POV AUSTIN
Sigo dirigindo pela estrada já escura, olho pelo retrovisor e dou um pequeno sorriso de satisfação. A visão da garota, amordaçada no banco de trás do meu carro, era no mínimo excitante. Pena que não está muito disposta a colaborar. Tive que colocar uma fita adesiva em sua boca, assim que acordou seus gritos se fizeram presente. Só assim para meus ouvidos ganharem a paz.
Mas o melhor ainda está por vir, ansioso para ver o desespero da agente Jauregui quando perceber que sua garota sumiu, "PUFF", como um passe de mágica. Não queria chegar a este ponto, mas fui obrigado, tinha uma equipe incompetente que não eram capazes de lidar com meia dúzia de meninas fúteis e desnecessárias. É como dizem, se quer bem feito, faça você mesmo. Agora aqueles agentes bastardos vão ficar nas minhas mãos.
Depois de mais ou menos 1:30 de viagem, chego aí meu destino. Logo adianta está uma antiga casa, que uso quando a necessidade para um serviço como esse. Antigamente aqui era uma fazenda, era bem afastada da cidade, de curiosos, praticamente de tudo. Só podia ser mato, arvores e mais arvores ao redor, a casa mais próxima ficava a uns 50km daqui. Ou seja, quase impossível de achar.
Paro o carro dentro do antigo estábulo, onde agora só tem tralhas espalhadas por todo lado. Desço do carro calmamente, abro a porta de trás, vendo Camila voltar a se debater como uma minhoca, na inútil tentativa de se soltar. Seria engraçado, se não fosse patético. Sem muita paciência a puxo com força para sair do carro. Ela volta a grunhir e se debater.
— Você não cansa não garota?? - pergunto já irritado. — Ninguém vai vir te ajudar, ninguém vai te ouvir....
Sorrio vendo lágrimas começarem a descer por seu rosto. Seu medo me aquecia, era uma sensação única, a adrenalina que eu estava sentindo agora me fazia agir ainda mais impulsivo.
Entro na casa e empurro a garota no chão, as vozes altas que falavam sobre qualquer asneira se calam. Todos me olham assustados.
— O que está acontecendo Austin - Cameron me questiona. Ele sempre foi meu braço direito, sempre obediente e prestativo, nunca questionou minhas ordens.
— Já que vocês são uns inúteis, eu mesmo fui resolver nosso problema. - rosno as palavras. Olho para a latina assustada que ainda está caída no chão.
— O que vamos fazer com ela? - a voz baixa de Justin soa quase inaudível.
Respiro fundo tentando me controlar, estou rodiado de ratos medrosos. Será que vou ter que fazer tudo sozinho??
— Cameron leve ela para o Porão, coloque as correntes, pelo menos por enquanto, ela vai ser nossa nova inquilina. - sorrio maldoso, isso pode ser divertido, Dallas sai puxando Camila até às escadas que levam até o porão . — Ariana, você vai ficar respondendo por vigia-la, acha que consegue fazer essa simples tarefa? - ela acena positivamente.
— Ótimo! E por favor Justin, fale com o nosso contato, avise que estamos com o "pacote". Ele vai saber o que fazer.
— Sim senhor! - agora é só esperar.
POV CAMILA
Tento inutilmente me soltar enquanto o tal Cameron praticamente me arrasta para o tal porão. Nunca senti tanto medo em toda a minha vida, afinal, oque eles querem comigo?! Assim que as escadas terminam vejo perto da parede no fundo, um colchão velho e sujo no chão, e quatro correntes presas na parede. Olho ao redor não havia nem uma janela, o cheiro daquele lugar já estava me dando náuseas. Cameron continua puxando meu braço, seu aperto me machucando, com certeza ia ficar um roxo depois. Quando chegamos perto do colchão, ele me força a sentar, e começa a acorrentar as minhas mãos, para em seguida fazer o mesmo com meus pés, ele fixa seu olhar em mim por um instante. Se aproxima, me encolho com medo do que ele vai fazer. Quando ele arranca a fita da minha boca, filho da mãe! Isso dói.
— De nada Cabello. - fala irônico.
— Eu deveria lhe agradecer por me sequestrar? - cuspo as palavras com raiva.
— Deveria agradecer por ainda estar viva! - seu olhar é divertido, chega a ser doentio.
— O que vocês querem de mim? - pergunto sentindo a exaustão tomar conta de mim. Ele ri, como se eu tivesse contado a piada mais engraçada do mundo.
— De você?! - seu sorriso debochado é insuportável. — Nada! Nós queremos Lauren e seu grupinho de babacas.
— E porque vieram atrás de mim? Não faz sentido. - juro que não estava entendendo.
Cameron se aproxima, logo em seguida se agacha na minha frete, aquele sorriso nojento em seu rosto ainda maior.
— Pensa comigo Camilinha, quando você quer fisgar um peixe, você enfrenta ele diretamente ou usa uma isca para trazê-lo até você? - após dizer isso ele levanta, atira um beijo em minha direção e logo em seguida desaparece subindo as escadas. Que nojo desse imbecil! Mas eu entendi porque estavam atrás de mim. Eu só espero que Lauren não cai nessa, prefiro morrer aqui, do que vê-la nas mãos desses crápulas. Tenho que dar um jeito de sair daqui! Mas como?? De repente lembro que ainda estou com meu celular no bolso de trás da minha calça. Mas como vou alcança-lo com as mãos acorrentadas?? Suspiro frustrada. Tento ficar de pé, logo solto um gemido, todo meu corpo dói, minha boca ainda está dolorida, mas estou satisfeita por ainda ter todos os meus dentes, depois daquele soco. Assim que consigo firmar meu corpo, estico meu braço o máximo que posso para trás. As correntes não facilitam nada, sinto o meu celular na ponta dos meu dedos, empino meu bumbum um pouco para tentar facilitar meu alcance. Consegui!
Aperto o botão para desbloquear a tela, minhas esperanças logo caem pelo ralo. Sem bateria. Merda! Volto a sentir o desespero tomar conta de mim. O medo do que pode vir a acontecer, será que vão me achar? Será que já sentiram a minha falta? Começo a chorar como uma criança. Só quero que esse pesadelo acabe.
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