Rosé abriu os olhos repentinamente, pós havia acordado assustada. A garota acabará de despertar de um horrível pesadelo. A loira espiou com os olhos ao redor, respirando aliviada por está em seu quarto. Rosé se sentou na cama, tentando lembrar detalhes do sonho. Nele havia água, muita água, como se ela estivesse no meio do mar. As águas estavam turvas, como se o oceano fosse um imenso abismo. Rosé lembra de ter visto os seus amigos, eles apontavam para Conan, que estava se afogando. Foi essa imagem horrível, que fez a garota acordar abruptamente. Rosé soltou um longo suspiro, tentando tirar aquilo da sua mente. A garota não poderia ser distrair com sonhos, pós naquela manhã ela daria início ao plano de Lauren.
Rosé foi tomar um banho, e trocar de roupa para ir ao colégio. Ela não tinha pressa pós havia acordado cedo. Rosé agradecia por Ansel ter voltado para Sydney, a garota pelo menos teve o seu quarto, e a sua privacidade de volta. A jovem não conseguia acreditar que estava noiva de uma pessoa que ela mal conhecia. Rosé tentou ser otimista, se o plano desse certo, logo ela estaria livre de tudo aquilo.
Depois de se arrumar, Rosé pegou a sua mochila, indo para a cozinha. A garota pode ver que a sua mãe, estava preparando a mesa do café da manhã. A jovem respirou fundo, dando oficialmente início ao plano. Rosé teria que provocar a sua mãe, para que a mulher a machucasse. O coração da garota batia acelerado, e o seu estômago estava uma bagunça. Ela temia ter mais um dedo quebrado. Só de lembrar daquela dor, a garota tinha vontade de desmaiar.
- Bom dia, querida. - Disse a senhora Park, tirando Rosé dos seus pensamentos.
- Bom dia. - Disse Rosé, sentindo o seu corpo tremer de medo.
- Vamos, venha se sentar. Eu fiz um café da manhã caprichado. - Disse a senhora Park.
- Obrigada, mas eu não estou com fome. - Disse Rosé, vendo a expressão da sua mãe mudar.
- Eu demorei fazendo o café, e você vai comer. - Disse a mãe da garota, tentando manter a calma.
- Me desculpe, mas eu não estou com fome. - Disse Rosé.
A senhora Park, ficou encarando a filha sem dizer uma só palavra. Dava para ver que ela estava com raiva, pós as veias do seu pescoço estavam bem visíveis.
- Amaldiçoada seja, a cria que não obedece os pais. - Disse a senhora Park, começando a jogar, todo o café da manhã no lixo.
Rosé engolia a seco, pós temia o próximo movimento da mãe.
- Meu pai, era um homem muito exigente. Ele fazia parte do exército da Coréia do sul, lembro dele usando o seu uniforme militar. Nós tínhamos uma boa casa, boas roupas, e nunca faltava comida. As regras na Coréia eram sempre rígidas, principalmente no colégio. Mas o meu pai, conseguia ser mais rígido que qualquer um naquele país. - Contava a senhora Park, enquanto se livrava de toda a comida do café.
Rosé não fazia ideia a onde a sua mãe queria chegar, com aquela estranha conversar. Afinal de contas a mulher não tinha o costume de falar, sobre o avô da garota.
- Uma vez, o meu pai pediu para que eu fizesse um chá de hortelã, e levasse para ele. Eu tinha sete anos, e era um pouco difícil para uma criança fazer uma tarefa daquelas, mas eu consegui. O chá estava perfeito, eu o levei com cuidado até o meu pai, que estava sentado no chão, de frete a uma pequena mesa. Eu dei uma xícara a ele, e peguei o bule começando servir. - A mulher fez uma pausa, olhando para a sua filha.
A senhora Park ficou parada em silêncio, por alguns minutos, deixando Rosé apreensiva e assustada. A mãe da garota parecia está, em uma especie de transe. O seu olhar perecia vazio, com se ela estivesse em um outro lugar.
- Como eu estava dizendo. Eu peguei o bule e quando eu comecei a servir, eu acabei derramando um pouco de chá, na mão do meu pai. Só foi um pouco mais que uma gota. Ele estava sério enquanto apertava a xícara com força. Eu olhava apreensiva para o meu pai, pós sábia o quanto ele odiava erros. Calmamente ele enxugou a mão com um lenço, pegando o bule que eu segurava. Ele disse "Hee-yeon, estenda a sua mão." eu então, fiz oque ele ordenou. O meu pai segurou o meu pulso, começando a derramar todo o chá quente, sobre a minha mão. Aquilo queimava como fogo, e eu chorava enquanto sentia aquela dor. Depois que ele terminou, a minha pele estava vermelha, e ardia como pimenta. Ele então, pediu que eu fizesse outro chá, e que dessa vez eu não cometesse erros. - Disse a senhora Park, dando um leve sorriso.
A mulher olhou outra vez para Rosé, que estava chocada com aquele relato. A garota nunca havia ouvido histórias sobre o seu avô, agora ela entendia o porquê. A jovem até se sentiu culpada, por se sentir aliviada, por ele já ser falecido.
- Sabe, eu poderia ser mil vezes pior. Então, agradeça por eu ser paciente e amorosa com você. Da próxima vez que eu fizer o café da manhã, eu aconselho que você o coma. Agora saia daqui, e vá logo para o colégio, antes que eu perca a minha paciência. - Disse a senhora Park.
Rosé não pensou duas vezes, saindo rapidamente da cozinha. A garota sentiu que aquela séria uma ótima oportunidade, mas ficou com muito medo, de ser machucada pela sua mãe. A loira foi até a garagem pegando a sua bicicleta. A garota subiu nela, começando a pedalar rumo ao colégio. Ela precisava relatar o ocorrido a Lauren com urgência.
Ao chegar ao colégio, Rosé foi direto para a biblioteca. Ela sábia que encontraria Lauren no local. Ao entrar, a garota viu a morena, sentada em uma das sessões lendo um livro.
- Lauren. - Disse Rosé, abraçando a outra garota.
- Você ainda está inteira, isso mostra que você ainda não colocou, o nosso plano em prática. - Disse Lauren.
- Não seja insensível, eu estou morrendo de medo. - Disse Rosé, se sentando ao lado da outra garota.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Lauren.
- Minha mãe agiu de maneira bem estranha, no café da manhã. - Disse Rosé.
- Isso não é novidade, a sua mãe sempre foi estranha. - Disse Lauren.
- Mas hoje foi diferente. Ela me contou uma história sobre meu avô, que me deixou com medo. Parece que ele era muito abusivo com a minha mãe, e que ele também a machucava. - Contou Rosé.
- Então, esses abusos vem de família. Quer dizer que a senhora Park, tem um histórico familiar conturbado. Podemos sita isso nas provas, o psicologo que for analisar a sua mãe, gostara de saber disso. É só mais um vestígio de que a senhora Park herdou a doença do pai. - Contou Lauren.
- Você acha que é hereditário? - Perguntou Rosé, receosa.
- A maioria das doenças psicológicas são herdadas. Talvez o pai da senhora Park, tinha algum distúrbio psicológico, que a sua mãe também desenvolveu. Está no sangue, não tem como negar. - Disse Lauren.
- Eu posso herdar isso? - Perguntou Rosé, com medo.
- Não acho que você será uma psicopata, se é isso que você está com medo. - Disse Lauren, bagunçando os cabelos dourados, da outra garota.
- Isso me assusta, pós eu não sou filha biológica do meu pai. Então, eu acho que não tenho nem uma herança de sangue, que seja boa em mim. - Disse Rosé, com um olhar triste.
- Meus pais também não são bons, nem por isso eu saio por aí quebrando o dedo das pessoas. Você também é um exemplo disso. Apesar de tudo oque você passou e ainda passa, isso não te transformou em um monstro. Você é carinha e gentil com os outros. Não é só oque herdamos geneticamente que nós define. Mesmo sem ser filha biológica do pastor Johnson, você é bobona igual a ele. - Disse Lauren, fazendo Rosé dar um sorriso.
- O seu jeito de elogiar é bem diferente. - Disse Rosé.
- Não reclame, eu estou me esforçando para ser legal. - Disse Lauren.
De repente, a conversa das duas garotas, foi interrompida por Lisa, que adentrou a biblioteca, carregando duas latas de refrigerante.
- Eu procurei por todo os lugares, mas ninguém vendia o seu fresco refrigerante sem açúcar. Então, eu trouxe esse... - Lisa parou de falar, assim que avistou Rosé.
As duas garotas ficaram se encarando, sem saber oque dizer. O coração de Lisa estava acelerado, como sempre ficava, quando avistava Rosé.
- Vocês querem que eu saia, para vocês se pegarem na biblioteca? - Disse Lauren, naturalmente.
- Não seja boba! - Disse Rosé, dando um tapinha nós ombros da outra garota.
- Eu gostei da ideia. - Disse Lisa.
- Lisa yah! - Disse Rosé, com o rosto completamente corado.
- Vamos dar uma pausa com as brincadeiras, pós nós estávamos discutindo um assunto sério. - Disse Lauren, tentando manter o foco.
- Que assunto sério? - Perguntou Lisa, se sentando com as garotas.
- O pai da senhora Park, também era abusivo. Resumo da história, os parentes coreanos da Rosé, são todos perturbados. - Disse Lauren.
- Nossa, imagina ele e a senhora Park juntos. - Disse Lisa.
- Isso já não é mais possível, pós ele já faleceu. - Contou Rosé.
- Ele morreu de que? - Perguntou Lisa.
Rosé fez uma pausa, antes de falar.
- Minha mãe não fala muito dele, então uma vez eu resolvi perguntar ao meu pai, se ele sábia de alguma coisa. Ele contou que o meu avô tirou a própria vida, com o revolver que ele usava como soldado. - Contou Rosé.
- Bizarro. - Disse Lauren, tendo a certeza de que o homem sofria de alguma doença psicológica.
Lisa não conseguia acreditar, que ela e a senhora Park, tinham algo em comum.
- Vocês acham que a senhora Park, tem a tendência de... - Lisa não queria completar a frase, pós não queria magoar Rosé de alguma forma.
- Se ela fizesse isso, facilitaria o nosso trabalho. - Disse Lauren, levando uma leve cotovelada de Lisa.
Rosé tinha um olhar triste, ao ouvir aquilo. A garota já havia tido alguns pensamentos suicidas, oque a deixava assustada.
- Será que eu também tenho tendência? - Perguntou Rosé.
Lisa se aproximou de Rosé, colocando um dos seus braços, ao redor da garota, a trazendo mais para perto.
- Ei, se lembrar do meu pai? - Perguntou Lisa.
- Sim. - Disse Rosé.
- Oque ele fez com a própria vida, não definiu a minha. Nós não somos os nossos pais, nós não somos os erros das nossas famílias. Então, tente tirar esses pensamentos de dento de você. - Disse Lisa, apertando Rosé.
- Obrigada. - Disse a loira.
- Agora se beijem. - Disse Lauren.
- Não tem graça. - Disse Rosé, ficando completamente vermelha.
- Okay, não vou mais fazer piadas. Nós temos que parar de conversar, e colocar logo o plano em movimento. - Disse Lauren, levantando do chão.
- Eu tentei seguir com o plano, mas fiquei com medo. - Disse Rosé.
- Nós temos que continuar testando a paciência da senhora Park. Eu já tenho uma ideia. - Disse Lauren, guardando o livro que lia.
- Oque nós vamos fazer? - Perguntou Rosé.
- Hoje você chegará atrasada em casa. - Disse Lauren, dando um leve sorriso. Depois daquilo, Lauren não revelou mais nada. A garota guardou o plano, e só revelaria ao final das aulas.
Rosé havia Infelizmente mudado de classe. A garota estava triste por não está com Lisa, mas contente por está na mesma sala de aula, de Conan e Camila.
- Vamos para a minha casa, fazer maratona de séries? A Camila também vai. - Disse Conan, sussurrando para o professor não ouvir.
- Não posso, eu terei um compromisso com a Lauren, depois da aula. - Falou Rosé.
- Entendi, então você irá me trocar pela Lauren. - Disse Conan, chateado.
Rosé olhou para Camila, tentando entender a reação do rapaz.
- Ele meio que brigou com a Lauren. - Disse Camila.
- A Lauren que brigou comigo. - Disse Conan.
- Por que? - Perguntou Rosé.
- Ela pirou dizendo que era para eu sair do time, e blablabla. - Contou o rapaz, mexendo no cabelo.
- Por que? - Perguntou Rosé, curiosa.
- Bobagem. - Disse Conan.
Rosé então, olhou para Camila.
- Tem um jogador implicando com o Conan. - Disse Camila.
- Quem é? - Perguntou Rosé.
- É o Erick. - Respondeu Camila.
Ao ouvir o nome, Rosé fez uma expressão de medo e nojo, ao mesmo tempo. Parecia que a garota sábia de algo, que a fez ter aquela reação.
- Eu se fosse você ouviria a Lauren. - Disse Rosé.
- Eu realmente não entendo, semanas atrás você e a Lauren, só faltavam sair no tapa, agora parecem até amiguinhas de jardim de infância. - Disse Conan.
- Apenas não chegue perto do Erick, isso vale para os dois. - Disse Rosé, olhando para Camila. Depois daquilo, os três permaneceram em silêncio.
A aula seguiu normalmente, até que o sinal tocou, encerrando mais um dia no colégio. Rosé, Camila, e Conan, saiam da classe, quando foram surpreendidos por Lauren, que esperava no lado de fora da sala de aula, na companhia de Lisa, e Lucas.
- Conan, eu preciso que você nós dê uma carona. - Pediu Lauren.
- Nem pensar, arrume outro. - Disse o rapaz.
- Deixa de ser insuportável, eu preciso do seu carro. - Disse Lauren, puxando o cabelo do rapaz, do mesmo jeito que ela fazia, quando eles eram crianças.
- Aí! Qual é o seu problema!? - Disse o rapaz, massageando o seu couro cabeludo.
- Quero ir ao shopping, eu quero gastar o cartão de crédito do meu pai. - Disse a garota.
- Okay, eu topo. - Disse Conan, sem pensar duas vezes.
- Pensei que vocês estavam brigados!? - Disse Rosé.
- É apenas uma trégua, que iremos fazer. - Disse Conan.
- O safado quer gastar o cartão do meu pai. - Disse Lauren.
- Exato. - Disse Conan.
- Então, vamos todos para o carro do Conan. - Disse Lauren.
Rosé ainda estava muito confusa com tudo aquilo.
- Como isso irá nós ajudar no nosso plano? - Sussurrou ela, no ouvido de Lauren.
- Hoje você irá voltar tarde, porque foi dar uma volta com os seus amigos no shopping. Acho que isso será o suficiente para deixar a senhora Park irritada. - Disse Lauren, dando um leve sorriso.
Rosé agora havia entendido o plano da outra garota. Com certeza a sua mãe iria ficar furiosa com aquilo. A loira engoliu a seco, sabendo que enfrentaria o inferno, quando voltasse para casa.
O grupo de jovens, saíram do colégio, entrando no carro de Conan. O rapaz deu a partida no veículo o tirando dalí, dirigindo rumo ao shopping da cidade. Rosé lembrou do dia que havia ido até o starcourt mall com Lucas, para comprar o presente de aniversário de Lisa. A garota sentia saudades do tempo, em que a sua única preocupação, era encontrar um presente legal, para a tailandesa.
De carro, não demorou muito para que os jovens chegassem ao shopping. Lisa estava de boca aberta, era a primeira vez que ela ía ao local.
- Caramba, por que ele é tão grande!? - Perguntou a tailandesa.
- Você precisa ver ele por dentro. - Disse Lucas, puxando a garota.
Os jovens pareciam está animados. Eles correram em direção a entrada do starcourt mall, entrando no shopping.
- O cartão do meu pai não tem limites. Nós então, iremos fazer uma brincadeira chamada, "Olhei, gostei, comprei." vocês podem pegar oque quiserem. - Disse Lauren.
- Tem certeza que devemos fazer isso? Afinal de contas, é o cartão do seu pai. - Disse Rosé, receosa.
- Você sabe que ele merece isso. - Disse Lauren.
O grupo saiu pelas lojas, olhando e provando várias roupas e acessórios. Conan tentava convencer Lucas a comprar algumas camisas coloridas, já Camila provava alguns enfeites para o cabelo.
- Vocês não vão querer nada? - Perguntou Lauren, vendo que Lisa e Rosé, estavam paradas.
- Eu tô de boas. - Disse Lisa.
- Eu também não vou querer nada. - Disse Rosé, não querendo comprar nada.
Lauren revirou os olhos, puxando as duas garotas, para dentro de um dos provadores.
Lauren pegou algumas peças de roupas, as jogando para Rosé e Lisa.
- Vistam. - Disse ela.
As garotas obedeceram, as ordens de Lauren. Depois de alguns minutos, elas saíram vestindo as roupas.
- Que gracinha, as duas estão combinando. - Disse Lauren, pegando o seu celular, para tirar uma foto.
Lisa e Rosé, estavam usando coloridos suéter.
- Vamos lá, dêem um abraço. - Pediu Lauren.
- Não seja boba. - Disse Rosé, fazendo um biquinho.
Lauren pegou uma toca de gatinho, colocando na garota.
- Faz "Miau". - Disse Lauren, tirando mais fotos.
- Lauren. - Disse Rosé, corando.
Lisa sorria boba para Rosé, vendo como a outra garota ficava fofa, quando estava com vergonha.
- Você está super fofa. - Disse Lisa.
- Ouviu? Ela achou que você está fofa. - Disse Lauren.
Rosé sentiu o seu rosto arder de vergonha.
- Nós podemos fazer outra coisa? - Perguntou Rosé.
- Oque você quer? - Perguntou Lauren.
- Sorvete na scoops ahoy. - Disse Rosé.
- Seu desejo é uma ordem, coisa fofinha. - Disse Lauren, provocando a outra garota.
- Você é boba, sábia? - Disse Rosé.
- É um dom meu. Eu vou pagar as roupas de vocês, e dos outros, e depois disso nós iremos ao scoops ahoy. - Disse Lauren.
- Não acredito que eu vou ter que usar essa roupa. - Reclamou Rosé.
- Veja pelo lado bom, nós estamos combinando. - Disse Lisa.
Rosé apenas concordou com a cabeça, ainda sem saber como se comportar, ao lado da tailandesa.
- Lisa, eu queria que você soubesse, que tudo oque eu falei aquele dia no campo, era só para afastar você. Nem uma daquelas palavras era verdade. - Disse Rosé, sem graça.
- Eu sei. - Disse Lisa, dando um leve sorriso de lado.
- Vamos? Eu já paguei as roupas. - Disse Lauren.
O grupo foi até a scoops ahoy. Rosé amava ver os funcionários que trabalhavam alí, vestidos de marinheiros.
- Eles são tão fofos. - Disse ela.
- Eu adorei o atendente, fortão e bonitão. - Disse Conan.
- Eu não sei como vocês acham graça nisso. - Disse Lauren.
- Eu gostei, achei o local muito legal. Queria trabalhar aqui. - Disse Lisa, encantada com a sorveteria.
O grupo pediu vários tipos diferentes de sorvetes e picolés. Eles estavam aproveitando ao máximo, o cartão de crédito do pai de Lauren. Apesar de ter reclamado da roupa dos funcionários, a morena foi quem mais tomou sorvete. Lauren se fazia de indiferente, mas estava gostando de ter a companhia dos seus amigos.
- Eu acho que o estômago da Lauren, é sem limites igual o cartão de crédito. - Disse Conan, rindo.
- Eu vou fazer você engolir o casquilho, e não vai ser pela boca. - Disse Lauren, ameaçando.
Depois do sorvete, o grupo continuou com as compras. Conan já estava com várias sacolas, Lucas havia comprado vários bonés e toucas, Camila praticamente havia levado a loja de maquiagens. Como Lisa e Rosé, não estavam comprando quase nada, Lauren fazia questão dela mesma, comprar as roupas e os acessórios das garotas. Lisa teve os seus tênis jogados no lixo do shopping, porque Lauren disse quer eram de pobre. A morena então comprou novos tênis para a tailandesa. Já para Rosé, a garota comprou uma bota, e roupas de frio, já que o inverno estava começando. Lauren praticamente estava tratando as duas garotas, como suas bonequinhas.
As horas se passaram, e por um breve momento, Rosé esqueceu que teria que enfrentar a fúria da sua mãe. O grupo estava em uma loja de óculos, experimentando alguns modelos.
- Fiquei gay, com esse óculos? - Perguntou Conan.
- Ficou, o seu pai vai te bater com uma bola de futebol americano. - Disse Lauren.
- Vaca. - Disse ele, trocando os óculos.
- Viado. - Disse Lauren.
- É o jogo do bicho? - Disse Lucas.
- Até quando que vocês dois vão ficar brigando? - Perguntou Camila.
- Até a Lauren me pedir desculpa, ou seja nunca. - Disse Conan
Lisa e Rosé, observavam a briga, quando Lauren puxou as duas, começando a experimentar vários modelos de óculos nas garotas.
- Me digam se gostarem de algum. - Disse ela.
- Gostei desse com a armação vermelha, fiquei malvada com ele. - Disse Lisa.
- Então a Rosé vai ficar com o de armação rosa. - Disse Lauren.
- Você deveria comprar algo para você também. - Disse Rosé.
- Eu já tenho vários óculos, e roupas, eu não preciso de mais nada. - Disse Lauren.
Um dos vendedores da loja, se aproximou das garotas.
- Eu acho que os óculos escuros, com armações em dourado, combina com você. - Disse o vendedor.
- Não obrigada, eu não quero. - Disse Lauren.
- Mas você é linda, tenho certeza que irá ficar perfeito em você. - Insistiu ele, mas Lauren apenas ignorou o homem.
O vendendo então, pegou os óculos os colocando em Lauren.
- Está vendo? Ficou lindo em você. - Disse ele, tocando o rosto da garota.
- NÃO ME TOCA! - Gritou Lauren, chamando a atenção de todos, que estavam na loja.
- Você ficou louca! - Disse o vendedor.
- Eu não sou louca! - Disse Lauren, jogando o óculos no vendedor. A garota viu que ttodos a encaravam, ela então saiu correndo da loja.
- Lauren! - Disse Rosé, empurrando o vendedor.
- Esperem! - Disse Lisa, também empurrando o vendedor.
Lisa seguiu Rosé e Lauren, até o banheiro do shopping. A tailandesa adentrou no local, apenas vendo Rosé lá dentro.
- Onde está a Lauren? - Perguntou ela.
- Se trancou em uma das cabines. - Disse Rosé.
- Oque deu nela? - Perguntou Lisa, falando baixinho.
- Você viu como o vendedor foi inconveniente, ele não tinha o direito de tocar nela. - Disse Rosé.
- Eu vi, também estava incomodada, mas a reação da Lauren foi muito forte. Tem algo de errado não tem? - Perguntou Lisa.
Rosé apenas balançou a cabeça em afirmação.
- Vai lá, pergunta a ela. Eu acho que a Lauren irá contar para você. - Disse Rosé, incentivando Lisa.
A tailandesa se aproximou da cabine se agachando, visualizando as botas da outra garota.
- Lauren, você está bem? - Perguntou Lisa.
- Eu estou bem. - Respondeu a outra garota, com a voz embargada.
- Eu sei que você não confia em mim, mas saiba que seja lá oque aconteceu com você, eu nunca iria a julgar. Mas eu queria muito poder entender você, afinal de contas eu acho que somos amigas, não é? - Disse Lisa.
- Eu tenho vergonha de contar. - Disse Lauren.
- Todos nós temos vergonha de algo, nós não somos imunes. Eu tive um pai alcoólatra, que batia na minha mãe. Ele tirou a própria vida, e eu fui quase pelo mesmo caminho dele. A Rosé tem uma mãe que machuca ela, e o seu pai não é o seu pai biológico. Ninguém aqui poderá julgar você, pós somos iguais. - Disse Lisa.
A tailandesa viu a porta da cabine de abrir, sendo surpreendida por Lauren, que a abraçou com força. A outra garota parecia está chorando, mas ela escondeu o rosto no peito de Lisa, que era muito mais alta que ela. Rosé olhava aquilo angustiada, pós sábia do segredo que a outra garota escondia.
- Lauren, pode contar a Lisa, tenho certeza de que ela irá guardar segredo. - Disse Rosé.
Lauren passou as mãos nós olhos, enxugando as lágrimas discretamente.
- Isso já vai fazer uns dois anos. Das pessoas próximas a mim, só a Rosé e os meus pais sabem disso. - Disse Lauren, se apoiando em uma das pias.
- É muito grave? - Perguntou Lisa.
- Sim. - Disse Lauren.
- Tudo bem, se você não quiser contar. - Disse Lisa.
- Eu quero contar, então serei direta. - Disse Lauren.
A garota fez uma pausa, olhando para Rosé, que deu um leve sorriso, encorajando a amiga.
- O Shawn tinha acabado de entrar para aquele time idiota de futebol. Ele não parava de sair com aqueles idiotas. Nós dois estávamos meio que namorando na época. O Shawn resolveu dar uma festa, aproveitando que os seus pais haviam viajado. Eu resolvi ir e acabei bebendo muito naquela noite. Eu pedi que o Shawn me levasse para casa, mas ele disse que não queria perder nem um minuto da festa, ele então pediu que um dos amigos do time me levasse. Eu estava muito bêbada e não consegui recusar. Foi então, que tudo aconteceu. - Disse Lauren.
Lisa mais tinha uma ideia do que se tratava.
- Ele me levou para a casa dele, eu não consegui me defender, só fiquei chorando esperando que aquilo acabasse. Depois de tudo ele me ameaçou e disse que era para eu ir embora. Eu sai sem rumo pelas ruas de Canterbury, foi quando a Rosé acabou me encontrando. - Disse Lauren.
- Eu estava vindo da igreja a pé, pós naquele dia eu havia passado mal, e resolvi voltar para casa, antes do culto acabar. Foi então, que eu encontrei a Lauren sentada em uma calçada, vomitando e chorando muito. Ela implorou que eu a levasse para casa, então foi oque eu fiz. - Contou Rosé.
- Quando eu cheguei em casa, pedi que a Rosé me ajudasse a tomar um banho. Eu me sentia suja, e com vergonha de tudo oque havia acontecido. Como eu estava bêbada, eu acabei contando tudo para a Rosé. Ela me incentivou a contar para os meus pais, e foi isso que eu fiz no dia seguinte. Os meus pais levaram o caso a polícia. O Erick e os pais dele foram chamados pelo delegado. Como não haviam provas matérias o suficiente, o delegado liberou o Erick. Eu lembro de ter perguntado ao delegado se ele achava aquilo justo, e ele disse que não iria estragar a vida de um garoto, por causa de um relato de uma garota bêbada e escandalosa. - Disse Lauren, com um olhar vazio.
Lisa estava chocada e indignada com aquele relato.
- Os seus pais deixam o caso por isso mesmo!? - Perguntou Lisa, revoltada.
- Eu senti que depois daquilo, os meus pais ficaram com vergonha de mim, era como se eu tivesse tido culpa por Aquilo ter acontecido. Eu resolvi contar para o Shawn, e invés de me consolar, ele terminou comigo, insinuando que eu havia o traido. Eu então, resolvi guardar essa história para mim, pós estava cansada de ser julgada. A Rosé única pessoa a qual eu continuei desabafando sobre o caso. Por isso eu comecei a frequentar a igreja, eu gostava de ter a companhia dela. - Contou Lauren.
- Foi por isso que você não me deixou sozinha, quando eu fiquei bêbada. Você sábia as coisas que podem acontecer com uma garota nesse estado. - Disse Lisa.
- Eu sempre vou as festas, não para me divertir, mas para ficar de olho, nas garotas que precisam de ajuda, para voltar para casa. Não quero que elas passem pelo oque eu passei. - Contou Lauren.
Lisa se aproximou de Lauren, a abraçando com força. A tailandesa nunca imaginária que algo daquele tipo, havia acontecido a outra garota. As três jovens permaneceram alí, até que os ânimos se acalmassem. Depois as garotas se reuniram outras vez com o resto dos seus amigos. Já estava tarde, e eles resolveram voltar para casa. Durante o caminho, ninguém se atreveu a perguntar por que Lauren havia agido daquele jeito, na loja de óculos. Conan, Camila, e Lucas estavam curiosos, mas tinham medo de apanhar da morena.
Conan parou primeiro na casa de Rosé. Ela, Lisa, e Lauren, pareciam está preocupadas com a reação da senhora Park.
- Se lembre, se a velha der uma de louca e sair fora do controle, me liga que eu chego com a polícia. - Sussurrou Lauren.
- Toma muito cuidado. - Disse Lisa, aflita.
Rosé deu um sorriso forçado, tentando acalmar as outras garotas. A loira desceu do veículo, se despedindo dos seus amigos. A garota observou o carro de Conan, até ele virar a esquina. A garota olhou para a sua residência, respirando fundo antes de entrar. Ao abrir a porta de casa, a garota pode ver que a sala estava completamente no escuro. Rosé foi guiando a sua mão, até encontar o interruptor. Ao ligar a luz, a garota tomou um susto ao ver que a sua mãe, que estava sentada no sofá, com os matérias de tricô.
- Aonde você estava? - Perguntou a senhora Park.
- Eu estava no shopping, como os meus amigos. - Disse Rosé.
- Eu não lembro de ter dado permissão para isso. - Disse a mulher.
- Não deu, eu fui mesmo assim. - Disse Rosé, tremendo de medo.
A senhora Park olhou fixamente para a garota, segurando uma enorme agulha de tricô em sua mão.
- Eu passei a tarde inteira fazendo um cachecol para você, e é assim que você me agradece! - Disse a mulher, aumentando o tom de voz.
Rosé tremeu mas tentou se manter firme.
- Quando o meu pai se matou, nós ficamos sem dinheiro. Tivemos que vender a nossa casa, saímos da Coréia e viemos para esse país infernal. Sabe, eu tenho muitos motivos para odiar, o fraco do meu pai, mas você não tem nem um motivo, para me desobedecer desse jeito. Eu sempre, sempre, te dei tudo aquilo que você precisava. - Disse a senhora Park, levantando do sofá, e caminhando em direção a Rosé.
A garota só conseguia ter os olhos fixos na enorme agulha, que a mulher segurava com força na mão. Rosé sábia que logo algo iria acontecer.
- Vá tomar um banho, para ir jantar. - Disse a senhora Park.
- Não. - Disse Rosé, quase gaguejando.
- Vá tomar banho, agora. - Disse a mulher, com uma voz séria.
- Não. - Repetiu Rosé.
- Está bem. - Disse a senhora Park, começando a golpear a própria mão, com a agulha de tricô.
Rosé estava em choque vendo, aquela terrível cena. A senhora Park furava a palma da mão várias vezes, como se estivesse possuída por algo. A filha da mulher estava tão horrorizada, que queria gritar, mas a sua voz havia sumido.
- Mãe, para de fazer isso! A senhora está louca!? - Disse Rosé, finalmente conseguindo ter uma reação. A garota segurou a mão da mulher, impedindo que ela continuasse a desferir os golpes, em sí mesma.
A senhora Park se acalmou, soltando a agulha no chão. A palma da mão da mulher, estava com vários furos, e coberta por sangue. A senhora Park olhou para Rosé, passando a sua mão de sangue, sobre o rosto da garota, que ficou completamente sem reação. A mulher esfregou a sua mão, deixando o rosto da filha vermelho.
- Vá tomar o seu banho, que logo o jantar estará pronto. - Disse a mulher, indo para a cozinha.
Rosé ficou na sala, parada olhando para o nada. A garota tinha os seus olhos regalados de medo e pavor. A jovem tremia dos pés a cabeça, depois de presenciar aquela cena pavorosa. Lágrimas começaram a cair dos seus olhos, se misturando ao vermelho do seu rosto. Quem visse diria que a garota estava chorando lágrimas de sangue.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.