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História Ácidos e Bases - Relatos de um coveiro - História escrita por Misukisanlover - Spirit Fanfics e Histórias
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História Ácidos e Bases - Relatos de um coveiro


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Olá minhas coisas lindas. Essa é a minha primeira LongFic do gênero Terror. Mil perdões se eu não agradar vosas senhorias.
Eu irei postar pelo menos uma vez por semana, se não postei é porque tive algum problema.
Esse prólogo não é um dos melhores e também não tem nem um terço dos personagens, mas é importante. ^^
- Não esqueçam de ler os drabbles <3
- Capas feitas pela querida @choimins <3 Obrigada minha linda
- Capas dos capítulos feitas por mim.
- A Ilha Goyang só existe na minha história.
- Alguns personagens NÃO são coreanos (Ex: Kai é britânico e Sehun é alemão)
- Betagem sendo feita pela @DirtyMadFiesta, capitulos sem diálogo em itálico já foram corrigidos

Capítulo 1 - Relatos de um coveiro


Fanfic / Fanfiction Ácidos e Bases - Relatos de um coveiro

 

PRÓLOGO - RELATOS DE UM COVEIRO

“O mal é sempre possível. E a bondade é eternamente difícil.”

 

Havia sido um dia difícil para Kibum, por completo. Desde a manhã carregada por folhas secas que caiam das árvores em cascata à noite fria e tenebrosa que se seguiu. O garoto tentava com muito esforço aliviar a dor que percorria por todo seu corpo como se alguém tivesse lhe esfaqueando pelas costas.

Entrou na banheira de gelo e procurou relaxar, ignorou o sangue que caía de seus dedos e sujava o gelo branco e fechou os olhos pensando em tudo o que havia ocorrido no dia, um dia agitado para um cemitério que quase nunca precisava ser utilizado.

 As pessoas preferiam cremar os restos mortais de seus parentes na Coreia do Sul, mas na ilha de Goyang era diferente, as pessoas eram enterradas.

Kibum era filho de um coveiro, e como seu pai era muito pobre para conseguir lhe ajudar a estudar, acabou tendo que seguir os passos de seu pai.

Um coveiro, aquele que ninguém da cidade se atrevia a falar, aquele que todos acreditavam ser o único que podia ver as sombras da morte.

Não era totalmente mentira, Kibum era jovem, mas já havia visto muita coisa. E muitas delas, com aspectos macabros, tão macabros quanto seus dedos sangrando sobre o gelo.

Naquele dia, Kibum havia enterrado mais de cinco corpos. Cada um com uma história mais trágica que a outra.

Os quatro primeiros foram vítimas de um acidente de carro. Uma van perdeu o controle na estrada que ligava a ponte e o carro caiu dentro do rio. Sobreviveram apenas um rapazote e uma garotinha, os outros não tiveram chance de sobreviver nem se o carro tivesse caído no seco, porque seus corpos foram esmagados antes do carro cair na água. "Como o rapaz e a menina sobreviveram?" Essa era a pergunta que todos faziam. De alguma forma misteriosa os dois foram parar na beira do rio, completamente salvos, feridos apenas com arranhões leves.

- Muito estranho... – Uma das mulheres falava no velório da família – O que vai ser dessas crianças a partir de agora? Vão para um orfanato?

- Eu ouvi dizer que o rapaz vai cuidar da menina. Ele já tem dezoito anos por isso pode lutar pela guarda dela. – A outra respondeu com a face cansada. – Eles vão viver com um tipo de culpa que só as pessoas que a sentem sabem como é.

- É verdade...

Kibum ouvira tudo aquilo enquanto recolocava a areia nos buracos já preenchidos pelos caixões. As pessoas nunca lhe notavam, era fácil saber os segredos mais perversos por trás de uma morte apenas se tornando um coveiro, as pessoas não faziam questão de falar baixo na sua presença.

Foi exatamente isso que aconteceu mais tarde daquele dia.

A falecida da vez era uma mulher de quarenta e tantos anos que havia sido assassinada na frente do filho. Ouviu das pessoas que o filho estava embaixo da cama e para protegê-lo do assassino que se aproximava da mesma, a mãe – que fingia estar morta no momento – tocou no assassino e assim ele a matou. O mais macabro da história toda? É que a mulher não havia outro ferimento além de dois furos alojados no pescoço e nenhuma gota de sangue pelo corpo inteiro.

Um pouco mais tarde da mesma madrugada, três corpos mutilados foram enterrados. A suspeita da polícia era que fosse alguma fera da floresta, levando em conta que eles foram encontrados dentro do bosque com cada parte do corpo a cinco metros de distância uma da outra.

Todos falavam que acreditavam que fosse coisa de Satã, ou coisa dos filhos de Satã. Kibum sabia muito bem de quem se tratava, afinal, sabia muito bem de quem era a culpa de tudo o que havia acontecido naquele dia, mas era um coveiro, ninguém lhe perguntava nada, ninguém lhe daria ouvidos.

Kibum olhou para a lua cheia e sorriu.

- Não conseguiu se controlar de novo... – Abriu os olhos e fixou o olhar no teto Só espero que não deixe isso acontecer de novo, minhas juntas não aguentam tanto trabalho. O que aconteceu com sua gaiola, Kai?

- Houve contratempos. Não consegui chegar a tempo de me trancar. – Kibum olhou para o corpo másculo e arranhado que estava sentado ao lado de sua banheira. – Eu matei muitas pessoas... Meu Deus... Eu...

- Você salvou duas vidas, se isso te conforta.

- Duas vidas?

- Sim. – Ele suspirou. – Um rapaz e uma menina. Você se lembra de um carro que derrubou da ponte? – perguntou e Kai passou alguns minutos tentando se lembrar. – Não importa, você derrubou um carro da ponte. Você de alguma forma conseguiu retirar os dois antes que o carro esmagasse os outros passageiros e os deixou na beira do rio.

- Eu... Senti algo diferente entre aqueles dois. Algo que me puxava, eu não podia simplesmente os deixar morrer. – Kai colocou a mão na testa. – Queria poder concertar tudo.

- Sinto muito meu amigo, mas isso você não pode fazer.

- Você sabe que eu posso.

- Mas nunca teve coragem, não é? – Kibum olhou de soslaio para o amigo imortal – Eu sei como é. Tem medo do que pode causar, tem medo dos efeitos que o seu grande poder pode trazer. É por isso que um Urso se torna mais poderoso que você, porque é covarde demais para usar o seu dom. Tenho certeza que nem mesmo falou para seu pai sobre isso, não é mesmo?

- A primeira vez que consegui fazer... Eu vi o quanto esse poder podia ser devastador. Eu não quero ter esse tipo de experiência de novo.

- Certo.

Kibum mergulhou a cabeça na água com gelo e quando voltou o vampiro não estava mais lá. Ele sorriu e leu o que ele havia sido escrito na parede com dedos sujos de sangue.

 

“A MALDADE DE CADA GRANDE PODER, SEMPRE PODE SER RETIDA PELA MALDADE DE OUTRO GRANDE PODER.”

“UMA PEQUENA RELAÇÃO ENTRE ÁCIDOS E BASES.”

 

Kibum riu pela comparação feita e assentiu. Era verdade. Por toda a história dos vampiros, os grandes poderes sempre foram repreendidos por outros grandes poderes, só assim as raças nunca foram capazes de se destruírem. 

 


Notas Finais




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