Keegan não conseguia dizer nada, apenas chorar e repetir pra si mesmo que não acreditava no que estava ouvindo da filha de 5 anos.
E foi no meio de muito choro que os 3 pegaram no sono, agarrados.
-Vocês tão me esmagando gente!!!-Nina resmungou sorrindo.
-Bebezinha do papai, desculpa... Dormimos em cima de você.- Keegan disse levantando e passando a mão no rosto.
-Descansa aqui amor. -Troian deu a volta na cama e colocou Keegan no sofá que havia no quarto, encostado a uma almofada.
-Eu só acredito no que está acontecendo, porque eu ouvi da boca dela, antes de vocês saírem, que ela daria tudo pra que você voltasse a andar.-Troian falou abaixada ao lado de Keegan, que logo voltou a chorar.
-Vocês estão brincando comigo. Troian como você deixou ela fazer um pedido desse?-Ele falava com o rosto vermelho.
-Não me culpe por isso não... Eu nao presenciei essas preces dela, pedindo por voce. Eu to apenas tentando ser forte por vocês. Seria bom se fizesse o mesmo.-Ela diz meio irritada.
-Não não vida. Eu não to reclamando. Eu só to assustado com tudo isso... E você nessa serenidade toda, eu pensei que fosse explodir e me bater pelo acidente...-Keeg.
-Jamais vou te culpar por isso. Foi um acidente. É fim de papo. Eu to destruída vendo o meu pedacinho nessa cama, você ainda debilitado de certa forma. Nossa rotina vai mudar completamente. Mas eu preciso estar de pé, erguida, por vocês. Eu não vou cair. A Marina de certa forma, sempre cobrou dela e de você a questão do andar, correr, pular, você sabe disso. Ela nunca aceitou direito o fato do pai não poder fazer o que muitos fazem, mesmo que nós insistissemos e mostrassemos que tudo era possível. E acho que foi isso, ela acreditou que tudo era possível, inclusive as orações que ela sempre faz a noite. São meus dois amores nisso, é completamente louco te ver numa cadeira de rodas e eu não sei como vou reagir ao ver nossa jóia em uma. Meu coração está em pedaços, mas eu sei que ela está feliz. Porque o que ela quer é ser sua bebê pra sempre, e que você faça com ela, tudo que via nós fazendo com você. -Ela disse já em prantos, quando Keegan a puxou para si.
Eles permaneceram assim por alguns minutos, até que Marina resolveu falar.
-Eu to aqui viu...
Troian rapidamente levantou e foi até a menina.
-Como você está meu anjo? Hein? Sente dores?-Ela dizia passando a mão pelo rosto da garotinha.
-Meu rosto dói... Eu não quero ficar com esses curativos... Papai, você pode ficar aqui comigo?-ela nem precisou terminar de pedir, Keeg ja já estava pegando as muletas para ir até ela.
-Claro que eu posso. Posso tudo que vocês quiserem meus amores.-Ele deu um beijo na testa de cada uma e ficou fazendo carinho no rosto da filha, passando a mão levemente pelos curativos dela.
Já estava amanhecendo e faltava pouco para liberarem as visitas à pequena Marina.
O médico decidiu que seria bom ela ver os avós e rios, assim ficaria distraída do novo problema.
A hora passou rapidamente e a madrinha recebeu várias visitas. O quarto cheirava a doces, flores e agora estava decorado com balões de unicórnio e princesas.
Uma semana se passou e o Doutor informou que a pequena iria começar alguns procedimentos para que seus músculos não atrofiassem.
-Eu to com medo...-Marina dizia tentando não chorar, mas aquele biquinho trêmulo não negava.
-Coisa mais preciosa da nossa vida... Nós não vamos deixar nada machucar você, ninguém te fazer mal. Todos estão aqui pra cuidar de você, tá bom?-Keegan levantou a mão para a pequena tocar.
-Você confia em nós bebê?- Troian continuou.
-Sim mamãe.- Nina disse de mãos dadas com os dois.
-Agora o Doutor aqui, vai levar você pra dar uma volta e conhecer o hospital. Ok? Mas antes vou precisar colocar um outro acessório especial em você, para que durante a nossa voltinha no prédio, não prejudique mais sua coluna, combinado? Vamos?
Keegan e Troian assentiram e pela primeira vez trabalharam juntos para colocar a filha na cadeira de rodas. Ela ainda estava com machucados e hematomas pelo corpo, então, todo cuidado é pouco. O doutor ajustou o colar cervical nela, pois como a paralisia foi causada por uma fratura na coluna, ele não queria arriscar mais problemas para a pequena e como ela ia tentar se movimentar bastante para olhar tudo, era bom prevenir.
Marina pronta, eles começaram a andar pelo hospital e o Doutor apresentava tudo para a pequena, que estava encantada com tudo que existia dentro daquele lugar. Não era apenas doença e morte.
Existia vida, pessoas fortes, crianças sendo curadas e médicos, enfermeiros que suavam dia e noite pela vida de seus pequenos pacientes.
-Obrigada Doutor Rayan. Por estar cuidando de mim.-Ela olhou com um olhar de gratidão ao médico que abaixou para ficar na altura de Nina.
-É um prazer cuidar da vida de crianças tão especiais como você Nina. Eu prometo que vou fazer sua vida nesse novo "acessorio" ser bem animada.
Os pais sorriam ao ver a interação dos dois. Finalmente uma trégua para todo sofrimento que estavam vivendo durante aqueles 7 dias, tendo a pequenina, agora, dependendo deles para tudo.
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