Depois de dar as devidas explicações a BaekHyun sobre todas as limitações de JongHyun, eles voltaram para Bucheon. Meu pequeno ficou todo animado quando soube que iria passar alguns dias com BaekHyun e até mesmo chamou ele algumas vezes de appa antes de embarcarem, coisa que me deixou bastante feliz por saber que ele se daria bem com o verdadeiro pai.
Apesar do medo de nunca mais ver aquela criança, eu segui em frente e fui resolver todas as coisas relacionadas a minha família. Eu não podia negar minha herança e aquilo de certa forma me ajudaria a cuidar de JongHyun sem me preocupar se meus livros iam bem ou não com as vendas, eu não gostava daquilo, mas era uma segurança a mais.
Com apenas 2 dias sozinho em Seul, eu já não aguentava mais ver tantos familiares puxa saco meu e de Yoora, mas ela parecia adorar aquilo tudo, tanto que eu estava sentado em um jantar de família onde todo mundo estava mais interessado em saber onde aplicaríamos nosso dinheiro.
- E você, ChanYeol? Como vai investir seu dinheiro? – Um dos tios distantes me perguntou, já que eu estava quieto e respondia tudo mecanicamente.
- Eu já tenho minha vida feita, pretendo deixar meu dinheiro para o futuro do meu filho e me casar em breve. – Respondi apenas para que não me enchessem o saco, mas havia esquecido que ninguém sabia de JongHyun, exceto Yoora, e aquilo rendeu perguntas e mais perguntas sobre o que eu fazia dentro da minha caverna que ninguém sabia o que estava acontecendo com a minha vida.
Perguntaram tudo sobre BaekHyun, desde sua idade até com o que trabalhava, e quando disse seu nome completo, rapidamente associaram com os prédios espalhados por aí que tinham sua assinatura.
- Pelo menos não é um pobretão querendo sua herança. – Deu uma puta vontade de rir da hipocrisia daqueles imbecis, mas o telefone de alguém começou a tocar, mas aparentemente não era de ninguém ali, já que todos prestavam atenção na música, na qual eu não fazia ideia de qual era, só então notei que era o meu.
Rapidamente olhei na tela e vi BaekHyun e JongHyun numa foto juntos, e a música era exclusiva para o contato dele, provavelmente havia colocado enquanto eu estava ocupado com alguma coisa, mas não evitei de sorrir, eu já estava querendo notícias dos dois a algum tempo.
- Oi meu amor... – Sussurrei baixo o bastante para apenas ele ouvir, todas aquelas pessoas pareciam vidradas em saber o que iriamos conversar.
- Ó, precisa de mim como seu namorado agora? Ok ok. Pode me chamar de amor, mas eu estou desesperado agora. – Somente pelo tom de voz dele, meus olhos instintivamente se arregalaram e deixaram claro em minhas expressões que algo que estava errado. – JongHyun está com febre, não quer comer e toda hora diz que é para chamar o appa Chan, eu não sei mais o que fazer...
- Ele comeu alguma coisa que pode fazer mal ou coisa assim? – Indaguei respirando o mais fundo que podia para não entrar em desespero também, pela voz de BaekHyun, eu podia deduzir que ele estava chorando e não fazia ideia realmente do que fazer.
- Não, eu segui todas as suas recomendações e li todos os rótulos antes de dar qualquer coisa pra ele. Ele só está abatido e chorando, negando todo tipo de comida e dizendo que quer ir pra casa. Eu não sei o que fazer mais... pode voltar? – Eu sabia que no final daquela frase tinha um beicinho, tinha certeza disso, e eu queria muito sorrir, mas não iria rolar com a minha preocupação nesse nível.
- Ok, vou pegar o próximo voo, e logo chego aí. – Ouvi sua confirmação e no fundo JongHyun dizendo que estava com vontade de vomitar de novo para logo então a chamada ser desligada. – Bom, eu tenho que ir, meu filho está doente e BaekHyun fica desesperado, sem saber o que fazer. Yoora, você se vira com o resto. Tchau para todos.
Me levantei após dizer tais palavras e deixei a quantia necessária para pagar minha refeição, não deixando nenhum centavo a mais, já que certamente acreditavam que eu iria arcar com aquilo tudo. Mas nem por decreto e eu tinha coisas mais importantes a fazer, tipo verificar a saúde do meu filho postiço.
No caminho até o hotel, tratei de comprar a única passagem disponível para aquela noite. Não me demorei em arrumar tudo, checando algumas vezes para ter certeza de que não havia esquecido nada e quando coloquei os pés para fora, aquela preocupação toda subitamente me pareceu boba quando me toquei de qual podia ser o motivo para Jong estar doente.
Ele era apenas uma criança e era claro que ele estava muito apegado a mim, e ter que ficar com BaekHyun, provavelmente deixou sua cabecinha toda bagunçada. Ele estava doente por eu não estar por perto, é bem comum acontecer com crianças que sofrem mudanças dessa forma.
Não contive um sorriso feliz ao constatar isso, ele realmente não conseguiria ficar longe de mim, mesmo que BaekHyun quisesse.
X
- Baek? Já cheguei em Seul, pode trazer o Jong aqui onde você morava antes? Esqueci de perguntar seu endereço... – Mandei um áudio pelo kakao, sendo logo respondido positivamente.
Olhei no relógio e ainda era meia noite, estava relativamente cedo e poderia levar o pequeno ao hospital caso fosse alguma coisa mais grave.
Não demorou nem 15 minutos para eu ouvir a campainha tocar e um pequeno sorriso brotou em meus lábios, por que eu realmente estava sentindo falta deles, principalmente depois de conviver por alguns dias com meus familiares de sangue.
- Appa... – JongHyun murmurou manhoso ao esticar os bracinhos assim que abri a porta, quase pulando em meu colo. O acolhi com cuidado em meu colo, deitando sua cabeça em meu ombro e logo em seguida dando espaço para BaekHyun entrar.
- Você estava chorando? – Indaguei curioso assim que vi os olhos do baixinho cheios de lagrimas e levemente avermelhados.
- JongHyun fala demais da mãe dele. Estou me sentindo péssimo por saber que eu poderia ter ajudado ela de alguma forma... – Secou algumas lágrimas e olhou para cima, dando uma fungada forte para se reestabelecer, logo me dando um sorriso quando viu que o pequeno em meus braços parecia mais saudável. – Acho que ele estava doente por sua causa.
- Provavelmente, ele ainda não se acostumou com você. – Respondi ao me sentar no sofá e verificar a temperatura do pequeno, que estava aparentemente normal, assim como sua coloração mais natural do que vermelhinho como estava quando chegou. – Crianças são cheias disso.
- Ainda bem que você podia voltar, eu não fazia ideia do que fazer. Estava completamente perdido e desesperado. – Deu uma risadinha sem graça ao se sentar do meu lado. – Como vamos fazer a partir de agora?
- Hm, vamos colocar ele pra dormir, aí conversamos, ok?
- Ok...
- Appa Baek vai dormir aqui hoje? – JongHyun me indagou enquanto o levava para o meu quarto, mas tive que parar no caminho para responder, já estava tarde e não deixaria que ele fosse embora sozinho, então concordei com a cabeça sem nem mesmo perguntar para o rapaz que estava na sala ainda. – Então queo dormir no outro quarto. Vocês vão fazer coisas de adulto e Jong só qué dormir.
Ri de seu pensamento bobo, mas não seria de todo mentira se eu dissesse que não iria tentar nada com BaekHyun na minha cama, mas ele não precisava saber.
O deixei no outro quarto, me certificando de cercar a cama toda para que não caísse durante a noite, me despedindo logo em seguida e voltando para a sala. Ainda haviam coisas que precisávamos conversar e naquela hora, parecia o momento ideal.
- Voltei.
- Ah... oi. – Ficou sem graça ou era minha impressão?
- O que você tem? – Perguntei curioso ao me sentar ao seu lado no sofá.
- É que você é bonito, fiquei pensando coisas e tu apareceu bem no meio do meu pensamento. – É, ele estava sem graça, todo vermelhinho de vergonha e aquilo foi extremamente fofo, mas infelizmente, não era somente ele com vergonha naquela sala.
- Você é a primeira pessoa no mundo que me diz isso, sabia? Minha irmã não conta. – Ri, mas foi de nervoso, eu não sabia como reagir a elogios, principalmente vindo de alguém como ele, que era tão bonito que chegava a doer.
- Isso é realmente sério? O lance de ser virgem e tal? – Se soltou mais no sofá, deixando o corpo de lado enquanto me encarava com extremo interesse.
- Sim, nunca tive interesse em relacionamentos ou vontade de transar com alguém. Dei os poucos beijos da minha vida com um antigo amigo e depois me dediquei somente em escrever. Porém, nunca senti falta ou a aquela necessidade crucial que todos dizem quando se trata de sexo.
Expliquei tudo bem calmamente, mas ele parecia estar olhando para um alienígena, e aquilo já era bem comum para mim.
- Você não tem hormônios não, é? – Riu de um jeito um tanto quanto fofo, mas suas bochechas não perdiam o tom rosado e era bem notável que algo pervertido se passava em sua cabeça. – Nunca tentou nada nem com as mãos?
- Algumas vezes, por pura curiosidade, mas não achei essa coisa toda que todo mundo diz.... – Respondi, deixando uma brecha para jogar verde e colher maduro, tanto que dei uma olhada de cima a baixo em seu corpo, sorrindo de canto logo em seguida. – Isso até o esfrega esfrega em baixo das cobertas...
Preciso dizer que achei simplesmente adorável o jeito como ele ficou envergonhado e escondeu as mãos atrás do rosto? Também dispensaria o comentário de que eu estava levemente animado demais para quem estava tão preocupado a minutos atrás.
- Certas coisas na vida, a gente só consegue sentir quando encontra a pessoa certa... – Sua voz saiu como um fio e finalmente notei que ele não estava na mesma sintonia que eu, algo o incomodava.
- Você já encontrou alguém assim?
- Não, mas ele tinha um pinto tão grande que me fez acreditar que sim. – Riu de uma maneira mais sonora e aquilo pareceu fazer ele se sentir melhor quanto ao assunto, já que o acompanhei nas risadas. – Ele é só uma pessoa que me ajudou muito quanto a minha aceitação. Acreditei por muito tempo que ele era aquela pessoa que todo mundo diz que passamos a vida procurando, a dita cuja alma gêmea, mas não é.
- Você ainda sente coisas por ele? – Perguntei, já sentindo uma coisa chata incomodando minha barriga, acho que era ciúme o nome.
- Não não, ele é só uma lembrança boa. – Parou de desviar o olhar e focou seus olhos nos meus, me deixando um tanto quanto constrangido com o modo que me encarava tão profundamente. – Acho que é cedo demais pra ter certeza disso, mas já encontrei a pessoa. Só falta eu conhecer ela de todas as formas para poder confirmar.
Ele estava falando de mim, era óbvio, e também era óbvio, até demais, que era completamente recíproco.
- Então temos mais uma coisa em comum... – Murmurei sorrindo envergonhado, eu queria beijar ele, mas não tinha coragem para tal atitude e ele parecia muito bem acomodado onde estava.
- Se eu não estivesse tão abalado emocionalmente hoje, eu provavelmente te levaria pra um jantar romântico e a gente transaria a noite toda. – Ele pareceu ler meus pensamentos e só então me lembrei que ele tinha chegado chorando.
- Você gostava muito dela, não é?
- Sim, ela foi uma amiga e tanto para mim quando eu precisei. E hoje, Jong me contou o quão maravilhosa ela era como mãe, como educou ele desse jeitinho tão especial. Ela fazia de tudo por ele mesmo a beira da morte. Depois de hoje, eu percebi que daria todo o dinheiro que eu conquistei para ela se isso a salvasse e pudesse continuar do lado dele. – Vi seus olhos encherem de lágrimas e foi instintivo que o trouxe para meus braços, deixando que chorasse em meus ombros.
- Foi uma escolha dela, Baek. Apesar de passar uma sensação ruim, ela conseguiu fazer parte da vida dele e deixou essa coisinha fofa de presente pra você pela amizade que tiveram. Talvez, se ela tivesse viva, você não saberia que tem um filho e não teríamos nos conhecido, mesmo que por um motivo trágico. Pense positivo, hm?
- O destino as vezes é bem cruel para nos mostrar algumas coisas boas. – Murmurou tremulo, se aconchegando mais em meus braços, quase se deitando em meu colo, mas terminei sua ação, assim que o fiz sentar em minhas pernas e deitar sua cabeça em meu ombro.
- Existem comidas boas e ruins na vida, a gente precisa provar de algumas das ruins para apreciar o outro lado bom. – Deixei um carinho no topo de sua cabeça. – Já comeu hoje?
- Não me lembro... – Riu, mas olhando seu rosto, era claro que ele só estava com fome, sem pensar em comida.
- Vou pedir alguma coisa pra você e vamos dormir, ok? – Ele acenou positivamente e voltou a se aconchegar no meu colo. – Tem alguma coisa que você não gosta de comer?
- Pepino, amendoim e coco.
Apenas tirei o celular do bolso e pedi por um aplicativo de comida alguma comida chinesa, colocando nas observações que não era para ter nada daquilo e que era para baterem na porta, sem tocar a campainha por ter criança dormindo.
Após finalizar o pedido, liguei a TV em um canal qualquer, que a tal altura estava passando apenas séries na qual ninguém acompanha e não fazem sentido nenhum por nunca passarem na ordem correta, e fiquei sem prestar atenção de fato, apenas para ter um barulhinho soando pela casa até a comida chegar.
Peguei no sono quando a comida estava para chegar, foi BaekHyun quem ouviu o barulho na porta e se levantou, atendendo e pagando em total silencio enquanto eu ainda associava o que estava acontecendo ao meu redor.
Comemos quase que de forma automática, mal notando o sabor da comida por tamanho sono, tanto meu quanto dele e após terminar tudo, apenas disse para deixar a bagunça ali que arrumaria no dia seguinte.
Fomos direto para o quarto, tomando um banho, também robótico e nos jogando na cama sem nenhuma peça nos cobrindo. JongHyun era criança e não iria sexualizar aquilo quando claramente só estávamos com a intenção de dormir.
Mas assim que apagamos as luzes e as cobertas estavam aquecidas o suficiente, a única coisa que se passava pela minha cabeça era como eu faria para que Jong se acostumasse com BaekHyun, sem ter que ficar doente todas as vezes que me afastasse dele e somente uma suposição me parecia boa o bastante para a situação atual.
- Baek, você quer vir morar aqui?
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