Os quatro caminhavam com muita dificuldade pelo solo desnivelado da floresta, vez ou outra chegando até a enroscar os pés em algumas raízes, ou coisas do tipo. Yifan e Minseok usavam seus celulares como lanternas tentando mesmo que miseravelmente iluminar alguma coisa pelo caminho que trilhavam. Zitao desde o começo da caminhada tinha se grudado no braço de Minseok e de lá não saiu mais, o Wu andava mais na frente junto de Jongdae, esse que falava sobre qualquer assunto trivial. Porém o chinês não estava escutando nada do que o amigo estava lhe contando, pois seus olhos estavam focados em Zitao, tinha ficado louco de preocupação quando viu um corte enorme no lindo narizinho de seu pandinha e ao notar que a blusa e as calças do mesmo estavam sujas de sangue seco quase desmaiou, quando o namorado explicou sobre o acidente que sofreram e que foi aí que seu anjinho tinha se ferido, Yifan até tentou estrangular Junmyeon quando soube que era o mesmo que estava no volante. Contudo não foi permitido por ninguém e foi até segurado pelos amigos.
Todavia o Wu estava irritado, porque seu lindo namorado estava abraçado no braço de outro homem, mesmo que fossem apenas amigos, e ao saber que Zitao preferiu subir a floresta ao lado de Minseok do que ao seu lado, tinha vontade de jogar o Kim floresta abaixo. Jongdae notou que estava falando sozinho e deu um tapa na cabeça do chinês.
- Você está me ouvindo? - O Kim perguntou retoricamente, até porque já sabia a resposta, Yifan apenas respirou fundo e negou com à cabeça. - Eu sei, seu cara de pau...
- Tava prestando atenção em coisas mais importantes. - Wu rebateu dando de ombros e ouvindo Jongdae murmurar xingamentos sobre sua pessoa. - Você e o Minseok se gostam, né?
Tudo o que Yifan ouviu foi uma tosse muito forte vinda do amigo ao seu lado, olhou para o Kim e notou que o mesmo estava até ficando em uma coloração vermelha e sem ar de tanto tossir. Deu alguns tapas nas costas do amigo para o ajudar a desengasgar e negou com à cabeça para todo aquele drama, porque ele sabia que aquilo era sim um drama da parte do Kim, apenas para não responder suas perguntas. Sempre que o assunto era Minseok, o amigo fazia de tudo para não responder ou trocar o rumo da conversa e não gostava disso, para manterem uma amizade saudável era necessário honestidade e nada de segredos.
- Tá maluco... como você chegou nessa conclusão? - Jongdae perguntou massageando o próprio peito que começava arder por dentro e secou as pequenas lágrimas que escapou por seus olhos.
- Você não me engana, todo mundo acha que vocês se odeiam e tudo mais, só que não há motivos para vocês terem tanta aversão um ao outro. Pelo menos os motivos eu não sei... - Yifan murmurou baixo e iluminando o caminho que faziam, não estavam longe da torre de vigia mais ainda teriam que caminhar por alguns quilômetros.
- Eu não odeio ele, não tenho mesmo motivos como você disse... mas ele me odeia, ele me odeia muito. - O Kim disse olhando para os próprios pés, não gostava de entrar nesse assunto, pois sempre que você mexe em ferida que não está cicatrizada dói. - Eu só implico com ele... porque ele quis assim.
- Não parecia que ele te odiava tanto assim quando te abraçou hoje mais cedo. - Yifan disse com a voz rouca e olhou para trás, vendo seu namorado rir de algo que o amigo tinha dito.
- Isso era porque ele estava assustado... ele nunca vai ser capaz de me perdoar pelo que eu fiz... - O Kim disse com a voz falha e mirou pelo canto dos olhos o rapaz de fios castanhos claros. - Ele confiou em mim e eu estraguei tudo...
- Você pode tentar consertar... fica só vendo. - Yifan falou animado e nem sequer esperou o amigo dizer alguma coisa, foi em passos rápidos na direção do namorado e passou os braços pelos ombros do mesmo. - Então Minseok, sinto muito mais estou morrendo de saudades do meu pandinha e o Jongdae precisa de alguém pra escutar as histórias dele...
O Wu disse e empurrou Minseok para cima de Jongdae, esse que se assustou com aproximação repentina do mais velho. E ambos apenas passaram a andar lado a lado, porém sem dizerem nada.
- Nossa, finalmente tenho você só pra mim, não via a hora do Minseok desgrudar de você. - Yifan disse baixinho e beijando os lábios do namorado, esse que sorriu.
- Você basicamente obrigou ele a se desgrudar de mim... - Zitao murmurou olhando desafiante para o mais alto, esse que fez bico. - Eu também estava com saudades de você...
Já mais à frente os dois Kim's apenas caminhavam em um silêncio desconfortável e muito estranho, depois de tudo o que aconteceu entre eles, ambos nunca mais tinham passado um tempo juntos, só os dois sozinhos. E agora era muito bizarro estarem na presença um do outro sem trocarem farpas ou algo semelhante. Minseok não sentia-se mais tão confortável para começar uma briga entre eles, primeiro por causa do maldito abraço que deu em Jongdae quando viu o mesmo, e segundo porque ainda estava muito assustado.
- É... sobre aquele abraço que eu te dei mais cedo... foi só porque eu estava muito aterrorizado, eu teria abraçado qualquer um que eu tivesse visto na minha frente. - O mais velho murmurou desconfortável, ele sabia que aquilo que disse era uma mentira deslavada.
- Eu sei... - Jongdae comentou um pouco falho, as vezes a sinceridade de Minseok lhe machucava mais do que se ele tivesse levado um tiro. - Eu... sei lá Minseok...
- O quê? - Minseok perguntou confuso e mirou o rosto de Jongdae perdido num misto de muitos sentimentos, mas nenhum parecia bom.
- Não tem um dia na minha vida que eu não me arrependa do que fiz, da escolha que eu tomei naquela época... eu te amava tanto, eu ainda te amo muito... - Jongdae disse com a voz rouca e olhando intensamente para Minseok, o mais velho evitava à qualquer custo lhe olhar nos olhos. - Eu sei que eu não te mereço, eu demorei muito tempo pra compreender isso... mas agora eu sei, você tomou a decisão certa me largando e nunca mais querendo me ver depois que toda aquela merda veio à tona... mas eu te amo Minseok, eu sempre te amei, eu apenas quero que você saiba disso...
- Jongdae, vai se danar... - O Kim mais velho disse e secou uma lágrima que molhou sua bochecha macia. Não gostava de lembrar dessa história, porque doía demais, ainda amava Jongdae como se ele nunca tivesse lhe machucado. - Você não tem esse direito... você não pode me amar, você escolheu se aproximar de mim por interesse, pelo dinheiro de merda da minha família, essa sempre foi à sua prioridade! Fazer eu me apaixonar e depois chantagear meu pai, ameaçar dizer pra tudo e todos que eu curto garotos ao invés de garotas, colocando em risco a "moral" conservadora da minha família, e você sabia que meu pai faria de tudo pra isso não acontecer. Então vai se foder Jongdae, eu te odeio...
- Eu sei disso Min, eu sei! No começo foi sim por interesse, eu era um estúpido não sabia de nada e isso acaba comigo, sempre que eu te vejo eu morro um pouco, sempre que você me trata como se eu não fosse nada, como se nós dois nunca tivéssemos vivido inúmeros momentos de amor e afeto, como se você nunca tivesse me amado, isso me mata. Estar tão longe de você me mata... - Jongdae disse e mordeu os lábios tentando segurar o choro que estava preso na garganta. O nó já começava a se formar e as lágrimas pesavam os olhos de ambos.
- Então por que você fez isso? Por que você me enganou e me abandonou? Você disse que me amava e que ficaríamos juntos para todo o sempre, mas você só amava o meu dinheiro... eu pensei que eu era mais importante que alguns cifrões. - Minseok disse e deixou que o primeiro soluço saísse por seus lábios bonitos e as lágrimas também começaram à vir. Zitao e Yifan estavam bem distante dos dois, então não estavam vendo e nem ouvindo nada.
- E você é Minseok, você é a coisa mais importante do mundo pra mim... talvez você nunca entenda os meus motivos por sempre ter tudo o que quisesse ao seus pés... por seu pai ser um homem poderoso, você não sabe o que é passar necessidade, ou ter fome e não sabe o que é ser a escória da sociedade, mas eu juro que só fiz porque queria ajudar minha mãe, você sabe... - Jongdae disse entre soluços, aquele era um assunto tão complicado e tão doloroso de se tocar. - Minha mãe não podia ter preocupações por causa daquela maldita doença...
- É, eu sei... mas você podia ter falado comigo, deveria ter confiado em mim e ter me contado, daríamos um jeito juntos... eu só não queria que o homem que eu mais amei na vida se aproximasse de mim em busca de dinheiro e me largasse como se eu não significasse nada, eu me senti um lixo, Jongdae. - Minseok fungou alto e levou as mãos ao rosto secando as lágrimas.
- Eu sinto muito, Minseok. - Jongdae disse de cabeça baixa e tentando controlar as gotas salgadas que escapavam de seus olhos, errou feio com Minseok e errou feio consigo mesmo. - Agora eu sei que eu nunca te mereci...
- Vai ser foder, Jongdae. - O Kim mais velho murmurou com raiva e deu um soco no braço de Jongdae. Que o olhou com uma mistura de confusão e surpresa. - Você fala que me ama e tá desistindo de mim de novo, eu quero que você lute por mim, Jongdae. Eu quero que você volte pra mim e me mostre o quanto você me ama. Vamos enfrentar meu pai e até o diabo só pra ficarmos juntos e felizes de novo. Só não desiste mais de mim, por favor...
E não foi mais preciso dizer nada, porque os lábios se encontraram com uma urgência absurda, como há muito não se tocavam e aquele beijo tinha um gosto salgado de lágrimas e saudade. Os músculos quentes se embrenhavam entre si em busca de uma dominância que nunca vinha, e uma vontade aguda de matarem a saudade que sentiam daquele carinho tão bom que costumavam compartilhar. As mãos de Minseok foram para os fios negros de Jongdae e agarraram com força fazendo o mesmo gemer, o Kim mais novo aproveitou e levou ambas as mãos grandes para as nadegas cheinhas do mais velho, e apertou a carne entre os dedos com força, ouvindo-o arfar durante o beijo.
Quando a falta de ar se fez presente, os lábios separaram-se e finalizaram aquela carícia com uma chuva de selinhos recheados de afeto. Ambos os Kim sorriram mil vezes mais leve do que antes e um abraço foi dado, um simples gesto que implicava uma tempestade de sentimentos e de saudade. Contudo, o abraço não durou muito, porque logo o casal de chinês os alcançaram e eles desfizeram o contato, e seguiram pela trilha de dedos entrelaçados. Os quatros passaram à caminhar juntos.
O clima estava muito mais leve e descontraído, os casais sorriam e caminhavam sem nenhuma preocupação pela floresta, já podiam ver a enorme torre de madeira à alguns metros deles. Mais um pouco e poderiam entrar em contato com as autoridades e serem socorridos. Só que uma situação inesperada aconteceu a seguir, no alto da copa de uma árvore extremamente alta, havia o que eles menos imaginavam e com um arco improvisado mirava um flecha de ponta afiada num dos rapazes.
Tudo o que se foi ouvido, foi o som da flecha ao ser lançada cortando o vento e atingindo em cheio a carne macia. O grito estridente e alto foi liberado por um dos rapazes e podiam ver que aquele objeto pontiagudo havia atravessado a carne do mesmo, dilacerando e deixando um buraco enorme. Depois disso mais flechas foram lançadas para o desespero dos quatro.
•••
A estrada de terra pela qual seguiam era um lugar agradável e a brisa fresca que emanava da floresta era revigorante. Já fazia muito tempo que estavam seguindo essa rota e não tinham chegado em lugar nenhum ainda. Luhan e Kyungsoo iam na frente e conversavam sobre coisas aleatórias, Sehun e Jongin iam bem mais atrás, já que não tinham muito papo incomum com os outros dois garotos.
- O que você acha desse tal de Jongin? - Kyungsoo perguntou um pouco baixo e evitou olhar para Luhan, o loirinho apenas soltou um risinho malicioso e passou os braços pelos ombros do Do.
- Tá interessado nele, é? - Luhan perguntou com um tom maldoso e soltou uma risada alta quando Do. fez uma careta.
- Eu não... só não gostei de quando ele tratou o Baek mal, não achei uma atitude legal. Só queria saber o que você acha dele, só isso. - Disse desinteressado e ainda evitando olhar nos olhos pequenos do chinês.
- Só? - Perguntou com incredulidade e Kyungsoo apenas concordou. Luhan fez um bico frustrado e se virou olhando para trás aonde os outros dois estavam, e depois voltou à olhar para frente. - Aff, que chato... mas eu acho o Jongin um menino de ouro, ele é muito gentil e doce, acredito que ele só falou daquele jeito com o Baek por estar no limite, óbvio que isso não é desculpa... mas no fim das contas, ele é muito bom e muito bonito também...
- Tá interessado, é? - Kyungsoo perguntou com uma certa pontada de irritação e ouviu a gargalhada de Luhan. E quando percebeu o que tinha soltado, corou.
- Eu não estou interessado em ninguém seu bobo, por mim Kim Jongin é todo seu. Esqueceu do porquê a gente ter feito essa viagem? - Luhan disse com um sorriso forçado no rosto, tentando disfarçar a tristeza, mas seu tom de voz denunciava sua mágoa.
- Como você está em relação a isso? Com ele aqui alguns passos de distância? - Kyungsoo perguntou preocupado e mirou o rostinho bonito de Xiao murchar em tristeza.
- Eu não sei... eu não estava pronto pra dar de cara com ele... - Luhan disse aéreo e mordendo os lábios pequenos. Para logo mirar vacilante Kyungsoo. - Eu ainda o amo tanto, quando eu o vi, só queria me jogar nos braços dele e implorar pra ele me aceitar de volta depois de tudo o que eu disse...
- Por que você terminou com ele, Lu Hyung? - Do. perguntou confuso, era tão nítido o quanto esses dois ainda se amavam e nasceram um para o outro. - Não faz sentido... olha o jeito em que ele te olha, é completamente apaixonado. Se você pedir pra ele lamber o chão em que você pisa, não tenho dúvidas de que ele irá lamber com o maior prazer....
- Credo, Kyung... - Luhan respondeu com um sorriso triste e depois cerrou os olhos com o que tinha avistado. Apontou com o dedo para o que havia achado e gritou. - ALI TEM UMA CASA...
Os outros dois homens que estavam mais atrás, correram para se juntar com os meninos e puderam todos ver à casa a qual o chinês se referia. Foram seguindo pela trilha de terra até chegarem mais perto, e notarem que se tratava de um casebre de madeira bem gasto, podiam notar também que possuía uma chaminé e ao redor da casa um punhado de carros velhos e enferrujados.
- Finalmente estamos salvos, vamos lá. - Jongin disse andando na frente junto de Kyungsoo, deixando para trás Luhan e Sehun.
- Não vamos demorar! - Luhan disse alto para os dois mais novos que iam com rapidez na frente. Porém, subitamente o Kim parou de andar e se virou para Luhan e Sehun.
- Acho melhor a gente continuar andando, essa casa não parece... sei lá, me dá arrepios. - O moreno disse encolhendo os ombros.
- Continuar? Pra ver se à próxima casa pode ser melhor? - Kyungsoo perguntou com um tom de sarcasmo.
- É, caso houver uma próxima, né? - O Kim disse manso e começou a olhar em volta com certa insegurança.
Luhan se afastou de Sehun, e passou a olhar os carros abandonados pelo terreno da casa, algumas coisas eram muito incomuns e estranhas como bonecas, baralhos e também tinham bicicletas, entre outros. O loirinho se encolheu, quando viu um cobertor infantil sujo de alguma coisa que lembrava a coloração de sangue seco.
- O que foi? - Sehun perguntou preocupado e caminhou até o ex namorado, esse que nada disse apenas voltou a olhar a coberta.
- Olá, tem alguém? - Kyungsoo perguntou gritando para qualquer pessoa que pudesse estar na casa.
- Tem alguma coisa muito errada aqui... - Luhan disse baixo e passou andar para perto de Kyungsoo, parando ao lado do amigo de fios negros.
Sehun passou à frente de todos e parou em frente a porta de madeira gasta da casa. Olhou toda a fachada podre e logo notou que os amigos permaneceram mais afastados, não ousando chegarem tão perto do casebre.
- Olá, tem alguém em casa? - Oh perguntou alto enquanto batia na porta, esperou alguns segundos e bateu de novo, não recebeu nenhuma resposta. Então apenas empurrou a porta que não estava trancada, apenas encostada.
- Ei, o que você vai fazer? - Jongin perguntou incerto e com medo de Sehun invadir a casa.
- Ué, eu vou ver se tem algum telefone. - Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e os outros lhe olharam incrédulos. - Se quiserem podem esperar aí fora...
- Você não pode invadir a casa dos outros assim... - Luhan disse com seriedade, fitando com as bochechas coradas o ex namorado. Sehun lhe deixava nervoso e aquele olhar predatório em cima de si não ajudava.
- Pois é, invadir a casa do pessoal dessa região não é bem uma boa idéia, não é muito aconselhável se é que me entende... - O Kim disse coçando à cabeça nervoso, e olhando com insegurança para Sehun.
- Nós temos dois carros com os pneus destroçados, precisamos de um telefone. - Sehun disse por fim e adentrou de uma vez por todas a casa.
- Eu preciso usar com urgência o banheiro, bebi muita água durante a viagem... - Kyungsoo disse com rapidez e seguiu Sehun para dentro da casa. Luhan e jongin trocaram olhares e deram de ombros.
- Kyungsoo!... - Luhan chamou alto e seguiu o amigo que já tinha entrado. Jongin foi logo atrás porque não queria ficar sozinho.
Depois que todos já estavam completamente dentro do casebre, constataram que era pequeno e fedia, Sehun podia comparar aquele cheiro com o do posto de gasolina. O casebre era totalmente de madeira, as alvenarias não eram de vedação, o chão do lugar não possuía um mísero acabamento, era chão de terra. Tudo era muito precário e muito estranho, os móveis pareciam ter sido feitos por amadores, e o pior era uma pequena mesa ao centro que em cima possuía várias panelas com algumas comidas de coloração estranha e de um fedor horrível.
- O que é isso tudo? - Kyungsoo perguntou mexendo em um pote com diversas chaves de carros, talvez dos carros abandonados no terreno da casa.
- Vamos fazer logo o que é preciso e dar o fora daqui... - Luhan murmurou abraçando o próprio corpo e olhando enojado tudo em volta.
- Pelo visto não tem telefone por aqui... - Jongin disse fuçando em mais algumas coisas e notando o quão bizarro era aquilo, tinha tanta tralha por ali e coisas tão distintas. - Quem diabos mora aqui?
- Eu não faço idéia... só me ajuda a encontrar um banheiro, por favor... - Kyungsoo pediu suplicante, enquanto se colocava de frente para o Kim. Esse apenas levou as mãos até os ombros do Do.
- Eu acho que o banheiro é aqui... - Jongin disse com os olhos arregalados e levou um tapa na cabeça por parte do mais baixo.
- Droga... - Sehun disse frustrado ao não achar nenhum mísero telefone. - Meu Deus, que lugar é esse?
- É melhor a gente sair logo daqui. - Jongin disse olhando no fundo dos olhos bonitos de Kyungsoo.
- Me ajuda achar um banheiro e nós vamos embora... - O Do. disse com impaciência e virou de costas para o Kim, esse que levou as mãos até seus ombros novamente e passou andar com Kyungsoo.
- Tudo bem... o banheiro deve ser por aqui... - O Kim disse levando Kyungsoo para o outro lado da construção.
Luhan foi na direção de uma porta de madeira bem velha, levou as pequenas mãos até a maçaneta e abriu, assim que a passagem estava aberta repentinamente alguma coisa comprida caiu sobre seu corpo e o loirinho gritou apavorado. Sehun veio correndo na direção do chinês e tirou o que tinha caído em cima do mesmo. Para logo depois lhe ajudar a se levantar, Luhan estava com as bochechas rubras depois desse mico.
- É só um remo... - Sehun disse tentando tranquilizar o mais baixo e balançou o remo amarelo na frente do rosto bonito do ex.
Luhan não respondeu nada, apenas adentrou o cômodo e passou a ver as coisas estranhas que tinha por ali, abriu uma caixa bonita e descobriu ser uma caixinha de música com uma bailarina. Ouviu a sinfonia bonita e deu mais uma volta pelo cômodo cheio de objetos e pertences, ali tinha todo o tipo de coisa, mexeu em alguns pares de óculos de sol e depois carteiras, logo parou de fuçar nos vários objetos e rumou para a porta, só que não estava mais aberta como tinha deixado quando entrou, agora a porta estava fechada e Sehun estava bloqueando a mesma como um grande guarda-costas.
- Me deixa sair... - O chinês disse cruzando os braços na frente do peito e tentando soar autoritário. Sehun apenas sorriu, amava quando Luhan tentava ser intimidador ficava tão fofo, tão precioso.
- Primeiro... você tem que me responder uma coisa... - Oh disse com seriedade e soando mais altruísta do que deveria, o rostinho delicado de Luhan se tornou incerto. - Por que você terminou comigo, Luhan? Você só inventou milhares de desculpas que não fazem o menor sentido... quanto mais eu penso sobre e quanto mais eu tento descobrir o motivo pelo qual você ter me chutado, mais eu fico louco. Eu não entendo, não éramos felizes juntos?
- Sim, nós éramos... é só que... - Luhan disse com a voz baixa e o rostinho amargurado. Não queria ter que explicar aquilo para Sehun.
- Você não tem um motivo ou... - Sehun disse um pouco cético e o chinês negou inúmeras vezes com à cabeça.
- É claro que eu tive um motivo... - Luhan disse abaixando à cabeça e olhando para os próprios tênis. Sentiu o corpo de Sehun bem próximo ao seu e sua pele arrepiou imediatamente, odiava ser tão sensível ao ex. As mãos grandes de Sehun foram parar no rostinho super delicado do loirinho e o fez lhe encarar, sentia falta do toque daquelas mãos grandes e dos beijos dos lábios pequenos do Oh. Sentia falta de Sehun.
- Han... fala pra mim, eu preciso saber aonde eu errei, pra poder me desculpar com você e poder me redimir... - Oh disse com suavidade e analisando as orbes castanhas tão bonitas de Luhan, esse que mordeu os lábios e soltou o ar que nem notou que tinha prendido. - Você terminou o nosso relacionamento de cincos anos do nada, eu preciso de respostas, Han...
- É que nada mais era como antes... no começo do nosso namoro era tudo perfeito e foi assim durante todos esses anos que ficamos juntos, você sempre foi um príncipe, atencioso, carinhoso, romântico e me tratava com tanta paixão e eu amava isso, eu amo o jeito que você me mima e cuida de mim. Eu amo tudo em você, Sehun. E foi assim por todos esses anos... - Luhan disse com o tom baixo e levantou seus olhos mirando o rosto lindo de seu ex, Sehun apenas assentiu com tudo o que Xiao disse e pediu que o mesmo continuasse. - Só que de uns meses pra cá, as coisas mudaram... você ficou frio, não tinha mais tempo pra mim, mal trocávamos um beijo, eu tinha que implorar pra você ir dormir lá em casa e você nem sequer me tocava ou falava comigo, só ficava no computador atrás de trabalho. Isso estava me desgastando Sehun, eu não aguentava essa sua frieza e falta de interesse. Parecia que você não me amava mais, que não tinha mais tesão em mim, que não me desejava mais... eu pensei que talvez você tivesse achado um outro alguém e por isso estava se afastando tanto... eu pensei que você logo iria terminar comigo, por isso que eu terminei com você primeiro... - Luhan terminou de falar com a voz falha e os olhinhos cheios lágrimas.
- Han... de onde você tirou essa idéia absurda? Luhan, essa paranóia de que eu possa me interessar por um outro alguém além de você é impossível... eu não tô acreditando que você terminou comigo e me fez sofrer um inferno por um motivo desse. Lu, eu te passo tanta insegurança assim? - Sehun perguntou fortificado, e levando novamente suas mãos para o rosto pequeno do chinês e acariciando as bochechas salientes.
- Não... sou eu quem fico me sabotando, é que você sempre foi tão carinhoso e atencioso comigo e quando você mudou drasticamente eu não soube lidar, eu não sei lidar, Sehun. - O loirinho disse fungando e deixando a primeira lágrima sair.
- Meu amor... você não acha que deveria ter vindo conversar comigo sobre isso e ter me contado as coisas que estavam te incomodando?... eu teria te explicado tudo e tentaria deixar o trabalho de lado quando estivéssemos juntos, eu te levaria mais para sair e ficaria muito mais tempo com você, não foi sempre assim, meu anjo? - Sehun questionou fazendo um carinho sutil no rosto do chinês, Luhan apenas assentiu a pergunta direcionada à si. - Eu estava tão atolado com à nova filial que abriu que acabei te sobrecarregando também. Eu só ficava trabalhando quando estávamos juntos porque pensei que você não se importava... - Sehun disse com toda calma e gentileza do mundo, em sua opinião era assim que Luhan deveria ser sempre tratado, sempre com muita gentileza. - Eu estava tão ocupado não só pelo trabalho, mas também porque eu estava planejando o cenário perfeito pra pedir a sua mão, Han. Eu ia te pedir em casamento...
- Você iria me pedir em casamento? - Luhan perguntou numa mistura de surpresa e incredulidade, seus olhos novamente se enchem de lágrimas, se sentia tão estúpido agora.
- Eu ainda quero. Luhan, eu sempre te digo que quero passar toda minha vida ao seu lado, eu te amo muuuito... demais, eu quero me casar com você e adotar nossos filhos, eu quero você, eu te quero tanto... - Sehun disse com firmeza e jamais vacilando ou desviando os olhos dos semelhantes do amado, os rostos foram se aproximando com sutileza.
- A GENTE PRECISA DAR O FORA DAQUI... - Kyungsoo disse com desespero, assim que abriu com extrema força a porta do cômodo onde o casal se reconciliava. Ambos lançaram olhares feios ao corujinha. - Essa merda... esses doentes tem carne humana na geladeira... tem vários potes e pedaços...
- Tem braços, pernas, um pote com línguas... e no banheiro tinha uma banheira com um CORPO todo mutilado em estado de decomposição... - Jongin disse com a voz falha e o corpo trêmulo. Enquanto os dois faziam as pazes, Do. e o Kim procuravam o banheiro e exploravam mais os arredores da casa estranha. - Vamos embora, pelo amor de Deus...
- Vamos... - Sehun após um pequeno tempo de reflexão disse com o tom de voz rouco e com rapidez tomou as mãos de Luhan entre as suas. Todos os garotos saíram do cômodo e rumavam para a porta que anteriormente haviam entrado.
Entretanto um som muito semelhante a um motor de carro foi ouvido e luzes de um farol adentraram as janelas. Todos se olharam com terror, seja quem é que morasse nessa casa e caçasse humanos estava de volta.
- Nós vamos morrer aqui... - Jongin disse com a voz falha e com inúmeras lágrimas banhando seus olhos arregalados.
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