handporn.net
História A Última Dança - Capítulo Único - História escrita por missstrawberry - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. A Última Dança >
  3. Capítulo Único

História A Última Dança - Capítulo Único


Escrita por: missstrawberry

Notas do Autor


Espero que goste :)
Fanfic não betada! Perdoe ocasionais erros.

P.S.: sou super a favor de ronmione, mas fiquei curiosa sobre como foi esse episódio. Eu amo o Rony, mas tenho uma leve quedinha pelo Krum, hehe.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Ela era linda. Meus deus, como ela era linda. Achava que nunca poderia esquecer a maneira que brilhavam olhos doces (doces como seu chocolate quente preferido), mas sua memória falhara. Ela era ainda mais bonita do que se lembrava - e julgara isso impossível.

Ela havia alisado os cabelos como fizera no Baile de Inverno. Uma cascata cor de avelã acompanhando as costas delgadas, tão sedosa que parecia tecido. Apesar disso, gostaria que ela não o tivesse feito. Adorava a juba rebelde cheia de fúria, que destoava tanto da personalidade meiga e dócil. Amava os cachos mal definidos, o volume cheio. Seu cabelo era imprevisível, ele recordava, com um meio sorriso. E ela o odiava. Estupidez. Uma maldita estupidez. Não conseguira, mesmo tantos anos - e tantas garotas - depois, encontrar uma sensação ao menos comparável a de brincar com as mechas castanhas.

Ela usava um vestido lilás que contrastava lindamente com a pele cremosa. Era sua cor favorita, ele lembrava. O esvoaçar do tecido leve insinuava suas formas delicadas e refletia um brilho leve de uma maneira que só podia ser originada de magia. Ela era mesmo real? Poderia ser real algo tão... Sublime? Ou era apenas mais uma de suas alucinações ( tão ridiculamente frequentes) provocadas pelo desejo desesperador de tê-la perto?

Conseguia perceber seu olhar curioso percorrendo o salão. Ela o procurava. O ruivo. Ela não o havia esquecido, apesar dele ser tão obtuso a ponto de nunca ter percebido o quanto ela o queria. Não pode evitar o contrair das sobrancelhas.

Seus olhos ágeis o encontraram antes dela. O magricelo a olhava de boquiaberto, o que fez seu cenho se tornar ainda mais carrancudo. Como ela poderia ter olhos para aquele idiota, que tivera o maldito privilégio de tê-la do lado tantos anos, de ter seus olhares e seu amor e ainda assim não a tomar para si?

O ruivo não a merecia, era óbvio que não. Como poderia? Ela era perfeita. Quase boa demais para ser verdade. E ela o amava. Era tão pateticamente óbvio. Victor percebera assim que a conheceu. Ela nunca foi boa com mentiras, afinal; seus olhos quentes eram sinceros demais. E o idiota não via. Que merda era essa?

Conseguiu sentir o pé delicado saindo do chão, dando um passo em direção a seu rival. Hermione exercia uma espécie de força nele, algo que o atraía de uma maneira não natural a ponto de perceber qualquer mísero movimento dela. Viktor se tornara imune a veelas desde que a conhecera; a magia desses seres estranhos não se comparava ao magnetismo que ela exercia nele.

Podia senti-la  sorrindo, constrangida, e fitando o ruivo com os olhos baixos, colocando o cabelo atrás da orelha. Ela sempre fazia isso quando estava nervosa. Fizera isso quando se despediram pela primeira vez, quando teve que assistir dolorosamente os olhos que amava varrerem o pátio certificando-se que ele não estava os vendo.

Observava, com o animal em seu peito rugindo de puro ódio, o idiota gaguejando. Seus olhos sensíveis notavam cada tom de rosa surgindo no rosto angelical dela. Oh, ela estava corando. E estava corando por causa dele.

Antes que pudesse perceber, seus pés se moviam em direção a ela. A eles. A tiraria de lá, de perto dele. Pelo menos mais uma vez a faria sua. Pelo menos mais uma vez. E então poderia ser dele, como ela tanto queria. Pro resto de suas malditas vidas.

Sabia que sua presença era de certa forma ameaçadora. Conseguia ouvir os cochichos dos convidados, o risinho das meninas conforme passava. Depois talvez arranjasse uma das amigas francesas de Fleur para distrair o animal enjaulado que morava a tanto tempo em seu peito. Talvez. Depois. Agora tudo o que importava era ela, aquele maldito rosa adorável em suas maçãs do rosto e seus olhos chocolate tão absolutamente derretidos pelos azuis em sua frente.

-Herrmion... - disse ele, saboreando o nome, não se importando de nunca ter sido capaz de pronunciá-lo direito. Sentiu-se orgulhoso de ter soado confiante e sedutor entre o sorriso de lado, apesar de toda a insegurança, desespero e ódio que sentia.

Observou a coluna da menina ficar ereta e a pele ficar pálida. Quase conseguia sentir o sangue dela se dirigindo aos pés. Não era a reação que esperava, mas ainda assim ficou feliz dela ter reconhecido sua voz tão facilmente. Pelo menos ela lembrava-se dele, afinal.

Com um sadismo irônico, o bicho em seu peito se deleitava com a reação do ruivo. Ele assumiu uma postura discretamente protetora, seus olhos azuis criaram um brilho vermelho e conseguia sentir a tensão em seus músculos. Mesmo que fosse uma cabeça mais alto, o magrelo não ousaria desafiá-lo diretamente, sabia. Bem que Viktor que gostaria que o fizesse.

Hermione se virou lentamente, tentando disfarçar seu desconforto óbvio. Seus sapatos de salto elegantes a deixavam bem mais alta do que ele se lembrava. Ou talvez tivesse crescido. Lembrava-se dela ficar nas pontas dos pés para beijá-lo. O pensamento fez com dirigisse inconscientemente os olhos negros para os lábios bem feitos, presos num sorriso desconfortável. Qual seria a reação dela se ele a beijasse?

- Viktor, eu não sabia que estaria aqui! Que surpresa! - disse a morena com a voz levemente desafinada; ela estava nervosa e ele gostou disso. Amava o fato de ainda existir um tom rosado em suas bochechas especialmente para ele.

Enquanto beijava a mão delicada sem desgrudar os olhos dos dela (exatamente como fez na noite do baile), sabia que ela estava mentindo. Fleur não perderia a oportunidade de convidar um jogador de quadribol famoso nem de chamar a atenção para o fato de ser uma campeã tribruxo. E era óbvio que o búlgaro iria apenas para ver a morena,  mesmo que isso indicasse uma falta no meio do campeonato europeu. Ela era inteligente (mais que isso), sabia que ele iria. Talvez apenas torcesse para que não, concluiu desgostoso.

Mantendo o sorriso de canto, disse com a voz viril ainda mais adocicada:

- Esperro qui seja uma surrpresa agrradável - soltou um sorriso encantador, aproveitando o tom ainda mais intenso que surgiu na face da menina - Me concede esta dança?

Pode perceber o golpe de olhar que ela deu em direção ao ruivo, indecisa. O idiota estava olhando por cima do ombro de Viktor, claramente tenso. Mas é óbvio que ela não notaria. Era insegura demais para perceber o quanto Ronald (odiava até mesmo pensar em seu nome) também a queria. E, por pior que isso seja, a decepção que cruzou a face delicada de Hermine o deixou satisfeito.

- Mas é claro - ela falou sorrindo amavelmente. Ah, como ela mentia mal.

Ofereceu o braço para ela e sentiu o calor nostálgico quando ela o aceitou. Apesar do gosto amargo que sentia na boca, guiava-a para pista. Não era momento para sofrimento agora. Não mais. Era apenas ele e Hermione. Como havia sido durante um verão inteiro e para sempre desde então - pelo menos dentro dele.

Não pode deixar de sorrir para ela de maneira terna. Era bom tê-la por perto de novo. Ela sorriu de volta, confidente. Pelo menos por uma dança, um última e mísera dança, queria que ela fosse sua de novo.

- Como tem passado? - perguntou. Queria dizer-lhe que a amava, mas ela o afastaria. Ele não poderia suportar isso de novo, então contentou-se em colocar-se em sua frente e oferecer-lhe a mão.

- Ocupada, por assim dizer. - ela olhou em seus olhos, escolhendo as palavras que se seguiriam - Viktor, eu... Acho que te devo uma explicação.

Não pode evitar fechar a cara. Não, ele não queria ouvir o porquê de suas cartas terem sido ignoradas  durante anos. O porquê dela ser incapaz de amá-lo. Escondeu a dor e a frustração por trás de um sorriso terno - triste - fitando-a com intensidade.

- Você não me deve nada, Herrmion.

- Viktor, eu... - ela parecia confusa. Seus olhos pareciam prestes a se derramar em lágrimas e ela não o encarava mais. Oh, não. Isso não. Não gostaria de vê-la chorar por outro. Não hoje.

A mão estendida elegantemente em cortejo é levada até o rosto feminino. As mãos ágeis de apanhador, sempre tão precisas, tremeram quase imperceptivelmente com o toque leve dos dedos no queixo alvo, levantando levemente o olhar dela para dentro do seu. Exatamente como fizera quando lhe dera seu primeiro beijo.

- Porr favorr, não. Apenas, dance comigo. - ele queria dizer mais, muito mais, mas essa língua desgraçada o limitava. Nunca fora bom aluno e mesmo que se esforçasse (apenas para ela achá-lo mais inteligente do que o era na realidade), apenas reproduzia o suficiente para ganhar os beijos macios como recompensa. De fato, nunca ligara muito para seu sotaque arrastado. Outras inglesas gostavam, afinal. Não que isso importasse.

Apesar da simplicidade da frase, foi o suficiente. Ela lhe deu um sorriso carinhoso coberto de tristeza e dirigiu a mão pequena até a que estava em seu rosto, entrelaçando-lhe os dedos e depositando neles um beijo apertado. Olhava-a admirado. Como poderia ser tão doce?

Quando os olhos castanhos encontraram os negros cheios de um desejo terno e desesperado, uma sombra de arrependimento passou pelo rosto da morena, que abriu a boca para o que certamente seria uma desculpa que estragaria momento.

- Herrmion, não. Porr favorr. - insistiu Viktor em tom sério, nunca desgrudando os olhos dos dela, assistindo o chocolate derretido se tornar mais firme. Ela lhe deu um minúsculo sorriso de canto, transbordando em culpa e pena, e colocou sua mão no ombro largo do jogador.

Num ímpeto, Viktor dirigiu a mão a cintura fina, depositando-a lá com uma graciosidade e delicadeza que destoava de seu tamanho e aparência. Ele sempre a tocava como se fosse feita de porcelana. Sempre. E sabia que ela gostava disso. Era tão óbvio para todos (inclusive para ela) que poderia fazê-la feliz! Mas ela preferiria o desengonçado, insensível e terrivelmente idiota. É claro que preferiria.

Guiava-a pelo salão majestosamente, girando com uma elegância admirável. Sabia que formavam um casal notável, isso costumava sair em todos os jornais. E sabia que ela estava ciente disso também. E que isso não importava nem um pouco  para ela, na  verdade.

- Você está terrivelmente linda. - não se conteve, com um sorriso de canto.

Observou-a corar e teve certeza que esta tinha sido a ação esperada. E teve ainda mais certeza quando ela abaixou os olhos que o ruivo, seu eterno rival, não correspondera, mais uma vez, às expectativas.

- Obrigada, Viktor. Você está... Lindo, também. Como sempre, afinal. - ela voltou a dirigir os olhos para os dele, com um sorriso tímido. Ela se sentia atraída por ele - sempre se sentiu - e não era segredo. Perguntava-se se alguma vez havia passado disso.

Sorriu, disfarçando o que passava pela sua cabeça. O calor que o corpo dela desprendia, seu cheiro de baunilha, as pontas das madeixas compridas acariciando seu braço. A vontade de apertar seu enlace e abraçá-la ali mesmo. E não soltar mais, nunca mais.

De uma forma masoquista, notou que os olhos dela também tinham um brilho especial para ele. Nada comparado àquele derretimento para ruivo, mas alguma coisa quente, ainda assim. Era uma satisfação triste para se ter, mas ele a mantinha mesmo assim.

- Eu tenho acompanhado você nos jornais. Sabe, esse tempo todo. Eu senti sua falta. - disse ela com uma voz de justificativa, os olhos novamente vagando. Sabia que era verdade e involuntariamente a esperança cresceu em seu peito, apesar de saber ser inútil. Afinal, ela amava os olhos azuis que fuzilavam-lhe as costas desde que se aproximara dela.

- Eu também senti a sua. Você não tem ideia do quanto. - Não conseguia encará-la enquanto dizia estas palavras. Não queria ver a pena nos olhos amendoados.

Felizmente, porém, ela se calou. Ela o conhecia. Apesar de seus débeis 14, 15 anos, eles provaram de uma confidência cruelmente intensa. Eles se amaram. Ou, pelo menos, ele a amou.

- Me parece estrranho verr Fleurr casada. Não parrece tanto tempo desde que ela erra uma menina fútil. - tentou preencher o silêncio desconfortável.

- Acredite, ela ainda o é. - zombou Hermione, fazendo-o rir.

Hermione nunca gostara de Fleur,  sabia sem ela nunca ter precisado explicitar. Odiava a beleza inquestionável, odiava como ela manipulava os outros com isso. Odiava-a por ter dado encima dele antes de se contentar com o inglês que levou ao Baile de Inverno. E odiava o que ela sempre causou ao idiota que amava.

- Estamos causando burburinho de novo, não? - riu ela, constrangida, referindo-se às pessoas que os olhavam sem ao menos disfarçar.

- Forrmamos um belo parr, esqueceu? - disse, girando-a.

- Nem se eu quisesse eu poderia - ela sorriu.

Conversaram sobre suas vidas desde que tiveram a infelicidade de se separem. Ela parecia querer saber sobre ele, seus campeonatos e prêmios, apesar dele estar ciente que ela não se importava de verdade. Era a única menina que já conhecera que não ficara impressionada por sua posição. E isso o agradava, de certa forma.

- Devo admitirr qui jogar ficou muito menos prrazerroso desde que te ensinei a voarr. Lembrra-se? - ele disse, rindo. Essa era uma de suas melhores lembranças. Nunca mais havia montado uma vassoura nos jardins de sua propriedade. Sabia que o faria sentir-se incompleto.

- Posso garantir que não melhorei nem um pouco desde então - ela concordou, sorrindo. Era péssima com vassouras, apesar do ótimo professor que tivera.

A expressão masculina se tornou séria repentinamente.

- Você sabe qui eu adorrarria treiná-la de novo. Quando quiserr.

Hermione ficou estática. Num canto da pista, o casal se encarava intenso. Sabia que cedo ou tarde a questão se levantaria.

- Viktor, eu não posso. Harry precisa de mim. Agora mais que nunca.

Harry, Harry. Sempre precisava dela, não? Mesmo no torneio, ela nem ao menos torcera pelo búlgaro que a salvara do lago, à coisa mais importante que tinha naquele país estrangeiro. Não conseguia esconder o ciúmes que sentia, apesar de saber que a relação que tinham era de irmãos. Que o coração dela pertencia a outro...

Tentou retomar a dança, em vão. Amenizou o clima com mais um de seus sorrisos sedutores, tentando fingir descontração, apesar dos olhos negros estarem duros.

- Não prrecisa serr agorra, Herrmion. Sabe qui esperrarrei, se você pedirr.

- Não. Não é só isso, Viktor. Eu... Você sabe. - disse a voz tão amada.

Os olhos castanhos, tão meigos, se dirigiram ao chão e os braços que um dia o abraçaram com paixão se cruzaram em frente ao peito. Ela estava desconfortável. Não queria estar ali.

Sim, ele sabia. Ele sabia desde o início, mas mantivera esperanças toscas de conquistá-la. Ela não poderia amá-lo. Não quando pertencia a outro. Ela explicara-lhe isso numa carta a alguns anos, quando suas respostas ficavam cada vez mais esparsas. No envelope lacrado, devolveu-lhe o medalhão que a dera quando se despediram em Hogwarts. Ela havia o esquecido. Ela quisera esquecer.

- Vi como olha parra ele. Pensei que depois de todo esse tempo, talvez tivesse mudado de ideia. - Viktor a encarava, intenso.

Ela parecia prestes a se derramar em lágrimas de novo. Não, não queria isso. Queria que ela fosse feliz! Que o fosse ao lado de outro, então! Apenas era triste saber que ninguém poderia preenchê-la melhor que ele e mesmo assim ela escolher outro caminho.

- Certas coisas não mudam, Viktor. - ela olhou para ele de baixo para cima, por alguns momentos parecendo a menina que ele possuiu durante um tempo. Por um breve, breve instante.

- Acrredite. Eu sei. - sorriu triste, tocando-lhe a face pela última vez, passando os dedos pelos lábios que um dia já lhe pertenceram.


Notas Finais


E aí? Curtiu?
Deixa um recadinho pra mim <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...