PV Nina
--Como assim ela está com febre?
A voz de Ian pelo telefone soava nervosa. Ele tinha viajado para Nova York para filmar com Brad Pitt havia quatro semanas. Nós nos falávamos todos os dias pelo Skype. E nos finais-de-semana ele voltava para casa. Eu estava conseguindo me virar sozinha, sem ele por perto. Tinha a ajuda da sra.Anderson ,que havia se tornado uma espécie de governanta da casa e babá de Emily, quando eu precisava sair e não podia levá-la junto. Havíamos contratado uma cozinheira e uma faxineira, para não sobrecarregá-la. Tudo ia bem até hoje, quando Emily, agora com três meses, acordou chorosa e teve febre após um dos seus cochilos da tarde. Liguei para o pediatra e expliquei o que ela tinha. Ele veio vê-la. Após examiná-la, ele tranquilizou-me dizendo que era só uma virose e que logo ela ficaria boa. Dei o antitérmico que o médico falou e Emily dormiu, mais tranquila. Depois que ele foi embora, liguei para Ian.
--Já ligou para o Dr.Nelson? O que ele disse?
Ian perguntou, ansioso, tirando-me de minhas lembranças.
--Ele veio aqui, examinou-a e disse que era uma virose, que era para dar o antitérmico nos horários certinhos, que ela logo ficará boa...
--Uma virose? Só isso? Será que não deveríamos fazer um exame de sangue ou um raio-x, sei lá...Uma tomografia?—ele perguntou, exagerado.
--Perguntei isso para ele – eu ri lembrando da expressão do pediatra. Uma expressão tipo “Esses pais de primeira viagem são tão dramáticos!”... – Ele disse que não era necessário, que o pulmãozinho, os ouvidinhos e a garganta dela estavam bem...Que é só uma virose, que ela logo vai melhorar – repeti o que o pediatra havia dito – então é só esperar... – completei, olhando para Emily que dormia na minha cama, tranquila. Sorri.
--Mas ela está bem agora?
--Sim, eu só liguei para você depois que ela ficou melhor e parou de chorar...
--Graças a Deus! – ele suspirou. – Mas vocês poderão vir para cá amanhã?
--Não, perguntei para o Dr.Nelson e ele aconselhou-me a ficar em Atlanta até que ela melhorasse bem...Ele falou que daqui há uns dois, três dias ela já vai estar melhor!—completei, confiante.
-- E eu não poderei voltar para casa...- ele murmurou, do outro lado da linha. – Estamos com umas cenas atrasadas e Brad quer realizá-las neste fim-de-semana...
--Não tem problema, amor...Assim que Emily melhorar nós vamos encontrar você aí...
--Vou morrer de saudade das minhas mulheres!—falou, triste.
--E nós duas também ,papai Smolder! –exclamei, com um sorriso
--Vocês são a minha vida! Sabe disso , não sabe? – ele falou, emocionado.
--Sim, nós sabemos! E você é a nossa vida, também! –murmurei, com uma vontade boba de chorar de saudade dele. Ficamos em silêncio, ambos ouvindo a respiração um do outro, o amor transbordando pela linha do celular, indo direto, de Atlanta até Nova York!
PV Ian
Nina ria de mim e da minha falta de habilidade em arrumar o cabelo de nossa filha. Aquelas coisinhas minúsculas que ela diariamente colocava no cabelinho castanho pareciam tão mais fáceis quando Neens fazia. Agora, comigo, elas pareciam ter criado vida própria e se recusavam a ficarem no lugar certo. Eu queria prender o cabelinho fino e macio em duas chuquinhas, mas elas, ou ficavam tortas ou o cabelo se desprendia. Emily, agora com sete meses, já estava ficando impaciente, sentada em cima da nossa cama. Havia cansado de morder seu tênis, seus dentinhos estavam nascendo e ela vivia com coisas na boca, em uma tentativa de massagear a gengiva que estava sensível.. Começou a resmungar e falar “Mamma, mamma” e estendeu os bracinhos rechonchudos ,como se quisesse que sua mãe a ajudasse! Nina sorria para ela e mostrava a língua para mim!
Mas eu aceitei o desafio da Pequena Dobrev e vou até o fim com isso!, pensei enquanto tentava inutilmente centrar as chuquinhas.
--Ian, assim vamos perder o vôo! – Nina falava e ria ao mesmo tempo, enquanto olhava para a bebê. Estendeu a mão com um sorriso vitorioso. – Deixa que eu faço isso!
--Não, eu faço! -- recusei-me mas parece que a paciência de Emily havia acabado por que ela começou a choramingar e bater os pezinhos gordinhos em cima da cama. Olhei para ela, seus olhinhos muito azuis brilhando de lágrimas. Fiquei com pena. Suspirei, vencido. – Ok, não aguento lágrimas! Vocês, mulheres, quando se unem contra mim são terríveis! – afastei-me e fiquei observando os dedos compridos de Nina trabalharem nos cabelinhos castanhos. Em segundos as chuquinhas estavam prontas e exatas. Neens sorriu triunfante para mim.
--Ganhei a aposta! A louça é sua toda a semana! – ficou em pé sobre a cama, um braço esticado. Emily, a pequena traidora, sorria para ela e balbuciava “mã-mã”!
--Então, pequena Senhorita Dobrev-Somerhalder, apunhalou seu pai pelas costas!.. -- peguei-a no colo e a ergui. Ela ria e balançava as pernas -- Só sabe falar “mamãe” não é? Quando vai falar “papai”, hein? – dei pequenos beijos na barriguinha dela, que aparecia sob o blusão de lã – Só quer a mamãe, gosta mais da mamãe! – beijei seu pé, que estava sem o tênis roxo.
--Ela gosta mais de mim por que eu sou a Super-Mamãe que sabe fazer tudo o que ela gosta, inclusive deixá-la linda para visitar a vovó Mikaela!—vangloriou-se, fazendo pose e rindo.
--Ela gosta mais de você por que você tem esses peitos cheios de leite que a acalmam e a fazem dormir bem à noite, isso sim! – emendei eu, rindo com as risadas de Emily toda vez que eu passava a barba em sua barriga.
--Pára, Ian, assim a pele sensível dela vai ficar vermelha!—Neens ria e pulava à minha volta.
Emily olhava para nós e ria, feliz, balançando as pernas . Aquele som era maravilhoso! Nossa filha era uma criança muito feliz e nós éramos felizes por tê-la conosco!
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