Toda a família Malfoy ficou na mansão por alguns dias após aquela desastrosa festa. Mas assim que todos partiram, outra visitante chegou: a paz. Já fazia mais de um mês que Gina estava no palácio e já se sentia à vontade na maioria das vezes, claro que isso se resumia ao seu quarto e ao jardim. Estavam quase no fim de setembro e fazia frio à noite, mas ela se sentia muito mais aquecida do que em casa, talvez porque tinha suas criadas para fazer companhia e até mesmo Cho para jogar xadrez bruxo quando estavam no salão. Os cantos daquele espaço gigantesco já não eram mistério para ela, podia caminhar livremente durante os dias. Os sons de sapatos sobre o mármore, o tinir dos copos de cristal, as conversas dos guardas lá fora: tudo isso já era tão familiar quanto o barulho do vampiro se arrastando no sótão da Toca.
Seus únicos momentos de tensão eram durante as refeições com a família Malfoy e os momentos no Salão das Mulheres. Ela ignorava Draco há tanto tempo que quase conseguia desviar os olhos dele com facilidade, mas não conseguia mentir para si mesma. Não parou de pensar nele um dia sequer desde o beijo que trocaram na varanda de seu quarto. No entanto, ele parecia indiferente a ela agora, por mais que ainda o pegasse a olhando de esguelha durante o jantar. Ele não a procurou mais e isso de certa forma estava a deixando inquieta. Não era isso que ela queria? Que ele a deixasse em paz? Mas por que doía tanto vê-lo com outras garotas e se esquecer dela?
"Deixe de ser ridícula, Gina, tem tudo o que sempre quis. Paz e tranquilidade."
Tentou dedicar seu tempo a fazer poções e enfeitiçar plantas nas aulas livres que Silva recomendou a todas. Não era muito fã de poções, mas precisava ocupar sua cabeça. Precisava reconhecer: estava ficando transtornada, não se reconhecia mais como Gina Weasley. Cada dia que se passava, se sentia mais à vontade naquele lugar, e a ideia de sair não era mais tão promissora assim. Por mais que não quisesse ganhar a seleção, sentia uma pontinha de inveja de quem quer que fosse a escolhida. Às vezes ela até sentia vontade de estar na seleção de verdade, mas sua ética não permitia que ela pensasse muito nisso. Jamais iria se rebaixar a este nível e também duvidava que Malfoy fosse querer casar com ela, uma Weasley, mesmo que por muitas vezes ele tenha demonstrado que ela não era tão intolerável assim.
Narcisa Malfoy havia frequentado o Salão das Mulheres por duas vezes. Ela não conversava com ninguém, mas se sentava em uma cadeira confortável acompanhada de suas criadas e observava as leituras e conversas. No geral, a animosidade tinha passado. Todas estavam acostumadas umas às outras. Finalmente puderam ver o Profeta Diário com suas fotos e comentários duas semanas depois da festa. Imaginem a surpresa de Gina ao descobrir que novamente era uma das favoritas. Cho ficou com o primeiro lugar, seguida de perto por Astória, Zoe e Kriss. Pansy deixou de falar com Astória por dias ao saber disso, mas ninguém se importou muito.
O que mais parecia causar tensão eram as informações lançadas no ar. Quem quer que tivesse estado mais recentemente com Malfoy não podia deixar de contar, encantada, sobre seu pequeno encontro. Ela revirava os olhos toda vez que ouvia sobre um beijo gentil de Malfoy ou um presente carinhoso que ele havia entregue. Pelo jeito que Gina ouvia como todas falavam, parecia que ele escolheria seis ou sete esposas. Uma decepção, na sua opinião, mas o que ela poderia esperar de Malfoy?
Porém nem tudo eram flores para todas. Cho havia tido mais encontros com Malfoy do que todas as outras, e Gina suspeitava que ela não contava tudo que acontecia nos encontros. Até que em uma manhã, Gina encontrou Cho aflita no Salão das Mulheres.
- O que aconteceu? - Perguntou, se sentando ao lado da amiga. Gina usava calças naquele dia.
- Se eu te contar, promete que não vai contar a ninguém?
Gina suspirou mentalmente, mas não esboçou reação.
- Claro, Cho, pode me contar. O que há de errado?
- É Malfoy. - Começou ela, e Gina prendeu a respiração. - Não sei se vai dar certo entre mim e ele… não temos química, sabe? Não temos ligação.
Não soube o que responder de imediato, mas percebeu que ficou muito tempo quieta, pois Cho a encarava como se esperasse uma resposta.
- Mas você o conhece como eu, Cho. Ele é um pouco metido e arrogante, mas acho que se você der um tempo... ele irá se abrir. - Tentou colocar o máximo de expectativas em suas palavras.
- Não, Gina, você não entendeu. Eu não gosto dele, nunca gostei do Malfoy. Eu até tentei, sabe... mas não dá.
Bem, Gina foi pega de surpresa com essa. Afinal, todas as garotas ali, inclusive Cho, pareciam estar caidinhas por ele e terem esquecido do passado sombrio e como Malfoy era péssimo em Hogwarts.
- Acho Malfoy bonito e tudo, todas nós achamos, mas fico ouvindo as outras garotas dizerem que os encontros delas foram maravilhosos e encantadores, enquanto os meus são monótonos e superficiais. Será que elas estão inventando ou ele realmente é indiferente em relação a mim? - Cho estava com algumas lágrimas escorrendo dos olhos.
Pensou por uns instantes.
- Na verdade, eu não sei. Sabe como ele é indiferente a mim e só saímos algumas vezes, então não sei te dizer se é ao contrário. - Disse Gina apreensiva, não queria deixar transparecer que ainda sonhava com a última visita de Malfoy ao seu quarto.
- É sério, Gina, acho que a única razão para eu estar aqui é o povo gostar muito de mim, a posição da minha mãe no ministério e o meu nome.
Gina prendeu os lábios, ela já tinha pensado nisso, mas quando Cho falou, parecia realmente muito conveniente. Tempos atrás ela teria desconfianças daquilo, mas agora ela tinha quase certeza. Talvez a interferência do povo e do ministério na escolha da futura Senhora Malfoy fosse maior do que ela imaginava.
Respirou fundo e puxou Cho para um abraço. Queria muito que ela ficasse, que estivesse ao seu lado, mas se ela não queria mais ficar com Malfoy, por que estava ali? Dinheiro não era problema para Cho Chang.
- Cho, se você não quer ficar com ele, acho que deveria dizer isso.
- Ah, não. Eu não poderia. - Respondeu Cho, se afastando, sua franja um pouco amassada na testa. - Não posso simplesmente pedir para sair! Preciso ficar. Não posso ir para casa... Não agora.
Gina estreitou os olhos, estava claro que Cho escondia algo dela.
- Por que, Cho? O que a prende aqui?
Por um instante, Cho a encarou como se estivesse buscando confiança em seus olhos. Gina pensou que ela fosse a puxar para um canto e confidenciar o segredo mais guardado de sua vida. Mas não, ela enxugou suas lágrimas tão rapidamente como tinham começado e se endireitou. Alisou o vestido, sacudiu os ombros e se voltou para Gina. Botou um sorriso forte e cálido no rosto e disse:
- Quer saber? Aposto que você está certa. - Ela se levantou e começou a se afastar. - Tenho certeza de que só preciso esperar e as coisas vão avançar. Agora tenho que ir. Kriss está à minha espera.
Cho correu escada acima, deixando Gina confusa e sozinha no salão.
---
Sua rotina estava sendo um pouco monótona demais para seu gosto. Estava rodeado de mulheres bonitas como Blásio gostava de brincar, mas ainda assim não estava nem um pouco satisfeito. Em todos os seus inúmeros encontros ele procurava saber qualidades sobre as garotas, qualidades muito específicas. Se gostavam de ler, de observar as paisagens, sobre como era o relacionamento com a família e também se era uma garota esperta e determinada. Na maioria das vezes ele saíra decepcionado, algumas tinham uma qualidade ou outra, mas nenhuma tinha todas que ele procurava. Intencionalmente, ou não, ele usava Gina Weasley como parâmetro de garota ideal. Ela gostava de ler, era observadora, amava sua família e era fiel a eles, além de ser extremamente esperta e determinada. O tipo de garota que ele realmente via como um desafio em lidar, que daria uma bela diversão em sua vida. Uma esposa certinha, zelosa e que cuida da casa e filhos não era exatamente desafiadora e divertida, para ele seria uma vida sem graça e chata. Contudo, essa era exatamente o ideal de garota que sua mãe procurava para ele. Ela estava há horas o “entretendo” sobre as garotas que ela observou enquanto passou um tempo no Salão das Mulheres. Um desperdício de tempo, em sua opinião, mas ele não disse nada à sua mãe, sabia o quanto ela estava animada e ansiosa em vê-lo se casar.
- Essa conversa está se tornando uma das mais exaustivas que já tive, mãe. - Disse ele depois de um tempo
- Ora, querido, estou te ajudando com essa escolha. Me parece que está sendo um pouco difícil para você. - Comentou Narcisa, usando o mesmo tom irônico que Draco usava às vezes.
- Difícil?
- Sim, você está parecendo um farrista, cada noite saindo com uma garota. Você escolheu uma ótima hora para ser um adolescente rebelde. - Disse ela, levantando-se da poltrona com a sua elegância inabalável.
- E não é para isso que elas estão aqui? Tenho que verificar com qual delas irei passar o resto dos meus dias. Merlin me livre de ficar preso com uma tagarela ou uma garota tediosa. - Respondeu Draco, levantando as sobrancelhas como se aquilo fosse óbvio.
Narcisa apertou os lábios de maneira paciente. Ela sabia que não adiantava discutir com o filho, ele era realmente um cabeça-dura. Caminhou até ele por trás da poltrona e bagunçou seu belo cabelo louro como costumava fazer quando Draco era pequeno.
- Meu filho amado, a sua demora para a escolha de uma esposa é realmente pela dificuldade em encontrar qualidades em uma delas? Ou tem alguma outra coisa que está te impedindo de escolher? - Perguntou ela, dando a volta e olhando fixamente para Draco.
Por um momento ele manteve sua pose olhando para frente friamente, só que sentir os olhos de sua mãe sobre si o deixou muito vulnerável. Era como se ela estivesse o lendo e decifrando tudo o que se passava em sua mente. Draco levantou os olhos para ela, e naquele simples movimento ele viu os olhos de sua mãe se abrirem em compreensão. Ela o conhecia muito bem.
- Quem é a garota, Draco? - Perguntou Narcisa de imediato. Ela não estava exatamente brava, e sim chateada consigo mesma por não ter percebido antes.
Draco engoliu em seco e se levantou de maneira brusca.
- Ninguém mãe.
Narcisa suspirou, sem desviar o olhar de Draco, ele havia entregado tudo.
- Se não quer me dizer quem é, provavelmente não pode escolhê-la. - Disse Narcisa com a voz firme olhando para o filho com confusão.- Nunca imaginei que você se encantaria por uma Weasley.
Draco ficou pálido, surpreso que sua mãe sabia mais do que ele esperava.
- Por que a surpresa? Isso não é mistério para ninguém que tenha te observado bem ultimamente, obcecado pela garota aonde quer que estivesse. - Continuou ela com um sorriso satisfeito por ter descoberto isso.- Seu Pai não ficaria nem um pouco feliz com isso e infelizmente seu sobrenome traria complicações imensas para a nossa família.
Ele abriu a boca para responder que não tinha a intenção de casar com Gina nem algo assim, que ela tinha entendido errado, mas Narcisa levantou a mão para impedi-lo.
- No entanto.- Continuou ela. - Não podemos mandá-la embora da seleção. Ela tem o apoio do povo pelo que vemos no profeta diário e isso causaria um escândalo ainda maior para nossa família. Não podemos nos dar ao luxo de sermos imprudentes.
Draco esfregou a testa, frustrado. Ele sabia que sua mãe tinha razão, mas a ideia de afastar alguém que o deixava inquieto era perturbadora.
- Então o que sugere, mãe? - Perguntou ele, finalmente, não iria negar seus sentimentos.
Narcisa o observou por um momento, considerando suas palavras cuidadosamente.
- O que sugiro….- Disse ela lentamente.- é que você continue a avaliar as outras garotas. Dê a si mesmo uma chance de encontrar alguém que também possa te trazer felicidade e que seja mais aceitável aos olhos da sociedade. A garota em questão pode ser especial para você, mas precisamos ser realistas, seu Pai nunca aceitaria seu casamento com ela e não há nada que eu possa fazer para mudar isso.
Draco assentiu, mesmo que a contragosto.
- Como devo lidar com ela? - Perguntou ele, mais suavemente e com o peso mais leve em seus ombros, não teria mais que esconder seus sentimentos de sua mãe.
- Ela sente o mesmo por você? Ou é indiferente?
Ele prensou os lábios e se lembrou de como Gina escondia bem seus sentimentos, ele realmente não saberia responder aquilo.
- Eu não sei.-Respondeu sinceramente sentindo uma dor de cabeça terrível.
Narcisa pensou por um momento.
- De qualquer maneira trate-a com respeito e consideração, como sempre fez. Mas mantenha uma certa distância. Não a machuque, Draco, mas também não alimente esperanças que não podem se concretizar.
Draco suspirou, sentindo o peso das palavras de sua mãe. Ele sabia que seria difícil, mas não tinha outra escolha.
- Tudo bem, mãe.- Disse ele, resignado.
Narcisa assentiu, satisfeita com a resposta.
- Confio em você, Draco. Você encontrará uma maneira de resolver isso. - Disse ela, com um leve sorriso triste.
Ele saiu da biblioteca antes que sua mãe o deixasse mais louco ainda. Não queria ter tido aquela conversa, nunca em sua vida pensou que a teria, mas isso era inevitável, uma hora ela teria descoberto de qualquer maneira. A verdade era que nem ele sabia mais o que estava fazendo. Hora ou outra teria que ceder e escolher alguma garota, sabia disso a muito tempo. Mas todas aquelas jovens não eram nada comparadas a Gina Weasley. E era isso que o atormentava, deixou-se envolver demais com ela e agora teria que terminar algo que ele nem havia começado.
Ele precisava encontrar uma maneira de resolver aquela situação. Mas também precisava descobrir se Gina também sentia algo por ele, não porque ele iria corresponder a isso, mas ele queria saber se tudo não passava de um jogo cruel do destino.
---
Os dias seguintes foram de incerteza para Gina. As aulas de poções e feitiços eram um bom passatempo, mas não preenchiam o vazio que ela sentia. Cho estava mais distante dela, andava com Kriss e Zoe, às vezes nem mesmo lhe desejava bom dia. As outras garotas estavam mais competitivas do que nunca, e Gina se via cada vez mais isolada, perdida em seus pensamentos sobre Draco e o futuro incerto.
Durante uma das aulas de poções no dia seguinte, Gina estava distraída, Silva percebeu isso e chamou sua atenção.
- Senhorita Weasley, pode me dizer qual é o próximo ingrediente a ser adicionado?
Ela piscou, voltando à realidade.
- A-asphodel, senhora.
Ela assentiu, satisfeita, mas Gina sabia que precisava se concentrar mais.
Após a aula, enquanto caminhava pelo corredor em direção ao jardim usando um de seus vestidos azuis de manga longa, foi interceptada por Pansy Parkinson.
- Ora, ora, parece que a senhorita Weasley está com problemas - disse Pansy, o tom sarcástico saindo de seus lábios exageradamente vermelhos. - Não consegue mais a atenção do nosso querido Draco?
Gina respirou fundo, tentando manter a calma.
- Não é da sua conta, Parkinson.
- Oh, mas é sim. Todos estamos curiosas para saber o que aconteceu entre vocês dois. Afinal, parecia que você tinha uma chance no começo.
Gina encarou Pansy, os olhos cheios de determinação.
- E talvez ainda tenha. Não subestime uma Weasley.
Pansy revirou os olhos, mas antes que pudesse responder, Draco apareceu no corredor. Fazia tanto tempo que ela estava o evitando que quase havia esquecido como ele a deixava nervosa só de estarem no mesmo local. Ele se aproximou e olhou para as duas, a expressão fria e distante, mas parecia determinado, como se tivesse se preparado para aquele momento.
- Pansy, deixe-nos.
Ela fez uma careta, mas obedeceu lançando um olhar de puro ódio para Gina antes de sair, os deixando a sós.
- Oi. - Disse ela levantando os olhos para ele, tentando esconder a surpresa na voz.
Draco quase vacilou ao ver os olhos dela ansiosos virados em sua direção, mas ele tinha que fazer isso.
- Oi. - Respondeu ele com uma frieza que ela não via a muito tempo em sua voz.
Gina sentiu o coração acelerar, mas tentou manter a compostura.
- Precisamos conversar - Disse ele, a voz firme.
Ela cruzou os braços, tentando manter a compostura. Ele tinha uma urgência em seus olhos que fazia com que ela temesse o pior.
- Sobre o quê?
- Sobre a nossa situação.- Disse ele respondeu, sem rodeios.
Ela franziu a sobrancelha prestes a perguntar “ que situação”, mas ele foi mais rápido.
- Não posso escolher você.
Gina sentiu um aperto no peito, mas se recusou a mostrar qualquer fraqueza. Sabia que não estava dentro da competição de verdade, nunca seria escolhida, mas ouvir aquilo saindo tão livremente dos lábios dele, foi como um choque para ela.
Levantou a cabeça tentando se manter alheia e inabalável.
- E porque está me dizendo isso? Eu sei, sabe muito bem que eu não me importo… - Respondeu ela tentando fazer sua resposta parecer tão natural e óbvia, era mais difícil do que pensava.
Ele revirou os olhos e colocou as mãos no bolso, parecia estar pensando no que iria falar em seguida.
- Eu não posso te escolher. - ele repetiu, a voz agora mais firme. - Há muitas coisas em jogo, muitas expectativas. Minha família, o nome Malfoy, tudo isso pesa demais. E… você é uma Weasley. Não posso simplesmente ignorar todas essas diferenças.
Ela sentiu as lagrimas se formando em seus olhos, mas lutou para não deixá-las cair. Não queria dar a ele o poder de vê-la chorar.
- Oh, obrigada por me lembrar que eu não presto para nada, Malfoy. Mas por que você está aqui então? Era só ter me mandado embora de uma vez se sou tão impossível assim.
Ele deu um passo à frente, os olhos fixos nos dela.
- Você não pode sair da seleção.
Ela o encarou, incrédula. Sair não era algo que ela queria, mas se ele fosse a tratar como antes, realmente não faria questão de estar ali.
- O quê? Você está brincando? Se não precisa mais de mim, por que quer que eu fique?
- Porque é o melhor para todos. - Disse ele, a voz gelada. - Minha família, a sua família e até mesmo para você. Sair agora causaria um escândalo e eu não quero isso, você é uma das favoritas pelo povo.
Gina balançou a cabeça, furiosa.
- Então é isso? Você vai me manter aqui contra a minha vontade, só para proteger sua preciosa reputação?
Draco manteve a expressão impassível.
- Sim, eu vou.
Ela sentiu a raiva fervendo dentro de si. Estava cansada de ser tratada como uma peça no jogo dele.
- Não vou ficar aqui sendo humilhada, Malfoy. Eu vou embora.- Disse ela se afastando dele.
Ele a puxou pelo braço como sempre fazia e aproximou o rosto dela, a voz baixa e ameaçadora.
- Você não tem escolha, Weasley. Você mesmo disse que ficaria enquanto eu não te expulsasse, não lembra? Então vai ficar e cumprir seu papel até o momento em que eu escolher a minha esposa nesta seleção.
Ela abaixou a cabeça, sem conseguir aguentar mais aquilo. Os olhos gelados dele, a maneira como ele falava, como se quisesse realmente feri-la com suas palavras.
- Isso é tudo, Senhor Malfoy?-Perguntou levantando a cabeça novamente, tentando conter sua raiva.
- Uma última coisa, preciso que você coopere e mantenha as aparências.
Gina sentiu uma onda de frustração, apertou os lábios e deu um leve sorriso sarcástico.
- E porque eu faria isso?
Draco a olhou, os olhos frios como gelo. Ele conseguia sentir o cheiro do perfume dela, algo cítrico e que fazia seus pensamentos ficarem confusos, mas ele era mais forte que isso.
- Pela paz e a tranquilidade de saber que não causará um escândalo. E, mais importante, ganha o respeito de sua família e da minha.
Ela riu, mas não havia humor em sua risada.
- Respeito? Você realmente acha que respeito é algo que você inspira? Me poupe!
Ele não respondeu, apenas continuou a olhar para ela com aquela expressão fria e controlada.
- Faça o que quiser, Malfoy. Mas não espere que eu seja tola e siga todas as suas ordens.
E com isso, ela puxou o braço de seu aperto e se virou saindo com passadas pesadas, deixando Draco sozinho no corredor, os pensamentos confusos e o coração pesado. Sabia que estava fazendo o que achava ser certo, mas não conseguia evitar a sensação de perda que o acompanhava.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.