O restaurante era da minha escolha dessa vez e escolhi um de comida tailandesa, já que aquele baixinho adorava pimenta, assim como eu.
Ele não demorou muito a aparecer, vi de longe o jeito que seus pezinhos se moviam de um jeito único, assim como sua mania estranhamente fofa de ficar jogando o cabelo para trás, mesmo que as vezes, propositalmente, ele mesmo deixasse cair no rosto. E quando me viu, deu aquele sorriso que seria capaz de iluminar o mundo sem o menor esforço.
- Acho que vou ter que te dar um babador daqui uns dias. - Sussurrou ao chegar perto o suficiente para selar meu lábios com todo carinho que poderia colocar no ato. E também me deixar nervoso por eu não saber disfarçar minha admiração por aquele sorriso.
- Não tenho culpa de estar observando a criatura mais linda desse mundo, meus olhos me traem quando vêem você sorrindo. - Soltei em tom de segredo, roubando mais um selinho antes de me prontificar a olhar o cardápio. Ato feito apenas para não fazer nada além do meu padrão de segurança para atos em público.
Não o observei até terminar o pedido, mas prestava atenção em cada coisinha que falava sobre o trabalho, desde o momento que estava xingando um senhor por querer desafiar as leis da física querendo um prédio enorme em um espaço minúsculo, até o momento que começou a falar que pimenta soltava seu intestino durante a noite e já pedindo desculpas antecipadamente pelo provável cheiro que eu sentiria.
Certas coisas sobre a vida a dois, só se descobre depois de meses de casamento, mas BaekHyun fazia questão de mostrar cada um de seus mínimos defeitinhos para que eu não me assustasse, coisa que obviamente não aconteceria, já que a maioria delas eram coisas biológicas e naturais.
Assim que o pedido chegou, foi o único momento que ele ficou quieto, só me observando com o canto dos olhos e parecendo perceber o que eu estava planejando.
- Você está quieto. Minha mãe diz que quem fica quieto do nada está aprontando. - Claro, eu estou aprontando e deixei isso claro quando me engasguei com um pedaço de carne. - Você está realmente aprontando? - Me entregou um copo de água enquanto dava tapinhas de leve em minhas costas, e claro, me encarando com aqueles olhos de quem sabia o que eu pretendia fazer.
- Não estou bem aprontando, eu quero... ahm, fazer algo, mas errr... estou nervoso. - Sussurrei abaixando minha cabeça para que não visse meu rosto corar, obviamente falhei assim que senti seus dedos gelados tocarem minha bochecha de maneira leve.
- É bem visível que você está com vergonha e nervoso, mas vamos fazer assim, a gente come, você tenta relaxar mais um pouco, depois vamos dar um passeio pelo shopping e quando você se sentir confortável, faz o que está pensando, pode ser? - Já disse alguma vez que BaekHyun era perfeito?
- Pode ser....
E assim foi feito, comecei a falar mais e me soltar nos assuntos que BaekHyun trazia a tona, algumas vezes rindo da minha maneira escandalosa e outras fazendo minha pior cara de indignação. O trabalho do mais baixo parecia extremamente estressante, tanto que só aí notei o quanto seus ombros pareciam duros e tensos, coisa que me fez pensar em quantas vezes ele chegaria em casa soltando fogo pelas ventas, quantas vezes eu teria que fazer massagens em seu corpo para relaxar, e quantas vezes eu teria que o acalmar quando o dia fosse puxado demais.
Isso deveria me assustar, mas tudo o que eu conseguia era me sentir a pessoa mais feliz do mundo por poder passar aqueles momentos junto ao mais baixo, e eu queria mais que tudo que nossa família começasse a partir dali, por isso não queria esperar, assim que BaekHyun terminou de comer e reclamar da pimenta, eu tirei a caixinha de veludo do bolso, havia colocado ali para esconder minha armação.
- Baek... - O chamei em um tom baixinho enquanto ele colocava um potinho com água no chão para o cachorro, mas assim que voltou a posição normal, notou o que havia em minhas mãos e no mesmo instante arregalou os olhos.
- Isso não é o que eu estou pensando, é? - Indagou ao apontar para a caixinha e eu quase me bati por ser tão óbvio, mas ainda continuaria com o que tinha em mente.
- Não estraga, Baek... - Sussurrei de novo, mas dessa vez mais firme, o acompanhei em sua risadinha boba, mas logo voltei a pose mais séria. - Bom, daqui em diante, seremos eu, você e o Jong por um bom tempo. Está tudo bem corrido, coisa que eu estranho até demais, mas me sinto bem assim, sinto meu coração todo feliz quando te vê e essas coisas de gente apaixonada. Eu não sei ser romântico ou fofo, mas assim que bati os olhos nessas alianças eu me lembrei de você...
Abri a caixinha e deixei que visse os ditos que me fizeram comprar o par de anéis, juntamente com a gravação clichê de nomes no interior. Seu sorriso foi de orelha a orelha e podia até mesmo jurar que tinha algumas poucas lágrimas nos cantinhos dos olhos alheios.
- Está me pedindo em namoro? - Indagou todo felizinho, obviamente também nervoso pelo tique de ficar balançando as pernas.
- Estou... quero algo oficial e não você só morando na minha casa e fazendo sexo convencional, se é pra ser uma família, seremos uma família direito.
- Então eu aceito... - Sussurrou já trêmulo, entregando sua mão direita para mim, e eu não demorei a colocar o anel destinado a ele em seu dedo, e me senti extremamente foda por ter conseguido acertar o tamanho do seu dedo somente por o olhar.
Ele repetiu o ato em minha mão e logo em seguida se esticou todo sobre a mesa para me roubar um beijo, beijo esse que teria se prolongado se não fosse o telefone de BaekHyun tocando.
- É do escritório, tenho que ir... mas nosso passeio ainda está de pé, e depois trazemos o Jong para passear com a gente. E eu mandei meu irmão arrumar minhas roupas para levar em casa, ele deve chegar lá mais tarde, então vai pra casa logo. - Disse ao juntar suas coisas todo apressado, obviamente era algo de extrema importância no escritório. - Ah, você pega o Jong e depois me pega no trabalho? Me lembrei só agora que estou sem carro na rua.
E sem nem me deixar responder, simplesmente juntou suas coisas e foi embora, me deixando completamente perdido com a quantidade de informações que havia jogado. Mas entendi o que era para ser feito, por isso peguei o Niggo no colo, paguei a conta e tratei de ir logo para casa.
Quando cheguei, BaekBeom estava na porta com várias malas ao seu lado, tocando a campainha várias e várias vezes, obviamente se perguntando onde eu estava.
- Olá... - Sorri ao parar do seu lado e tirar as chaves do bolso, pontificando a abrir a porta.
- Então é você o meu cunhado e o bebê fofo daquele dia é o meu sobrinho? - Indagou de um jeito extremamente assustado, obviamente, ele ainda não havia visto JongHyun com BaekHyun.
- Sim sim, é bom saber que não precisaremos nos preocupar com a comida do Jong tão cedo... - Sussurrei em tom de brincadeira, mas logo o convidando para entrar, coisa que fez somente depois de colocar todas as 5 malas de BaekHyun para dentro.
Eu até que queria bater um papo com o meu novo cunhado, mas segundo ele, sua loja estava sozinha e tinha que correr para abrir, não falei nada, apenas o convidei para que viesse um dia com mais calma, e assim que o acompanhei até a porta, vi a professora de mais cedo parada do outro lado da rua, novamente tirando fotos e fotos, dessa vez com provas já que o flash estava ligado.
Aquilo estava começando a incomodar e me deixar com a pulga atrás da orelha. Não me cheirava bem e claramente estava aprontando alguma coisa.
Precisava tomar uma atitude o quanto antes, por isso, depois de deixar bem claro que havia visto o que ela estava fazendo, eu tranquei a casa toda e fui atrás do cartão do advogado que sempre lia meus contratos antes de assinar, queria estar plenamente por dentro de tudo o que eu pudesse fazer para proteger BaekHyun e JongHyun do que quer que fosse que aquela mulher estivesse aprontando.
E claro, enquanto isso, arrumaria as coisas de BaekHyun no nosso guarda-roupa, apenas para manter tudo bem organizado.
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