Parecia que Lisa havia mesmo adormecido. Do jeito que a garota dormia, ela só iria acordar no dia seguinte. Já estava tarde e Rosé também decidiu ir dormir. A loira sábia que não iria poder ter mais a sua privacidade. Agora que ela dividia o seu quarto com Lisa, a garota já não poderia ficar tão a vontade.
Rosé foi para o banheiro, tomar um banho. Enquanto a água morna do chuveiro caia sobre ela, a garota ía pensando como iria ser a sua rotina, tendo Lisa como colega de quarto. A loira não gostou nada da decisão que o seu pai havia tomado. O homem não podia ter feito algo desse tipo, sem ter consultado ela, e a sua mãe. Colocar uma estranha dentro de casa era algo muito sério. Principalmente quando a tal estranha, tem um sério problemas com drogas. Rosé ficou imaginando se Lisa havia trazido drogas dentro da sua mochila. Se a tailandesa morresse por causa de uma overdose, a senhora Manoban iria culpar o pastor por aquilo. Rosé já estava ficando com dor de cabeça só de pensar em tudo oque poderia acontecer de errado.
Depois que terminou de tomar o seu banho, Rosé se enrolou em uma toalha, saindo de dentro do banheiro. Quando a garota estava prestes a se despir, ela olhou para o lado se lembrando que Lisa estava dormindo ali. Rosé correu de volta para o banheiro. A loira se recompôs do susto que havia tomado. A garota saiu outra vez do banheiro, caminhando em direção ao seu guarda roupas. A jovem andava nas pontas dos pés, para não acordar a visita. Rosé pegou o seu pijama, voltando rapidamente para o banheiro. A garota se trocou ali, pós era o lugar mais seguro. A loira não queria correr o risco de que a tailandesa há visse nua.
Rosé agora, já estava vestindo o seu pijama. A garota desligou a luz do quarto, caminhado até a sua cama. A loira se deitou tentando dormir, mas algo estava a incomodando. Rosé começou até pensamentos nada bons. Ela imaginou que Lisa pudesse ser perigosa ou algo do tipo. Se a tailandesa acordasse durante a noite, e matasse todos da casa. Rosé imaginava até a notícia da tragédia sendo televisionada pelo país inteiro. "Família de pastor, e assassinada, após acolher viciada". Rosé tremia de medo, só de imaginar aquilo. A garota puxou o seu cobertor, se cobrindo por completo. A loira estava com tanto medo, que até cogitou em ir dormir no quarto dos seus país.
- Deixa de pensar em besteira. Deus não iria deixar que algo desse tipo acontecesse, não é mesmo? - Falou Rosé, baixinho.
A loira engatinhou até a ponta da cama, aonde ficou observando Lisa. A luz do abajur iluminava o bastante, para a garota conseguir ver a silhueta da tailandesa. Se ela dormisse daquele jeito, ela poderia ficar de olho na hóspede indesejada.
Rosé lutava contra o sono. A loira não queria dormir, pós tinha medo de se tornar uma possível vítima. A garota se lembrou do filme de terror, que havia assistindo no cinema com os seus amigos. A loira queria ver um filme bíblico, mas foi convencida por Lauren a ver um filme sobre um serial killer. Rosé lembra que havia ficado traumatizada por meses. Enquanto a garota tinha aquelas recordações, aos poucos ela foi fechando os seus olhos. Parecia que o sono havia chegado. Não demorou muito para que ela acabasse dormindo.
O silêncio predominava na residência dos Park. Uma fina chuva caía naquela madrugada. O leve ruído das gotas de chuva, se tornaram a trilha sonora daquela noite.
Rosé dormia profundamente, quando começou até um pesadelo. Já fazia alguns meses, que a garota vinha tendo o mesmo sonho. Era algo tão terrível que provocava terror noturno. Rosé acordou repentinamente. A garota tinha a respiração ofegante, e o seu coração batia acelerado. Ela odiava quando aquilo acontecia. A jovem se sentou na cama, olhando ao seu redor. Rosé olhou para o relógio encima da escrivaninha, vendo que ainda era 3 da madrugada.
A jovem se levantou da cama, saindo do quarto. A garota foi até a cozinha, para beber um copo de água. A loira abriu a geladeira, pegando uma garrafa. Rosé encheu um copo com água gelada, se sentando em uma das cadeiras. As terríveis imagens do sonho, vinham há todo o momento na mente da garota. Os olhos da jovem se enchiam de lágrimas só de relembrar as cenas do pesadelo.
Rosé permaneceu sentada na cozinha, olhando para o nada. A garota ficou assim por um tempo, até se recompôr. O relógio na escrivaninha marcava 4 horas, quando Rosé retornou ao seu quarto. A garota se deitou na cama, tentando voltar a dormir. Ela só torcia para não ter outro pesadelo como aquele.
Já estava amanhecendo. Rosé abriu os seus olhos devagar, a loira estava com um pouco de dor de cabeça. A jovem havia dormido muito mal, o resto da noite. O pesadelo havia realmente mexido com a garota. Rosé olhou para o relógio, vendo que havia acordado muito cedo. Ao se virar para o lado, a garota observou que Lisa ainda dormia. A jovem então, aproveitou para ir tomar o seu banho. Logo ela teria que ir para o colégio.
Rosé separou a roupa que iria usar, a levando para o banheiro. Depois de tomar banho, e trocar de roupa, a garota voltou para o quarto. Rosé sentia que precisava acordar Lisa, para o colégio. A loira se agachou ao lado da outra garota, tentando pensar na melhor maneira de acordar a tailandesa.
- Ei, acorda. Nós precisamos ir para o colégio. - Disse Rosé.
A loira não conseguia para de olhar, para o machucado no rosto da outra garota. Rosé se perguntava como Lisa havia se machucado daquele jeito. Rosé desconfiava que a tailandesa tivesse aprontado algo de grave. Por isso que a senhora Manoban, havia obrigado a filha a passar um tempo na sua casa. Rosé sentiu um estranho impulso, de tocar no rosto machucado da garota. A loira aproximava devagar uma das suas mãos, em direção ao rosto da tailandesa.
- Oque você está fazendo? - Perguntou Lisa, abrindo os olhos. A tailandesa olhava para a filha do pastor, esperando por uma explicação.
Rosé havia tomado um grande susto. A garota tentava se recompôr, tentando disfarçar.
- Eu... eu só estava tentando te acordar. Já está quase na hora de ir para o colégio. - Disse Rosé.
- Eu tinha esquecido completamente do colégio. - Disse Lisa, soltando um longo suspiro.
- Eu deixei uma toalha limpa no banheiro para você. - Disse Rosé.
- Obrigada. - Disse Lisa, que parecia está com os pensamentos distantes.
A tailandesa havia voltado a sentir as dores no estômago, e os tremores. Parecia que a abstinência da garota havia voltando a atacar. Lisa tentou ignorar aqueles sintomas, tentando se concentrar em outra coisa. A garota esvaziou a sua mochila, colocando as suas coisas sobre o colchonete. Ela separou a roupa que usaria, entrando logo em seguida no banheiro.
Rosé achava o jeito como a outra garota agia, completam estranho. A loira olhou para o relógio, vendo que havia perdido tempo se distraíndo. Ela ainda precisava terminar de se arrumar. Rosé se sentou de frente para a sua penteadeira, começando arrumar o seu cabelo.
Enquanto se olhava no espelho, a garota pensava no seu namorado Shawn. Rosé havia percebido que nós últimos dias, ela não havia dado atenção que o rapaz merecia. A jovem notou que o seu namoro andava muito estranho ultimamente. Ela sentia que talvez devesse se dedicar mais ao seu relacionamento. Shawn sempre a tratava bem, apesar de ter umas atitudes questionáveis, relacionadas as pessoas que não faziam parte do seu círculo social.
Rosé estava terminando de arrumar o seu cabelo. A última coisa que faltava, era uma fita, que a garota não estava conseguindo colocar.
- Por favor, colabora. Eu não posso perder tempo. - Disse Rosé, falando com a fita azul, que estava em suas mãos.
A garota estava concentrada quando se assustou, ao sentir algo frio a tocando. Lisa havia pegado a fita que estava nas mãos da outra garota. A tailandesa em um gesto simples, havia colocado o adereço nos longos cabelos de Rosé.
- Obrigada. - Disse a loira, surpresa com o gesto da outra garota.
- Não precisa agradecer. - Disse Lisa.
Rosé olhou no espelho, vendo que a tailandesa havia feito um lindo laço com a fita.
- Aonde você aprendeu fazer isso? - Perguntou Rosé.
- A minha irmã mais nova pedia sempre para que eu colocasse esse tipo de coisas no cabelo dela, mas eu era um desastre com isso. Um dia eu resolvi ver uns videos na internet que ensinavam a fazer vários tipos de laços. Com o tempo eu acabei pegando o jeito. - Disse Lisa.
Rosé não esperava por aquilo. O carinho que a outra garota tinha pela irmã mais nova era adorável. Lisa não parecia a viciada louca, que tanto as pessoas da igreja falavam.
A filha do pastor observava a outra garota, enquanto ela secava os seus cabelos curtos com uma toalha. Lisa havia acabado de sair do banho. Rosé, observou as roupas simples que a outra usava. Era difícil acreditar que mesmo usando roupas como aquelas a garota continuava bonita.
Lisa havia acabado de secar os seus cabelos. Para finalizar, a tailandesa passou a mão sobre o cabelo, o bagunçando. A garota pendurou a toalha para secar, em seguida pegando o seu tênis para calçar.
- Eu se fosse você, se apressaria. Eu já estou quase pronta, só falto colocar o tênis. - Disse Lisa, para a filha do pastor.
- Você vai assim, para o colégio? - Perguntou Rosé.
- Tem algo de errado com a minha roupa? - Perguntou Lisa.
- Não, é só que ela é um pouco... simples. - Disse Rosé.
- Pensei que a religião cristã prezasse pela simplicidade e a humildade. Não é isso que o seu Deus prega? - Disse Lisa.
Rosé sentiu como se tivesse sido golpeada por uma bíblia. Um ponto para a atéia, zero para a fiel. Era assim que a filha do pastor sentia.
- Não era para ofender, só fiz uma observação. - Disse Lisa, dando um sorriso de lado.
- Não se preocupe, eu não me senti ofendida. - Disse Rosé, mentindo.
- Estou pronta. - Disse Lisa, indo pegar a sua mochila.
- A minha mãe já deve ter colocado o café da manhã. Eu espero por você na cozinha. - Disse Rosé.
- Eu não vou tomar café da manhã. - Disse Lisa, colocando a sua mochila nas costas.
- Mas você vai passar mal, se não comer nada. - Disse Rosé.
- Eu estou sem fome. - Disse Lisa, escondendo o real motivo. Na verdade a tailandesa estava muito enjoada por causa das dores em seu estômago. Se ela comesse, provavelmente iria acabar vomitando.
- Vejo, você no colégio. - Disse Lisa.
- Você já vai? - Perguntou Rosé.
- Eu vou a pé, então é melhor eu ir agora, para não me atrasar. - Disse a tailandesa.
- Entendo. - Disse Rosé.
Lisa saiu do quarto, deixando Rosé para trás. A tailandesa saiu da residência dos Park, sem chamar atenção. A garota não queria dar de cara com o pastor Johnson, muito menos com a sua esposa. Fora da residência Lisa pode respirar aliviada. A garota começou a caminhar rumo ao colégio, enquanto pensava nós seus problemas.
Enquanto isso, Rosé entrava na cozinha para tomar o seu café da manhã.
- Bom dia, filha. - Disse o pastor Johnson, que já se encontrava sentado a mesa.
- Bom dia, pai. - Disse Rosé, dando um beijo, no rosto do homem.
A garota se sentou a mesa, colocando umas torradas em seu prato, e café em uma xícara. Enquanto isso, a mãe da garota, estava servindo o seu pai.
- Onde está a Lisa? - Perguntou o pastor.
- A Lisa já foi para o colégio. - Disse Rosé.
- Por que ela saiu sem comer nada? - Perguntou o homem.
- Ela disse que estava sem fome. - Contou a garota.
- Graças a Deus, eu iria me sentir desconfortável em tomar o café da manhã, na companhia daquela garota. - Disse a senhora Park.
- Não diga uma coisa dessas. Eu fico preocupado com a garota, se ela não comer, ela poderá ficar doente. Eu prometi a senhora Manoban que iria cuidar da sua filha. Depois que a jovem voltar do colégio, eu terei uma conversa com ela. - Disse o pastor.
- Essa sua mania de salvador. - Disse a esposa do pastor.
Realmente era algo perigoso, Lisa sair por ai com fome. A garota poderia passar mal e desmaiar no caminho, ou algo do tipo. A filha do pastor, sentiu que precisava fazer algo. Rosé resolveu se apressar, tomando o seu café o mais rápido possível.
- Coma direito, você está parecendo uma esfomeada. - Reclamou a senhora Park.
- Eu estou um pouco atrasada. Preciso ir agora. - Disse Rosé, colocando uma maçã dentro da sua mochila.
- Tenha um bom dia. - Disse o pai da garota.
- Vá com Deus, e não fique muito perto daquela garota. - Disse a senhora Manoban.
Rosé saiu as pressas de casa. A garota pegou a sua bicicleta, pedalando rumo ao colégio. A loira olhava ao redor para ver se encontrava Lisa. A outra garota estava a pé, provavelmente não havia ido tão longe. Ao virar uma esquina, Rosé pode avistar a tailandesa, que caminhava distraída.
- Lisa! - Gritou Rosé.
A outra garota olhou para trás, vendo a filha do pastor, que praticamente voava em sua bicicleta.
- Oque está fazendo aqui? Pensei que você iria tomar o seu café da manhã. - Disse Lisa.
- Eu já tomei. - Disse Rosé. A garota loira desceu da sua bicicleta, abrindo a sua mochila.
- Eu pequei uma coisa para você. - Disse Rosé, tirando uma linda maçã vermelha, de dentro da mochila.
- Eu não estou com fome. - Disse Lisa.
- Você precisa comer algo. - Disse Rosé.
A garota loira tinha a respiração ofegante. Lisa sábia que Rosé havia pedalando rápido, só para entregar aquela maçã. A tailandesa sentia que não poderia recusar a fruta que a garota oferecia.
- Obrigada. - Disse Lisa, pegando a maçã. Rosé sorriu, ao ver que havia conseguido convencer a outra garota a comer.
O estômago da tailandesa doía, mas ela fingia que estava tudo bem. As duas garotas agora caminhavam lado a lado. Rosé ia empurrando a sua bicicleta, enquanto Lisa ia comendo a maçã que havia ganhado. A tailandesa estava se sentindo tão mal, que nem conseguia sentir o sabor da fruta.
- A maçã está boa? - Perguntou Rosé.
- Está ótima. - Mentiu Lisa.
Rosé observava Lisa, enquanto ela estava distraída com a maçã. Os cabelos curtos e bagunçandos, da tailandesa, caíam sobre os seus olhos. Rosé imaginou se um corte daqueles iria ficar bem nela. A loira sábia que a sua mãe provavelmente nunca iria deixar que ela cortasse o seu cabelo. A senhora Park tinha pavor de garotas com cabelos curtos. A mulher achava que aquilo não era coisa de uma moça cristã.
Rosé então, observou os piercings que Lisa tinha nas orelhas. A tailandesa tinha três pequenas argolas de prata, em cada lado, e uma fina argola no nariz. A loira achava aquilo interessante. A sua mãe era tão rígida que nem brincos, ela deixava a filha usar. Rosé era uma das poucas garotas no colégio, que não tinha a orelha furada.
- Doeu? - Perguntou a filha do pastor.
- Doeu oque? - Perguntou Lisa, confusa.
- Os piercings. - Disse Rosé, apontando.
- Doeu um pouco. - Disse Lisa.
- Como você fez para convencer a sua mãe? - Perguntou Rosé, curiosa.
- Na verdade, eu coloquei sem a permissão dela. Um dia eu simplesmente cheguei em casa com os piercings. Minha mãe quase me fez dormir na rua. Depois de um tempo ela se acostumou. - Disse Lisa rindo.
Pobre senhora Manoban, pensou Rosé. Lisa era realmente uma garota com uma personalidade difícil. Provavelmente a mãe da tailandesa, sofria muito para controlar a filha.
Depois de alguns minutos, Lisa havia finalmente conseguido comer a bendita maçã. A garota só torcia para que não a colocasse para fora. A tailandesa imaginava a cara que a filha do pastor faria, caso ela acabasse vomitando nós sapatos da loira. Dali em diante, as duas garotas resolveram caminhar em silêncio rumo ao colégio.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.