreender! Sempre preparada! Embora suas invenções tendem a explodir… — Digo com uma gota na cabeça.
Após colocar o kimono e a armadura, agradeço a ela e sigo apressada para fora do castelo, logo, aviso minha irmã Hagakure por telepatia para reunirem todos os seres que puderem ajudar a parar a guerra e penso no lobinho. Espero que ele esteja bem.
— Katsuki, estou a caminho!
Continua…
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