Passado, primeiro ano na academia…
Deidara chegava no pátio maior da academia ninja da Pedra, observava todas as crianças que estavam ali, procurava por Kurotsuchi, lá no fundo estava ela, sentada em um banco no meio da multidão de alunos, ele abriu um sorriso e acenou, porém ela não o viu, então o menino se aproximou depressa.
Kurotsuchi! -Deidara sorriu ao chegar perto.
Deidara! Rsrsrs! Sente aqui. -Kurotsuchi.
Ele se senta. -Achei que não viria hoje, ontem você treinou muito com seu avô. Hm.
Se eu não viesse ele iria me quebrar depois, hehehehe! Ele não me dá nem tempo para respirar. -Kurotsuchi.
Eu imagino. Hm. -Deidara.
Onde está Akatsuchi? Não veio com você hoje? -Kurotsuchi.
Ah, não. Eu fui mais rápido, ele é lento. Rsrs! -Deidara.
Ela sorri com a mão na boca. -Aí, você sabe o que meu avô disse outro dia ao meu pai?
O quê? -Deidara.
Quando nos formarmos na academia ele quer que sejamos um time, você, Akatsuchi e eu. -Kurotsuchi.
Ah, mas isso não é novidade, até meus pais já nos consideravam como um time. Hm. -Deidara.
É, mas meu avô nunca havia dito em voz alta, no meio do salão de reunião. -Kurotsuchi.
Deidara abre bem os olhos. -Ele falou sobre mim… No salão?
Rsrsrs, foi. -Kurotsuchi.
Ei.. hm… hmm… hm c-cheguei! Hm. -Akatsuchi apoia o braço no ombro de Deidara.
Aí, você está se apoiando em mim. Hm. -Deidara se mostra incomodado.
E-eu estou muito cansado, hm.. hm. -Akatsuchi continua ofegante.
Deidara fica de pé para fugir da folga do colega. -Você está suado, Akatsuchi!
Eu sei… Eu sei. -Akatsuchi soma o lugar onde Deidara estava e se senta largado. -Estou cansado.
O sino toca, avisando aos alunos para entrarem.
Deidara aperta os olhos para o colega e lhes dá as costas ao ouvir o sinal.
Kurotsuchi, por que o Deidara é tão difícil? Acha que ele não gosta de mim? -Akatsuchi.
Hehehehe, não ligue para ele. Vamos! -Kurotsuchi.
Deidara passou a se destacar bastante nos treinos e nas aulas, sempre que voltava da academia ele passava tempo com Kurotsuchi e Akatsuchi, e em seguida voltava para a academia e estudava sobre arte em aulas extras, desde aquela idade ele se afeiçoou pela arte.
Deidara?! -Kohai entrou no quarto do menino, estava de noite. -O que está fazendo acordado ainda? Hm?!
Estou estudando. -Ele mexia com argila.
Estudando? A essa hora? Hm. Está tarde, deixe para fazer isso… Aliás… Argila? -Kohai.
É! Estou treinando o que aprendi hoje na aula de Arte. Hm. -Deidara.
Artes é?! Então você se interessa por arte. -Kohai senta na beira da cama dele e observa o filho que estava no chão.
Sim, hm! Eu ainda não estou conseguindo o que eu quero, mas eu vou treinar todos os dias à noite. -Deidara.
Há quanto tempo está mexendo com argila? -Kohai.
Há uns três dias. As aulas são todos os dias quando o sol está se pondo. Hm. -Deidara.
E não pretendia nos contar? Hm?! E essa aula aí não é para adultos, Deidara? -Kohai.
Eu ia contar assim que conseguisse dar forma a alguma coisa hm… E, sim! É para adultos, mas o Sensei disse que eu poderia participar. Que geralmente crianças não se interessam mas eu poderia. -Deidara.
Entendi… -Kohai se levanta lhe dá um beijo no topo da cabeça e se põe a sair. -Só mais cinco minutos e depois vá dormir, você é um shinobi. Não deixe as demais coisas atrapalhar seu treino.
Ta! Hm. -Deidara.
Na manhã seguinte, Kohai foi até o quarto do menino e o encontrou dormindo no chão, com as mãos e o rosto cheios de argila. -Deidara!
Hã?! O quê? -O menino se levantou em um pulo.
Eu disse para você ir dormir ontem. Hm. -Kohai.
Ah… É-é. -Deidara.
Kohai se abaixa diante dele. -Se não me escutar, vai se prejudicar, seu rendimento na academia vai acabar caindo e não vai mais fazer parte do time da Kurotsuchi. Hm. É isso que quer?
Deidara desvia os olhos calado com a repreensão, mas depois o responde. -Eu não vou decepcionar.
Acho bom mesmo. Sabe que estamos em constantes guerras, a Vila precisa de Shinobis, e você nasceu em um dos clãs mais cobiçados da pedra. Temos o bakuton como nossa kekkei genkai, e você precisa honrar isso. Hm. Não se distraia. -Kohai sai do quarto.
Logo o menino, já arrumado, vai a cozinha, percebe que sua mãe não está. -Onde está a mãe? Hm
Kohai serve o prato do menino, e se senta à mesa. -Sua mãe saiu com as vizinhas, acho que foram até a venda dos visitantes.
(Venda dos visitantes eram barraquinhas na entrada da vila, que recebia mercadores de vilas menores, eles vendiam seus produtos para os habitantes da Pedra e outras vilas maiores, passavam de mês em mês, e ficavam apenas três dias.)
Nossa, eu queria ter ido. -Deidara.
Se tivesse acordado cedo. Teria ido com ela. -Kohai.
Deidara bebe o chá acompanhando seu pai, que também estava a beber.
Hm! Pai! Sabe de uma coisa?! -Deidara.
O que é? -Kohai.
Eu sou o melhor da classe atirando kunais… E desviando delas também, sou o melhor da minha turma, hm.
Kohai sorri e passa a mão no cabelo dele. -Não se exalte tanto por isso, isso é o básico. Hm
É, eu sei… Só estou te contando, hm… Mas sabe a Kurotsuchi?! -Deidara.
Hm?! -Kohai.
Ela já conseguiu tremer a terra com Doton. -Deidara fala empolgado. -E sabe o que mais? Ela conseguiu fazer uma transformação perfeita do professor.
É mesmo? -Kohai. -Não deixe ela passar à sua frente.
Mas não estamos competindo, pai. E ainda por cima ela é treinada pelo avô. -Deidara.
Mesmo assim. Hm. -Kohai.
Alguns barulhos foram ouvidos, e alguns gritos ao longe, som de pessoas correndo também.
O que foi isso? -Kohai logo fica de pé olhando da janela. Ele vê pessoas correndo e fumaça vindo da direção dos portões da Vila. Se volta com pressa pegando sua bolsa de equipamentos. -Deidara fique em casa, não saia daqui, tranque tudo e se esconda até eu voltar.
Onde vai? O que está acontecendo? -Deidara o segue até a porta.
Eu vou buscar sua mãe, a vila parece estar sendo atacada. Faça o que eu mandei. -Kohai some como um raio.
Deidara obedece e começa a trancar tudo. Quando estava fechando a janela do quarto avista Akatsuchi indo para a academia, tranquilamente.
Ei.. pisiu! Eei! Akatsuchi! GORDO! -Deidara.
Ãh?! Deidara? O que está fazendo em casa ainda? -Akatsuchi.
Você não está sabendo? Idiota, hm! A vila está sendo invadida, vá para casa! -Deidara.
Akatsuchi arregalou os olhos ao saber da notícia. Antes que pudesse responder ou ter qualquer reação, alguns homens de Sunagakure corriam para atacar o menino. Deidara vendo a situação jogou Kunais nos dois homens, chamando atenção para si mesmo. Um deles invadiu a casa de Deidara, buscando lhe matar, o outro correu atrás de Akatsuchi.
Está com medo garotinho? Hehehe! Sabe usar uma Kunai, não é? -Inimigo de Suna.
Deidara ficou encurralado na cozinha, com movimentos rápidos se jogou debaixo da mesa, assim que viu o homem esmagou a mesa, mas o pequeno já havia passado por debaixo de suas pernas e corrido para a rua, o inimigo foi atrás, Deidara lançou algumas Kunais mas o homem era habilidoso e desviou de todas. Em dado momento quando o inimigo o alcançou, o menino tentou uma luta corpo a corpo com ele, mas franzino e sem habilidades, foi pego e puxado pelos cabelos.
Me solta, me solta! Eu vou te matar! -Deidara se balançava.
Hehehe, vai me matar é? -O inimigo de Suna levantou Deidara pela cabeça, puxando seus cabelos. O menino tentava segurar as mãos dele para não doer tanto.
De repente uma pedra grande cai sobre a cabeça do inimigo o fazendo soltar Deidara e ficar zonzo.
DEIDARA VOCÊ ESTÁ BEM? -Akatsuchi havia jogado a pedra, ele acenava do alto do telhado de uma casa. Enquanto acenava, o outro homem lhe capturou. Deidara arregalou os olhos.
AKATSUCHI! -Deidara.
Vendo que seu oponente estava voltando a si, rapidamente Deidara fincou sua última Kunai na barriga dele. Era a primeira vez que o menino via algo assim, com seus olhos, a primeira vez que ele viu o que era matar alguém. O sangue do homem espirrou em sua roupa e rosto, Deidara lhe rasgou a barriga de cima a baixo, fazendo assim até seus cabelos e rostos serem tingidos de sangue, já que era pequeno.
DEIDARA! -Akatsuchi gritava do alto do telhado.
Deidara olhou para cima e viu o homem pendurando o menino de cabeça para baixo, era bem alta a casa, três andares que possuía. O loirinho correu por dentro da casa subindo as escadas, para chegar lá em cima.
SOLTA ELE! HM! -Deidara apontava uma Kunai para o inimigo.
Deidara! -Akatsuchi de cabeça para baixo ficou aliviado ao ver o companheiro.
Hehehhe! Está bem! - O homem o soltou sem exitar.
Os olhos de Deidara esbugalharam e seu coração gelou ao ver o colega sendo solto daquela altura.
E agora?! Eu soltei. O que você vai fazer? -Inimigo de Suna.
AARRRHH! -Deidara avança contra ele, tentando o golpear.
Como se estivesse se divertindo, o homem joga Deidara contra o chão várias vezes, na última vez, o desarmou e pisou em sua mão.
Aaarrrhhh! Aaahhh! -Deidara sentia sua mão ser quase que esmagada.
Já levou um soco no rosto? Oh, não. Eu não teria coragem de socar uma mocinha. Hehehe! -O inimigo pisou com o outro pé nas costas dele, lhe fazendo faltar o ar.
D-deidara! E-eu… -Deidara.
O que disse? Está com dificuldade para falar? Hehehe. -Inimigo.
E-eu sou u-um... Garoto! -Deidara.
Você é um garoto? Oh! Ah então nesse caso… -O homem o virou de frente, segurou sua camisa e socou-lhe no rosto. -Hehehe! Olha só você não desmaiou. Vamos ver agora! -Novamente o homem lhe soca o rosto fazendo seu nariz sangrar. -Então o que prefere? Ser socado até a morte ou ser jogado daqui de cima também? Ah, acho que você não consegue responder, vamos pelo mais lento, então. -Novamente ele lhe dá outro soco, fazendo seus dentes cortarem sua boca. Enquanto o shinobi de Sunagakure estava distraindo o esmurrando, Deidara pegou uma Kunai reserva que estava dentro de suas roupas e rasgou a barriga do homem. Alguns órgãos caíram sobre o corpo do menino, o banhando de sangue. Em seguida o homem caiu também. Deidara o empurrou para o lado, e correu para ver o amigo, mas ele não estava lá.
Akatsuchi… -Deidara ficou parado de pé, no meio da rua, quase que completamente vermelho de sangue, com uma Kunai nas mãos, suas pernas e mãos estavam tremendo.
DEIDARAAA! DEIDARAAA! -Mitsui a mãe de Deidara o avistou e correu desesperada ao encontro dele.
Logo atrás veio seu pai. Mitsui agarrou o menino e se sujou junto do filho. Ela estava desesperada.
MEU FILHO! MEU FILHO! -Mitsui esfregava as mãos sobre ele o tocando e o abraçando. -Eu pensei que você tinha morrido, eu pensei que tinham te levado.
Me desculpe! -Deidara falou baixo.
Não, não, meu amor! Não! -Ela derramou lágrimas. -Não foi culpa sua, invadiram nossa casa.
Você está ferido? Cortaram você? Fizeram alguma coisa com você? -Kohai se ajoelha diante dele, algumas pessoas começaram a passar e ver a cena.
Não! -Deidara estava com os olhos bem abertos, ainda segurava a Kunai com força.
Não, o quê? Não o quê? -Kohai segurava o rosto dele para que olhasse para ele e quando a mãe agarrava seu corpo e tentava o limpar com suas roupas.
As pessoas começaram a rodear eles, outras passavam feridas, e algumas mães carregando suas crianças mortas.
Fala comigo, Deidara, "não" o quê? -Kohai.
Não me cortaram… Só… Me deram alguns socos. -Deidara.
Estou vendo. Me conte, o que aconteceu? Por que está sujo assim? -Kohai continuava segurando o rosto dele.
Deidara contou tudo como havia acontecido. Tanto seus pais quanto quem ouviu se surpreenderam.
Akatsuchi foi levado para o hospital, está com as duas pernas quebradas. Não se preocupe, ele vai ficar bem. -Kohai.
Vamos levar ele para casa, Kohai! Ele precisa de um banho. -Mitsui.
Não! Ele precisa ir para o hospital. Não sabemos se pode ter algo de errado. Vamos! -Kohai.
Eles passaram no meio da multidão com Deidara no colo. Ele só soltou a Kunai quando tomou banho no hospital. As cenas não saiam da cabeça do menino, ele ficou em choque com as coisas que ocorreram.
Depois de uns dias, a vila voltou a normalidade e os jovens voltaram a ir para a academia, Akatsuchi também voltou, estava com as pernas engessadas. O terceiro tsuchikage foi até a academia condecorar os jovens que protegeram de algum modo seus amigos e família do ataque, quatro foram destacados na frente de todos, e um deles era Deidara. Em seguida fizeram silêncio por todos os que haviam sido mortos e já não estavam mais entre eles. Depois das honras e memórias, todos foram dispensados para passar o resto do dia com suas famílias, mas Deidara ficou, ele foi até a sala de artes e se pôs a moldar argila, lendo o livro do professor. Onoki passou no jardim e o viu pela janela.
A porta da sala de artes se abriu chamando a atenção do menino.
Olá! -Onoki.
S-senhor tsuchikage! -Deidara se colocou de pé.
Relaxe, filho. -Onoki se aproximou para ver o que o menino fazia. -O que está fazendo aqui? Por que não está com sua família? Todos foram liberados.
Hm… Eu preciso ficar mais forte, não posso ir para casa, se aquilo acontecer de novo eu preciso estar preparado. -Deidara.
Oh, é mesmo?! ...Mas está moldando a argila. -Onoki.
É… É que agora eu estou trabalhando em aprimorar minha arte… Mas um dia eu juro, vou unir a arte com a vida shinobi. -Deidara.
Onoki sorriu e passo uma mão na cabeça dele. -Obrigado por proteger seus companheiros! Apareça lá em casa qualquer dia desses, Kurotsuchi fala muito de você. -O velho sai da sala depois dessas palavras.
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