Pov Caspian
Eu ainda estou tonto com tudo que havia acontecido aqui, Lúcia havia conseguido me deixar ainda mais confuso que antes. Ela me ama, ou amava. Foi nisso que eu me agarrei por cinquenta anos enquanto estive em Nárnia, para que um dia eu pudesse vê-la de novo.
Eu poderia esperar qualquer coisa, menos essa reação dela. O que de certa forma me deixava sem saber como agir daqui pra frente.
Suspiro e saio da sala em direção à recepção da clínica, onde Megan e minha tia Pruna me aguardavam.
- Não é atitude de um cavalheiro deixar uma dama esperando. - Disse minha tia.
-Me desculpe.
- Oh, tudo bem, querido. - Sorriu. - Vou ser breve...
Minha tia explicou exatamente o que precisava e logo estava se despedindo de mim na portada clínica, indo embora em seguida.
Não consegui me concentrar cem por cento no trabalho ao longo da tarde, de alguma forma eu sempre estava refletindo sobre a conversa que tive com Lúcia mais cedo.
Era impossível ela ter esquecido todo o amor que sentia por mim em tão pouco tempo, cogitar isso pra mim é algo fora de questão. Sei que existe uma explicação para a Lúcia agir assim, eu só preciso descobrir o que é.
- Clarke, acho que já podemos encerrar por hoje.
Ouço a voz de Megan próxima a mim e viro em direção à moça.
- É claro. - Concordo. - Quer que eu te acompanhe até em casa?
- Não. - Megan responde, um tanto seca. - Prefiro ir sozinha. Obrigada.
Apenas concordo em silêncio, fazendo um sinal positivo com a cabeça enquanto recolhia e organizava algumas fichas na recepção.
Ajudo Megan a organizar o que estava faltando e logo estávamos fechando a clínica, ela apenas diz um "até amanhã, Clarke " e me dá as costas seguindo seu caminho.
Ainda com a cabeça cheia faço meu caminho para casa, mal conseguia pensar em outra coisa que não fosse em Lúcia.
Eu precisava desvendá-la, compreendê-la.
Eu precisava dela comigo.
E eu iria conseguir.
(...)
Os dias foram passando rápido desde que Lúcia me procurou, e definitivamente as coisas estavam estranhas demais.
Além da Lúcia me evitar totalmente, agora a Megan resolveu fazer o mesmo.
A loirinha mal falava comigo, e quando falava era sobre algum assunto sobre a clínica.
Ela me evitava a todo custo e eu não conseguia entender o motivo. O que havia de errado com essas mulheres, afinal?
Suspirei encarando minha colega enquanto ela checava um bichinho na gaiola, ela também me olhou rapidamente e desviou o olhar.
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ouço o sininho da porta tocar indicando a entrada de alguém.
-Olá.
-Edmundo - Digo surpreso. - O que te traz aqui?
- Vim te fazer um convite. - respondeu ele, e eu assinto esperando ele continuar. - Hoje é o aniversário da Lúcia, e meus irmãos e eu vamos fazer um jantar de comemoração. Gostaríamos que você fosse.
- Ah, Ed. Eu não sei se é uma boa idéia eu ir . Sua irmã não me quer por perto, e eu não pretendo impor minha presença se ela não quiser.
Disse num tom de voz triste.
- Eu sei, meu amigo. - Ed concordou. - Mas está na hora de vocês conversarem de verdade. Se resolverem de uma vez.
O Pevensie me encorajou e foi impossível não me sentir mais motivado.
Eu não podia discordar que era uma oportunidade perfeita para conversamos. Estando em sua própria casa, Lúcia não poderia fugir de mim de novo .
- É, acho que você está certo, Edmundo. - Sorri. - Aceito o convite.
- Perfeito! O jantar começa às sete.
Ele disse e logo nos despedimos com um abraço rápido.
Me sinto estranhamente feliz após essa conversa, parece que finalmente eu teria minha Lúcia.
Eu não poderia esperar até a noite .
( ... )
Pov Lúcia.
Que loucura, meu Deus. O que eu fui fazer?
Minha consciência gritava consigo internamente enquanto minha cabeça latejava com força. Eu me sentia tonta, eufórica, culpada, ao mesmo tempo em que o arrependimento me bombardeava com força.
Como pode deixar as coisas chegarem naquele ponto? Agora sim seria impossível sair ilesa e sem machucar ninguém da confusão que eu mesma piorei.
Mal percebi que já havia chegado a casa de Melissa até que a mesma abriu a porta para mim, e sem perder tempo ela me guiou em direção ao quarto.
- Como foi?
Perguntou ela sem rodeios, mal conseguindo conter a curiosidade.
- Deu tudo errado, Melissa. - Suspirei cansada e ela me encarou. - Caspian me beijou.
Confessei, admitindo a mim mesma a proporção desta frase.
- Não entendi. Você foi atrás do Caspian para vocês se resolverem, não foi? Vocês fizerem as pazes, não?
Melissa perguntou com receio, eu apenas a encarei, incapaz que dizer a verdade a ela.
- Não acredito, Lúcia! Como você pode deixar o homem que você ama desse jeito?
- Eu não posso. - Me exasperei
- Não pode o quê? - Irritou-se Ela. - Você por acaso está achando que ele vai estar a sua disposição para sempre, Pevensie? Acorda!
Melissa terminou de falar me lançando um olhar reprovador.
- Não importa mais se vou perdê-lo ou não, Mel. Deixei claro que não existe ele e eu. Acabou. - Declarei.
- Eu tenho certeza que você vai se arrepender do que acabou de falar, mas espero mesmo estar errada.
Melissa teimou cruzando os braços.
- Me admira você ser tão fã do Caspian, você mal o conhece, Mel.
- Antes de conhecer ele, conheci você, amiga. E sei que você está jogando fora a chance que você sempre quis, por algum motivo que nem você acredita. - Melissa falou, suspirando em seguida. - Eu sempre vou querer seu bem, por que sou sua amiga. E acho que não vai ser bom pra você passar a vida inteira ao lado de alguém que você não ama, tendo a pessoa certa tão perto.
Ela terminou seu discurso me encarando.
- Ah, claro. Isso vindo de você, que desistiu do Edmundo e deixou ele noivar com a Ashley. - Rebati mau humorada, Melissa fechou a cara para mim sem ter o que responder.
Ela e Edmundo já foram namorados há três anos, mas terminaram quando Edmundo a pediu em casamento, mas eu sei que eles ainda sentem algo.
- Aquilo foi diferente. - Disse ela corando. - É melhor encerrarmos esse assunto. Você já sabe minha opinião.
Concordei com a cabeça, cansada de pensar em tantas coisas ao mesmo tempo.
Por sorte, Melissa não ficou chateada comigo por eu ter falado dela com o meu irmão, e passou a tarde comigo dedicada a mudar meu humor.
Ouvimos rádio, conversamos e estudamos até que chegou a hora de eu ir embora.
...
Poucos dias haviam passado e por mais que eu tenha tentado deixar de lado, o episódio da conversa com Caspian não saia da minha cabeça.
E eu não o vi desde aquele dia, ele não me procurou e nem insistiu como das vezes anteriores e esse fato fazia eu me perguntar constantemente se finalmente eu tinha conseguido afastá-lo.
Pensar nisso me incomodava de certa forma, passei tempo suficiente me dedicando a afastá-lo, mas não pensei no que faria quando eu finalmente conseguisse.
Tentei não me prender a isso e felizmente a porta do meu quarto se abre, revelando Edmundo.
- Lú, está acordada? - Perguntou ele se aproximando.
- Estou.
- Melissa está lá em baixo esperando, quer que eu diga pra ela vir aqui?
Ed pergunta, uma ponta de incômodo é perceptível em sua voz.
- Não... não precisa. Eu já vou descer. - Respondo.
- Certo. - Ele diz. - A propósito, feliz aniversário.
Edmundo sorri, me dá um beijo na testa e sai do meu quarto com um sorriso.
Eu tinha esquecido que era meu aniversário, era só mais um dia comum para mim. Tanta coisa aconteceu na minha vida que eu simplesmente não dava a importância que dava antes ...
Procuro me arrumar o mais rápido possível e vou em direção à sala, desço a escada o mais silenciosamente possível e vejo Melissa e Edmundo sentados frente à frente, porém em silêncio.
O incômodo era palpável entre eles e mesmo assim eu conseguia ver algo mais na forma como eles se entreolhavam, como fogo mal contido, só esperando uma chance para reacender.
- Lúcia, até que enfim! - Anunciou Melissa assim que notou minha presença ali.
Levantou-se depressa e veio em minha direção.
- Vamos logo, ou não vamos chegar a tempo no Museu.
Ela disse me arrastando pela mão em direção à porta, mal tive como dizer algo ou me despedir de Edmundo e apenas me deixei ser conduzida porta a fora.
Parecendo saber que eu contaria sobre ela e Edmundo novamente, Melissa fez questão de me manter ocupada durante o dia todo.
Visitamos algumas exposições de museus próximos, almoçamos e conversamos sobre muitos assuntos. Eles nunca tinha fim se tratando de minha amiga.
O dia foi tão cheio e divertido que mal notei a noite chegar. Eu estava louca para ir para casa, tomar um banho e aproveitar o conforto da minha cama. Mas seja o que for, Melissa tinha mais alguma coisa em mente.
- Amiga, estou cansada. Não podemos fazer isso amanhã?
Reclamei deitando em sua cama.
- Claro que não! Planejei o aniversário perfeito para você, e é sua obrigação aproveitá-lo.
Decretou ela. Novamente sem ter muita opção, rumei em direção ao banheiro e me arrumei. Coloquei um vestido lindo que ela havia me dado de presente naquele mesmo dia.

Pouco tempo depois eu estava pronta e Melissa também.
Mas dessa vez, seja qual fosse o lugar, iríamos de automóvel e o pai de Melissa nos levaria, e eu estive vendada até chegar ao local.
O trajeto durou pouco tempo e logo eu estava sendo guiada para fora do veículo, depois por um caminho curto ao ar livre, e depois por uma porta.
Eu estava muito curiosa, mas não estava preparada para o que estava a minha espera.
Estávamos na minha casa, a sala de jantar estava lindamente decorada com flores. A mesa estava lindamente posta com os talheres, pratos e taças... E os convidados, estavam meus pais, Pedro, Susana com o marido ao lado, Edmundo e Ashley , e por último estava Caspian.
( CONTINUA NA PARTE 2)
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Notas da autora:
Oiiie!
Alguém por aqui? Voltei!
Gostaria, antes de mais nada, agradecer pelos comentários de vocês e por ainda lerem essa história .
Sei que vacilei em ficar tanto tempo sem atualizar aqui, me desculpem.
Espero mesmo que gostem desse capítulo e dos próximos. ❤
Me digam o que acharam até aqui .
Ps: Estou com ranço da Lúcia. Nunca vi tão teimosa 🤦♀️
E Melissa e Edmundo? Será que rola? Huuuum...
E esse jantar?
Me digam o que acham disso tudo
Beijos , amo vocês!😍❤
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