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História A viúva do coronel - Capítulo 21 - História escrita por Namikaze_Uzumaki - Spirit Fanfics e Histórias
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História A viúva do coronel - Capítulo 21


Escrita por: Namikaze_Uzumaki

Capítulo 21 - Capítulo 21


Os olhos dele fitaram analiticamente aquela mulher sentada à sua frente. Os dedos enluvados se pressionaram e contorciam-se ansiosos, ele notava. Os olhos brilhantes que observavam a passagem da rua através do vidro da carruagem luxuosa. O balanço rítmico não os incomodava, embora ele admitisse que as costas doíam um tanto pela longa viagem que estavam fazendo. 

Naruto estendeu sua mão segurando gentilmente a dela, que de repente o olhou assustada. Era como se seus pensamentos fossem pegos no ato, embora soubesse que ele de fato não poderia lê-los.

Ele sorriu. 

— Está muito nervosa, Lady Uzumaki — ele a provocou, enquanto a suavidade estava em seu rosto. Ela encarava não apenas os olhos que a dominavam as emoções, mas um homem completo que a enlouquecia, a irritava, a tornava perturbada e tolamente apaixonada. 

— Não conhece Neji. Ele é…

— Duro? 

— Astuto. Meu irmão é um homem diabolicamente genial. Deus o abençoou com uma mente e percepção aguçada demais. 

Naruto fitou-a por um momento enquanto acariciava os dedos pequenos e esguios que ela possuía. Ele tirou a luva lentamente, e tocou as digitais contra seus lábios, os beijando delicadamente enquanto admirava a beleza ímpar daquela viúva que se corava como uma menina tímida que era. 

— Tem medo que ele descubra sobre nós? 

Ela hesitou, enquanto ele tensiona-se um pouco. Demorou um segundo ou dois para que ele a puxasse totalmente ao seu colo, a surpreendendo com o ato. 

Sorte ser noite, e sorte as cortinas estarem quase todas bem puxadas. 

— O coronel deve se lembrar que estamos aqui por um favor, em busca disso de um favor financeiro. Meu irmão, embora me ame, é um homem tão rígido e tradicional quanto meu pai, ou quanto vossa graça quando chegou nas nossas terras. 

— Teme que o julgamento dele se atrele a preceito moral?

— Sei que o julgamento dele será assim. Neji prefere confiar em suas intuições para com as pessoas. No momento que seus pés tocarem a entrada de sua casa, ele já estará o julgando por absolutamente tudo… nos julgando. 

Ele envolveu sua nuca lentamente, o que provocou um arrepio pela pele de Hinata. Guiou-a facilmente até seus lábios, onde os tomou sem qualquer pressa, sem qualquer receio, saboreando ternamente o gosto daquela mulher. Afastou-se o bastante para que sua testa encostasse contra a dela.

— Então ei de me comportar, sente-se melhor assim? — prometeu-a a fazendo esboçar um sorriso envergonhado.

Ele sentiu o toque macio, morno e aconchegante da pequena mão dela em seu rosto. 

— Precisamos voltar para Uzushiogakure com 120 mil aurix. — Ela tentava ser otimista e confiante nisso. 

— Me atormenta apenas o fato que seu irmão possa ter esse valor em um cofre em casa — ele a provocou e Hinata sorriu, enquanto suas bochechas ganharam o adorável rubor. 

Claro que Naruto estava brincando, e claro que entendiam que se habitava sim um fundo de verdade naquilo. 

Que os Hyuugas eram abastados, muitos sabiam, mesmo que de fato Neji não guardasse uma pequena fortuna assim dentro de um cofre em casa, ainda assim, era de certo modo bastante intimidador saber que ele possuía tal fundo facilmente a sua disposição. 

Mas como não tê-lo, afinal, o Hyuuga era o herdeiro do título do marquesado do lado materno. 

 

 

Não foque na porca — ele a ouviu sussurrar, enquanto a estendeu a mão a ajudando a descer da carruagem. 

Tenso, assim ele ficou diante de toda a recepção digna da nobreza da qual o Hyuuga recepcionava sua irmã e a ele. Os olhos dificilmente não se arregalariam, ao notar a porquinha cor de rosa usando um colar de pérolas e presa a coleira enquanto uma elegante e bastante grávida mulher sorria. 

Ele pigarreou e disfarçou enquanto Neji abraçava calorosamente a irmã. 

— Bem-vindos. — Então lá estava o ar sério, duro e firme de um homem cético com olhos muito astutos. 

Como um homem criado e doutrinado em meio a nobreza, Naruto atenuou seus modos facilmente. 

— Meu senhor, é uma honra conhecer o irmão de Lady Uzumaki. — Inclinou-se. Claro, Neji inicialmente o julgou de vários modos, no entanto, apreciou sua civilidade respeitosa, muito embora o Hyuuga não fosse tão apegado ao título que considerava empoeirado, principalmente porque era um título herdado de sua mãe e pertencia à nobreza estrangeira e não do país. De todo modo, embora orgulhoso, ele considerava que Hinata que deveria ter herdado o título da mãe deles, mas regras hereditárias sempre suprimiram isso. 

Suspirou aceitando o cumprimento. 

— Obrigada, coronel. Também estava curioso quanto a conhecê-lo. Divido o prazer. Bem, embora a noite esteja agradável, acredito que estejam cansados da longa viagem. O mordomo os guiará aos aposentos destinados e poderão se lavar e comer algo. 

Ele olhou de uma Hinata ansiosa, a Naruto, finalmente posicionando-se.

— Amanhã, após o café, poderemos começar a discutir a razão desta visita, senhor Uzumaki. 

 

Os dedos nervosos e ansiosos de Naruto batiam contra sua coxa, que estava oculta ao olhar acinzentado do Hyuuga. Não havia sido uma boa noite de sono, muito pelo contrário, ele estava verdadeiramente nervoso e ansioso. A atmosfera toda o marcava sob pressão, isso somada à distância entre o seu quarto e o de Hinata, e de nem sequer poder vê-la o angustiou ainda mais. Ele respirou algumas vezes, contendo o desejo de vê-la, mas o medo de entregá-los era ainda maior… como naquele instante após o gracioso café que haviam tomado resultou no dito encontro no escritório do jovem Hyuuga. 

Neji lia atentamente seu plano, aliás, dele não, de Hinata. Era como uma proposta, um tipo de projeto de negócio, ou plano, como ela chamava. Ali ela havia relacionado de forma bastante organizada e planejada todo o negócio da qual eram sócios.  Por fim, o Hyuuga terminou de ler tudo aquilo, e tirou os óculos que usava, repousando-os junto aos papéis. 

— Cento e vinte mil aurix é muito dinheiro. — Fitou-o analiticamente. Bem, a expressão pokerface de Neji era o que mais atormentava Naruto. Incapaz de saber os verdadeiros pensamentos dele, ou sequer se ele desconfiava de algo ou de suas intenções. 

Estava verdadeiramente nervoso. 

— De fato é. Mas pode pensar como um investimento. 

— Que pode não dar certo. — suspirou. 

Do outro lado, Neji ponderava, e o motivo não era por quem estava sentado à sua frente, mais, sim, por sua irmã. Era tão claro quanto a água que aquele plano de negócio havia sido estruturado por ela, veja, o sujeito à sua frente estava com problemas até uns meses atrás. 

Ele esboçou um sorriso perturbador. 

Neji amava tanto sua pequena e doce irmã, mas temia que ela pudesse estar indo longe demais, ou até, olhando o sujeito em sua frente, temia coisas muito piores, no entanto, até que algo mudasse, de um modo meio torto, os Uzumaki ainda estavam ligados aos Hyuugas, não é?

— Entendo… — Naruto balbuciou. 

— Eu vou… analisar cuidadosamente, vou ponderar meus fundos disponíveis, e consultar a viabilidade do negócio com alguns amigos mais esclarecidos, afinal, é um bom montante da qual pode arruinar uma família. 

— Compreendo, e agradeço meu senhor pela consideração de analisar. 

“Bonitas palavras…” Neji pensou. 

— Bem, enquanto isso, sinta-se em casa. É meu convidado de honra, coronel. Caminhe pela cidade, aprecie…

 

 

— Há alguém que quero que conheça. — ele ainda estava tenso, quando ela o amornou. Haviam saído juntos naquela tarde, e ela o apresentou o ilustre café Celestian. Obviamente, andavam apenas como dois conhecidos, seus braços nunca dados, todo o protocolo frio e moralista dos bons costumes. Ele a tratava como a digna viúva de seu parente morto, e ela o tratava perfeitamente como o seu benfeitor, e parente.

Oh, céus, como ele odiava aquilo! Quando tais normas e etiquetas lhe soaram tão cruéis e exageradas, tão humilhantes e retrógradas? Logo para ele, que amava isso, que fora criado em meio a isso, que fora surrado tantas vezes até absorver toda aquela merda moral. 

— Coronel Uzumaki, esse é Toneri Ootsutsuki e… o senhor Gaara Sabaku. O candidato que eu havia mencionado. 

Ele despertou rapidamente. Claro, encarou com curiosidade os distintos homens a sua frente, embora fosse crítico do olhar discreto, e ainda assim interessado, do senhor Ootsutsuki a sua linda viúva. 

Sim… sua

As mãos rapidamente foram estendidas e os cumprimentos foram feitos antes de sentarem-se à mesa e pedir inicialmente chá e café, afinal, se Hinata pudesse finalmente derramar toda a sua empolgação, eles teriam uma longa conversa sobre políticas e seus mirabolantes acordos secretos. 

.

.

.

 

A brisa tocou ambas as peles de forma suave, agitando os cabelos índigos e loiros a medida que os passos os guiava lenta e despreocupadamente pela imensa propriedade Hyuuga. Apreciavam o jardim com o frescor da manhã, entranharam-se em meio às árvores frutíferas até circundarem o laguinho cheio de adoráveis e coloridos peixes. 

Sorriam, conversavam, apreciavam momentos de silêncio absolutamente confortável que pairavam sobre eles. De braços dados como uma boa dama e cavalheiro, respeitavam-se, embora os olhos poderiam cantar toda uma canção de amor, e Shizune pode ver isso um instante antes deles se afastarem completamente de seus olhos. 

O coronel Uzumaki e a lady Hyuuga… era como ver um novo casal de passarinhos prontos para criar um novo ninho. 

A esposa do marquês apenas sorriu de modo que esse alcançou seus olhos. Havia carinho, cumplicidade… paixão. 

Hinata corada era adorável, como uma menina dos tempos dos bailes que agora tinha alforria. 

Ela suspirou. Honestamente, estava feliz por sua cunhada, afinal, encontrar o amor em meio a tantos tratos voltados a interesse comercial, financeiro e político, bem… sortuda era a mulher. 

A esposa de Neji acariciou o ventre já bastante redondo, sentindo seu pequeno milagre movendo-se ali dentro, talvez tão empolgado quanto a mãe que não se deixava expressar tão abertamente. 

Porém, ela não era a única que observava, era claro. Quando se dizia que os Hyuugas tinham olhos por todos os lugares, era também sobre isso. Que bom irmão seria Neji se não pudesse cuidá-la?

O casal, por outro lado, alheio ao que poderia ser tão amoral para outros, estavam presos em suas próprias bolhas, entre conversas bobas e refrescantes dela, que sonhadora de um futuro tanto das terras quanto para si, ou certamente animada, deixava isso explícito, já dos lábios de Naruto havia sussurros doces e travessos, promessas de deleite, insinuações promíscuas o bastante para ferver o rosto de Hinata que disfarçava iniciando o ciclo de conversa novamente. E fora justamente entre esses ciclos, quando eles já estavam muito mais entranhados naquela propriedade, que os olhos dele desviaram-se ao seu redor, notando-os claramente sós, e fora aí que seus dedos envolveram o rosto feminino, e os lábios foram selados em um fresco e adocicado beijo roubado. 

Hinata fora a primeira a se afastar. Ruborizada, seus olhos o encararam chocados enquanto o coração apenas pulsava forte em seu peito. Desconfiada e medrosa, olhou ao redor, tremendo ter sido vista, já Naruto, pelo contrário, parecia divertisse com as expressões de pânico da jovem lady. 

— Não tem graça! — ela exclamou, ele, no entanto, agarrou sua cintura, tomando-a possessivamente para seus braços outra vez. O sorriso ladino que desenhava em seus lábios parecia irradiar a luz e a confiança certa que acelerava e, ao mesmo tempo, acalentava o coração da jovem viúva. 

Lentamente, ele tocou sua testa contra a dela, que passou a se enxergar no reflexo dos olhos famintos e doces daquele homem. 

Naruto não lhe fez promessa, porque ela não as aceitaria, no entanto, quando se olhavam daquele modo, era como se essas promessas fossem sendo ditas em meio ao silêncio. Promessas lindas, intensas… perpétuas. 

— Estou desgraçadamente morrendo de saudades de você, e que infortúnio maldito está a alguns cômodos de você, mi lady. 

Ela corou, mas seus lábios curvaram-se suaves em um bonito sorriso. A mão feminina repousou sobre o rosto dele. Acariciou com ternura e fora dela novamente o movimento inicial ao fazer seus lábios tocarem os deles. 

— Também sinto falta de seus braços… coronel. 

 

O copo de whisky estava repousado sobre a mesa enquanto o cigarro queimava já esquecido no cinzeiro bem ao lado deste. As folhas de papel estavam ligeiramente largadas esquecidas sobre a mesa enquanto os olhos acinzentados do homem estavam fixos sobre eles. Havia um silêncio um pouco frio e cruel pairando sobre aquela sala de escritório, e o serviçal que terminara seu relato permanecia nervosamente em silêncio apenas aguardando o que seguiria de seu mestre. 

Ele observou, enquanto Neji, lentamente, buscava o palito de cigarro e o tomava entre os dedos para sugá-lo logo em seguida. O corpo do jovem marques repousou solto sobre a cadeira e os olhos passaram a fitar o teto do escritório enquanto parecia apenas digerir por um longo tempo o que havia acabado de ouvir. 

— Continue de olho nele, em seus passos.  — Disse por fim, com um tom de voz baixo, frio, quase gélido. 

E assim que o homem saiu pela porta, tomado da raiva e de certa impotência, o Hyuuga tomou o copo de whisky entre os dedos, o arremessando logo em seguida contra a parede. 

 

Mais tarde, sentado à mesa de jantar, seus lábios pareciam muito mais calados do que de costume enquanto Shizune parecia guiar a conversa animosamente com Hinata. Neji, por outro lado, sentia o coração pesado, a raiva que parecia querer dominá-lo e um senso de justiça e proteção tão duros. Ele a olhou algumas vezes, poucas, durante aquele jantar. No entanto, houve olhadas ríspidas e furiosas sua para Naruto, que parecia tão alheio e honestamente feliz. 

Neji não sabia o que pensar. Sua cabeça doía miseravelmente, seus músculos estavam tensos, e pela primeira vez em sua vida, ele se via angustiado dividido entre seu papel de irmão e seu dever como irmão. 

Ele tornou a olhá-los, mas agora em meio aquela dinâmica. Os olhos de Hinata brilhavam nitidamente ao olhar para aquele imbecil de olhos azuis, e era claro que na mente de Neji, talvez o único interesse do homem pudesse ser o nome de sua irmã, afinal, que homem jovem teria interesse em uma viúva, ainda mais uma que não reproduzia? OK, era cruel esse pensamento, mas as motivações pelos tais não eram nada além de seu amor pela jovem Hyuuga, porque, no fundo, lhe odiaria sequer pensar em Hinata ainda mais humilhada e quebrada do que já havia ficado. 

Ele por fim suspirou. 

— Gaara parece ter gostado muito do coronel, irmão — ele despertou com a voz dela. Os olhos fraternos encontraram-se e dando-se momentaneamente por vencido, o Hyuuga entrou finalmente naquela conversa enquanto empurrava tudo de sua mente para debaixo do tapete, certamente tinha muito a pensar ainda. 

 

 

— Shii — ele colocou os dedos sobre os lábios dela, a silenciando depois de ter finalmente invadido aquele aposento no meio da noite. A lamparina fora repousada sobre uma das mesinhas, provocando uma clara iluminação alaranjada sobre os corpos. 

Ele estava feliz, já ela, bem, estava apavorada em seu robe vinho que ele parecia fazer questão de desatar o nó. 

— Você é um completo maluco, ou um pervertido completo! — Hinata exclamou, mas sorrindo ao aproximar seus lábios do ouvido dela, Naruto sussurrou:

— Um pouco dos dois. — O que a fez corar ao mesmo tempo que seu corpo parecia apenas querer sentir todo aquele calor. 

Não precisou pensar nisso pela segunda vez, já que Naruto não hesitou um seguindo sequer antes de capturar o corpo feminino, o subjugando ao seu sobre a cama. 

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Embalada nos braços masculinos, ela se aconchegou mais enquanto os lençóis eram mais apertados em seu corpo. Ela sentiu a mão dele deslizar entre os fios úmidos de sua franja, lançando-os para trás enquanto um beijo casto fora dado por Naruto em sua testa. 

Os dedos dela então tocaram suavemente o pequeno vinco da tenta franzida que marcava a expressão do loiro que ainda ofegava um pouco ao seu lado. 

— O que o perturba, Naru?

Ele, no entanto, voltou ao seu ar despreocupado, então a puxou para si a envolvendo completamente, mantendo Hinata deitada bem em cima de si

— Amanhã… — ele beijou seus lábios — irá a uma loja dessas de renome, e comprará alguns vestidos para você. 

Ele falava sério, e por um momento ela considerou se ele achava mal vestida, e como se pudesse lê-la, ela completou aquele pedido. 

— Quero vê-la com novos vestidos, sapatos, bolsas…  

Ainda corada, ela balbuciou:

— Tenho muitos, coronel… 

— Todos os vestidos que você tem, ou vieram de Nagato, ou são de luto. Respeito o passado de meu parente, mas não a quero presa a isso. 

Os olhos dela arregalaram-se com aquilo enquanto mergulhavam intensos nos azuis. 

— Além disso… se tudo correr bem com Neji, não voltaremos as terras do redemoinho. Eu tenho um bom plano. Compraremos as passagens para o Reino Unido e iremos direto para resolver os equipamentos do curtume. Já deixei muita coisa preparada antes de virmos para cá. 

— Então eu devo comprar vestidos para viajar? — ela sorriu sem jeito. 

— Não apenas por isso. E muito menos os de viés de luto. — ele acariciou o rosto dela e de repente seu polegar brincava com os lábios rosados e carnudos. — Gostaria que comprasse vestidos e sapatos como qualquer outra dama da sociedade, Hinata. Com cores, bordados…

Ela colocou então sua mão sobre a dele, enlaçando lentamente os dedos. 

— O que… quer com isso? — hesitou, ainda que não o compreendesse completamente. 

— Estará fora daqui... nós estaremos. Eu pensei muito a respeito disso. Assim como ninguém sabe sobre Sai e Ino em Uzushiogakure… não sabem de nós, ou da sua viuvez na Europa.

Encararam-se em silêncio enquanto ele percebia a nítida confusão. Hinata era muito esperta e astuta, e ele tinha certeza que ela já havia deduzido as suas intensões, no entanto, ele as reforçou meticulosamente, como um plano maquiavélico de um casal apaixonado. 

— Ainda carrega o sobrenome Uzumaki… Embarcaremos… como marido e mulher e ninguém jamais saberá ou desconfiará do contrário. 

— Por que sempre me propõem coisas tão indecorosas e indecentes, coronel? 

— Porque sei que as atrai, mi lady. 

A cabeça dele inclinou-se mais, enquanto os dedos enroscaram-se nos fios escuros, os lábios lentamente tocaram-se, mas o beijo jamais fora concretizado dado as batidas firmes que vinham da porta da sala de estar adjacente a suite de Hinata.

Ela rapidamente ergueu-se, com pressa ela tomou seu robe o laçando em si, seus cabelos foram ajeitados o mais rápido que pode até que finalmente abriu a porta. 

— N-Neji? 

— Sei que esta tarde, irmã, mas posso entrar para conversamos? 

O coração de Hinata disparou ainda mais em seu peito, suas pernas fraquejaram por um momento sem saber como sair daquela situação. Sm jeito, seus olhos desviaram-se rapidamente para o interior dos aposentos, algo que não passou completamente desapercebido pelo Hyuuga. No entanto, confiante que Naruto não colocaria nada aquilo a perder, Hinata apenas abriu a porta, dando assim passagem ao irmão mais velho a sala de estar da suíte. 

Caminharam em silêncio até os sofás onde sentaram-se. Ela observou em silêncio seu irmão pegar um dos livros que ela lia e havia deixado ali em cima. Ele folheou rapidamente o objeto e então suspirando ao ver a agonia nos olhos da mulher, ele finalmente deixou o livro de lado e reclinou-se, fazendo seus olhos penetrar até a alma de Hinata que estremeceu. 

Tudo que passava em sua cabeça naquele momento era: “ele sabe!”

 

— Naruto Uzumaki Namikaze… — Hinata sentia o coração pulsar cada vez mais rápido enquanto ouvia seu irmão dizer aquele nome a olhando tão centrado. Ela sequer pode controlar quando o calor dominou seu rosto incendiando suas bochechas. — Por que sinto que ele tem discurso demais? Uma astúcia um pouco… bem… tenho a sensação de estar frente a uma raposa quando olho em seus olhos. 

— Te intimida? — ela apontou arriscando aquilo. Os olhos do irmão arregalaram-se um pouco, e um pequeno repuxo surgiu de seus lábios enquanto ele parecia perder a tensão nos músculos dos ombros. — Pensei que Hyuugas fossem como águias. 

— Me preocupa quando um cara assim precisa de tanto dinheiro e vem a mim com um projeto desenvolvido por você. 

Ela estremeceu, e embora seus olhos tenham vacilado um instante, ela mantivera seu nariz erguido e sua postura firme. 

— Naruto é um bom homem!

— Naruto? Quão perto está para usar o nome de batismo de um homem solteiro assim? 

Os lábios dela abriram-se o bastante de seu choque, mas sua cabeça negou. 

— S-somos amigos e…— ela suspirou — Meu irmão, tudo que precisa saber é que Naruto é capaz. Ele tem se dedicado e aprendido. O fato de eu ter feito o projeto não… o traz demérito. 

— Mas engole a sua credibilidade. Por mais que eu a ame, mulheres não fazem negócios, Hinata! 

Encararam-se tensos por um tempo, como se seus egos pudessem apenas lutar. 

— Se esse é o caso, então direi ao coronel para procurar outro agente. Vou deixá-lo levar o meu projeto para outro e deixar que esse decida, hm? 

— Por que brinca com essas coisas? 

— Sempre voltaremos as mesmas discussões!

— Eu só me preocupo com as escolhas que toma. 

— É a minha vida! 

— É o nosso nome! — ele exasperou e percebeu isso quando viu os olhos dela tão arregalados quanto os lábios. Os dedos deslizaram pelos fios chocolate. 

Hinata recuou, seus olhos desviaram para chão enquanto os lábios foram pressionados, e depois mordidos. 

— Me desc…

— Sai do meu quarto Neji. — Ela levantou-se sem sequer olhá-lo. Os punhos masculinos pressionaram-se duramente enquanto ele sentia-se irritado com aquilo. 

— Você não entende o que um… um homem mal-intencionado pode arruinar uma boa reputação. 

— Você… que de todas as pessoas que julguei me conhecer tão bem, me trata como uma donzela em perigo que é incapaz de pensar por si mesma. Hora confia em meu julgamento e no instante seguinte me trata como uma boa propriedade da família. 

— eu tento lidar racionalmente, como qualquer homem distinto o faz, me abomina por não passar a mão na sua cabeça com todo o seu progressismo, mas deveria entender melhor que ninguém que o mundo sempre a enxergará como é: uma mulher! A amo, mas isso não significa que estou pronto para aliviar todas as suas vontades e loucuras, principalmente quando essas podem nos arruinar! 

— Então me diga, irmão, vosso julgamento é para comigo, para com minha capacidade para os negócios ou para com o coronel? 

Ele calou-se repentinamente a encarando. Neji ergueu-se do sofá por igual enquanto suspirou pesadamente. Ele afastou-se dali, finalmente indo para a porta. 

Hinata, que até então havia se calado, quando o viu abrir a porta, o disse:

— Se é tão racional quanto diz, então olhe para aquele projeto como se um homem o tivesse feito, como se não fosse para mim, ou para Naruto. Olhe com seus incríveis olhos perspicazes e analise criticamente como qualquer investidor faria. Esqueça por um momento todos os seus… preconceitos e… não me olhe como sua irmãzinha. É um pouco tarde para tentar me proteger agora, não acha?

Ele nada disse, mas seus olhos saíram de Hinata para o chão por um momento. Seus punhos pressionaram-se com tamanha raiva e frustração. 

— Honestamente, confia em Naruto Uzumaki? 

Ela pressionou os lábios por um momento, e então sorriu, ainda que melancolicamente. 

— Confio tanto que o trouxe aqui, sobre um teto Hyuuga, e isso deveria ser o bastante, não é? Não esqueça que foi nosso pai o primeiro a vender-me a um Uzumaki. 

— Não diga tal atrocidade!

— E minto? 

Ele não respondeu, apenas terminou de fechar aquela porta saindo, sem se dar conta que deixara uma mulher aos pedaços do lado de dentro com o seu silêncio omisso. 

Neji deixou aquele recinto a passos tão furiosos. Ele não precisava ser tão genial para perceber que a sua irmã não estava sozinha naquele aposento, o clima estava lá, bem como a marca levemente avermelhada e pequena que estava no pescoço dela, da qual ela achou estar escondida pelos cabelos soltos. O Hyuuga estava tão furioso com tudo aquilo. Há quanto tempo não tinha uma briga tão acalorada com sua irmã? 

Internamente ele dizia que a razão para aquilo era uma, mas ele sabia que era outra. 

Em seu aposento, tudo que o Hyuuga não conseguiria fazer era dormir. As palavras de Hinata atormentava-o ao ponto de levar o herdeiro da família até o extravagante aparador, onde ele tomou uma boa garrafa de whisky importado e a serviu para si puro. 

Um gole, dois… 

Os olhos acinzentados observavam a escuridão através da janela da sala intima de seu quarto. Tão perturbado que sequer notou a presença de sua esposa ali e enquanto balbuciava para si: “isso não está certo…” Assustou-se quando Shizune finalmente o abraçou por trás, envolvendo parte da cintura e tórax do marido e o beijou docemente as costas nuas. 

A mulher achava-o bastante bonito e atraente, principalmente quando tudo que restava no corpo do Hyuuga eram as botas e a calça de montaria. 

— Está tenso, marido. Sem sono? — ele afastou-se dela. Emburrado, tornou a encher o copo. 

— Como posso dormir? — quase rosnou tais palavras. Ela acariciou seu ventre e apenas suspirou enquanto sentia o bebe mexer dentro de si. 

— O que o aflige? 

— Ela, Hinata me aflige — apontou feroz, então seu tom baixou, tornando-se sombrio. 

— Está zangado por ela ser mais firme e independe?

— Estou horrorizado que a minha irmãzinha que fora criada com tanta disciplina, moral e bom caráter esteja se dando ao desfrute como uma… 

— Não use palavras que possa arrepender-se. — Ela o repreendeu, o que atraiu completamente o olhar masculino sobre si. 

— Acha isso certo?

— Acho que sua irmã já pagou o que devia a família. Ela casou-se contra sua vontade, ela cumpriu seu papel de esposa até o fim. Nagato Uzumaki cedeu os direitos das terras nortenhas aos Hyuugas por esse casamento e ela o honrou até o fim da vida dele. O que mais quer cobrar dela? Seria o momento que gostariam de reciclá-la e arranjar mais um casamento forte? Sua irmã merece um pouco de paz, não acha?

— E não poderia achá-lo como uma mulher decente ou como boas viúvas fazem? Ofereci-me para arranjar um matrimonio honroso para ela e ela me devolve assim?

— Ao menos notou como os olhos de sua irmã estão brilhando vivaz como jamais a vi? É tão tolo para não notar que ela está profundamente apaixonada, vivendo um sentimento que certamente ela jamais tivera a oportunidade em sua vida?

Ele sorriu profana e cruelmente, tornando a beber. 

— Esse é o problema! Mulheres são emotivas, tendenciosas e deixam se levar por promessas vazias. Se esse homem à está a usando, como vejo que está, o que acha que é o fim disso, hm, esposa? 

— Acha que todos querem tirar vantagem do vosso sobrenome? 

— E estou errado em pensar? Sabe porque Deus deixou o homem como zelador do lar, é por palavras tolas como as que acabou de recitar. O mundo afetado e dócil que vocês tanto imaginam, só existe nos vossos romances. Então mantenha sua boca fechada e sua opinião restrita a casa, bordados e a educação de nosso filho, Shizune.

Ela afastou-se. Zangada, magoada e irritada, e ainda na porta de acesso à suíte, a mulher destila aquilo que seu coração estava cheio. 

— Se não pode confiar no julgamento de sua esposa e irmã, então manter-me-ei calada de agora em diante, mas saiba que me decepciono imensamente com suas palavras e não julgaria Hinata por ir para bem longe de vossa graça. 

Ela estremeceu quando ouviu o som bem próximo de si do copo de vidro estilhaçando na parede. 

— Será que sustentaria vossa pose e palavras quando sua cunhada arruinar nosso nome, ou credibilidade? 

— Será que é tão egoísta e cego para sequer cogitar que eles possam de fato se amar e ela não pode trazer isso à tona por conta do luto? O que demonstra mais caráter e honra a sua família do que confiar em seu irmão, algo tão grandioso e suas fraquezas? Ela poderia apenas procurar um agente, mas ela procurou a pessoa que ela mais confia, e você devolve a confiança dela de que modo?

Encararam-se em um silêncio sinistramente perturbador. 

— Não é bem-vindo em meu leito, meu senhor, procure seu quarto para dormir essa noite. — E assim a mulher retirou-se totalmente, trancando a porta. 


 



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