PV Ian
O telefonema de Nina fez com que eu decidisse fazer uma coisa que já estava pensando há alguns dias. Eu iria passar o final-de-semana com ela! Pedi para Jéssica comprar a minha passagem e na sexta-feira, de manhã bem cedo, embarquei em um vôo para a Escócia no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson, de Atlanta. Foram nove horas e meia até Edimburgo, capital do país, depois três horas de vôo até uma cidade chamada Inverness e finalmente, duas horas e meia em um ferry-boat até a cidade de Portree, na isolada Ilha de Skye, onde eram as gravações do filme de Nina e eles estavam hospedados. Jessica havia conseguido com Ericka , o endereço do hotel e o número do quarto delas e enviado-me por whatsapp. Consegui um táxi na doca do ferry-boat e enquanto o motorista colocava a minha mala no porta-malas, liguei para Nina.
-- Hey, baby!
--Ian, onde você estava? Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Estou ligando o dia todo! Incomodei todo o mundo atrás de você!– falou, preocupada.
--Não aconteceu nada, só estive muito ocupado!—falei, com voz cansada.
--Tão ocupado que não conseguiu um minuto de seu tempo para retornar as minhas ligações? – perguntou, sua voz magoada e zangada ao mesmo tempo.
--Você não imagina o quanto eu estive ocupado hoje! Milhares de coisas para fazer, mas agora estou aqui, bebendo um vinho espanhol e assistindo tv ! – menti, rindo, pensando nas horas cansativas dentro dos aviões e no ferry-boat. Passei a mão na nuca, estava sentindo-me extremamente cansado. Olhei para o rolex no meu pulso, presente dela no último Natal que passamos juntos. Meia-noite, no horário dos Estados Unidos. Dezenove horas na Escócia.
--Vinho espanhol, é? Com quem? – perguntou, cheia de ciúme.
--Por que você acha que tem alguém comigo aqui?—perguntei de volta, rindo mais ainda.
--Por que você gosta de saborear vinho espanhol com mulher! – respondeu, exasperada, falando alto .
--Você é paranóica, French Kote!—agora eu ria mesmo. O motorista olhou-me pelo espelho do táxi, sem entender nada.
--Escute aqui, Somerhalder, se você ousar me trair, eu mato você! – prometeu, irada. – E vou matá-lo de uma forma lenta e dolorosa! – ele riu. Fiquei com vontade de jogar longe o celular ao ouví-lo, mas respirei fundo -- Agora que eu sei que está vivo, não preciso mais ficar preocupando-me com você! Boa-noite! - e desligou o telefone na minha cara.
Eu sorri. Sabia que ela ficaria irritada com o meu jeito de falar! Iria adorar ver a cara de espanto dela, quando eu batesse na sua porta! Liguei para Ericka para saber se ela havia comprado as flores que pedi. Minha amiga esperava-me na porta do hotel quando eu desci do táxi. Paguei e ele entregou-me a mala preta. Ericka abraçou-me, sorrindo. Fiz o check-in na portaria do hotel, consegui um quarto um andar acima do andar em que elas estavam. A produção do filme havia tomado um andar inteiro com o crew e o elenco. Liguei para Nina novamente!
PV Nina
Que raiva! Queria que Ian estivesse na minha frente para poder torcer o pescoço dele! Joguei o celular sobre a cama, com ira .Ele começou a tocar. Peguei-o e fiquei olhando para a tela. Ian sorria para mim, daquele jeito debochado! Não ia atender, mas achei melhor xingá-lo, assim colocaria para fora toda a minha raiva.
--O que você quer? – falei, bruscamente, sentando na cama.
--Só para esclarecer uma coisa, Neens...Você desligou o telefone na minha cara? – perguntou, em um tom divertido.
--Sim, Ian, eu desliguei! Na realidade, eu queria jogar o iphone na sua cara, mas como você não está aqui...—revidei, indignada com o jeito despreocupado dele.
--Muito maduro da sua parte! – retrucou, rindo, deixando-me mais irritada. --Daí você estragaria o seu iphone jogando-o em mim, de novo – e ressaltou o “de novo”—e teríamos que comprar um novo...
--Pelo menos eu teria descarregado a minha raiva!
--Em mim? Por quê? – volveu, com voz inocente. Eu podia sentir que ele sorria. Eu queria matá-lo!
--Ian Somerhalder, a sua sorte é que estamos separados por milhares de quilômetros, por que se estivéssemos cara-a-cara eu...—uma batida na porta interrompeu o que eu ia dizer. – Tenho que desligar, tem alguém na porta! Depois eu ligo para continuar xingando você!—e desliguei o telefone , indo atender a porta.
Não estava esperando ninguém e Ericka tinha a chave. Além do mais, ela havia dito que iria em um pub, tomar cerveja com o assistente de direção e que voltaria tarde. Intrigada, abri a porta.
Meus olhos arregalaram e meu queixo caiu de espanto, pela pessoa que eu encontrei parada ali!
--Oi, baby! –Ian estava encostado ao batente da porta, com um buquê de rosas vermelhas nas mãos. Piscou aquele olho incrivelmente azul -- O que você estava dizendo mesmo sobre estarmos cara-a-cara? -- e deu aquele sorriso que deixava qualquer mulher derretida, e eu não era uma exceção!
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