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História A Sobrevivência do mais Apto. - Eu consigo uma perseguidora muito zangada com minha cara - História escrita por JW18 - Spirit Fanfics e Histórias
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História A Sobrevivência do mais Apto. - Eu consigo uma perseguidora muito zangada com minha cara


Escrita por: JW18

Notas do Autor


Tenham uma boa leitura!

Capítulo 3 - Eu consigo uma perseguidora muito zangada com minha cara


Eu mentir. Eu não levei o cadáver de Daniels Swal para casa dele, na verdade, levei para minha casa.

No meio da minha corrida por Yorkville, eu tinha percebido que não sabia onde exatamente ficava o Acampamento Meio-Sangue, eu só sabia que ficava em uma estrada rural cheia de campos de morangos em algum lugar em Long Island. 

É como eu bem sei, Long Island era repleta de fazendas com plantações de morangos, e qualquer fazenda ali poderia ser a Casa Grande disfarçada de casa de fazenda. E eu não estava com vontade de fazer uma corrida de gato e rato em cada fazenda em toda Long Island só pra ver se uma delas era um acampamento de super pirralhos poderosos disfarçada de seja o que nós, seres humanos, vimos pela Névoa.

Névoa, esse véu mágico criado por Hécate que esconde o mundo mitológico do mundo mortal não parecia funcionar comigo. Porque consegui ver muito bem em alto e bom som aquela empousai, mas isso pode ter sido porque estava transformado no Besta na época e não como humano, então ainda tem a grande possibilidade de eu não ser capaz de enxergar além da Névoa.

Isso seria um problema, se eu não fosse capaz de ver além da Névoa, então meus dias de viver no mundo normal estariam com os dias contados. Qualquer um poderia ser um monstro ou um deus disfarçado de gente, o que seria mais fácil para mim matar se eu fizesse inimigos no mundo mitológico, que, inevitavelmente farei de uma forma ou de outra.

Porra!

"Ok, vamos abordar o elefante na sala," eu disse, andando de um lado para o outro no meu apartamento. "Estou no Riordanverso, tenho um cadáver sangrento deitado no meu sofá, não sei onde fica o Acampamento Meio-Sangue e estou completamente confuso do que fazer agora."

Isso nunca aconteceu antes. Eu sempre sabia o que fazer e como fazer. Mas agora… agora não sei ao certo, era quase como não completar um quebra-cabeça por estar faltando uma peça para concluí-la, era isso sentia no momento, como se uma peça estivesse perdida nesse complexo quebra-cabeça. 

Uma ideia me veio à mente. "É claro, a mochila dele! Deve haver alguma coisa que me diga onde o Acampamento Meio-Sangue está localizado!"

Com essa ideia em mente, caminhei até a mochila jogada no chão perto do sofá onde jazia seu falecido dono. Pegando-a, primeiro tirei com cuidado o buquê de rosas, depois vasculhei por qualquer coisa que possa me dar algum indício onde ficava o acampamento de super pirralhos em Long Island.

Deixe-me dizer que Daniels Swal era mesmo um legítimo filho de Hermes, o cara tinha tudo o que um mestre encrenqueiro poderia ter para usar nas pegadinhas. Sei disso porque eu também sou assim. Bom, era mais na infância, mas hoje em dia era raro eu pregar uma pegadinha em alguém, só se a pessoa enchesse minha paciência. Ah, aí sim esse infeliz iria ver o que aconteceria com quem brincar com Victor Júnior, o mestre das pegadinhas bem elaboradas!

Bom, deixando isso de lado. Daniels Swal tinha muitas coisas interessantes em sua mochila, não vou citar todos eles, porque eram muitos. Mas posso dizer os três que chamaram minha atenção, como um velho mapa dos Estados Unidos com algumas áreas marcadas em vermelho, uma lata cheia de pãozinho dourado que presumo ser ambrosia, uma garrafa térmica com líquido dourado que obviamente era néctar. 

Minha expressão ficou confusa. Daniels Swal tinha muita ambrosia e Néctar, a comida dos deuses na mochila, isso poderia ter salvado a vida dele. Sei muito bem que esse pãozinho e líquido dourado tinham propriedades curativas altamente avançadas e místicas para semideuses, até mesmo capaz de salvá-los da beira da morte se você tivesse o suficiente, o que por sinal ele tinha de sobra.

"Eu não entendo," eu murmurei confuso, dando uma olhada no cadáver deitado no sofá. "Porque diabos você não me disse que tinha isso em sua mochila? Isso poderia ter salvado sua vida, mas você escolheu pegar a foto ao invés disso nos seus momentos finais."

Algo estava errado aqui, minha intuição dizia isso. Mais o que? 

Decidido a descobrir esse mistério, comecei a vasculhar o corpo morto de Daniels Swal. Mesmo sentido nojo por está violado o cadáver dele, mas meu nojo estava sendo subjugado pela curiosidade e quando estou curioso, mergulho nisso de cabeça.

Foi então que ao colocar a mão em um dos bolsos da calça jeans, algo metálico com algum tipo de cordão raspou minha pele. Quando o tirei, meus olhos estavam olhando uma pulseira de prata com um desenho de uma foice na palma da minha mão.

"Oh," murmurei em compressão e suavidade. "Então, era isso não era."

Daniels Swal, filho de Hermes, era um dos espiões de Luke Castellan no Acampamento Meio-Sangue. Agora entendo porque ele não quis ser salvo, a vergonha e culpa devem ter dominado seu ser em seus momentos finais.

E acho que ele sabia que um traidor não seria muito bem-vindo no lar onde ele… bem, traiu. E alguns deuses não ficariam muito felizes ao saber que um ex-traidor estava entre seus filhos (e acredite, sei muito bem do que estou falando), eu suponho que quando o encontrei naquele beco em Yorkville, Daniels estava arrependido da escolha que fez e decidiu dar meio volta.

Mas uma certa criatura chupadora de sangue não deixou isso acontecer… bem, deu no que deu. Agora um garoto morto jazia no meu sofá e a culpa era minha por ele ir para a vala.

Estreitei os olhos na pulseira que segurava na mão. "Tenho que me livrar disso antes que alguém do outro faça contato, ainda não quero ser descoberto pelo Titã comedor de filhos. Ainda não pelo menos."

Você pode ter pensado como me livrei da pulseira espiã, virei E.T e o destruí, o transformei em sucata com um dos equipamentos no meu quarto. Mas não, não fiz nenhuma dessas opções, o que eu realmente fiz… foi jogar a pulseira pela janela do meu apartamento.

Mas como assim você jogou uma pulseira espiã pela janela do seu apartamento você me pergunta? Calma, isso é muito simples de explicar, eu não queria usar o Omnitrix, um dos dispositivos mais poderosos da ficção para destruir uma mera pulseira e meu triturador de metal ainda estava… meio quebrado pelos materiais que amassei pra fazer minha jaqueta.

Eu disse que aquela jaqueta foi realmente difícil de fazer, não que eu esteja reclamando disso é claro. 

Então só restou jogar a coisa pela janela da minha humilde morada. Se minha teoria estiver correta, aquela pulseira além de ser um comunicado, também tinha um rastreador embutido na foice metálica. Que eu presumo que foi como aquela empousai conseguiu encontrar o filho de Hermes, ela foi uma enviada de Luke pra… limpar as pontas soltas, por assim dizer. 

Além disso, qualquer um que pegasse aquela pulseira pela manhã (eu vi a pulseira cair no outro lado da rua), receberia uma ligação do outro lado, mas veria que o destinatário não era o falecido filho de Hermes, mas assim uma pessoa normal.

A famosa "hã, desculpa cara / senhora, mas você ligou para o número errado". Há, queria ver a cara do trouxa quando visse isso, hehehe!

Enfim, depois de me livrar da pulseira, decidi dar uma olhada no mapa que tirei da mochila de Daniels.

Levantei uma sobrancelha surpresa. Ok, isso era… bem interessante e intrigante. O mapa em minhas mãos (que por sinal era bem velho) tinha vários pontos chaves marcados com círculos vermelhos em cada uma das cidades na América, o curioso era que em cada um dos círculos havia um triângulo dentro, o que reconheci como o símbolo delta, a marca de Dédalo.

Olhei na parte de trás do mapa. Lá, na parte inferior do direito, pequenas palavras em negrito estavam escritos: Propriedade de Luke Castellan, comprado em Connecticut no dia 05 / 09 / 1998 

"Puta que pariu!" exclamei em um tom chocado.

Eu estava segurando uma mina de ouro baseada em infiltração, esse grande papel quadrado com rabiscos em mãos continha as informações de onde ficava cada entrada do Labirinto de Dédalo em toda América. Isso daqui era o sonho molhado de qualquer líder com objetivo de invadir uma base inimigo com sutileza e surpresa.

Mas como aquele traidor de merda conseguiu saber onde estava cada entrada do Labirinto era um mistério pra mim, isso provava que aquele garoto era perigosamente astuto e esperto, muito esperto mesmo.

"Então…" olhei com olhos arregalados para o cadáver deitado no sofá. "Então era por isso que aquela empousai atacou você, por causa desse mapa aqui. Luke sabia que uma hora ou outra você vacilaria na sua decisão de passar pro lado dele, então ele enviou aquela chupadora de sangue recuperar o mapa que você trazia consigo. Afinal, isso era muito valioso pra está nas mãos de um semideus indeciso."

Claro, isso fazia sentido. Se o falecido filho de Hermes desse esse mapa pro Acampamento Meio-Sangue, então Luke Castellan poderia dizer adeus a seu plano de invadir o recanto dos semideuses grego pelo Labirinto de Dédalo daqui a um ano. Por isso daquela empousai nojenta está atacando Daniels, ela ali pra recuperar o mapa e a pulseira espiã de Luke… é e claro, bater um rango de brinde, se é que vocês me entendem.

Infelizmente para o traidor de merda, o mapa agora estava em minhas mãos e eu farei muito bom proveito dele.

Virei o mapa para frente, meus olhos viajando pela área de Long Island, onde um grande círculo vermelho estava riscado na área mais ao norte, perto de um estuário.

"Estrada rural 3.141," recitei a informação que li no mapa. Fiz uma careta. "Vai demorar muito pra chegar de carro até lá, quase uma ou duas horas," dobrei o mapa com cuidado, fui até meu quarto onde o guardei, depois voltei para sala de estar. "Porque construí um acampamento de pirralhos no meio do nada… não, eu não quero saber disso, algumas coisas devem ser mantidas em segredos, como diz o ditado"

É por causa de coisas assim que fazem pessoas inteligentes como eu perderem um pouco de Q.I do cérebro, às vezes me pego  pensando como o ser humano, principalmente os deuses desse mundo andaram para frente com esse… tipo de comportamento infantil que você veria numa criança malcriada na pré escolinha está além de mim. 

Ok, quebrando a quarta parede. Aqui vai um conselho para vocês, nunca, em hipótese alguma faça uma pergunta quando você ver algo estranho e tosco rolando na sua frente. Acredite em mim, você vai preservar muitos dos seus neurônios.

Olhei para o cadáver deitado no meu sofá, uma onda de culpa e remorso. "É amigo, você me deu bastante trabalho essa noite," fiz uma careta de nojo, tampei o nariz quando o cheiro de decomposição se deu a conhecer. "Não, esqueça o eu disse, você está me dando um trabalhão com esse cheiro de cadáver e tudo mais," eu gemi deprimido. "Ah cara, vai ser o mó trabalho tirar esse cheiro de morto do meu apartamento… cara, porque Deus me odeia tanto, o que eu fiz de errado pra merecer tudo isso!"

Tempos depois de cobrir o corpo de Daniels Swal com um lençol, lavar minha jaqueta sangrenta e colocá-la no varal pra secar, me encontrava deitado em uma cama no meu estranho quarto.

Deixe-me dizer que a decoração do meu quarto era típica de um Nerd raiz. As paredes eram pintadas de cinza, minha cor favorita com pôsteres do Guerra nas Estrelas, Yu Yu Hakusho, Dragon Ball, Naruto, Vingadores e Liga da Justiça colados na parede. No canto esquerdo havia um armário de madeira perto de um laptop descansando em uma mesa, com uma mesa de trabalho cheia de ferramentas e peças mecânicas ao lado.

É no canto direito estavam meus maiores bebés, uma estante cheias livros, quadrinhos e mangás, uma máquina trituradora de aço que eu mesmo construí, uma grande mesa cheia de bonecos em miniatura como os icônicos Son Goku, Uzumaki Naruto e Darth Vader, e finalmente um baú do tesouro no chão entupido de peças, engrenagens, ferramentas e cristais do Diamante.

Agora, eu sei que você está pensando, Hey, porque seu quarto parece de um Otaku fedido se você é um garoto sério e blá blá blá, mas eu tinha dinheiro, muito dinheiro e sempre quis ter um quarto assim. Apesar de eu ser um garoto sério e problemático, eu era um Nerd de cadeirinha por dentro, e quando passei por umas lojas de animes na Time Square e vendo que praticamente possuía fundos ilimitados (vendendo os cristais do Diamante), eu não aguentei segura meu Nerd e eventualmente acabei comprado quase tudo que meus olhos gostasse.

Posso de gastado dinheiro que não devia é verdade, mas foi um dinheiro muito bem gasto e trouxe um pouco de alegria no meu solitário coração. Quarto meses atrás eu estava começando entrar em estado catatônico, se não fosse pelos livros e colocando minha mente em algo, acho que estaria no início de um estado de depressão… e isso não seria nada bonito.

Eu sentia muita saudade de casa, principalmente da minha mãe. Pensado como ela estava na minha ausência, se ela estava bem? Mal? Doente? Ela arrumou um namorado? Eu sei, essa última foi desnecessária, mas eu pensava em coisas estranhas quando estava em profundo pensamento, então me dêem um tempo tudo bem!

"Que noite difícil," eu bochechei, virando de lado na cama. "Se o que estou pensando não der certo, amanhã será ainda pior."

Como essa nota entusiástica, fechei os olhos. Entrando na feliz inconsciência.

***

No dia seguinte eu estava dirigindo meu carro, um Dodge Challenger Srt Hellcat inteiramente cinza pela segunda avenida, com um cadáver de Daniels Swal coberto por um lençol no banco traseiro, com sua mochila descansado ao lado.

Dirigir ainda era algo novo para mim. Eu tinha comprado o carro recentemente, mas especificamente no mês retrasado. Já que não queria ficar muito dependente do Omnitrix para qualquer tipo de situação, muito menos das normais, como construir coisas bem simples ou viajar para outros lugares. Por isso do motivo de eu comprar o carro.

Mas deixe-me dizer que não foi nada fácil comprar o carro (foi uma baita dor de cabeça!), tive que arrumar documentação como RG, certidão de nascimento, comprovante de residência e comprovar que eu era maior de idade (o que eu não era) pra poder adquirir algo tão importante como um carro.

Agora, deixe-me lhe contar um segredo. Vocês sabiam que falsificar documentos verídicos era bem fácil se você tivesse tecnologia alienígena a seu dispor. Foi assim que consegui meus documentos legais como um cidadão americano na América, e melhor de tudo, eu fiz tudo isso em casa com um laptop tecnologicamente avançado e a boa e velha impressora.

Claro, eu tive que invadir os bancos de dados do governo pra fazer isso, que na verdade foi bem moleza, quase como um passeio no parque por meu pequeno alienígena.

Cara, a proteção contra hackers em 2007 era uma bosta, e me atrevo a dizer que até mesmo com o pouco conhecimento que tenho de hacker eu poderia invadir os bancos de dados do governo sem a necessidade de usar uma de minhas transformações para isso. Simplesmente patético.

Nesse meio tempo que estava pensando sobre as péssimas medidas protetivas contra hackers neste período de ano, eu havia passado pela ponte Queensboro, adentrado o Brooklyn.

A cidade passou por mim até que estava dirigindo fora da via expressa, indo pelo norte de Long Island, passando por plantações de vinhedos e barracas de frutas.

Eu saí da estrada 25 A. Passando por florestas ao longo de North Shore até que uma cordilheira baixa apareceu à minha esquerda. Mais uns minutos eu estava parado meu carro na estrada 3.141, na base de uma colina onde eu podia ver um enorme pinheiro no topo. 

"É finalmente chegamos!" eu disse a mim mesmo, desligando o motor do carro. "Duas horas de viagem, novamente porque fazer um acampamento de super pirralhos tão longe?"

Eu saí do carro. Colocando a mochila nas costas, carreguei o corpo de Daniels Swal pelos braços enquanto subia a colina.

"Eu espero que o dragão bebê não tente me comer, senão ele vai virar comida de um faminto Vulpimancer." eu resmunguei, continuando subindo colina acima.

Eu cheguei ao topo da colina, olhando maravilhado o jovem dragão de dois metros de altura enrolado em volta de um enorme pinheiro, do tamanho de uma árvore de natal. Acima de sua cabeça, no galho mais baixo do pinheiro, um pano dourado reluzia em ouro.

Acho que eu poderia ver através da Névoa bem como E.T e humano. Ainda bem, porque eu não estou nada interessado em virar um eremita no meio do nada por conta de não conseguir ver deuses e monstros disfarçados de pessoas normais.

O jovem dragão mexeu sua cabeça quando sentiu minha presença próxima a ele. Seus olhos verdes me encaravam fixamente.

"Por favor não me ataque, por favor não me ataque, por favor não me ataque." eu rezei continuamente, meus braços estando tenso pronto para largar o cadáver de Daniels Swal caso o dragão investisse contra mim.

Segundos de tensão se passaram. Então me vi soltando um suspiro de alívio quando o jovem dragão bufou enquanto abaixava a cabeça entre as patas, tirando um cochilo em seguida.

"Obrigado senhor!" Eu agradeci baixinho, não querendo quebrar o cochilo do jovem dragão (e não querendo aumentar as chances de virar coco de dragão).

Com o perigo agora fora de cena, tirei meus olhos do dragão, olhando o acampamento abaixo da colina.

A primeira coisa que veio à mente era que eles estavam fudidos quando forem pra guerra, ser o que o vi fosse alguma indicação. Eu não conseguia ver muito do Acampamento Meio-Sangue daqui da colina, mas eu pude enxergar campos verdes, uma floresta, construções gregas brancas reluzentes. Uma casa de fazenda de quatro andares situada altivamente no centro dos campos de morango. Ao norte, depois da praia, o estreito de Long Island brilhava à luz do sol. 

Sinceramente na minha opinião, esse lugar parecia mais um acampamento de verão igual aos outros ou invés de um lugar que devia servir pra ensinar semideuses como sobreviver no mundo cruel lá fora.

Essa era uma das coisas que achava ridículas nos livros. Toda vez que havia uma cena retratado o acampamento no ponto de vista do protagonista, Percy Jackson. A maioria das falas dele dava a dizer que os campistas se divertiam mais do que treinar pra sobreviver lá fora. Jogos sem sentido, corridas de carruagem toscas, escalado uma merda de parede que derrama a porra de lava, briguinhas mesquinhas uns com outros e por ai vai. Eu não conseguia compreender como se divertir e brigar entre si ajudariam eles a sobreviverem dos monstros no mundo mortal, eu simplesmente não conseguia entender.

O que diabos estava passado na cabeça daquele centauro e preguiçoso deus do vinho ao permitirem os campistas fazerem joguinhos bestas em vez de treinar duro para viver outro dia no mundo cruel infestado de criaturas mitológicas comedoras de carne!

Era por isso que os semideuses figurantes morriam tão facilmente nas guerras e batalhas, a famosa Batalha de Manhattan no livro o Último Olimpianos era um bom exemplo disso. Quase todos os campistas do Acampamento Meio-Sangue foram lindamente para vala naquela batalha na cidade onde eu moro, se eles não mudarem esse jeito tolo de agir no acampamento imediatamente, então meu amigo, infelizmente tudo será igual como os livros. Um montão de mortes desnecessárias que poderiam ser evitadas com um treinamento mais sério e rigoroso. 

Um grito de alerta me tirou de minhas reflexões. Olhei para a fonte do grito que era um dos campistas lá embaixo, logo depois um pequeno punhado de garotos e garotas empunhando espadas e arcos vinham em minha direção enquanto subiam a colina.

"Como diz aquela bruxa da vassoura mágica do pica-pau. Ir lá vamos nós." murmurei observando os semideuses se aproximando cada vez mais perto.

Tempos depois me vi diante de uma dúzia de garotos e garotas com as armas pontiagudas em mãos enquanto lançavam um olhar confuso e inquieto ao cadáver em meus braços.

Ninguém soltou um pio ou ruído sequer, dando um silêncio pra lá de constrangedor entre a gente.

"Huh," eu disse por fim, quebrado o silêncio. "Desculpe por incomodá-los, mas alguém aqui conhece esse garoto em meus braços?"

Houve um momento de silêncio até que um dos campistas deu um passo à frente, um garoto com cabelos castanhos de cachos desalinhados, olhos castanhos e feições de elfo igual ao corpo de Daniels Swal em meus braços.

"Eu o conheço," o garoto disse ao parar na minha frente, olhando preocupado para o cadáver em meus braços. "Sou irmão dele, eh, que dizer um dos irmãos dele. Por que ele está desacordado, ele está inconsciente?"

Minha expressão ficou sombria ao colocar o corpo de Daniels no chão, mostrando os dois grotescos buracos no peito e costela quando levantei a camisa dele.

"Oh não…" o garoto sussurrou horrorizado ao ver os ferimentos fatais do cadáver, os outros campistas atrás dele fazendo o mesmo. "Melinda não vai gostar nada disso. Santo Zeus, quando ela descobrir…"

"Mas o que está acontecendo aqui!" Uma voz madura disse atrás dos campistas, um homem com corpo de cavalo branco da cintura para baixo. "Porque abandonaram suas atividades… santos Zeus."

O homem cavalo que obviamente não era outro senão Quíron, o treinador de heróis galopou até o corpo sem vida parando. Sua expressão era triste e cansada, como se já visse essa mesma cena antes, o que era bem possível por ele ser aquele que treinava esses jovens semideuses que iam a missões perigosas (que eram obrigatórias pelo menos uma vez na vida pelo que li nos livros) e muitas vezes não voltavam delas. 

Então era se entender o porquê da expressão derrotada do velho centauro, infelizmente esse tipo de situação era quase uma rotina para ele.

"O que aconteceu com o jovem Daniels?" Quíron perguntou para os campistas.

Todos menos Quíron olharam para mim em expectativa, o velho centauro apenas tendo uma expressão curiosa ao finalmente me perceber.

Me mexi inquieto no lugar, jogando o peso da perna para o outro. "Hã, bem…"

Eu não queria passar por aquilo de novo, mas eu lhes contei a história de capa que inventei enquanto dirigia de carro pra cá. Eu exclui o detalhe sobre como o encontrei. Ainda não querendo que ninguém do mundo mitológico descobrisse sobre o Omnitrix, queria mantê-lo em segredo o máximo de tempo possível até que a situação exigisse que o revelasse.

Quíron pôs uma mão em meu ombro. "Tenho certeza que você fez tudo que pode…" ele parou. "Oh, que falta de educação da minha parte, eu esqueci de perguntar seu nome!"

"Tudo bem eu entendo, afinal estamos diante de um… cadáver morto, acho que isso tende a nos fazer esquecer das apresentações," eu disse coçando minha cabeça. "Meu nome é Victor, Victor Júnior!"

Quíron me deu um pequeno sorriso solene. "Prazer em conhecê-lo, senhor Victor, sou Quíron, o diretor de atividades do acampamento lá embaixo," ele apertou de leve seu aperto em meu ombro. "Como eu estava dizendo. Tenho certeza que você fez tudo que pode para salvá-lo senhor Victor. Agradeço muito por trazê-lo até aqui, iremos dar um funeral apropriado a ele."

Eu assenti lentamente, vendo ele pegar o cadáver de Daniels Swal. Quíron virou-se para mim. "Porque você não vêm junto conosco senhor Victor, apreciariamos muito sua presença quando demos o funeral do jovem Daniels?"

"Sinto muito, mas acho que não posso acompanhar você, mesmo se eu quisesse." eu disse em desculpas.

"Oh, e porque disso, se me permitir perguntar?" Quíron perguntou curiosamente.

Eu respondi sua pergunta ao estender uma mão para frente, a qual tocou um campo de força mágico transparente. "Por isso, não posso ir porque sou um mortal."

Os campistas começaram a murmurar, principalmente uma garota loira com cabelos encaracolados e olhos surpreendentemente cinzentos, como nuvens de tempestade; bonito, mas também intimidadores, como se ela estivesse analisando o melhor modo de acabar com minha vida.

Percebi que de vez em quando ela dava uma olhada no meu Omnitrix no pulso esquerdo. Imaginei que ela devia estar se perguntando: que tipo de relógio esse? É grande e com um designer estranho, nunca vi um desses por aí! Ou algo tipo. 

Eu não gostei nada disso. Então foi por isso que cobri meu Omnitrix com a mão direita, dando um olhar sujo para a garota, a mesma estreitando os olhos em suspeita ao ver minha ação defensiva pelo relógio.

"Isso… é uma surpresa bem inesperada," Quíron disse em um tom surpreso. "Pensei que você fosse um meio-sangue por conta de poder enxergar minha forma como centauro."

"Nah, estou longe de ser um meio-sangue," eu disse. "Sou só um mortal com visão clara, por isso sou capaz de ver você na sua verdadeira forma ao invés de algo bisonho que a Névoa colocaria na minha visão."

"Isso é uma pena, gostaria mesmo que você estivesse lá quando víssemos o funeral do jovem Daniels." Quíron disse honestamente.

"É, eu também, mas infelizmente não posso," eu disse desconfortável enquanto me virava. "Eu, hum, acho que vou indo então. Já fiz o que tinha que fazer aqui, que era deixar o corpo de Daniels como havia prometido a ele antes de morrer."

Quíron assentiu. "Ah claro, mas uma vez obrigado por trazer o corpo de Daniels até nós. Prometo que daremos um funeral honroso como ele queria senhor Victor."

Acenei minha cabeça em agradecimento enquanto lhe entregava a mochila de Daniels Swal. Dando uma aceno de despedida para ele e os campistas, comecei a descer a colina.

Mas parei no meio do caminho quando ouvi passos apressados descendo a colina atrás de mim. Virei-me com uma expressão confusa ao ver aquela garota loira (que eu sabia muito bem quem era) parar em minha frente.

'Uh-oh' pensei preocupado.  

"Hum, posso ajudá-la em alguma coisa?" perguntei com cuidado, sentindo que devia tomar o dobro de cuidado com as palavras que saíam da minha boca.

"Sim!" A garota disse enquanto apontava um dedo por meu Omnitrix. "O que é esse relógio no seu pulso esquerdo? Nunca vi um antes em toda minha vida, é mágico ou algo parecido."

"Hã, não, só é um relógio normal como todos os outros," eu menti, um suor nervoso escorregando pelo pescoço. "Claro, ele é diferente de todos os outros, porque eu mesmo o fiz."

"Mesmo?" A garota perguntou surpresa, mas consegui detectar um leve toque de desconfiança por trás. "Não parece muito com relógio pra mim, não vejo ele mostrando as horas como qualquer outro relógio faria."

"Como eu disse, ele é diferente dos outros porque eu mesmo o fiz," eu disse um pouco irritado. "Olha, sinto muito por parecer rude mas não tenho tempo pra ficar aqui recebendo perguntas estranhas sobre meu relógio com uma pessoa que nem sequer conheço!"

"Annabeth Chase," a garota se apresentou animadamente, estendo a mão pra mim. "Meu nome é Annabeth Chase, agora não somos mais desconhecidos!"

Não apertei sua mão. Escolhi dar às costas para Annabeth em vez disso, continuando a percorrer meu caminho até meu carro colina abaixo. "Você sabe que dizer seu nome não faz as pessoas automaticamente se tornarem conhecidas não é?"

"Qual é seu problema, hein!" Annabeth reclamou tentando acompanhar meu ritmo, eu estava realmente andando rápido de fato. "Eu só estava tentando ser cordial. Você já ouviu a palavra 'tentando ser legal', bom, porque era isso que eu estava tentando ser aqui!"

"Isso para mim isso diz 'quero fazer amizade com você', e pena pra você que não estou nada interessado em ter amigos, nem agora e nem nunca!"

"Você é um grosso e insensível, sabia disso!" Annabeth rosnou aborrecida.

"Já te disseram que você é uma garota muito persistente e intrometida?" Eu disse em um tom sarcástico ao sentar no banco do motorista do meu carro enquanto fechava as janelas com um botão que coloquei no carro.

Annabeth bateu um punho na janela do motorista. "Seu grosso!" ela gritou, então apontou novamente por meu pulso esquerdo onde descansava meu Omnitrix. "Eu sei que você mente sobre esse relógio! Eu sinto algo de estranho nele e vou descobrir o que ele é! Você ouviu bem, vou descobrir o que ele é!"

Dei um sorriso zombeteiro para ela, dando o dedo do meio, fazendo Annabeth arfar chocada pelo gesto obsceno. "Ora, então boa sorte com isso, mesmo me perguntando como você vai me encontrar, já que você não sabe exatamente onde eu moro!" Girei a chave de ignição, ligando o motor do meu carro. "Au revoir Annabeth Chase, até nunca mais!"

Pisei fundo no acelerador, meu carro se afastando com um som de motor satisfatório da colina meia-sangue. Deixando para trás uma garota muito furiosa com minha cara, a qual eu pouco me lixei enquanto gargalhava alegremente.

Oh cara, a expressão dela quando dei o dedo do meio foi épico, simplesmente épico. Isso definitivamente fez o meu dia.

Embora, no meio de minhas risadas um pensamento preocupante veio à mente. O que Annabeth Chase tinha dito sobre como descobriria do porque eu mentia sobre o Omnitrix era preocupante, ela disse isso em um tom tão sério que me fez realmente acreditar que ela cumpriria a promessa custe o que custar.

É, acho que provoquei e muito a curiosidade da filha de Atena pelo meu relógio. E estranhamente senti que daria de cara com ela novamente muito em breve, muito em breve mesmo.

...Acho que eu não deveria ter dado o dedo do meio pra ela, droga! Sinto que acabei de ganhar uma perseguidora e isso não tô gostando nada dessa idéia, ouviram bem!

Porque Deus, porque você me odeia tanto!





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